Thursday, October 30, 2008

ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO



Dr. Rui Almeida


A aorta é a artéria que recebe todo o sangue ejectado pelo ventrículo esquerdo do coração e é dela que têm origem todas as artérias que levam sangue arterial a todas as partes do corpo.





Inicia-se logo após a válvula aórtica do coração, desce do tórax para o abdómen junto à coluna. Ao nível que corresponde ao do umbigo, a aorta divide-se em duas artérias, as ilíacas, que levam o sangue para os membros inferiores.




Conforme vamos envelhecendo, envelhece também a parede das artérias, sob a forma de aterosclerose. A aterosclerose origina um espessamento da parede das artérias que pode resultar numa redução do calibre (estenose) até à oclusão total. Por vezes as artérias em vez de se estreitarem, dilatam--se e aumentam o seu calibre em mais de 50%, formando-se assim um aneurisma.




A localização mais frequente desta dilatação é na aorta abdominal, abaixo da saída das artérias que irrigam os rins. Raramente o aneurisma da aorta abdominal (AAA) dá sintomas. As pessoas magras poderão sentir uma pulsatilidade anormal no abdómen ao nível do umbigo. Frequentemente formam-se coágulos dentro dos aneurismas.




Estes coágulos podem obstruir completamente a aorta ou desprender-se e obstruir as artérias dos membros inferiores, provocando isquemia (falta de irrigação). O aneurisma pode ainda, se crescer muito, comprimir o intestino e as vias urinárias provocando dor abdominal ou lombar.




É frequente que os primeiros sintomas de um AAA surjam só quando este rompe. Dor na região dorsal e lombar, "suores frios", palidez, desmaio acompanhado de tensão arterial progressivamente baixa, são sinais de ruptura do aneurisma com perda de sangue para dentro do abdómen, e que muitas vezes são causa de morte súbita.




Quando um médico palpa o abdómen do doente poderá fazer o diagnóstico que será mais difícil em situação de aneurismas pequenos ou de obesidade abdominal. A ecografia abdominal confirmará o diagnóstico.




Pessoas com mais de 65 anos, fumadores, hipertensos, com colesterol alto, antecedentes familiares de AAA ou com doença das artérias dos membros inferiores, devem fazer uma ecografia de rastreio do AAA. A principal razão do tratamento do aneurisma é evitar a ruptura, que tem uma mortalidade operatória superior a 50%.



Há mais de 50 anos que esta cirurgia se realiza, quase sempre através de uma longa incisão abdominal, abertura do aneurisma depois de interromper a circulação na aorta acima do aneurisma, e colocação de um tubo de tecido (prótese) que substitui o segmento da aorta dilatado, e que é fixado com pontos acima e abaixo do aneurisma.




A taxa de complicações desta cirurgia é inferior a 15% e o risco de morte ronda os 5%. É realizada com anestesia geral e o doente passa um ou dois dias na unidade de cuidados intensivos.




Desde a década de 90 que existe um tratamento que não implica anestesia geral e abertura do abdómen. Com introdução de uns tubos através das artérias femorais (nas virilhas) sob anestesia local ou epidural (na coluna) é possível colocar dentro da aorta, próteses que se fixam através de anéis auto-expansíveis de metal e isolam o aneurisma (cirurgia endovascular).




Apesar dos bons resultados e da menor agressividade desta técnica, a sua relativa novidade, não nos permite estabelecer a sua durabilidade a longo prazo, pelo que só se aplica a doentes mais idosos ou com outros problemas de saúde associados, que aumentam o risco da cirurgia clássica.




Em Portugal, os Serviços de Cirurgia Vascular praticam de uma forma geral quer um quer outro destes procedimentos, com muito bons resultados.





Nem todos os AAAs têm de ser imediatamente operados. Aneurismas com menos de 4cm podem ser mantidos em observação, a menos que cresçam mais de um centímetro num ano. Só a partir dos 5,5 cm no homem e 5cm na mulher, em quem são menos frequentes, se põe a indicação cirúrgica, que é o único tratamento curativo.





Dr. Rui Almeida,

Médico de Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar do Porto

Hospital de Santo António









Fonte: Saúde em Revista

Tuesday, October 28, 2008

APARELHOS NOS DENTES CADA VEZ MAIS COMUNS

Clique no título para visualizar o vídeo.


O LEITE NO COMBATE À OSTEOPOROSE



Os ossos passam por um processo de constante remodelação, ao longo de toda a vida. O equilíbrio entre a desmineralização (degradação do tecido ósseo velho) e remineralização (deposição de tecido ósseo novo) altera-se à medida que a idade avança, tendendo para um maior enfraquecimento. A nutricionista Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa (CNAM), Fernanda Cruz, ajuda-o a perceber de que forma o leite se assume como um forte aliado para ossos fortes e saudáveis, em todas as etapas da vida.





O que é o cálcio e quais as suas funções no organismo?




O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano. Mais de 90% do cálcio presente no nosso organismo encontra-se nos ossos e dentes; o restante encontra-se nas células e em circulação no sangue. Para além de fazer parte da estrutura dos ossos, o cálcio é necessário para a contracção muscular, transmissão nervosa e coagulação sanguínea. Se não ingerirmos cálcio em quantidades suficientes, o organismo recorre às reservas de cálcio nos ossos para a manutenção das suas funções.





Qual a importância do leite?




O leite é um alimento de elevada densidade nutricional, pois aporta uma grande variedade de nutrientes importantes para o bom funcionamento do nosso organismo. A sua composição nutricional distingue-se de todos os outros alimentos. Por isso, ao leite e seus derivados pertence uma fatia importante da Roda dos Alimentos: 18% da nossa alimentação diária. Vários estudos assinalam que a ingestão de leite e outros produtos lácteos aumenta a densidade nutricional e a qualidade da alimentação.





Como é composto o leite?




O leite é rico em proteínas de alto valor biológico, que nos oferecem todos os aminoácidos essenciais, em vitaminas A, B2 e B12. É, ainda, uma excelente fonte de minerais, como o cálcio, fósforo, potássio e zinco. O leite e produtos lácteos são os maiores fornecedores de cálcio na nossa alimentação, porque as porções habituais de consumo contêm elevado teor de cálcio, relativamente a outros alimentos (ex.: vegetais de folha verde escura, leguminosas, frutos secos) e, por outro lado, o cálcio proveniente dos alimentos lácteos é bem absorvido pelo nosso organismo.





