Saturday, April 26, 2008

OS CUIDADOS DA MINHA MÃE




Dra. Juliana Neves






Actualmente a medicina estética disponibiliza várias medidas de prevenção – antes e durante a gravidez - para a futura mamã conseguir controlar as suas formas físicas.





Estas medidas podem passar por uma simples dieta associada a tratamentos corporais, tratamentos faciais para retirar manchas até à cirurgia estética.




A Corporación Dermoestética tem as soluções certas para esta fase tão importante da vida das Mães!




Durante a gestação o corpo da mulher sofre inúmeras alterações fisiológicas e corporais, são 9 meses de descoberta e adaptação à vida de futura mamã. No entanto logo desde o início da gravidez a mulher pode fazer massagens de drenagem linfática, o que ajudará a evitar o enchaço e a sensação de pernas pesadas típicas deste período.




Após o nascimento do bebé, e durante o período de puerpério, toda a atenção está voltada para o novo membro da família, mas logo após estes 40 dias, a recém-mamã já pode retomar a drenagem linfática e efectuar uma dieta hipocalórica – adequada ao período de amamentação, para ajudar a retomar a forma.




Ao findar o período de amamentação a mamã pode intensificar os tratamentos tanto a nível corporal como facial:




Mesoterapia técnica aplicada por um médico especializado, actua contra a Celulite em três frentes: activando a micro-circulação da zona, tanto a nível arterial como venoso e linfático; eliminando líquidos e toxinas por via renal e dissolvendo a gordura progressivamente fazendo-a entrar na circulação.




Massagem reafirmante especialmente indicada para reduzir a flacidez e ter uma pele firme. Realiza-se através de manipulações ascendentes que vão aumentando em intensidade, mas sempre sem causar incomodo à paciente.






Proellixe baseia-se num mecanismo de vibração de baixa frequência, composto por diferentes programas. A acção pendular do equipamento actua sobre os pontos reflexos da planta do pé estimulando o sistema neurovegetativo, permitindo ao organismo efectuar um exercício induzido. Os músculos tonificam-se, os glúteos e as nádegas recuperam a firmeza.




A nível facial, e já depois de ter o bebé em casa à cerca de 10 meses, pode tratar da vulgarmente chamada “mancha de gravidez” – Cloasmo gravídico – que eventualmente tenha aparecido durante a gestação, derivado ao aumento de pigmentação, provavelmente decorrentes de estímulo hormonal estrogênico e progesterônico ou através do hormônio estimulante da formação da melanina. Graças ao IPL e aos tratamentos despigmentantes, em cómodas sessões, o rosto recupera a elasticidade e luminosidade perdida eliminando as anti-estéticas manchas.




Por fim, tratar as pernas que suportaram tanto peso. Agora já recuperada, a mamã sente que as suas pernas poderiam estar mais bonitas, podendo aderir aos benefícios do Laser vasculight para a eliminação de varizes e aranhas vasculares. E ainda fazer fotodepilação médica, para eliminar o pêlo de uma forma cómoda, rápida e duradoira.






Fonte: Corporación Dermoestética

10 CONSELHOS PARA MANTER O SEU SORRISO SEMPRE JOVEM



Hugo Santos




No âmbito do Dia Nacional do Sorriso, que se celebra a 29 de Abril, e para que nunca tenha motivos para evitar sorrir, as Clínicas Vital Dent oferecem 10 conselhos para que mantenha sempre o seu melhor sorriso:





1. Escove os dentes pelo menos duas/três vezes por dia, preferencialmente após as refeições e antes de se deitar.


2. Utilize uma escova de tamanho adequado, macia e com uma cabeça pequena, para evitar lesões sobre os dentes e gengivas.



3. Procure utilizar sempre um dentífrico com 1.000 a 1.500 ppm de flúor.



4. Evite escovar os dentes na horizontal. Coloque a escova ligeiramente inclinada, na passagem pelos dentes, para que estes não se desgastem com o tempo.



5. Utilize diariamente fio dentário, antes da escovagem, para retirar restos alimentares e bactérias dos espaços que existem entre os dentes e entre estes e as gengivas.



6. Siga as recomendações do seu profissional de saúde oral na utilização de elixir para bochecho.


7. Procure manter os dentes bem limpos, sobretudo junto à linha gengival, evitando a placa bacteriana e tártaro.



8. Efectue uma revisão dentária regular, preferencialmente de 6 em 6 meses, e um check-up oral pelo menos uma vez durante o ano.



9. Mantenha uma dieta equilibrada e procure substituir os doces por alimentos mais nutritivos como o queijo, frutos ou vegetais frescos.



10. Se tem sensibilidade dentária visite o seu dentista porque pode ser um indicador de uma cárie dentária, um dente fracturado.





Fonte: Hill & Knowlton

Monday, April 21, 2008

SE É DIABÉTICO, APRENDA A FAZER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL!



Dr.ª Clara Matos



É reconhecido que a alimentação é a base do tratamento da diabetes, pois contribui para manter as glicemias normais ao longo do dia, atingir níveis normais de colesterol e triglicerídeos no sangue, normalizar o peso e, assim, reduzir os riscos e a frequência das complicações desta doença.



Hábitos alimentares saudáveis, em tudo semelhantes aos das pessoas não diabéticas e que pretendem manter um bom estado de saúde, são fundamentais para a manutenção do seu estado de saúde.


Assim, se é diabético, juntamente com toda a sua família, deve seguir as seguintes recomendações:


- As refeições, quer as principais quer as intercalares, devem ser agradáveis, comidas a horas certas e com tempo para as fazer. Assim, comece o seu dia com um pequeno-almoço equilibrado e completo, na primeira hora da manhã. Depois, ao longo do dia, não esteja mais do que 3 – 3,5 horas sem comer. Assegure que o jejum nocturno não ultrapassa as dez horas;


- Tente planear as refeições com antecedência, procurando receitas de alimentação saudável. Opte por uma culinária simples e agradável, dando preferência aos cozidos, grelhados, estufados em cru sem refogado prévio, ou assados simples, em papel de alumínio, com limão, tomate e ervas aromáticas. Evite, sempre que possível, confecções culinárias muito exigentes em gordura, como os fritos, refogados, assados no forno. Tão importante como controlar a quantidade, é saber como escolher as gorduras mais saudáveis. Reduza as gorduras saturadas (natas, manteiga, gordura das carnes vermelhas, peles das aves, produtos de salsicharia e charcutaria), dando preferência às gorduras monoinsaturadas, como é o caso do azeite e do óleo de amendoim, para temperar e para cozinhar. Reduza também a quantidade de sal. Não use caldos de carne e na preparação de refeições utilize mais ervas e legumes aromáticos;


- Comece sempre as refeições do almoço e jantar com uma sopa de legumes. Os legumes, para além de serem comidos na sopa, devem também ocupar metade do seu prato principal. A carne e o peixe devem ser consumidos na quantidade indispensável, e nada mais do que isso, dando preferência ao peixe e carnes brancas. Relativamente ao pão, batata, arroz, massa e leguminosas secas, podem e devem estar presentes na alimentação do diabético. Quanto à fruta, coma duas a três peças de fruta por dia. Pode comer toda a fruta, mas em certos casos, como os figos, dióspiros, uvas, bananas e frutos tropicais, por serem mais doces, devem ser consumidos em quantidade mais restrita e sempre depois das refeições;


- Não coma açúcar nem alimentos com açúcar adicionado (refrigerantes, compotas, bolos, chocolate,..). Se as suas glicemias estiverem controladas, pode comer moderadamente, em dias de festa, um doce, mas sempre depois das refeições;


- Beba pelo menos 1,5 l de água por dia;


- Varie o mais possível de alimentos. Não coma sempre os mesmos legumes, as mesmas frutas, as mesmas carnes ou os mesmos peixes…


Convém, além destas regras, ter presente que cada pessoa diabética é única, até pela fase da doença em que se encontra, pelo que deve consultar o seu nutricionista, que lhe prescreverá um plano alimentar personalizado.




Dr.ª Clara Matos


Secretaria-geral da Associação Portuguesa dos Nutricionistas

Nutricionista do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

CARÊNCIA AFECTIVA. FRUTO DE UMA INFÂNCIA DEFEITUOSA?




CARÊNCIA AFECTIVA: FRUTO DE UMA INFÂNCIA DEFICIENTE? Ouve-se com frequência a frase: "Tive uma infância com sofrimento, por isso fiquei com carências afectivas e muito". Esse tipo de desabafo transmite imediatamente simpatia e compaixão. Surge a vontade de proteger a pessoa que teve um passado doloroso. É evidente que muitos têm um discurso semelhante, consequentemente para provocar este tipo de reacção, por esperar uma espécie de pagamento por danos sofridos na infância.



CARÊNCIA AFECTIVA: FRUTO DE UMA INFÂNCIA DEFICIENTE?


Ouve-se com frequência a frase: "Tive uma infância com sofrimento, por isso fiquei com carências afectivas e muito". Esse tipo de desabafo transmite imediatamente simpatia e compaixão. Surge a vontade de proteger a pessoa que teve um passado doloroso. É evidente que muitos têm um discurso semelhante, consequentemente para provocar este tipo de reacção, por esperar uma espécie de pagamento por danos sofridos na infância.


Para sabermos se esse tipo de expectativa é verdadeiro e saudável, precisamos compreender as relações existentes nas nossas vivências infantis e o que somos depois de adultos. Há uma tendência nas pessoas em geral – e também em muitos psicólogos – de estabelecer uma correlação entre episódios do passado e traços da personalidade de um adulto. "Fulano ficou assim porque passou por tais situações na infância" e outras frases deste tipo são comuns.


