Tuesday, August 24, 2010

FIBRIOMIALGIA

VARICELA: BOLHAS DE INFECÇÃO


Bolhas cheias de líquido são a marca da varicela, uma doença que é como que um ritual da infância: não há criança que não a tenha... Altamente infecciosa, espalha-se facilmente, pelo que o melhor é prevenir - vacinando.

É uma das doenças mais comuns na infância, pelo que poucas crianças lhe escapam: até porque a varicela - é dela que falamos - é altamente contagiosa. Trata-se de uma infecção viral causada pelo vírus varicella zoster, da família dos vírus herpesviridae que causam, entre outras doenças, o herpes ou a mononucleose. Esta é uma família com cerca de uma centena de membros, mas de que apenas oito provocam doença nos seres humanos.

Mais comum no final do Inverno ou início da Primavera, a varicela contrai-se através do contacto directo com a pele infectada ou com partículas de saliva libertadas na tosse ou nos espirros de um doente. A facilidade do contágio é acentuada pelo facto de uma pessoa poder infectar outra ainda antes de os sintomas da varicela nela se manifestarem.

E que sintomas são esses? Os mais típicos - e quase sempre suficientes para o diagnóstico - são pequenas bolhas cheias de líquido, que pontuam a pele, sobretudo no tronco, mas que podem também surgir no rosto, no couro cabeludo e nos genitais ou até espalhar-se por todo o corpo. Antes das bolhas, porém, as manifestações iniciais da varicela consistem em manchas rosadas, planas e superficiais.

São estas manchas que se vão transformando até se formarem bolhas de paredes muito finas que contêm um líquido transparente. As bolhas acabam por se romper, deixando pequenas lesões na pele que vão secando, até que se forma uma crosta. Também ela acaba por desaparecer e, se tudo correr bem, não ficam marcas. Estas diversas fases da varicela podem estar presentes em simultâneo num mesmo corpo.

Nalguns casos, a varicela manifesta-se de uma forma tão ligeira que são poucas as bolhas a denunciá-la. Mas noutros as bolhas irrompem às centenas.

E enquanto nuns corpos a doença se confina aos locais já referidos, noutros emerge em locais tão inacessíveis como o céu da boca ou o interior do recto e da vagina, causando grande incómodo.


A tentação de coçar

As bolhas são o sinal mais visível da varicela, mas há outros: febre, dores abdominais e falta de apetite, dores de cabeça e mal-estar geral. Contudo, estes sintomas costumam ser ligeiros, com o maior incómodo a provir de uma comichão extrema.

A vontade de coçar é mesmo a maior das tentações para quem tem varicela, pois surge como a única forma de obter alívio. Todavia, este é um gesto com alguns riscos associados: é que coçar pode abrir caminho a lesões cutâneas e, com elas, a uma infecção bacteriana. Daí que aos pais de uma criança com varicela se recomende que lhe cortem as unhas e as mantenham rigorosamente limpas, de forma a minimizar o risco.

Há outros riscos associados à varicela. Embora esta seja geralmente uma doença benigna, podem desenvolver-se algumas complicações, de que uma pneumonia viral e a encefalite (inflamação do cérebro) são os exemplos mais graves.

Além disso, existe sempre a possibilidade de se desenvolver zona, também conhecida por herpes-zoster. Cada pessoa tem apenas um episódio de varicela na vida, mas o vírus permanece latente, como que adormecido nas células nervosas. Quando é reactivado, emerge, sob a forma de uma nova doença - zona. É o que acontece num em cada dez adultos que tiveram varicela na infância.

Aliás, ao contrário do que se passa na infância, em que é geralmente benigna, a varicela pode assumir contornos graves na idade adulta. Constitui ainda uma ameaça séria para a saúde das pessoas cujo sistema imunitário está debilitado, a ela sendo também vulneráveis as que tomam corticoides sistémicos.

Particularmente susceptíveis são as grávidas. Se a mulher não teve varicela na infância e a contrair durante a gravidez, sobretudo nas primeiras semanas, o feto pode nascer com anomalias congénitas. Se a doença for contraída na semana que antecede o parto, existe o risco de o bebé nascer com uma infecção que pode ser fatal: é que a mãe transmitiu-lhe o vírus, mas não teve tempo de lhe transmitir os anticorpos necessários para combater a infecção.

Se a mãe teve varicela antes de engravidar, o feto recebe anticorpos através da placenta ou quando está a ser amamentado, o que diminui as probabilidades de contrair a doença. Não é 100 por cento garantido, mas se estiver em contacto com o vírus a protecção conferida pela mãe fará com que a doença se manifeste de uma forma muito ligeira.

O que é importante é que as mulheres que queiram engravidar ou já estejam grávidas e que não tiveram varicela antes estejam conscientes do risco.


Acalmar os sintomas

Tratar a varicela é sinónimo de actuar sobre os sintomas. Procurando, antes de mais, aliviar a intensa comichão que as bolhas provocam: banhos de água tépida, a intervalos regulares, costumam ajudar, podendo ser reforçados com a aplicação de uma loção à base de calamina sobre as áreas afectadas. No rosto, há que ter o máximo dos cuidados para não haver contacto com os olhos. A febre e as dores atenuam-se com a ajuda de medicamentos específicos - ibuprofeno ou paracetamol (nunca aspirina, pois nas crianças pode induzir uma doença grave designada síndrome de Reye).

Pode ainda ser necessário recorrer a outros fármacos, nomeadamente anti-histamínicos (quando as medidas de auto-cuidado são insuficientes para aliviar a comichão) e antivirais (à base de aciclovir, usam-se nos casos mais graves).