Quais as razões que provocam a perda de massa óssea?




A perda de massa óssea está relacionada com vários factores. Entre os principais factores contam-se a idade, um estilo de vida sedentário e uma alimentação pobre em cálcio e vitamina D. A alimentação é um dos principais factores que influenciam o desenvolvimento de osteoporose. O consumo excessivo de álcool e cafeína são promotores do desequilíbrio a favor da perda de massa óssea, por isso, há que evitar exageros.





De que forma o cálcio ajuda a prevenir a osteoporose?




A ingestão de cálcio é um factor importante na formação de ossos saudáveis. O cálcio que o nosso corpo necessita só pode ser obtido através da alimentação. Se ingerimos cálcio suficiente, contribuímos para a remineralização dos ossos e, ao mesmo tempo, contrariamos a necessidade de gastar as reservas de cálcio dos ossos para outras funções no organismo.




O consumo de cálcio é importante durante toda a vida. Na infância e adolescência ajuda à construção de ossos fortes e contribui para atingir o pico máximo de massa óssea. Durante a idade adulta e nos mais velhos, o cálcio é importante para manter e reparar a massa óssea, contrariando a degradação excessiva ou acelerada. Mesmo nas pessoas que já têm uma densidade de massa óssea inferior ao normal, a ingestão de cálcio é importante para reparar os ossos e contribuir para travar ou abrandar a evolução da doença.






Qual o peso da alimentação na manutenção da saúde?




Actualmente, a nossa sociedade caracteriza-se pela falta de tempo e por uma alimentação que converge para a monotonia. Por esta razão, há espaço para a ocorrência de desequilíbrios nutricionais. Uma alimentação equilibrada que inclua alimentos especiais desenvolvidos para grupos específicos da população pode apresentar-se como uma ajuda importante para manter a saúde e bem-estar.




O leite apresenta um perfil de eleição para funcionar como veículo de enriquecimento da alimentação diária, porque é um alimento com elevado valor nutricional e com um lugar reconhecido no contexto de uma alimentação saudável.





Em termos de investigação, tem havido avanços no que diz respeito ao leite?




A investigação em torno do leite tem uma dimensão mundial e uma das vertentes recentes foca-se, essencialmente, na relação entre o consumo de leite e nutrientes que o constituem e os benefícios para a saúde que daí advêm. Estudos recentes demonstram uma associação entre o consumo de leite e produtos lácteos magros exercem um efeito protector relativamente a doenças cardiovasculares. Outros estudos comprovam efeitos benéficos do leite no controlo do peso corporal.




Entre os nutrientes lácteos, destaca-se o cálcio, com uma associação positiva na regulação da pressão arterial e aos tipos de gorduras, como os conjugados do ácido linoleico (CLA), com uma associação positiva ao nível da redução da massa gorda corporal, modulação do sistema imunitário, diabetes, dislipidemias e aterosclerose.








Como obter a vitamina D?




Existem, essencialmente, duas vias:




- Exposição solar: o nosso corpo é capaz de produzir vitamina D após exposição directa da pele ao sol;




- Alimentação: as maiores fontes alimentares de vitamina D são a gema de ovo, manteiga, fígado, peixes gordos (ex.: sardinha, salmão, atum). Para além destes, os alimentos fortificados em vitamina D constituem uma boa opção para aumentar a sua ingestão. Os leites especiais têm uma composição nutricional ajustada (por exemplo, através do enriquecimento em um ou mais nutrientes), de forma a adequar-se às diferentes necessidades específicas. Um exemplo é o leite enriquecido em cálcio e vitamina D, que ajuda a assegurar a ingestão diária de cálcio, sendo um aliado importante na protecção contra a osteoporose.








CNAM: uma década dedicada ao desenvolvimento de leites especiais




O Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa (CNAM) dedica-se ao desenvolvimento de leites especiais, que possam contribuir para melhorar a ingestão de nutrientes essenciais e o bem-estar dos Portugueses. O CNAM participa activamente no desenvolvimento destes tipos de leite, com o envolvimento de uma equipa multidisciplinar de várias áreas - desde a alimentação e saúde, até à engenharia e biotecnologia. Cada leite especial tem uma forte base científica, quer a nível da sua composição nutricional, quer a nível da aceitação e adequação ao consumidor português, o que, de alguma forma, fundamenta o seu sucesso.




Os leites especiais são destinados a todas as idades, desde crianças a adultos, respeitando estados fisiológicos particularmente exigentes como a gravidez ou a amamentação. Para além disso, também existem leites especiais para as exigências e especificidades de cada indivíduo, como por exemplo, leites especiais para intolerantes à lactose, leites especiais para ajudar a manter a saúde do coração, leites especiais que ajudam a regularizar o trânsito intestinal, entre outros.







Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Monday, October 27, 2008

DOENÇA VENOSA CRÓNICA



Dr. E. Serra Brandão


A doença venosa resulta de uma alteração estrutural do sistema venoso dos membros inferiores, em que as veias perdem a função de transportar o sangue venoso, já usado, para o coração.





Esta situação resulta num sofrimento das veias o que origina o aparecimento de telangiectasias, «derrames», no aparecimento de varizes, e repercute-se na micro-circulação, responsável pelas formas mais avançadas da doença, de que são exemplo os eczemas venosos, várias alterações da pele, as flebites, a hiperpigmentação e, no seu estado mais grave, a úlcera de perna.




Na origem da Doença venosa há sempre um ou mais factores determinantes, que podem ser de origem genética ou secundários a um factor circunstancial. O factor genético é responsável pela doença venosa primária, de início insidioso e com evolução mais ou menos lenta. Os factores circunstanciais são vários, entre os quais se destacam a trombose venosa profunda, os traumatismos, as terapêuticas hormonais femininas, a gravidez e um número considerável de factores causais como a obesidade, o ortostatismo prolongado, a tomada excessiva de calor, obesidade, a obstipação, etc.




Calças e outro vestuário muito apertado são, de todo, desaconselháveis, bem como o uso de sapatos rasos ou, pelo contrário, com um salto superior a cinco centímetros.




Desportos como ténis, voleibol, futebol, aeróbica e equitação também não são recomendáveis.