Estudos longitudinais – acompanhamento das mesmas pessoas por várias décadas – conduzidos nos Estados Unidos têm mostrado resultados muito importantes. Por exemplo: por duas décadas foram acompanhados filhos de mães esquizofrénicas, para saber quantos deles cresceriam com distúrbios psíquicos graves.


É difícil imaginar situação infantil pior, pois essas mães são totalmente adversas a manifestações afectivas. Mas o resultado foi surpreendente: cerca de 15% das crianças cresceram mais equilibradas e maduras do que a média das pessoas – foram, por isso mesmo, chamadas de super kids. Muitas evoluíram dentro da média e apenas algumas manifestaram doenças mentais mais graves.


Tais estudos demonstram que há precipitação no estabelecimento das correlações entre factos da infância e condições emocionais adultas. O processo não é automático. Não é válido raciocinar assim: ‘Passou por isso, ficou traumatizada e depois manifestou aquilo’. Para muitas pessoas as adversidades e dificuldades maiores são justamente o que as fazem crescer mais fortes e determinadas. Outras crescem derrotadas porque não foram capazes de ultrapassar os obstáculos.


Umas são derrubadas por obstáculos enormes, enquanto outras caem por qualquer espécie de problema banal. Tudo depende da força interior de cada indivíduo e dos estímulos que ele recebe de parentes e outras pessoas próximas. Vivências infantis equivalentes influem de modo muito variado sobre como virão a ser os adultos que passaram por elas. De qualquer modo, considerar-se muito prejudicado ou traumatizado pelo que se teve de enfrentar será sempre um sinal de fragilidade, não de força.


Há anos que se fala muito da expressão carência afectiva. Ela sugere que algumas pessoas têm maior necessidade de aconchego do que outras. Que as mais carentes têm direitos especiais, adquiridos em função de uma história de vida particularmente infeliz. Não é bem isso a realidade; aqueles que se colocam como carentes tiveram vivências pessoais semelhantes às da maioria das pessoas. Além disso, não é necessário ser particularmente carente para gostar, e muito, de ser tratado com amor, carinho e atenção.


Na realidade, o que parece é que as pessoas mais egoístas – indiscutivelmente as mais fracas, apesar de serem agressivas e parecerem ter "génio forte" – usam esse tipo de argumento para obter maior atenção e carinho do que estão dispostas a dar. O prejuízo do passado terá de ser recuperado nos relacionamentos afectivos actuais, de forma que receber mais do que dar estaria justificado por essa suposta carência. É um argumento bastante negativo, mas capaz de sensibilizar os bons corações que, com facilidade, se enchem de compaixão e de culpa.


A expressão "estou carente" corresponde também a um pedido indirecto de atenção e afecto. Não achamos que se deva pedir amor. Ou uma pessoa está encantada comigo, e estará disposta a ser amorosa e dedicada de forma espontânea, ou eu devo fazer uma séria autocrítica. Em vez de pedir amor e atenção, talvez eu me devesse ocupar em lhe dar tudo o que pudesse e lhe agradar. A retribuição virá espontaneamente. Se não vier, isso significa que a relação afectiva se partiu e não há nada mais que eu possa fazer.





Fonte: CLINOTÁVORA

Sunday, April 20, 2008

O QUE NOS DIZEM AS UNHAS




Dr.ª Filipa Ventura e Dr.ª Mª Luz Duarte


As unhas têm funções importantes: são um escudo protector da extremidade dos dedos, aumentam a subtileza da preensão, permitindo manipular objectos com precisão; por vezes são usadas como instrumento na alimentação, limpeza, ataque e defesa. Podem também ser decoradas tornando-se um acessório de atracção e nalgumas culturas transmitem o estatuto social ou religioso do indivíduo.



Qualquer alteração das unhas é motivo de preocupação, não só pelo incómodo ou mesmo dor que podem provocar, como também pelo prejuízo estético. Para ajudar na compreensão dessas alterações é importante ter algumas noções:


- O crescimento das unhas é contínuo e para renovar a unha dos dedos da mão ou do pé são necessários cerca de seis e doze meses, respectivamente;


- A lâmina ungueal é translúcida e a sua dureza particular é sobretudo devido às proteínas ricas em enxofre que a constituem. É rodeada pelas pregas laterais e pela prega proximal. Esta última, juntamente com a cutícula protege a matriz das agressões do ambiente;


- A matriz é a principal responsável pela formação da lâmina. A sua perturbação por um fenómeno local ou geral traduz-se mais tarde por uma distrofia da lâmina;


- O leito ungueal, onde assenta a lâmina é ricamente vascularizado, o que confere às unhas a sua coloração rosada;


- As unhas respondem de modo relativamente monótono às agressões e determinada alteração pode ter causas muito diferentes;


- As infecções são a principal causa de onicodistrofias. Nas mãos, é mais frequente a infecção por leveduras do género candida, sendo a imersão prolongada em água um factor facilitador. Os dermatófitos, principalmente o T.rubrum, fungo de transmissão interhumana e distribuição ubiquitária, são os principais agentes das onicomicoses dos pés. A frequência de locais quentes e húmidos (saunas, piscinas) com os pés descalços e o uso de calçado pouco arejado no Verão facilitam a infecção.





Tratamento das onicomicoses


No tratamento das onicomicoses, conseguem-se índices de cura elevados com os novos antifúngicos e remoção da zona parasitada por corte ou abrasão com limas. Após completar a terapêutica, há que esperar os meses necessários para o crescimento normal da unha.


No entanto, as infecções não são as únicas responsáveis por onicopatias. Alterações funcionais da locomoção e postura, deformidades do pé e uso de calçado apertado ou mal ajustado provocam distrofias ungueais com certa frequência.




Queixas frequentes


Unhas frágeis e quebradiças são também uma queixa frequente sobretudo ao nível das mãos e nas pessoas que recebem com assiduidade cuidados de manicure.


Uma vez identificados devem-se eliminar os factores que provocam ou agravam as alterações das unhas:


- Correcção de carência de ferro, desequilíbrios hormonais e perturbações circulatórias;


- Evitar molhar muitas vezes as mãos e os químicos que dissolvem os lípidos intercelulares (cimentos, solventes, sal, ácidos, anilinas, açúcar). Nas profissões mais expostas, usar luvas duplas de protecção (luvas de algodão sob luvas impermeáveis);


- Não usar certos cosméticos, especialmente a acetona para remoção do verniz, as soluções alcalinas para amolecimento das cutículas e os endurecedores à base de formaldeído;


- É boa norma aplicar generosamente cremes emolientes sobretudo após a lavagem das mãos;


- São ainda úteis os suplementos vitamínicos com biotina e proteínas ricas em enxofre;


Por fim, não devemos esquecer que a maioria dos problemas das unhas podem ser eficazmente resolvidos, pelo que é aconselhável consultar o médico quando estes surgem. É imperativo um diagnóstico e tratamento precoces, já que as alterações por um período prolongado deixam mais facilmente sequelas. Nos casos em que não é possível uma cura médica ou cirúrgica pode-se recorrer à camuflagem através da cosmética.




Dr.ª Filipa Ventura e Dr.ª Mª Luz Duarte


Serviço de Dermatologia, Hospital de S. Marcos, Braga





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

RECICLAGEM E PREVENÇÃO DO CANCRO DA MAMA JUNTAS POR UMA MESMA CAUSA




Monica Fonseca



“2 causas por 1 causa” é o nome da parceria estabelecida entre a Laço, Sistemas Municipais (SMAUT) e Sociedade Ponto Verde (SPV) que junta a reciclagem à prevenção do cancro da mama. O objectivo desta parceria é, com um mesmo gesto, ajudar o ambiente e todas as mulheres portuguesas.



A campanha “2 causas por 1 causa” resulta de uma parceria estabelecida entre a Laço, Sistemas Municipais e SPV que tem como princípio unir a reciclagem à prevenção do cancro da mama. «As mulheres são as mais preocupadas com as questões ambientais e as directamente visadas na prevenção do cancro da mama. Faz todo o sentido unir as duas causas e contribuir para aumentar o número de mulheres portuguesas que tem acesso ao rastreio», explica Luís Veiga Martins, Director-Geral da SPV.


A contribuição da reciclagem na prevenção do cancro da mama consiste em doar 1,5€ por tonelada de embalagens recicladas em 2008, provenientes da recolha selectiva (ecopontos e porta-à-porta). Para esta causa todas as embalagens contam: metal, plástico, papel/cartão e vidro. O valor angariado destina-se à aquisição de duas novas unidades de rastreio móvel, no valor de 390.000€, que irão permitir fazer o rastreio a mais 20.000 mulheres anualmente.”


Até à data, contamos já com a participação de de 23 concelhos, incluídos em 4 Sistemas, correspondendo a mais de 1/3 da população: Braval (Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vila Verde), Lipor (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde), Tratolixo (Cascais, Mafra, Oeiras, Sintra) e Valorsul (Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas, Vila Franca)” informa Luís Veiga Martins.


Caras conhecidas juntam-se a esta causa


Ana Bola, Anna Westerlund, Fátima Belo, Mafalda Matos, Rita Ferro Rodrigues, Tânia Ribas de Oliveira, Teresa Ovídio, Sónia Araújo e Susana Mendes juntaram-se a esta causa e são as protagonistas da campanha de televisão que irá para o ar a partir de dia 21 de Abril até Setembro.


À semelhança das anteriores, a campanha foi desenvolvida pela TBWA, tendo a produção ficado a cargo da Show Off Films (ver ficha técnica em anexo).


As duas versões de 30”, poderão ser vistas nos canais generalistas RTP (1 e 2), RTP Açores e RTP Madeira, TVI e nos canais cabo SIC Mulher, SIC Notícias, AXN e FOX. Para o cinema foi produzida uma versão de 50”, a exibir nas salas Lusomundo, estando ainda prevista uma campanha de imprensa.