De resto, o tratamento passa por uma alimentação mais líquida (útil, sobretudo quando a varicela se estende à boca e garganta) e repouso. Já aqui se disse: a varicela é uma doença geralmente benigna nas crianças.

Mas o melhor é sempre prevenir: o isolamento é necessário até que as bolhas sequem por completo, dado que basta uma criança doente para que o vírus se espalhe por uma escola inteira... Até há poucos anos, mais não se podia fazer em matéria de prevenção: mas agora existe uma vacina que, mesmo não garantindo protecção a 100%, assegura que a varicela, se chegar, é muito mais ligeira.

Vacine-se na sua farmácia

A vacina contra a varicela não faz parte do Plano Nacional de Vacinação, mas está disponível nas farmácias portuguesas. Ao abrigo da legislação sobre os novos serviços farmacêuticos, desde Outubro último que é possível receber a imunização na própria farmácia.

Farmacêuticos devidamente formados ou enfermeiros estão disponíveis para administrar a vacina no momento da compra, ao mesmo tempo que fornecem toda a informação necessária sobre os possíveis efeitos secundários e interacções.

Não comparticipada pelo SNS, esta vacina pode ser ministrada a partir dos 12 meses, caso em que é necessária apenas uma dose; já a partir dos 13 anos, são injectadas duas doses, com um intervalo de seis a dez semanas entre cada.

Tal como as demais vacinas, a da varicela pode causar alguma reacção, nomeadamente no local picado, com vermelhidão, e febre.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

COMPORTAMENTOS DE RISCO DOS ADOLESCENTES AUMENTAM NO VERÃO

Friday, August 13, 2010

Download: Caderno C de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH

O Caderno C da Anvisa que é o caderno de Controle de Infecção Hospitalar é um dos cadernos mais procurados e recente para os profissionais da área. Mesmo sua edição sendo de 2000 é o livro mais atualizado no seguimento, tido como referência em seu seguimento.

Arquivo gentilmente disponibiliado pela leitora Andre Xavier.
Formato: pdf
Número de páginas: 84
Tamanho: 754 KB
ano: 2000


link para download: ACESSAR

Tuesday, August 3, 2010

DISFUNÇÃO ERÉCTIL: CADA VEZ MAIS TRATÁVEL...

Pedro A. Vendeira

A disfunção eréctil é uma doença que afecta em Portugal cerca de meio milhão de homens, independentemente da sua gravidade (ligeira, moderada ou severa). É definida pela Organização Mundial de Saúde como a incapacidade persistente para atingir e manter uma erecção suficiente para permitir uma relação sexual satisfatória.

A sua prevalência aumenta significativamente com a idade, e não podemos esquecer que, devido ao crescimento global da população mundial associado ao aumento da esperança média de vida, a sua prevalência vai crescer de uma forma altamente progressiva, estimando-se que em 2025 o número de doentes com disfunção eréctil rondará os 322 milhões (cerca de 152 milhões em 1995). É impossível ficar indiferente a estas projecções, o que levanta problemas delicados no que diz respeito a políticas e estratégias de saúde, bem como ao orçamento global e aos cuidados de assistência médica geral.

Por estas e outras razões, o termo impotência está hoje fora de uso pelo sentido inespecífico e pejorativo que representa, mas ainda consolida o facto de que, apenas 10 a 15% dos doentes solicitam avaliação e tratamento médico, e, na sua grande maioria, meses ou anos após o início das alterações. O papel da parceira sexual é fundamental na tentativa de promover uma adequada e atempada resolução desta condição. Situações em que a mulher encara com bons olhos o cessar da actividade sexual pondo fim a um "dever" de longa data que na esmagadora maioria das vezes nunca lhe transmitiu prazer, pode ser vista como um fenómeno de "libertação. Já o reverso da medalha é também verdadeiro e fruto de uma nova era de tratamento da disfunção eréctil.

Outros casais com outras sexualidades procuram ajuda. Para casais mais activos, a companheira sente curiosidade, apesar de em geral ser o homem a dar o primeiro passo. Isto não é sinónimo de que a mulher não quer tomar a iniciativa, mas pensa que o companheiro deve dar o primeiro passo. É de salientar, no entanto, que a passividade da mulher tem vindo a ser progressivamente substituída por atitudes globalmente mais participativas neste campo. Para casais mais jovens, a situação hoje está mais facilitada, pela abertura sexual actual. Desde que ambos se "entendam" sexualmente, os actuais meios de informação permitem maior liberdade de escolha, e se o homem ainda se sente envergonhado pela situação, hoje em dia, é a companheira quem puxa dos galões e encara o problema como qualquer outra doença que surge e tem de ser tratada.


Fármacos precisam-se?

A terapêutica farmacológica oral da disfunção eréctil é hoje amplamente utilizada. Estes agentes constituem hoje a terapêutica de 1ª linha para a maioria dos doentes com disfunção eréctil. As principais vantagens dos agentes orais são a sua boa tolerância, exibindo percentagens pouco significativas de efeitos adversos, a sua boa aceitação por parte dos doentes, dado o seu comportamento fisiológico, a facilidade de administração, a eficácia comprovada em múltiplas etiologias e as contra-indicações mínimas que apresentam. Os agentes mais eficazes e seguros neste grupo são os inibidores da 5-fosfodiesterase, exercendo o seu efeito no mecanismo periférico da erecção, amplificando o efeito da estimulação sexual. De facto, é mesmo necessária a estimulação sexual prévia para poderem desenvolver o seu mecanismo de acção. São eficazes em múltiplas causas, independentemente do grau de severidade da disfunção eréctil e da idade do doente.

Pedro A. Vendeira, MD, PhD, Assistente Hospitalar de Urologia, Professor de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto



Fonte: Jornal do Centro de Saúde
 

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