Em qualquer estádio da doença venosa, o exercício físico adequado, a contenção elástica eficaz, as medidas higieno-dietéticas e a medicação com flebotropos, revestem-se de suma importância.




Como a insuficiência venosa afecta mais a população feminina, é fundamental que, antes de engravidar, a mulher saiba se é portadora ou potencial doente venosa porque são duas situações incompatíveis.




Assim, a doença venosa deve ser tratada desde os primeiros estados da sua evolução, e deve ser prevenida eliminando ou evitando, quando possível, os factores de risco.




O diagnóstico faz-se, normalmente, através do exame clínico e da técnica ecográfica vascular, como é o caso do Eco Doppler a cores.







Actualmente os tratamentos curativos são cada vez menos agressivos, os tratamentos paliativos mais eficazes, e os tratamentos preventivos mais frequentes. Isto deve-se a um melhor conhecimento da doença bem como ao seu diagnóstico precoce feito através de métodos atrás referidos.




No que diz respeito aos medicamentos flebotropos, estes são de grande importância porquanto conferem elasticidade as veias melhorando as condições circulatórias e alguns, actuando também na circulação capilar e com acção anti-inflamatória específica das veias, aliviam a dor e evitam o aparecimento de flebites.




Em relação à contenção elástica, esta deve ser prescrita caso a caso (meia, meia até à raiz da coxa ou collant) e com tensão suficiente para reduzir os efeitos da pressão venosa nos membros inferiores.




A escleroterapia «secagem» e o laser transcutâneo estão indicadas no tratamento das telangiectasias e varizes reticulares (varizes de pequeno calibre). Quando a indicação é correcta e a execução efectuada com rigor, tem excelentes resultados, não só no que respeita aos sintomas mas também no que se refere à estética.




Nas varizes mais volumosas, ou nas dependentes dos sistemas das safenas interna ou externa, a cirurgia é a única solução.




Nos estados iniciais a cirurgia pode ser efectuada em regime ambulatório, sob anestesia local ou loco regional, por procedimento endovascular com LASER através de fibra óptica ou por ressecção das varizes com mini incisões cutâneas. A preocupação dominante do cirurgião vascular nesta patologia é, não só a cura da lesão, mas também o resultado estético.




Nas situações mais avançadas e mais graves, a cirurgia é mais complicada, requerendo anestesia geral ou intradural, do que decorre a necessidade de internamento hospitalar, geralmente por tempo não superior a 24 horas.




Para além do diagnóstico precoce e dos tratamentos adequados, é de realçar a importância das medidas preventivas aplicadas a seu tempo. Com estes procedimentos evitar-se-á não só a progressão da doença para formas de maior gravidade mas também associarmos a estética ao bem-estar.




A importância e dimensão desta doença traduz-se pelo facto de que: 1/3 dos portugueses sofre de doença venosa crónica dos membros inferiores; cerca de 2 milhões de mulheres portuguesas em idade activa sofre de doença venosa; actualmente cerca de 1,5% destes doentes são portadores de úlcera de perna, o que ainda é muito, mas bastante menos que há uns anos, devido ao tratamento precoce e continuado.








Dr. E. Serra Brandão,

Cirurgião Vascular e

Director do Instituto de Recuperação Vascular (IRV)








Fonte: Saúde em Revista

Sunday, October 26, 2008

OSTEOPOROSE: QUANDO OS OSSOS COMEÇAM A ENFRAQUECER



Daniela Gonçalves


A osteoporose "é uma doença que provoca uma diminuição da resistência dos ossos que assim ficam mais frágeis e partem com mais facilidade, ou seja, com traumatismos mínimos que, em princípio, não partiriam um osso normal", explica a Dr.ª. Viviana Tavares, reumatologista e presidente da Associação Nacional contra a Osteoporose (APOROS).





As mulheres que se encontram na fase posterior à menopausa e os idosos são o principal grupo de risco. Nos cinco ou dez anos após a menopausa, devido à perda de estrogénios, há uma perda considerável e rápida de densidade óssea nas mulheres. Segundo afirma Viviana Tavares, as mulheres que entram cedo na menopausa (antes dos 40 anos) "apresentam um risco superior de virem a ter osteoporose".




A osteoporose não manifesta sintomas, daí que o doente apenas se aperceba de que tem a doença quando sofre uma fractura, momento em que surgem as dores. Um dos problemas é que, frequentemente, a fractura vertebral ocorre sem os doentes se aperceberem. Nas fracturas dos ossos longos, há um período de dor mais intensa, mas, após quatro a seis semanas, a consolidação da fractura está feita sem problemas. Já a fractura da anca, que atinge mais os idosos, é a mais grave por aumentar a morbilidade e a mortalidade.


De acordo com a especialista, as fracturas são mais frequentes nos ossos do punho, nas vértebras, na anca - fractura do colo do fémur e no ombro (colo do úmero), embora qualquer osso possa partir como consequência da osteoporose. Geralmente, ocorrem devido a uma queda ou traumatismo mínimo mas as fracturas vertebrais podem ser originadas mesmo sem qualquer traumatismo aparente. No entanto, nem todas as pessoas com osteoporose sofrerão fracturas.








Diagnóstico




A existência de fracturas derivadas de traumatismos - mesmo que sejam mínimos - facilita o diagnóstico, embora este deva ser realizado antes da sua ocorrência. Para o Prof. Jaime Branco, reumatologista e presidente da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), a densitometria óssea é o meio de elaborar o diagnóstico operacional. "Trata-se de um método standard que mede a massa óssea ao nível do fémur proximal e da coluna lombar (entre as vértebras 2 e 4).". Ressalva, no entanto que "não é um exame de rastreio para todas as mulheres que entram na menopausa". Ou seja, deve ser realizado apenas quando estão presentes factores de risco. Embora, a sua realização seja aconselhada, para despistar a doença, no caso de mulheres com mais de 65 anos e homens com mais de 70.








Consolidação dos ossos




A fase da adolescência é fundamental na construção da massa óssea, já que corresponde ao período em que se adquire a maioria da densidade óssea. "Quer para raparigas, quer para rapazes, a fase entre os 13 e os 15 anos é crucial. Depois de parar o crescimento em altura, o osso continua a ganhar espessura, como se fosse uma árvore, até aos 30 anos, idade em que se atinge o pico de massa óssea, ou seja, a quantidade máxima de massa óssea", explica Viviana Tavares.