Fonte: JMC - Uma Empresa do Grupo GCI

Thursday, April 17, 2008

FÍGADO E MEDICAMENTOS




Prof. Rui Marques dos Santos



O fígado, o maior órgão do corpo humano, tem uma localização central para melhor desempenhar as suas inúmeras funções. Um quarto do sangue total passa pelo fígado em cada minuto; a maior parte tem origem nos intestinos, facilitando assim a função de filtro desempenhada pelo fígado.



Os alimentos que comemos ou os líquidos que bebemos são absorvidos no intestino e, ao entrarem na circulação são obrigados a atravessar o fígado antes de poderem alcançar outros órgãos ou circularem no sangue. De igual modo, sucede com todas as substâncias que, à semelhança dos alimentos, forem introduzidas no organismo pela boca, como sucede com os medicamentos, comprimidos ou soluções orais.


Outra das funções hepáticas é a metabolização das substâncias que se encontram em circulação, sejam elas provenientes do exterior ou do interior do organismo.


Esta metabolização tem por finalidade tornar inofensivo, o que pode ser agressivo, ou permitir eliminar do organismo essas substâncias pelas fezes ou pela urina. A este processo de biotransformação chama-se destoxificação. A quase totalidade dos medicamentos sofre uma transformação quando chega ao fígado.


A maioria dos medicamentos é lipossolúvel, dissolve-se em gorduras, mas para ser eliminado pela urina necessita ser hidrossolúvel, possibilidade de se dissolver na água. Este processo de destoxificação divide-se em duas fases. Na primeira, dá-se uma transformação e, na segunda, uma associação a outras substâncias.




Relação complexa entre fígado e medicamentos



Podemos agora compreender como a relação entre o fígado e os medicamentos é complexa e se pode analisar considerando vários aspectos: as alterações que o fígado provoca nos medicamentos; o medicamento como tratamento das doenças do fígado; e o medicamento como causa de doenças do fígado.


Os medicamentos metabolizados no fígado podem tornar-se mais ou menos activos consoante os produtos daquela metabolização (metabolitos) têm ou não actividade. Se um medicamento é activo e a sua transformação hepática o torna inactivo, a existência de doença hepática que atrase a transformação do medicamento pode aumentar a actividade do medicamento e para obter o mesmo efeito será preciso menos quantidade.


Pelo contrário, se o medicamento não é activo e apenas o metabolito apresenta actividade, a deficiência hepática pode ser responsável pela falta de eficácia do medicamento. As doenças hepáticas também são tratadas com medicamentos, mas infelizmente existem poucos medicamentos específicos para as alterações do funcionamento hepático. Muito frequentes são as doenças hepáticas resultantes da utilização de medicamentos. A estas, damos o nome de hepatites tóxicas ou com maior abrangência hepatotoxicidade medicamentosa.




Dois tipos de toxicidade


Consideram-se dois tipos principais consoante se pode prever a sua toxicidade ou, doutra forma

é ou não dependente da dose. A toxicidade intrínseca é aquela que atribuímos ao medicamento de modo constante e que apenas depende da dose; quando se ultrapassa determinada quantidade provoca danos em todas as pessoas.


A toxicidade idiossincrática é aquela que só aparece em algumas pessoas e por esse motivo não a podemos prever. Como exemplos podemos apresentar dois medicamentos muito conhecidos: o paracetamol (Ben-u-ron®) e o ácido acetilsalicílico (Aspirina®). O paracetamol tem toxicidade conhecida, provocando lesões em todos os doentes quando administrado em quantidade superior a quatro gramas por dia. O ácido acetilsalicílico também têm toxicidade hepática mas não é possível dizer que doente vai apresentar lesões hepáticas.




Rui Marques dos Santos


Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Tuesday, April 15, 2008

ANDAR RECLAMA ACESSO GENERALIZADO AOS MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS




Andreia Pereira



Um ano após a entrega de uma petição na Assembleia da República, a Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) consegue ver concretizada, em Dezembro de 2007, uma vontade antiga: acesso dos doentes aos tratamentos biológicos. Contudo, apesar do despacho legal, alguns doentes ainda encontram barreiras na aquisição destes fármacos.



A artrite reumatóide (AR), à semelhança do que acontece com outras doenças auto-imunes, não tem uma causa conhecida. Sabe-se, apenas, que o sistema imunitário “ataca” as articulações do corpo (mãos, ombros, joelhos, pés, punhos e cotovelos), provocando uma dor lancinante, que “ataca” mesmo nos momentos de repouso. Mas, contrariamente ao que se possa julgar, esta não é uma doença da velhice.


Segundo o Dr. António Vilar, secretário-geral da ANDAR, trata-se de uma patologia “cujo início ocorre, frequentemente, no adulto jovem, entre os 30 e os 50 anos, afectando três vezes mais as mulheres, embora, em 15% dos casos, surja na terceira idade”.


Se não for tratada, a artrite reumatóide gera dor e incapacidade, sendo responsável pelo absentismo laboral e pela reforma antecipada. Para António Vilar, esta é “uma doença com impacto social, laboral e psicológico relevante”, sendo conhecidos casos de divórcio no seio de casamentos em que um dos membros é portador de artrite reumatóide.


Por todas estas razões, o especialista indica que “a prevenção e tratamento precoces são o único meio de reduzir “a morbilidade e a incapacidades futuras”. Se os episódios de inchaço e dor articular se mantiverem por mais de seis semanas, “devem ser referenciados ao reumatologista”.


Aludindo a um estudo realizado por Luís Inês, em Portugal, o secretário-geral da ANDAR indica que “83% dos doentes com artrite reumatóide tiveram pelo menos uma incapacidade temporária ao longo da doença”. Do total de reformas atribuídas (59%), 85% dos casos devia-se, fundamentalmente, à artrite reumatóide.




Medicamentos biológicas no centro da polémica


“Estes modificadores da resposta biológica que, abreviadamente, designamos por biológicos vieram modificar o panorama das forma refractárias da AR, introduzindo o conceito de inibição do dano estrutural, isto é parando a progressão da destruição articular e melhorando a função. Estes fármacos são muito eficazes nas formas mais agressivas da artrite reumatóide”, salienta António Vilar.


Contudo, ao longo dos últimos quatro anos, a ANDAR, em conjunto com os seus associados, lutou para que o acesso aos doentes ao tratamento biológico não conhecesse qualquer limitação. Este ensejo foi efectivamente concretizado em Dezembro de 2007, através do despacho 24539/2007, que prevê um acesso generalizado de todos os doentes com AR refractária (resistente) aos medicamentos biológicos, desde que acompanhados com a receita médica.


Mas, apesar do que está estabelecido no despacho, alguns doentes vêem negada a aquisição destes fármacos. “Por se tratarem de medicamentos dispensados nas farmácias hospitalares, os doentes têm de se deslocar a esses locais para obter a terapêutica. Acontece que temos recebido queixas de pessoas a quem foi recusado o acesso a estes medicamentos”, diz Arsisete Saraiva, presidente da ANDAR.


Muito embora, o “despacho esteja claro, alguns hospitais portugueses insistem em não cumprir a legislação”, critica a dirigente da ANDAR. De acordo com ac resolução, “todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde devem aviar o medicamento aos doentes, desde que munidos com a receita do médico da especialidade”.


Os custos totais da medicação são imputados ao hospital, no caso de se tratar de um doente internado nesta unidade. Por outro lado, tratando-se de um doente em ambulatório, os custos são atribuídos à Administração Regional de Saúde (ARS) desse utente. Por estas razões, a presidente da ANDAR estranha a recusa de alguns hospitais na dispensa dos medicamentos biológicos. “Não faz sentido dizer que não a um doente que está a sofrer e que necessita, com urgência, do medicamento para poder aliviar a sua dor”, desabafa Arsisete Saraiva, adiantando que, qualquer situação desta natureza, deve ser objecto de reclamação no local da recusa, pedindo o livro de reclamações e remetida cópia para a ANDAR.




Para mais informações, contactar:


Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR)


Tel.: 21 793 73 61


Fax: 21 798 63 78


Linha Verde: 800 203 285






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

PARKINSON: CONHECER OS CONTORNOS DA DOENÇA




Cláudia Pinto



“A doença de Parkinson é uma doença crónica do sistema nervoso, de evolução progressiva, causada pela perda de produção de dopamina, substância indispensável ao bom funcionamento do sistema nervoso”, diz-nos a presidente da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), Dra. Maria de Lurdes Gaudich. Os sintomas variam de doente para doente e de dia para dia.



“A doença de Parkinson não se porta da mesma maneira com todas as pessoas”, explica Maria de Lurdes Gaudich. Quando diagnosticada “é fundamental que o doente e os seus familiares saibam do que se trata. Se souberem, mais facilmente se ajustam”, adianta a presidente da APDPk.
A doença é tratável mas ainda não é conhecida a sua cura.


Os medicamentos existentes devem ser ajustados a cada pessoa, consoante as suas necessidades. “Em Portugal estamos muito avançados e ao nível dos países europeus. Os medicamentos estão a aparecer rapidamente”, afirma Maria de Lurdes Gaudich. Para além da componente farmacológica, recomenda-se a fisioterapia, hidroterapia, terapia da fala e psicoterapia. A APDPk dispõe destes serviços para os seus associados. No entanto, qualquer tipo de tratamento deve ser efectuado “mediante aconselhamento médico porque depende de caso a caso”.




Cultura de exercício



Josefa Domingos é fisioterapeuta da APDPk e tem como desafio principal a recuperação funcional dos doentes. “Para além do treino de força e de mobilidade, tenho tempo para explicar a doença e os seus efeitos a nível motor. As pessoas conseguem assim explorar as suas necessidades. Complementamos o trabalho feito pela medicação e é esse o grande objectivo da fisioterapia. Aqui conseguimos dar cuidados mais personalizados e os doentes sentem as diferenças”, diz-nos.


Também aqui, o tratamento é diferente de doente para doente pois “temos pessoas com graves problemas de equilíbrio, mas também aparecem doentes com grandes problemas de mobilidade”, explica Josefa Domingos. A grande preocupação é dar destaque à questão da prevenção de complicações secundárias. A fisioterapeuta afirma que “as pessoas devem prevenir as complicações que podem surgir relacionadas com o sedentarismo e quedas. Tento incutir uma cultura de exercício que não é muito comum nos portugueses”, conclui.




Julieta, 71 anos, doente de Parkinson


“Continuo a ser muito activa”


Eu não descobri a doença, descobriram-na! Andava muito cansada e os meus sintomas assemelhavam-se a uma tendinite. Fui a um fisiatra para fazer os habituais tratamentos de fisioterapia. Lembro-me de me ter cansado muito numa passagem de ano e de nunca mais ter sido a mesma. Voltei uns meses depois ao médico e ele disse-me que tinha a doença de Parkinson. Não acreditei na notícia! Como não tremo, a doença passa um pouco mais despercebida, embora alguns médicos me digam que tenho mais rigidez muscular. Tive de aprender a lidar com o Parkinson. Foi há seis anos, mas continuo a ser muito activa.


Tomo os medicamentos apropriados, faço hidroginástica, fisioterapia e alongamentos. Venho à associação, duas vezes por semana e ainda frequento a Universidade da terceira idade. Tenho aulas de dança criativa, de tango argentino, faço parte de um grupo de jograis e estou em três coros. Tenho o meu horário no frigorífico para que o meu marido saiba onde estou. Ele apoia-me muito! Sou muito optimista, mas, às vezes, irrito-me comigo mesma porque já não tenho a genica de antes.




Recomendações para lidar com a doença


- Aprender a viver com a doença e encará-la com serenidade;


- Aumentar contactos sociais e familiares, sem isolamento do doente;


- Manter as actividades que lhe dão prazer;


- Partilhar experiências com outros doentes, ultrapassar dificuldades e melhorar o conhecimento da doença através da integração na APDPk.





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Sunday, April 13, 2008

RISCOS DE UMA GRAVIDEZ TARDIA



É preciso avaliar os antecedentes da futura mãe. “Na gravidez, há um equilíbrio muito grande, porque é uma situação natural”, diz o obstetra Vicente Souto. Porém, a sociedade actual confronta-se com um número, cada vez maior, de mulheres que, objectiva e decididamente, querem engravidar em idades avançadas. Antes de uma tal decisão, importa procurar o médico e fazer o diagnóstico pré-natal.



Porque os casais e os indivíduos têm o direito fundamental de decidir livremente e com inteira responsabilidade sobre o número de filhos que querem ter, e também acerca do momento do seu nascimento, cada um tem os filhos na idade que tem e quando pode, comportando e assumindo eventuais riscos.


A “modernidade” de ser mãe aos 40 anos reforça o papel do médico e aproveita as vantagens dos avanços da medicina.


Há na verdade esta tendência actual e retirando-se peso a diversos receios próprios de uma gravidez mais tardia.


“A situação é um bocado diferente da que se verificava há alguns anos. Antigamente, a mulher que tinha filhos com idade mais avançada provinha, geralmente, das classes menos favorecidas; sobretudo, porque não fazia a prevenção nem se preocupava com o planeamento familiar”, observa o obstectra, constatando que, hoje, muitas mulheres pensam, antes de mais, em se realizarem profissionalmente para, então sim, se preocuparem com a maternidade.


“As coisas têm-se modificado”, assegurando-se que muitas dessas mulheres que engravidam aos 40 anos são “pessoas com uma situação económica diferente, porque já têm uma vida estabilizada”.




A gravidez é um estado natural.


Sendo a gravidez ou gestação um estado fisiológico particular - mas natural - no qual se encontra a mulher portadora de um óvulo fecundado, nas idades ditas férteis, “começam, igualmente, a aparecer os casos extremos daquelas senhoras que, na menopausa ou na pré-menopausa, também querem ter filhos”.


Nesse contexto, os especialistas chamam a atenção para um recente estudo estatístico norte-americano que aponta para a existência de uma centena de mulheres com idades próximas dos 60 anos e que quiseram ser mães, recorrendo à implantação de ovócitos. “Aqui, o problema é outro”, reconhecem os obstetras, adivinhando “problemas éticos complicados”. “Há o direito à reprodução, que toda a mulher tem.


Mas, depois, há que encontrar limites”, até para evitar dificuldades aos filhos perante o envelhecimento dos pais, que já têm menos oportunidade de planificarem o futuro.


A par das possibilidades tecnológicas e científicas que permitem a uma mulher com mais de 35 anos engravidar, não obstante o aumento das dificuldades de ovulação, acresce também o número de mulheres com idade mais avançada (40 e 50 anos) – para as quais a gravidez se torna progressiva e naturalmente impraticável, porque já iniciaram a perda dos folículos e apresentam falência ovárica – que pretendem ser mães. As soluções são as mais diversas. Tudo depende dos recursos (naturais, científicos, económicos...) e das balizas éticas, fundamentalmente quando se pede um óvulo emprestado e se paga aluguer por uma barriga.




Engravidar mais tarde.


Na verdade, “mesmo na menopausa, o útero está em condições de desenvolver uma gravidez”, sublinha Vicente Souto, dando ênfase às consequências disso.


“Há, efectivamente, muitos riscos acrescidos em relação à mulher”, repara o médico, a propósito de um conjunto de alterações fisiológicas e a nível do sistema circulatório. “Também se admite que os filhos dessas mulheres vão, provavelmente, ter problemas congénitos mais complicados”, acrescenta o especialista, registando que “em cada cinco gravidezes, nos Estados Unidos, há uma gravidez de uma mulher com mais de 35 anos”.


Ao considerar a faixa etária dos 40 anos, Vicente Souto diz ser acrescida a possibilidade de riscos, nomeadamente de anomalias cromossómicas. “Por exemplo, o risco de ter um filho com síndroma de Down (mongolismo ou trissomia 21) é tanto maior quanto mais velha for a mãe”, sublinha.


Embora este seja um domínio delicado - cabendo aos especialistas escolher as respostas mais adequadas, a fim de defender sobretudo as mães de sentimentos de culpabilidade e desconforto -, o médico acentua a importância do diagnóstico pré-natal, no sentido de detectar cromossomopatias ou alterações genéticas.


A par destas contingências, “uma mulher de 40 ou 42 anos está mais susceptível de apresentar diabetes e, entre outros, problemas circulatórios”. No entanto, “pelo facto de se tratar de uma mãe primíra ou de uma mulher multípara, sob o ponto de vista obstétrico, as coisas funcionam de maneira diferente”.



“É importante avaliar os antecedentes obstétricos de uma pessoa para poder fazer um juízo de valor sobre os riscos”, faz notar o anterior director clínico da Maternidade Bissaya Barreto, acrescentando que, se calhar, “a mulher mais velha até poderá ter um parto mais fácil, embora esteja mais sujeita a outros riscos, como os de hemorragias pós-parto”.


No que concerne às hipóteses de abortamento, a sua evolução depende, principalmente, da idade da gravidez. Todavia, a idade da gestante também tem a sua influência. Pois, as primíparas muito novas ou de idade avançada abortam mais vezes. “É evidente que uma mulher de 40 anos ou mais vê aumentados os riscos de prematuridade e de abortamento”.


Quando a futura grávida tem uma idade à volta dos 40 anos, “ela tem de ser esclarecida acerca da sua maior probabilidade de abortamento e de um parto prematuro”, sendo de ressalvar que, nesta faixa etária, “os riscos não são muito significativos”. “O problema coloca-se, sobretudo, a partir dos 45 anos; nessas condições, há uma subida percentual de riscos muito acentuada”, e de modo algum não há motivos para encontrar “razões para que, humanamente, desaconselhemos uma pessoa a ter um filho”. “Tem é de estar segura dos riscos que pode correr”.





Fonte: CLINO TÁVORA

OPERAÇÃO ADIADA NO BLOCO

TRATAR O MAL PELA VARIZ



Andreia Pereira


São inestéticas, podem ser uma das causas de cansaço dos membros inferiores e, em situações mais graves, provocam dor e incapacidade. Fala-se, pois, das varizes. Aquelas veias dilatadas, de cor azulada, que atingem cerca de 1/3 da população portuguesa.



Pernas esbeltas. Quem as não quer? Mas, apesar de este ser um desejo comum ao sexo feminino, a verdade é que, segundo os últimos dados de um inquérito da Eurotest, realizado em 2001, estima-se que dois milhões de mulheres portuguesas, em idade adulta, convivam com as incómodas varizes à flor da pele. Afinal que problema é este que ameaça as pernas?


“As varizes são dilatações das veias, causadas pela perda da sua elasticidade, Essas veias dilatadas deixam de ter a função de transportar o sangue venoso, e já usado, de volta ao coração. Desta forma, o sangue fica acumulado no seu interior”, diz o Dr. Eduardo Serra Brandão, director do Instituto de Recuperação Vascular (IRV), em Lisboa.


À primeira vista, poder-se-ia dizer que estas veias salientes e tortuosas, desenhadas sobre a pele das pernas, não passariam de uma mera preocupação estética. Porém, as varizes, como explica o especialista em cirurgia vascular, “correspondem a uma fase de evolução de uma patologia mais complexa, que é a doença venosa. ”Com o passar dos anos, a compressão permanente das varizes, de dentro para fora, vai causar umas manchas acastanhadas, que só regridem após o respectivo tratamento vascular”, informa Eduardo Serra Brandão. Mas nem sempre a doença venosa se faz acompanhar de sinais observáveis.