A educação dos jovens é decisiva, devendo os pais preocuparem-se em incentivar os seus filhos a seguirem uma dieta saudável e a praticarem exercício físico. E devem estar atentos à vulnerabilidade das filhas de virem a desenvolver anorexia e bulimia, pois estes distúrbios alimentares aumentam o risco de osteoporose.




Assim, como assegura o Dr. Nuno Nunes, da direcção da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN), a prevenção e tratamento da osteoporose passam pela ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D. "O leite e seus derivados (queijo e iogurtes) são os alimentos que mais contribuem para a manutenção e fortalecimento da massa óssea, mas existem outros que importa realçar. São eles o espinafre, a couve-galega e rama de nabo, as sardinhas em conserva e os peixes que se comem com espinha."




A fixação do cálcio nos ossos é facilitada pela ingestão de alimentos compostos pela vitamina D. Alimentos como óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, manteiga, peixes gordos (sardinha, atum, salmão, cavala...) são, segundo o nutricionista, "excelentes fontes de vitamina D".








Importância de seguir a terapêutica




No caso dos doentes que apresentam um elevado grau de risco de fractura, é fundamental seguir uma terapêutica. O doente deve esclarecer com o seu médico as suas dúvidas face ao tratamento da doença, nomeadamente, informar-se sobre a necessidade de fazer uma medição da massa óssea (densitometria), para calcular o seu risco de fractura. E, caso seja necessário, "ser medicado", refere a Viviana Tavares.




Já Jaime Branco realça que "os doentes não devem realizar mais do que duas densitometrias durante o tratamento, pois os ossos respondem lentamente". Existe ainda um instrumento que, através da introdução de características do doente, permite calcular o risco de fractura nos próximos dez anos, mesmo sem densitometria: o FRAX.




A dirigente da APOROS aconselha "o doente a fazer sempre um suplemento de cálcio e vitamina D se tiver uma alimentação que não cubra as necessidades do organismo, cumprindo essa terapêutica" A especialista adianta, ainda, que o facto de a doença não apresentar sintomas é um entrave ao seguimento deste tratamento. "Isto contribui para que mais de metade das mulheres pare a terapêutica antes do tempo, o que vai potenciar ainda mais o seu risco."








Quais os factores de risco?




Há factores de risco incontornáveis válidos para homens e para mulheres. O historial de doença osteoporótica na família é o principal. Mas é fundamental conhecer aqueles que se podem evitar e que são o seguimento de uma dieta pobre em cálcio, o sedentarismo e o tabagismo. Outro dos factores de risco é o consumo de medicamentos que interferem na massa óssea, sendo o mais conhecido a cortisona. Certas doenças são igualmente factores de risco como, por exemplo, a artrite reumatóide, a espondilite e as doenças intestinais inflamatórias.





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Wednesday, October 22, 2008

PAI DOS DIAS DE HOJE PARTILHA TAREFAS NA VIDA FAMILIAR



João Tomásio

A emancipação feminina alterou a dinâmica familiar e hoje o homem está mais participativo nas tarefas familiares. Não só gere tarefas domésticas como intervém activamente na vida do filho. Foram estas as principais conclusões do debate à volta do papel dos ‘Pais no Século XXI', durante as VIII Jornadas de Saúde do Centro de Saúde de Sacavém (I Jornadas Loures-Sacavém).




A nova imagem do homem enquanto metrossexual mereceu também atenção, assim como o adolescente e o desenvolvimento da sua saúde nesta fase de transformações.



O papel actual da figura de pai esteve em debate no 1º dia das VIII Jornadas de Sacavém, a decorrer em Santa Iria da Azóia. A sociedade actual impõe uma exigência sócio-profissional que afasta os pais da tarefa de educar os filhos. Ao longo dos séculos, a sociedade atribuiu ao pai o papel de sustentar a família e à mãe o papel de criar os filhos e cuidar da casa. A emancipação feminina e a integração da mulher no mundo laboral alteraram a dinâmica familiar.



Por outro lado, o homem tem cada vez mais preocupação em se cuidar, daí o aparecimento de novas tendências.



‘A metrossexualidade tem que ver com uma afirmação social, profissional e sexual. O homem acha que uma boa imagem está associada a um homem de sucesso', afirma Biscaia Fraga, Director do departamento de Cirurgia Plástica da Cabeça e Pescoço d Centro Hospitalar de Lisboa ocidental E.P.E..



Segundo o especialista existem dois motivos: razões pessoais e a sociedade que rodeia o homem. Há profissões que exigem uma nova imagem, e que a pessoa tenha uma apresentação adequada. Isso consegue-se através dos cuidados da aparência. A forma de vestir, de estar, os cuidados com a pele, com o cabelo. Esses cuidados chegam também à cirurgia plástica, em especial ao rejuvenescimento facial e à mudança do aspecto e da forma, em situações que o próprio considera menos adequadas. As mais procuradas, no homem, são o nariz, as pálpebras, as orelhas e a gordura a nível mamário e do abdómen.







A adolescência



As principais causas de morte na adolescência têm razões comportamentais e ocorrem sobretudo através da violência, do suicídio e dos acidentes. De uma forma geral, os adolescentes recorrem pouco aos centros de saúde, funcionando o Exame Global de Saúde como uma oportunidade privilegiada para o contacto com o doente jovem. Dados do Centro de Saúde de Loures relativos a 2007 revelam que cerca de 30% dos adolescentes entre os 11 e os 13 anos realizaram o exame. Outros dados atestam que os rapazes, com apenas 9%, têm uma tendência muito inferior ás raparigas, com 91%, para procurar o centro de saúde.



Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a fase da adolescência situa-se entre os 10 e os 20 anos, altura em que os adolescentes enfrentam desequilíbrios extremos do ponto de vista social. Época em que começam a perder os direitos privilegiados que gozavam enquanto crianças.



Para o segundo dia do evento, estarão em destaque várias patologias associadas ao homem, como a disfunção eréctil, o cancro da próstata, a roncopatia, a andropausa, e a doença mental no masculino. Sobre este último tema, serão abordadas três patologias muito frequentes: as demências, o alcoolismo, e o stress pós-traumático.