“A sensação de peso, cansaço, comichão e cãibras nocturnas, nos membros inferiores, são alguns indícios de que as veias estão as perder elasticidade e de que a circulação não se está a efectuar convenientemente. Esta situação favorece a estagnação do sangue venoso dentro das veias das pernas [daí a cor azulada das varizes] e, por conseguinte, a sua dilatação.”


As mulheres são o alvo preferencial da insuficiência venosa, uma patologia que atinge cerca de 1/3 da população portuguesa, em idade laboral adulta. No entanto, o especialista ressalva que os homens também podem sofrer deste problema, embora em menor número. Contudo, “como o homem tem menos preocupações estéticas, usa calças, não faz depilação e, por outro lado, é mais avesso a tratamentos, deixa protelar a situação, chegando às consultas de cirurgia vascular numa fase tardia e avançada”.




Mulheres mais afectadas


A doença venosa pode ter duas causas: genética ou adquirida. No primeiro caso, se já houver antecedentes familiares, a partir da puberdade – uma fase de explosão hormonal – as mulheres começam a sentir na pele os primeiros sinais de varizes. “Não existe um calendário pré-definido ou idade estabelecida para as varizes aparecerem”, aponta o especialista, esclarecendo que estas podem surgir logo a seguir à puberdade ou nos primeiros anos da idade adulta.


As mulheres acumulam mais factores de risco do que o homem: a toma de anticoncepcionais, a gravidez e a realização de tarefas que obrigam a um maior tempo de permanência em pé, como passar a ferro e outras actividades domésticas, são razões que concorrem para o aparecimento ou agravamento das varizes no sexo feminino.


O estado de gravidez desencadeia um conjunto de alterações hormonais – factor de dilatação ou inchaço das pernas –, que, conjugadas com o volume e pressão intra-abdominal, devido ao útero grávido, favorecem o aparecimento das incómodas veias dilatadas. Porém, como salienta Eduardo Serra Brandão, pode “tratar-se de uma situação temporária, que, em determinadas mulheres, regressa à normalidade no pós-parto”. Desta forma, o tratamento deve ser iniciado um a dois meses depois do parto e da cessação do aleitamento, uma vez que, “durante esse período, ainda se registam alterações hormonais que não possibilitam a regressão da doença”.


O especialista explica, ainda, que existem outras situações que podem comprometer a saúde das pernas, nomeadamente a depilação com cera quente ou elevado tempo de exposição solar. “O calor despoleta o aparecimento ou agrava a situação. Mas, no caso das depilações a cera, há que ter em conta que o próprio arrancamento causa um traumatismo que pode lesar uma pequena variz.”



Contrariamente ao que se possa pensar, as varizes são muito mais do que linhas “inchadas” sobre as pernas, que causam algum mal-estar estético. Estas fazem parte da doença venosa, uma patologia que começa por provocar alterações cutâneas, que se manifestam sob a forma de hiper-pigmentação: a pele começa a escurecer. “Essa pele, pouco oxigenada e alimentada, começa a tornar-se atrófica.


Com a progressão da doença, ao longo de décadas, sem recurso a tratamento, aparecem as úlceras, que são a forma mais grave da última fase desta patologia. “Em última instância, “estas podem ser responsáveis por grande sofrimento e incapacidade.”


Para evitar este tipo de situações extremas, o especialista recomenda um conjunto de medidas preventivas, que permitem minimizar ou estabilizar a doença venosa. Em primeiro lugar, aconselha a adopção de uma alimentação regrada e equilibrada e a prática de exercício físico. Segundo Eduardo Serra Brandão, estas medidas visam, sobretudo evitar a obesidade: um dos principais factores de risco das varizes. “Alguns alimentos têm uma acção negativa sobre a veia, concretamente as comidas altamente condimentadas e o abuso do álcool.”


Para além destas medidas, está recomendado o uso de uma contenção elástica, que vai desde a meia ao collant de descanso. Para evitar as alterações cutâneas ou as flebites, o especialista recomenda “a toma de flebotropos: medicamentos com acção na parede dos vasos e na microcirculação”.




Tratamento para as varizes


A escleroterapia, vulgo “secagem”, é aconselhada para varizes de pequeno calibre, com um reduzido grau de desenvolvimento, e todas aquelas que não possuem indicação cirurgica. Segundo Eduardo Serra Brandão, esta técnica consiste na “queimadura” da variz. A veia, após a “secagem”, acaba por se tornar um cordão fibroso, que, posteriormente, será absorvido pelo organismo. Em termos práticos, a “veia fica seca, como um galho de uma árvore”. A escleroterapia “trata cerca de 90% das varizes com esta indicação terapêutica”.


Em situações pontuais e seleccionadas, pode-se recorrer ao laser transcutâneo, que permite resolver os derrames e varizes até dois milímetros de espessura. Contudo, alerta o especialista, “esta técnica é mais onerosa”. Se através do ecodoppler (exame de diagnóstico que detecta a existência de insuficiência venosa), se chegar à conclusão de que existem varizes com indicação cirúrgica, a solução passa pela operação. “Até à cirurgia, o doente deve utilizar collants de descanso e tomar flebotropos. A cirurgia pode ser efectuada com laser endovascular e anestesiai local, em regime ambulatório, ou com internamento hospitalar e anestesia geral ou intradural, nos casos mais avançados.”





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Friday, April 11, 2008

PSORÍASE TEM FORTE IMPACTO PSICOLÓGICO E EMOCIONAL NOS DOENTES



Inês Lucena



Mostrar as mãos em público, mudar de roupa perto de colegas de balneário ou andar de calções e t-shirt são algumas das situações evitadas pelos doentes com psoríase no local de trabalho. Esta é uma das conclusões do primeiro estudo sociológico sobre a psoríase em Portugal, apresentado hoje pela PSOPortugal, Associação Portuguesa da Psoríase, na inauguração da sua sede em Lisboa.



O estudo foi desenvolvido pela Datamédica, em parceria com a PSOPortugal, e avaliou o impacto desta doença crónica de pele na vida de 150 doentes de psoríase.



De acordo com o estudo, para 76 por cento dos inquiridos, a psoríase tem efeitos psicológicos na sua vida, sendo que para 38 por cento o impacto é muito grande a este nível. As idas à praia e à piscina são as situações mais complicadas de exposição para os doentes, devido ao forte estigma que ainda existe em torno da doença.


Também a nível familiar, a psoríase tem impacto na vida dos doentes. Para 28 por cento dos inquiridos, a sua sexualidade é afectada pela doença e para 19 por cento a relação com familiares é igualmente influenciada.


No que toca ao absentismo laboral, a maioria dos doentes faltou até 20 dias por ano ao trabalho devido à psoríase.


De acordo com João Cunha, Presidente da PSOPortugal, “este estudo vem consubstanciar a mensagem que a associação tem transmitido ao longo dos anos: a psoríase tem um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, não só em termos físicos pelo seu aspecto e dor que provoca nos doentes, mas também na repercussão que tem a nível familiar, social, profissional, emocional e psicológica.”


E acrescenta: “É fundamental alertar a opinião pública para esta doença que, apesar de ser crónica e ter uma influência enorme na vida dos doentes, não é reconhecida como tal pelo SNS. Há casos de doentes que, devido à falta de comparticipação dos medicamentos, não são tratados porque não têm possibilidades financeiras para o fazer”.


O estudo agora apresentado refere ainda que na maioria dos casos (79%), a psoríase foi diagnosticada pelo dermatologista, tendo 19 por cento sido pelo médico de família. Entre os sintomas mais frequentes da doença, destacam-se a descamação (26,96%), a comichão (19,59%) e a vermelhidão (17,74%). Ainda cerca de 40 por cento dos inquiridos referem ter dor nas articulações provocada pela doença.


Entre as doenças associadas à psoríase destacam-se a diabetes (28% dos inquiridos) e o colesterol elevado (26%). A hipertensão arterial e a obesidade estão presentes igualmente presentes em 11 e 7 por cento dos inquiridos, respectivamente.


A maioria dos inquiridos (56%) considera ter alguma informação sobre as opções mais recentes de tratamento. De destacar que apenas 2 por cento assinalam não ter informação sobre a doença. Entre as principais fontes de informação, o dermatologista e a internet são indicados como os mais frequentes veículos de transmissão de informação.



Também hoje, a PSOPortugal inaugura oficialmente a sua sede em Lisboa, um espaço cedido pela Câmara Municipal de Lisboa e que ajudará todos aqueles que procuram o apoio da associação e que pretendem promover a melhoria da sua qualidade de vida.


A Associação Portuguesa da Psoríase foi formalmente constituída em Fevereiro de 2005 e tem como principais objectivos promover e dinamizar campanhas para alertar, despertar e sensibilizar a sociedade para a discriminação social e profissional de que são alvo os doentes de psoríase; mas que por outro lado luta também para que a psoríase seja reconhecida como doença crónica pelo SNS.




A Psoríase:


A psoríase é uma doença da pele bastante frequente que afecta de 1 a 3 por cento da população mundial (cerca de 190 milhões de pessoas). Em Portugal, estima-se que cerca de 250 mil pessoas sofram de psoríase.


É uma doença crónica, hiperproliferativa da pele e de etiologia desconhecida, mostrando uma grande variedade na severidade e na distribuição das lesões cutâneas.


Manifesta-se igualmente em homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos, mas pode surgir em qualquer fase da vida. A sua causa é desconhecida. Fenómenos emocionais são frequentemente relacionados com o seu surgimento ou o seu agravamento, provavelmente actuando como factores desencadeantes de uma predisposição genética para a doença. Cerca de 30 por cento das pessoas que têm psoríase apresentam história de antecedentes familiares.


De aspecto inestético e consequentemente incómodo nas zonas expostas, a psoríase pode também ter repercussões psicológicas nas pessoas atingidas no conjunto do corpo.


Para mais informações, visite http://www.psoportugal.com/






Fonte: Porter Novelli

DOSSIER DISFUNÇÃO ERÉCTIL


Carla Carrinho



O que é a Disfunção Eréctil? A Disfunção eréctil (DE), vulgarmente conhecida por impotência sexual, é definida cientificamente como a incapacidade de obter e/ou manter uma erecção adequada para realizar o coito.



A DE é uma patologia muito frequente, afectando cerca de 500.000 Portugueses e está directamente correlacionada com a idade, a hipertensão, a diabetes, a hiperlipidémia e o tabagismo, podendo ainda estar associada a: disfunção endotelial; factores neurogénicos (prostatectomia radical, lesão da espinal-medula, esclerose múltipla); utilização de fármacos anti-hipertensivos e antidepressivos; factores psico-sociais (depressão, stress).


As perturbações da erecção podem ocorrer apenas durante um certo período de tempo, devido, por exemplo, a stress, preocupações ou a excesso de trabalho. Estas resolvem-se normalmente, com descanso ou com a solução do problema, seja familiar ou profissional.


Outras vezes, a disfunção eréctil torna-se mais frequente e persistente, dificultando as relações sexuais satisfatórias. Esta situação provoca um forte abalo físico, emocional e social na auto-estima, tornando o homem que sofre de DE cada vez mais inseguro, perturbando as suas relações a vários níveis: familiares, pessoais ou profissionais.




FAÇA O DOWNLOAD DO DOSSIER COMPLETO SOBRE DISFUNÇÃO ERÉCTIL (Documento associado.pdf) clicando no título deste texto
Fonte: Multicom

FIBROMIALGIA



Prof. Doutor Jaime C. Branco



A fibromialgia (FM) é uma entidade clínica cuja manifestação principal e mais frequente é a dor musculo-esquelética generalizada. Esta dor, que os doentes fibromiálgicos referem "no corpo todo", não é articular nem óssea mas localiza-se nos tecidos moles do aparelho locomotor (isto é, músculos, tendões, ligamentos, fáscias).



Apesar da dor lhes ser referida, nestes tecidos, nomeadamente nos músculos, não foram, até hoje, identificadas quaisquer alterações, quer morfológicas quer metabólicas, que possam ser responsabilizadas pelas queixas dolorosas.


A origem da dor da FM permanece, ainda hoje, incompletamente esclarecida mas sabemos que para o seu aparecimento e manutenção concorrem mecanismos diversos (por ex. sensibilização/excitabilidade dos receptores dolorosos periféricos, factores genéticos, condição psicológica, eixos neuroendócrinos, modulação/reverberação cerebral) que contribuem, em momentos diferidos e percentagens variáveis, conforme os casos.


Isto quer dizer que: 1) Não tem FM, quem quer mas sim quem tem predisposição prévia e se "cruza" com um ou mais factores desencadeantes capazes de despoletar o processo patogénico (por ex. agressão física – infecção, traumatismo, cirurgia – ou psíquica) e, 2) Existem muitas formas, e não apenas uma, para iniciar e desenvolver FM, mas dos seus mecanismos muito heterogénios resulta sempre um quadro clínico bastante homogéneo.




Doença ataca sobretudo mulheres



A FM atinge sobretudo mulheres (na proporção de nove mulheres para um homem) e, embora possa começar na juventude ou na terceira idade, costuma iniciar-se na terceira ou quarta décadas da vida. A prevalência (isto é, a percentagem da população que afecta) está calculada entre os 2% e os 4% para a população adulta.


Como os homens são apenas residualmente atingidos, estes valores significam que entre 4% a 8% das mulheres adultas poderá padecer desta situação clínica.




Sintomas da fibromialgia


O quadro clínico da FM, além das dores musculares persistentes, politópicas e com intensidade variável no tempo, inclui ainda outras queixas:



- Fadiga, que pode ser muito intensa (isto é, exaustão) e que chega a ser verdadeiramente incapacitante (ao contrário do cansaço vulgar esta fadiga não melhora com o repouso);


- Perturbações do sono, quer quantitativas (isto é, os doentes dizem que dormem pouco, acordam facilmente, têm insónias, etc.), quer qualitativas o que significa que o sono não é reparador (isto é, os doentes referem que acordam mais fatigados do que se deitaram na noite anterior);



- Alterações emocionais, como depressão e/ou ansiedade que são mais frequentes em doentes com FM do que em doentes com outras doenças reumáticas e são também mais frequentes nos familiares mais próximos daqueles do que destes;


- Deficiências cognitivas, traduzidas sobretudo por dificuldades da concentração, redução da memória e déficite de atenção;



- Dores com outra localização, como cefaleias e dores abdominais;


- Outros sintomas variados que se associam, de forma inconstante, intermitente ou continuadamente como por exemplo, colón irritável, adormecimento e/ou formigueiros dos membros, intolerâncias diversas (por ex. ruído/som, odores, luz).


Uma das "imagens de marca" da FM é a dissociação entre as queixas referidas pelos doentes (isto é, os sintomas) que são como se vê em grande número e muito variáveis, e os achados do exame objectivo realizado pelo médico (isto é, os sinais) que são praticamente inexistentes. Com efeito, além dos 18 pontos dolorosos à palpação (isto é, pressão digital) localizados em áreas precisas não se "encontra" mais nada.


Para se diagnosticar FM é necessária a existência de uma dor corporal generalizada (isto é, abaixo e acima da cintura e nas metades esquerda e direita do corpo) com mais de três meses (isto é, evolução crónica) de duração, e dos outros sintomas típicos já descritos.

O Colégio Americano de Reumatologia definiu, em 1990, os critérios da classificação da FM que incluem, além da referida dor generalizada, a existência de pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos de que falámos. Estes critérios têm sido, à falta de melhor, utilizados para o diagnóstico da FM.



No entanto, eles não são bem adaptados para esta função diagnóstica, nomeadamente no que se refere à existência dos pontos dolorosos, actualmente considerados muito pouco úteis para o diagnóstico pela maioria dos investigadores e clínicos que se dedicam ao estudo da FM e à assistência aos doentes que dela sofrem.




Prof. Doutor Jaime C. Branco



Presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Monday, April 7, 2008

CRIANÇAS ENURÉTICAS SOFREM DE DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO CEREBRAL, DISTÚRBIOS DO SONO E DE DISFUNÇÃO DA BEXIGA




Joana Borges



Segundo a International Children’s Continence Society (ICSS) as crianças que sofrem de Enurese Nocturna Primária (ENP) – também conhecido por fazer chichi na cama - apresentam perturbações ao nível da função cerebral, distúrbios do sono e disfunção da bexiga. Metade dos pais ignora esta problemática, e limitam-se a aguardar na esperança que a situação se resolva por si só.



Durante cerca de nove anos foram realizados três estudos com 264 crianças de Hong Kong, no qual foram avaliadas as diferenças relativamente à qualidade do sono, funcionamento do sistema nervoso central e performance cognitiva das crianças enuréticas em comparação com as crianças não-enuréticas. No primeiro estudo, compararam-se os padrões de sono de crianças enuréticas (35 crianças) e de crianças não-enuréticas (21 crianças de idades equiparadas).


As crianças foram observadas durante o sono através da polissonografia e monitorização contínua da bexiga. Concluiu-se que as crianças enuréticas apresentam uma qualidade de sono inferior às crianças não-enuréticas. As primeiras são frequentemente despertadas pela actividade da bexiga, e consequentemente, sofrem de distúrbios do sono, sono fragmentado, e privação de sono.


O segundo estudo comparou as consequências ao nível do funcionamento do sistema nervoso central das crianças enuréticas (52 crianças) e das crianças não-enuréticas (15 crianças de idades equiparadas).


Os resultados demonstraram que as crianças que fazem chichi na cama sofrem danos ao nível da função do tronco, região do cérebro que influencia o sono e outras funções fisiológicas vitais. No entanto, após o tratamento adequado para a ENP, são alcançados resultados normais quando comparados com os valores que apresentam as crianças não-enuréticas.


O terceiro estudo investigou o desempenho cognitivo de crianças enuréticas (95 crianças) e crianças não-enuréticas (46 crianças de idades equiparadas), foram avaliadas em termos de inteligência, concentração e atenção, memória a curto e longo prazo, rapidez de aprendizagem, rapidez de processamento e reacção. As crianças enuréticas apresentaram um pior desempenho nos testes realizados, demonstrando uma diminuição global do desempenho cognitivo.


Contudo, seis meses de tratamento combinado bem sucedido com a inclusão de medicação com a desmopressina e uroterapia (sendo o objectivo a correção da disfunção da bexiga) resultaram em melhorias significativas com a normalização dos distúrbios do sono, funções do tronco cerebral e desempenho cognitivo aumentado.


Segundo o Professor C. K. Yeung, Presidente da ICSS e investigador, «estes estudos permitiram um avanço na compreensão da enurese nocturna e sabemos agora que existe um diálogo entre a bexiga e o cérebro, em que a disfunção da bexiga pode induzir distúrbios do sono, diminuição significativa das funções do sistema nervoso central e da performance cognitiva. Mais importante, todos estes parâmetros podem ser corrigidos e significativamente melhorados após um correcto diagnóstico e um tratamento bem sucedido focalizado na disfunção da bexiga, o que melhorará significativamente o bem-estar das crianças enuréticas».


A enurese nocturna é a emissão involuntária de urina durante o sono que ocorre em crianças com mais de cinco anos de idade e na ausência de qualquer defeito do sistema nervoso central. Esta disfunção é comum e os índices de prevalência são semelhantes em todo o mundo. Na Europa, mais de cinco milhões de crianças sofrem de “chichi na cama” e esta condição é mais comum nos rapazes do que nas raparigas.