Fonte: ADBDCommunicare, Consultores Associados

A MAÇÃ NÃO É TODA IGUAL



Andreia Pereira


Vermelhas, verdes, amarelas, pardas ou bicolores. Fala-se, pois, da maçã. Um fruto que, a julgar pelos benefícios funcionais, nada tem de proibido. Antes pelo contrário. Deve ser apreciado até à última dentada.





Diz o aforismo popular que "ingerir uma maçã por dia mantém o médico afastado". E, fazendo jus ao ditado, não há dúvida de que as propriedades antioxidantes deste fruto ajudam a prevenir doenças crónicas. "O consumo regular de maçãs contribui para reduzir os níveis de colesterol no sangue, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares", defende o Dr. Domingos de Almeida, coordenador do estudo "Caracterização nutritiva, funcional e bioactiva de variedades da maçã de Alcobaça".




Para além das propriedades nutricionais, os flavonóides e outros compostos funcionais "protegem e melhoram a saúde". O investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica ressalva, porém, que para surtir efeito, a ingestão desta fruta deve estar "inserida numa dieta equilibrada".








Na saúde e na doença




A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a "ingestão diária de pelo menos 400 gramas de fruta e produtos hortícolas". De acordo com o investigador, "a tendência é para aumentar esta quantidade em futuras recomendações". É, neste sentido, diz o especialista que, para "preencher a quota de frutas e legumes diários", a maçã, "pela variedade e sabores", pode-se apresentar como uma das principais opções saudáveis.




Nos últimos 10 anos, as investigações realizadas em ratinhos colocaram em evidência que "os extractos de maçã inibiam o desenvolvimento de tumores" nestes animais. E, em certas condições, chegavam mesmo a "travar a proliferação de células cancerígenas". O olhar atento sobre estes estudos empolou o interesse em avaliar as propriedades funcionais da maçã. Será este fruto apenas um alimento que ajuda a saciar a fome?




Segundo Domingos de Almeida, os flavonóides e os carotenóides da maçã demonstraram efeitos "na prevenção de algumas doenças crónicas do sistema cardiovascular e mesmo em certos tipos de cancro, nomeadamente o colorrectal". Paralelamente a esses benefícios, está provado que "as fibras ajudam a reduzir os níveis de colesterol no organismo".








Com casca ou sem casca?




Embora haja quem prefira comer apenas a polpa, Domingos de Almeida afirma que é na casca da maçã que se concentram os principais compostos funcionais. "Em média, a casca possui quase cinco vezes mais actividade antioxidante do que a polpa e, em algumas variedades, como a Starking, chega mesmo a ser nove meses superior."







Para gozar em pleno do que esta fruta tem de melhor, o investigador é apologista do consumo integral da maçã. "Com a produção integrada e livre de pesticidas, é aconselhável ingerir maçãs com casca, para se tirar partido da sua riqueza em compostos funcionais."








Estudo analisa benefícios da maçã




Um grupo de dez investigadores da Escola Superior de Biotecnologia decidiu levar a cabo um estudo que procurou descortinar a composição nutricional, a actividade antioxidante e os fitoquímicos funcionais das diferentes variedades da maçã. Por ora, já está disponível um relatório com "a composição nutritiva e fotoquímica das principais variedades da maçã de Alcobaça". Parte dos resultados deste estudo será, oficialmente, conhecida em Fevereiro do próximo ano. Na mesma altura, esperam-se as conclusões finais e os dados da bioactividade em células cancerígenas.








Saciar a fome




Conhecida como a fruta que ajuda a "saciar a fome", a maçã "possui menos calorias do que muitos outros alimentos", afiança Domingos de Almeida. Composta por fibras e vitamina C, esta fruta, "com baixa densidade calórica, é excelente no combate à obesidade". Quando ingerida num contexto de "uma alimentação diversificada e equilibrada, é uma aliada da saúde e do bem-estar", fundamenta.








Fonte: Jornal do Centro de Saúde



Tuesday, October 21, 2008

Download - POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Filme

Filme (documentário)

POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
Um século de luta pelo direito à saúde
O documentário "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde" conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS.Sua narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um dever do Estado.Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores, com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo.Para tornar a narrativa mais leve e atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet.O filme foi realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal Fluminense/UFF.A obra, de caráter formativo, terá distribuição gratuita, em todo o país, dirigida especialmente aos Conselhos de Saúde, instituições de ensino e movimentos sociais ligados à saúde.Estimula-se que o filme seja utilizado nas etapas municipais e estaduais da 13ª Conferência Nacional de Saúde. Uma versão legendada em espanhol e inglês está sendo discutida com a OPAS, para divulgação junto a países da América Latina, Caribe e África, que buscam no SUS uma referência.O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em seqüência, com 60 minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945; 1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006



Encarte do DvD

HIPERTENSÃO



Prof. Luís Martins



A partir da última década do século XX a insuficiência cardíaca passou a constituir um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial.





Ao longo do tempo a sua definição tem evoluído. Na actualidade, é considerada como uma doença da circulação, habitualmente de progressão lenta, que não se limita ao coração, que pode permanecer compensada durante muitos anos e cuja presença implica uma redução significativa da expectativa de vida.




De um modo muito simplista, podemos dizer que a insuficiência cardíaca é uma síndrome que decorre em consequência da incapacidade do coração bombear quantidades de sangue adequadas à manutenção das necessidades do organismo ou quando essa a manutenção só é possível através do aumento das pressões ventriculares.




Entre estas causas, para além das doenças que alteram a contractilidade miocárdica (ex. isquemia miocárdica), assumem um papel relevante as que produzem sobrecarga de pressão e, consequentemente, provocam aumento da massa muscular cardíaca (hipertrofia ventricular).




Após uma agressão miocárdica, a capacidade cardíaca em impulsionar o sangue diminui. Em resposta à diminuição do débito cardíaco são activados diversos mecanismos de compensação entre os quais a libertação endógena de substâncias neuro-hormonais vasoconstritoras. Nas fases iniciais, a activação destes mecanismos de regulação neuro-humoral constitui uma resposta compensadora, benéfica, cujo objectivo é o de preservar a homeostase circulatória.




No entanto, a sua activação crónica passa a constituir ela própria uma agressão suplementar ao coração e aos vasos: o aumento da frequência cardíaca, a sobrecarga de volume (retenção hídrica) e a elevação da pós-carga do ventrículo esquerdo daí resultantes conduzem inexoravelmente ao declínio progressivo da função ventricular esquerda e à progressão da insuficiência cardíaca previamente existente. Assim, a partir de determinado momento, a insuficiência cardíaca autoperpetua-se, passando a ser uma doença dos próprios mecanismos de compensação.