International Children’s Continence Society (ICCS)



O objectivo principal da ICCS é melhorar a qualidade e esperança de vida de todos os indivíduos com deficiência no funcionamento da bexiga, como problemas de armazenamento e de emissão da urina. A ICSS pretende aproximar-se deste objectivo aumentando em todos os aspectos o conhecimento nesta área problemática.





Fonte: Best News®

INFERTILIDDE É UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA. O QUE OS CASAIS PODEM ESPERAR DA NOVA LEI DA PMA?



Joana Borges



No âmbito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala a 07 de Abril, sendo este um dia para alertar o público sobre os principais problemas de saúde pública, é importante relembrar um em especial, com o qual cerca de 500 mil casais portugueses travam uma dura luta hoje em dia: a Infertilidade.




Estima-se que cada 1 em 7 casais tenha problemas de fertilidade, e que por ano surjam 10.000 novos casais com dificuldades em conceber. Além de todo o desgaste emocional a que esta doença conduz, o esforço financeiro exigido é, nalguns casos, insustentável para a média dos salários auferidos no nosso país, ascendendo aos 5.000 Euros por ciclo de tratamento, quando as probabilidades de se conseguir uma gravidez rondam os 30%.


Com a regulamentação da lei da Procriação Medicamente Assistida publicada em Fevereiro de 2008, algumas mudanças irão ocorrer, nomeadamente as regras de funcionamento, auditoria, inspecção e fiscalização dos centros de Procriação Medicamente Assistida (PMA), a formação das equipas, e protecção de dados pessoais, no entanto continuam a surgir muitas dúvidas e questões relativamente à sua implementação e execução, já que se trata de uma lei que vem colmatar um vazio legal que dura há mais de 20 anos.


Também, pela primeira vez, foram anunciadas para o Orçamento de Estado de 2008, medidas de apoio à natalidade que incluíam financiamento à PMA, mas até à data não foi apresentada a calendarização, nem os termos para a aplicação concreta destas medidas.


Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Infertilidade considera positiva a regulamentação da Lei, mas considera preocupante este atraso e falta de informação na execução do financiamento à PMA, uma vez que muitos casais estão a adiar os seus projectos de vida na expectativa de serem ajudados pelo SNS no tratamento da sua saúde reprodutiva. Também considera inquietante que as companhias de seguro não reconheçam a Infertilidade como doença.



O tratamento da infertilidade é uma questão de crescente impacto demográfico. Numa altura em que a diminuição da natalidade e a inversão da pirâmide etária constituem preocupações políticas eminentes, é fundamental um maior apoio aos casais inférteis.


A infertilidade é a incapacidade de um casal conceber após um ano de vida sexual contínua sem métodos contraceptivos. A infertilidade é um problema exclusivamente da mulher em 40% dos casos e do homem em 30% dos casos, no entanto, na maioria das vezes a infertilidade advém de problemas de ambos os parceiros ou a causa não é conhecida.





Fonte: Best News®

ACOMPANHADA DE SINTOMAS DE RINITE, CONJUNTIVITE ALÉRGICA : FORMA MAIS COMUM DE ALERGIA OCULAR



Sofia Filipe




A forma mais comum de alergia ocular não raras vezes se faz acompanhar de sintomas nasais de rinite e manifesta-se, sobretudo, por «olho vermelho».



«A alergia ocular consiste numa doença inflamatória da superfície ocular externa, frequentemente recorrente, apresentando--se geralmente por sinais e sintomas agudos, bilaterais, de prurido, por vezes sensação de ardência (queimor), lacrimejo, fotofobia, hiperemia (olho vermelho) e quemose (edema da conjuntiva). Nalgumas formas de alergia ocular há envolvimento palpebral com edema e reacção papilar na sua superfície interior (tarsal)», refere o Prof. Luís Delgado, imunoalergologista, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, vice-presidente da SPAIC – Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica



A alergia ocular manifesta-se por «olho vermelho», sendo uma apresentação clínica muito frequente, que causa mais de 60% das prescrições tópicas oftalmológicas.




Luís Delgado é autor, em conjunto com o Dr. Jorge Palmares, chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de S. João, no Porto, do livro Alergia Ocular. 25 Perguntas sobre Diagnóstico e Tratamento. E, no que diz respeito ao «olho vermelho», esclarece que «quando recidiva pode ser devido a alergia (geralmente prurido e lacrimejo), olho seco (ardência com sensação de “areia” e poucas lágrimas) ou querato-uveíte (dor e visão turva)».







Conjuntivite alérgica
e medicamentosa



Em mais de 50% dos casos, a conjuntivite alérgica é a forma mais comum de alergia ocular, sendo muitas vezes acompanhada por sintomas nasais de rinite (rinoconjuntivite alérgica).


Nas formas sazonais da Primavera é, normalmente, provocada por pólenes das gramíneas, oliveira e parietária. Nas formas persistentes (perenes), é causada pelos ácaros do pó da casa e pelos epitélios de animais domésticos, por exemplo, o gato .


«Já a “conjuntivite medicamentosa” (queratoconjuntivite tóxica) surge pelo uso repetido de medicação ocular tópica e toxicidade ou sensibilização aos seus constituintes, geralmente os conservantes», observa Luís Delgado, salientando que «os conservantes utilizados nos colírios oftálmicos (cloreto de benzalcónio, timerosal) são a principal causa».


A pele fina das pálpebras é também particularmente susceptível a reacções de alergia de contacto. Por isso, além dos constituintes e conservantes dos tópicos oculares, vários produtos de cosmética podem também estar envolvidos.


De acordo com o autor de Alergia Ocular. 25 Perguntas sobre Diagnóstico e Tratamento, «curiosamente, não são os de uso directo nos olhos que colocam mais problemas de diagnóstico. Os cosméticos aplicados no cabelo, na face ou nas unhas podem ser inadvertidamente transferidos para os olhos, provocando sensibilização, por vezes, sem qualquer sintoma no ponto de origem, onde a epiderme é mais espessa».


As armações dos óculos, as respectivas dobradiças e parafusos metálicos, assim como instrumentos de cosmética ocular (eyeliners), podem originar eczema de contacto periorbitário em doentes sensibilizados ao níquel, por exemplo.




Evitar ácaros e pólenes


Se a prevenção da alergia de contacto a um objecto ou produto passa por simplesmente evitar o dito contacto, o mesmo não se poderá dizer em relação a outros alergénios, como os pólenes ou os ácaros.



Tal como acontece com outras manifestações alérgicas, previne-se o desencadear ou agravamento da alergia ocular através de medidas de evicção.


É fundamental evitar a acumulação de pó na casa e a proliferação de ácaros nos quartos, nos casos de conjuntivite alérgica persistente ou queratoconjuntivite atópica, quando existe IgE específica para os ácaros do pó da casa e uma relação clínica com os sintomas (agravamento nocturno e/ou ao levantar e no Outono/Inverno).


«Os ácaros domésticos (Dermatophagoides pteronyssinus e Dermatophagoides farinae) são a principal fonte alergénica do pó da casa, alimentando-se das escamas que continuamente se libertam da pele humana e de certos bolores», menciona Luís Delgado, acrescentando:


«O seu crescimento é facilitado pelo calor e, sobretudo, pela humidade. Daí que seja no quarto de dormir – na roupa da cama, nas almofadas, cobertores e, sobretudo, nos colchões – que eles existem em maior abundância e, particularmente, a partir de Outubro e durante todo o Inverno.»


Como não poderia deixar de ser, nas conjuntivites alérgicas com sensibilização aos pólenes e agravamento sazonal interessa diminuir a exposição àqueles alergénios.


No nosso País, a época polínica inicia-se em fins de Fevereiro/Março (pólenes de árvores), tem um pico máximo em Maio/
/Junho (gramíneas) e termina em Julho, por vezes, um pouco mais tarde (parietária).


Deste modo, durante este período, «deve evitar-se caminhar em grandes espaços relvados ou cortar relva, andar na rua nos dias de vento forte, em dias quentes e secos e nas primeiras horas da manhã, pois, são alturas em que há maior polinização», aconselha o especialista, apontando outras medidas preventivas a ter durante a época polínica:


«Na Primavera, é também de evitar andar de moto ou bicicleta, praticar campismo, caça ou pesca. Deve-se viajar com as janelas do carro, autocarro ou comboio fechadas e usar óculos escuros de protecção quando se anda na rua, com 100% de filtração ultravioleta!»




Soluções terapêuticas



O uso de medicamentos tópicos no local da reacção alérgica é, hoje, uma das principais estratégias terapêuticas, pois os efeitos são rápidos e há uma diminuição dos eventuais efeitos sistémicos.



«Os agentes farmacológicos desenvolvidos mais recentemente para uso tópico ocular têm múltiplos mecanismos de acção. É o caso dos fármacos de dupla acção – anti-histamínicos de acção rápida e com efeito estabilizador dos mastócitos – que são usados de uma forma mais cómoda (duas vezes por dia) e eficaz», avança Luís Delgado, acrescentando:



«Alguns estudos recentes demonstram também que a aplicação de tópicos oculares pode melhorar os sintomas nasais da rinite, mas não vice-versa.»



E continua: «No entanto, a coexistência de uma rinite aumenta as queixas do doente, diminui a sua qualidade de vida e mantém uma inflamação local, que pode favorecer a penetração do alergénio. Assim, os anti-histamínicos orais não sedativos podem melhorar também os sintomas conjuntivais quando estes se associam à rinite e poderão ser utilizados em tratamento único, em formas ligeiras e intermitentes.»



Os corticosteróides tópicos são também muito eficazes na alergia ocular, dado suprimirem múltiplos passos da reacção inflamatória.