Das sobrecargas de pressão impostas ao coração, sobressai a hipertensão arterial (HTA), designação médica da pressão arterial elevada. É uma situação que, quando não tratada, aumenta significativamente o risco de ocorrência de eventos cardiovasculares adversos.




Estes eventos devem-se essencialmente às lesões que a pressão arterial elevada provoca nos chamados órgãos alvo: artérias, coração, rins, cérebro e olhos.




Por lesões de órgãos alvo entendem-se as alterações estruturais que acontecem como consequência directa da exposição a pressões arteriais persistentemente elevadas. Inicialmente, muitos órgãos estão protegidos das acções deletérias da elevação da pressão arterial, nomeadamente através da chamada autorregulação.




Este mecanismo, permitindo uma adaptação a pressões sanguíneas elevadas, visa a manutenção de um fluxo tecidular normal. No entanto, se o aumento da pressão arterial persistir, vão surgir alterações estruturais adaptativas nomeadamente ao nível das artérias e do coração, processo frequentemente designado por remodelagem cardiovascular.




De salientar que essas lesões ocorrem em contínuo, iniciando-se com a presença da HTA e de outros factores de risco, manifestam-se por alterações precoces como a disfunção endotelial e a remodelagem vascular e evoluem até aos eventos cardiovasculares, tais como o enfarte do miocárdio, o acidente vascular cerebral e a insuficiência cardíaca.







O coração do doente hipertenso, de modo a manter uma perfusão tecidular adequada, responde à sobrecarga hemodinâmica provocada pela elevação da pós-carga (resultante dos aumentos da resistência vascular periférica e da rigidez arterial) desenvolvendo hipertrofia miocárdica, disfunção ventricular diastólica e, mais tardiamente, disfunção sistólica.




Assim, neste contexto, a remodelagem cardíaca, constituída pelas modificações miocárdicas que ocorrem a nível molecular e celular, quer nos miócitos quer no interstício, surge como resposta de adaptação estrutural à sobrecarga de pressão crónica imposta ao coração, tentando assim preservar a manutenção da eficiência mecânica do ventrículo esquerdo. Estas adaptações manifestam-se clinicamente por alterações no tamanho, na massa, na geometria e na função do coração.




A hipertrofia ventricular esquerda é um fenómeno cuja importância como factor de risco cardiovascular é conhecida desde os finais da década de 60. Ao longo das últimas décadas, a sua relação com o aumento da probabilidade de morte prematura e/ou de ocorrência de eventos cardiovasculares adversos tem sido sistematicamente comprovada em diferentes amostras populacionais, quer de normotensos quer de hipertensos.




Com o passar do tempo, um coração hipertrofiado fica mais rígido e acaba por apresentar uma contractilidade diminuída o que ao comprometer a sua função de bomba conduz ao quadro de insuficiência cardíaca.




Em resumo, a insuficiência cardíaca é um processo dinâmico que envolve a contínua reorganização estrutural e funcional do coração - remodelagem cardíaca - em resposta a diversos estímulos e a agressões (stresses mecânicos, hormonas, neurotransmissores e factores de crescimento). Uma das patologias que mais frequentemente conduzem a este quadro é sem dúvida a hipertensão arterial não tratada.





As principais causas de insuficiência cardíaca são:




1) as doenças que alteram a contractilidade do miocárdio,




2) as doenças que exigem um esforço maior ao músculo cardíaco (por sobrecarga de pressão ou por sobrecarga de volume) e,




3) as doenças que perturbam o enchimento cardíaco.





Prof. Luís Martins,

MDPhd,

Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão,

Director do Serviço de Cardiologia do Hospital S Sebastião e

Director da Faculdade das Ciências da Saúde,

Universidade Fernando Pessoa







Fonte: Saúde em Revista

Monday, October 20, 2008

SAÚDE DA PELE



Dra. Marta A. Pereira


A pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre funções importantes muito para além da simples função estética.





É um importante órgão sensorial e de interacção com o meio ambiente, regula o controlo das perdas de água através da transpiração, tem funções de defesa contra infecções e capacidade de protecção contra agentes irritantes e radiação ultravioleta. Recentemente, a suplementação oral com antioxidantes, nomeadamente os que contêm luteína e vitaminas C e E, tem demonstrado uma importante acção antienvelhecimento, devido aos seus benefícios na manutenção da tensão, brilho e espessura da pele.

A manutenção da saúde da pele passa também por uma rotina de cuidado diário que consiste no uso de um produto de limpeza, seguido de um hidratante.




Os produtos de limpeza, sob a forma de leite, creme, sabões ou gel, destinam-se a remover o sebo, as células superficiais de descamação, as bactérias, os fungos e a sujidade ambiental, deixando íntegra a barreira cutânea. Na face é comum complementar a sua acção com um tónico adstringente, de composição distinta consoante se destina a pele seca ou oleosa.




Os hidratantes são concebidos para minimizar a perda de água e promover a reparação da pele. Os hidratantes corporais, sob a forma de leite e creme, são indicados na secura cutânea, que geralmente se agrava com a idade e com o uso de produtos de limpeza demasiado agressivos. Em relação aos hidratantes faciais, a sua formulação deve ser adaptada à idade, ao tipo de pele (oleosa, seca, mista) e às necessidades específicas (rugas, flacidez).




Na prevenção do envelhecimento, aconselha-se o uso diário de um protector solar, de índice nunca inferior a 15. A partir dos 25 anos podem usar-se cremes de noite com ácidos na sua composição (Lascórbico, glicólico, alfa-hidroxiácidos) ou mesmo retinóides, como a tretinoína, com o objectivo de minorar pequenas rugas, manchas ou irregularidades da pele. Estes produtos devem, preferencialmente, ser aconselhados pelo seu dermatologista.




Na mulher, há três períodos da vida em que a pele experimenta grandes alterações: a gravidez, o pós-parto e a peri-menopausa.








Gravidez e pós-parto




Na gravidez observa-se um aumento da pigmentação da pele do rosto (cloasma - popularmente conhecido por "pano" ou "máscara gravídica"), dos mamilos, e dos genitais e um aumento generalizado do pêlo corporal. Pode também observar--se aparecimento de novos "sinais" ou escurecimento dos já existentes. Recomenda-se, por isso, o uso diário de um foto-protector elevado (índice 50+) em toda a pele exposta. No caso da alteração ou do aparecimento de novos "sinais", o esclarecimento do seu médico assistente ou do seu dermatologista é fundamental.




As estrias de distensão da pele são provavelmente o problema mais estigmatizante para a grávida. Durante a gestação aconselha-se a aplicação de hidratantes com extracto de centelha asiática ou ácido glicólico na sua composição, nas áreas de maior susceptibilidade - abdómen, coxas e nádegas.







Após o parto, podem realizar-se tratamentos complementares, como luz pulsada ou peelings. Também no pós-parto se podem realizar tratamentos das manchas da pele (com despigmentantes, LASER, peeling, dermabrasão) e da queda de cabelo que caracteristicamente se observa nesta altura, com suplementação oral adequada e produtos capilares específicos.












Peri-menopausa




Na peri-menopausa, as alterações cutâneas têm estreita relação com a diminuição de estrogénios: aumento das rugas, secura e atrofia cutânea (incluindo dos genitais), flacidez, diminuição da capacidade de cicatrização, "calores" e rubor facial. A suplementação com estrogénios pode reverter parcialmente estes efeitos, mas esta terapêutica deve ser discutida individualmente com o médico assistente ou o ginecologista, uma vez que não é isenta de riscos.




Actualmente, pode aconselhar-se a suplementação com fitoestrogénios (isoflavonas) em mulheres sem indicação para suplementos de estrogénios, uma vez que produzem benefícios sobreponíveis. Contudo, a sua segurança a longo prazo não é conhecida.




Em relação aos tratamentos dermatológicos, eles são diversificados e devem ser aconselhados de forma individualizada por um profissional da especialidade. Incluem o LASER vascular, o LASER fraccionado, a dermabrasão, os peelings químicos, a radiofrequência, a luz pulsada, as substâncias de preenchimento (como o ácido hialurónico) e a toxina botulínica (Botox®). A combinação acertada das diferentes técnicas é fundamental para o sucesso dos resultados.








Dra. Marta A. Pereira,

Dermatologista

Centro de Dermatologia Epidermis - Instituto CUF,

Serviço de Dermatologia, Hosp. de S. João, Porto.








Fonte: Saúde em Revista

DEPRESSÃO PÓS-PARTO


Depressão Pós-Parto



A gravidez e o pós-parto correspondem a períodos de alta vulnerabilidade para a mulher. São razões sobretudo biológicas ligadas às modificações endócrinas e às alterações do esquema corporal, mas também estão presentes razões psicológicas ligadas ao sentimento de maternidade e às experiências negativas de gravidezes anteriores.





Os quadros clínicos mais frequentes nestes períodos são as alterações depressivas de pequena intensidade (50-85% dos casos), muito embora as psicoses pós-parto, sendo raras (0,1-0,2%), constituem um quadro de grande emergência psiquiátrica.




Em termos psiquiátricos o pós-parto ou puerpério corresponde ao período que se estende desde o parto até aos 6 meses seguintes. Abarca portanto o pós-parto bem como parte do período de lactação.




As depressões que ocorrem neste período são em geral de dois tipos de gravidade: as ligeiras e as muito graves.




As primeiras, mais frequentes em mulheres primíparas, caracterizam-se por acentuado cansaço e falta de energia, choro fácil, sintomas corporais vagos e generalizados, pessimismo, dificuldade de concentração, insónias e tristeza acentuada, com flutuações do humor ao longo do dia e acompanhados por preocupações exageradas relacionadas com os cuidados com o filho. A este propósito convém referir a importância das manifestações da criança, já que funciona como um "emissor sintomático" das alterações psicológicas da mãe traduzidas na alteração da relação mãe-filho.




De entre as manifestações sintomáticas da criança, os quadros de tipo digestivo (que constituem nesta fase o meio preferencial de comunicação do recém-nascido com o mundo exterior), quer apresentando-se como rejeições alimentares, quer como aumento da ingestão de alimentos, com as consequentes deglutições maciças de ar, são um código de sintomas importante a descodificar, no sentido das alterações psicológicas maternas.




Apesar disso, estas depressões são normalmente benignas, ocorrem entre o 3º e o 6º dia do puerpério e por isso designam-se por síndroma do 3º dia e necessitam de tratamento psicológico e farmacológico adequado. Não apresentando uma ligação evidente com as alterações hormonais em curso, estão mais relacionadas com os acontecimentos de vida e com o stress social a que a mulher está sujeita, sendo por isso muito influenciadas por tratamentos psicológicos e por acções de pedagogia da saúde. Assumem grande importância pelas consequências sobre o desenvolvimento do recém-nascido, pelo que apesar de ligeiras devem merecer um especial cuidado.




As segundas, as depressões graves, são mais raras (1 a 2%), têm um curso dependente das alterações metabólicas que estão a ocorrer, constituindo verdadeiras psicoses puerperais que necessitam de internamento urgente. Este tipo de depressões ocorre, na grande maioria dos casos, durante o 1º mês após o parto. O sintoma saliente é a confusão mental, mas apresenta um conjunto de sinais precursores aos quais se deve prestar atenção (insónia grave, inquietação motora marcada, irritabilidade muito intensa, frequentes alternâncias do humor e profunda desmotivação). Uma complicação grave destes quadros clínicos é o grande risco de suicídio. Em casos raros existe também o risco de infanticídio.







Esta fase da vida da mulher está, de facto, associada a um grande número de admissões nos serviços de psiquiatria por quadros psicóticos de ocorrência durante o 1º mês após o parto. Se bem que as depressões bipolares façam parte deste leque de quadros psicóticos não constituem, contudo, a sua maioria. Esta, é constituída por outras situações psicóticas, a maior parte das vezes atípicas, que eclodem geralmente em mulheres com uma história de patologia psiquiátrica anterior ou até familiar.