Todavia, Luís Delgado adverte que «por se associarem ao atraso na cicatrização do epitélio corneano, aumento da tensão intra-ocular (glaucoma), formação de catarata e imunossupressão local, com consequente risco de sobreinfecção da córnea e da conjuntiva, a sua utilização deve ser cuidadosa, por períodos curtos e monitorizada por oftalmologistas».





A prevalência




Ainda não existem informações epidemiológicas precisas sobre as conjuntivites alérgicas, quer a nível nacional, quer a nível internacional. Muitas vezes, os sintomas referidos em diversos inquéritos estão associados a perguntas que têm a ver com outras manifestações alérgicas, como a rinite.



No entanto, alguns dados referentes a outras manifestações clínicas da alergia permitem ter uma ideia da evolução epidemiológica provável das conjuntivites alérgicas.


Segundo Luís Delgado, «pelo menos 15% da população europeia com menos de 30 anos tem rinite. A prevalência em Portugal, para a rinite, é de cerca de 10% na população adulta e, pelo menos, 20% nas crianças; para a rinoconjuntivite, os dados dos inquéritos realizados na população infantil (ISAAC) correspondem a cerca de metade da prevalência de rinite, portanto entre 8 a 13%».




Quando a conjuntivite
não é alérgica...



Perante uma conjuntivite, resta ao clínico definir se é alérgica ou infecciosa.


«Na conjuntivite infecciosa (bacteriana ou vírica) predominam as secreções seromucosas e formação de crostas matinais em contraste com a lágrima límpida e o prurido da alergia», elucida o imunoalergologista, prosseguindo:


«Em contraste com a alergia ocular, bilateral, com frequência as conjuntivites infecciosas são assimétricas, associando-se a sintomas de recente infecção respiratória alta e, nas víricas, a adenopatias pré-auriculares ou submandibulares.»


«Na suspeita de conjuntivite alérgica raramente é necessário pedir exames laboratoriais numa primeira aproximação, pois os elementos da história clínica e do exame oftalmológico são os mais determinantes para o diagnóstico», aponta o vice-presidente da SPAIC.


Contudo, numa conjuntivite alérgica persistente ou recidivante, são importantes os testes cutâneos e/ou a quantificação sérica da IgE específica, nomeadamente para revelar o(s) alergénio(s) implicado(s).







Fonte: Medicina & Saúde®

Wednesday, April 2, 2008

DA VACINA AO TRANSPLANTE: AS DOENÇAS DO FÍGADO PODEM DESENVOLVER-SE SEM SINTOMAS



Prof. Rui Tato Marinho



Uma das características das doenças do fígado é que podem desenvolver-se sem qualquer sintoma. Os exames complementares – laboratoriais e de imagem – são assim indispensáveis. Medicamentos para as hepatites são eficazes.



O fígado é o nosso maior órgão, pesando cerca de 1,5 quilos. Localiza-se à direita, na parte superior do abdómen, por baixo das costelas.


Tem múltiplas funções. Há quem diga cerca de cinco mil: produção de proteínas, armazenamento de vitaminas, reserva energética, síntese de gorduras, eliminação de produtos tóxicos, digestão dos alimentos, defesa contra agentes (bactérias e vírus), etc. A vida é incompatível sem fígado.


Nos últimos 40 anos, o avanço tecnológico da medicina, a par da intensa actividade dos médicos, permitiu que o conhecimento das doenças do fígado tivesse um assinalável progresso.


Os avanços mais marcantes nas últimas décadas, no que diz respeito às doenças do fígado, foi a descoberta dos vírus das hepatites A, B, C, D e E. Destas, as que se podem tornar crónicas e provocar cirrose são a B, C e D (esta última, com reduzido significado actual, aparece sempre associada à hepatite B). Os vírus das hepatites B e C são carcinogénicos podendo facilitar o aparecimento do cancro primitivo do fígado (carcinoma hepatocelular ou hepatoma). Segundo a Organização Mundial de Saúde, o vírus da hepatite B é o segundo carcinogénico mais importante a seguir ao tabaco.


Produziu-se a vacina da hepatite B que tem salvo milhares de vidas, e a vacina da hepatite A.


Existem de momento medicamentos eficazes para tratar as duas hepatites que se tornam crónicas. A hepatite C consegue curar-se em 60 por cento dos casos. A hepatite B é praticamente impossível de curar quando se torna crónica, mas pode ser controlável, impedindo a sua progressão, com vários medicamentos.




Transplante de fígado


Outro dos grandes avanços foi o transplante hepático, disponível em Portugal desde há quinze anos. Os resultados são semelhantes às boas equipas estrangeiras e fazem-se em Portugal cerca de 200 por ano. Cerca de 70 a 80 por cento dos doentes transplantados estão vivos ao fim de dez anos, o que não seria possível sem terem efectuado o transplante. O transplante hepático permitiu também alguma hipótese de cura aos doentes com hepatoma, caso seja detectado cedo, habitualmente por ecografia abdominal.


A doença do fígado que mais mata em Portugal é a cirrose alcoólica. Na Europa, é a cirrose por hepatite C. A nível mundial, a cirrose por hepatite B.


A cirrose é um estado de destruição do fígado em que existe morte das suas células, aparecimento de cicatrizes (fibrose), alteração da sua estrutura e mais tarde perturbação grave das suas funções. Pode surgir icterícia (olhos amarelos), ascite (barriga de água), alterações mentais (encefalopatia), rotura de varizes do esófago, o cancro do fígado (hepatoma), entre outros.


Uma das características das doenças do fígado é que se podem desenvolver sem qualquer sintoma. Ou seja, pode existir cirrose hepática sem qualquer tipo de queixa.


Por isso, hoje em dia, o estudo das doenças do fígado é fortemente apoiado em exames complementares indispensáveis e indissociáveis do médico para o diagnóstico e tratamento das doenças do fígado, como sejam, os múltiplos e variados exames laboratoriais (análises ao sangue), bem como os exames de imagem (Ecografia, TAC, Ressonância Magnética Nuclear).




Prof. Rui Tato Marinho


Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

COMO PREVENIR E TRATAR: INCONTINÊNCIA URINÁRIA


Ana Sofia Tomás e Cláudia Pinto


Um estudo recente revela que cerca de 600 mil portugueses são afectados por incontinência urinária. Trata-se de um problema altamente incapacitante que causa, naturalmente, uma marcada diminuição na qualidade de vida pessoal e social. Contudo, a incontinência urinária é um problema que é tratável, como nos explica o Presidente da Associação Portuguesa de Neuro-urologia e Uro-ginecologia (APNUG), Dr. Paulo Vale, e o Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), Professor José Martinez de Oliveira.



O que é a incontinência urinária?


Segundo o estudo mais recente, de 2005, a incontinência urinária (IU) afecta cerca de 600 mil portugueses. Segundo a definição da ICS (International Continence Society), a IU é a perda involuntária de urina demonstrada objectivamente e que se torna um problema de higiene ou social.


“A IU é transversal à sociedade atingindo ambos os sexos e todas as idades. O grupo de mulheres entre os 45 e 65 anos é contudo predominante e de maior visibilidade por ser num período de grande actividade profissional e social da mulher. Nesta fase, por cada três mulheres incontinentes existe apenas um homem”, afirma o Dr. Paulo Vale. A maior frequência de IU nas mulheres dá-se devido à sua própria anatomia “dado a uretra ser mais curta, enquanto que a fisiologia implica a existência de traumatismos desta área durante o parto e a bipedestação que tende ao prolapso”, acrescenta o professor José Martinez de Oliveira.




Há três tipos de incontinência urinária


“A incontinência urinária de esforço em que a perda de urina surge com o esforço (tosse, riso, espirro, saltar…). Há aumento da pressão abdominal e o esfíncter não tem força suficiente para suster a saída de urina. Para esta situação contribuem os traumatismos provocados pelos múltiplos partos que acabam por ter uma relação directa com o problema de IU uma vez que favorecem a fragilização dos músculos do períneo da mulher. No homem, as doenças da próstata, sobretudo os tumores malignos, podem levar à necessidade de ablação do órgão - a prostatectomia radical. Transitoriamente, após esta operação pode ocorrer IU.


A IU por urgência em que se verifica uma vontade imperiosa de urinar que determina a perda. Este tipo de IU é mais frequente no idoso e está relacionado com o processo de envelhecimento dos órgãos.


Por fim, temos o tipo misto que consiste na associação das duas anteriores”, explica o Dr. Paulo Vale.




Como prevenir


A prevenção na IU de esforço na mulher pode ser feita sobretudo na fase após o parto, pelo que o tratamento ideal consiste na realização de treinos musculares perineais, ditos de Kegel, afirma o Presidente da SPG.



“Estes tratamentos devem ser efectuados com orientação médica. Se a doente estiver motivada e for persistente os resultados são bons. Por seu turno, na IU por urgência há uma série de medidas preventivas que têm a ver com o dia-a-dia do doente, normalmente idoso. Assim, deve-se adequar a ingestão de líquidos com um horário de micções, a toma de medicação diurética, a disposição do mobiliário de casa ou lar e acessibilidades a sanitários, entre outros”, esclarece Paulo Vale.




Tratamento



Muitas mulheres incontinentes consideram a perda de urina involuntária como algo associado ao

envelhecimento. Contudo, hoje em dia, este problema já pode ser contornado, uma vez que existe tratamento. “Depois de avaliado e feito o correcto diagnóstico o tratamento é muito eficaz. Assim, na IU de esforço ligeira a re-educação vesico-esfincteriana tem bom resultado. Nos casos mais severos dispomos de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas com 90% de taxa de cura. Na IU por urgência, a medicação com as novas moléculas de anti-muscarinicos é também bastante eficaz. Nos casos resistentes à terapêutica oral, a injecção intra-vesical de toxina botulinica tem revelado excelentes resultados”, conclui o Dr. Paulo Vale.





Fonte: Jornal do Centro de Saúde
 

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