Dados recentes da investigação indicam que estes estados não são de origem psicológica mas sim hormonal, tendo por isso alguns autores sugerido que o parto constitui o factor principal para explicar a maior incidência de estados depressivos no sexo feminino, apoiados em estudos que demonstraram que a incidência da depressão psicótica em mulheres sem filhos ser semelhante à dos homens. Independentemente dos argumentos po-derem ser contestados, o que é verdade é que estas depressões graves constituem quadros clínicos que ameaçam a vida da mulher e a do seu filho. Por isso, devem merecer um cuidado muito especial por parte dos familiares que têm obrigação de as reportar aos seus médicos assistentes.





J. Marques Teixeira,

Professor da Universidade do Porto e Director do NeuroBios

Instituto de Neurociências, Diagnóstico e Reabilitação Integrada.





Fonte: Saúde em Revista

Download - Pacto de Gestão pela Saúde Filme


Filme - vídeo
Pacto pela Vida


Download ACESSAR

O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do Sistema Único de Saúde (SUS) pactuado entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, para alcançar maior eficiência e qualidade nas respostas do SUS. Para tal, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e da busca pela eqüidade social.

A implementação do Pacto pela Saúde se dá por meio da adesão de municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que é renovado anualmente e substitui os processos de habilitação (nas várias formas de gestão anteriormente vigentes), estabelecendo metas e compromissos para cada ente da federação. Entre as prioridades definidas estão a redução da mortalidade infantil e materna; o controle das doenças emergentes e endemias (como dengue e hanseníase); e a redução da mortalidade por câncer de colo de útero e da mama.

As transferência dos recursos federais para estados e municípios também foram modificadas pelo Pacto pela Saúde, passando a ser divididaes em apenas cinco grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS) e substituindo, assim, as mais de cem "caixinhas" que anteriormente eram utilizadas para essa finalidade.



A seguir estão disponíveis para download (em pdf) os sete volumes publicados dentro da coleção Pactos Pela Saúde.


Volume 1
Diretrizes Operacionais: Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão
Volume 2
Regulamento: Pactos pela Vida e de Gestão
Volume 3
Regionalização solidária e cooperativa: Orientações para sua implementação no SUS
Volume 4
Política Nacional de Atenção Básica
Volume 5
Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência à Saúde
Volume 6
Diretrizes para a Implantação de Complexos Reguladores
Volume 7
Política Nacional de Promoção da Saúde

Obs: Os 7 volumes estão em um arquivo compactado, em formato pdf - rar


Tuesday, October 14, 2008

CIRURGIA CORONÁRIA SEM CIRCULAÇÃO EXTRACORPORAL



Dr. Ângelo Lucas Nobre


A Doença Coronária é altamente prevalente na nossa população e é responsável pela maioria das mortes de causa cardíaca a par dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).
Manifesta-se pincipalmente de duas maneiras: angina de peito (angor) ou Enfarte Agudo do Miocárdio.





O seu tratamento passa por correcção dos factores de risco da aterosclerose (hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, obesidade, colesterol alto, sedentarismo), tratamento médico com antiagregantes plaquetários, vasodilatadores coronários e outros e depois por formas mais invasivas como a angipplastia coronária com ou sem "stents" e a cirurgia de revascularização do miocárdio ("By-Pass" Aorto-Coronário).




A cirurgia de revascularização do miocárdio, é a operação mais estudada da história da Medicina e a que mais vidas salvou depois da cirurgia da apendicite aguda.




Durante anos (desde os anos 70) que foi evoluindo em número de operações e em resultados, transformando-se numa intervenção cirúrgica com um risco relativamente baixo e com complicações e mortalidade também reduzidas.




Ficava como problema o facto de ser necessário o uso de circulação extracorporal (máquina coração-pulmão) para a sua realização e os inconvenientes a ela associados (hemorragia, complicações neurológicas, perturbações neurocognitivas, entre outras).




O aparecimento da cirurgia sem CEC (circulação extracorpora), vieram reduzir estas complicações, mantendo os bons resultados a curto e médio prazo.




A técnica é usada hoje na maioria dos Serviços de Cirurgia Cardiotorácica e permite reduzir a taxa de complicações e dar oportunidade de uma terapêutica cirúrgica a doentes de alto risco para a CEC.




Parece ainda que está associada a uma redução de custos de cerca de 20% e a uma mais rápida recuperação pós-operatória, especialmente das funções intelectuais.




Esta é uma nova técnica cirúrgica que em centros de elevada casuística veio melhorar o tratamento cirúrgico dos doentes com doença coronária, necessitando terapêutica cirúrgica.




O uso de artérias mamárias internas e radial (em alternativa a veias) e a tentativa de não usar a aorta como local de anastomose proximal (fonte de sangue para o "by-pass"), também reduziu a taxa de eventos neurológicos e vai melhorar a permeabilidade e duração das pontagens ("by-pass") a longo prazo.





A cirurgia coronária sem CEC constitui um avanço significativo no tratamento cirúrgico da Doença Coronária, mantendo os bons resultados da operação clássica e diminuindo os riscos associados à circulação extracorporal.





Dr. Ângelo Lucas Nobre,
Assistente Hospitalar Graduado de Cirurgia Cardiotorácica
Hospital de Santa Maria
Instituto Cardiovascular de Lisboa







Fonte: Saúde em Revista

BATALHA CONTRA O CANCRO DA MAMA



Andreia Pereira


O que têm em comum as histórias de Teresa Nunes e Amélia Aldeia? Estas duas mulheres travaram uma luta contra o cancro da mama durante meses a fio. Hoje, volvidos quase sete anos desde a confirmação do diagnóstico, ambas sentem-se vitoriosas por terem ganho esta batalha. Os testemunhos de coragem de quem nunca deixou de acreditar na vida depois do cancro.





Aos 39 anos, Amélia Aldeia foi surpreendida por um nódulo na mama direita. "De um momento para o outro, detectei algo de anormal, quando estava a tomar banho", diz. Como tinha uma consulta de rotina marcada, aproveitou a altura para expor as dúvidas à médica. Ao realizar a mamografia - uma das técnicas de detecção de anomalias no tecido mamário - foi-lhe dito que deveria "ser controlada anualmente". Mas, por descargo de consciência, decidiu levar os exames ao centro de saúde. A médica de família, depois de ver os resultados da mamografia, aconselhou-a a dirigir-se a uma consulta da mama, já que o nódulo apresentava uma dimensão de 3,5 cm.




No hospital de Santa Maria realizou uma nova mamografia e a suspeita de cancro começava a desenhar-se. Dias mais tarde, a biopsia confirma o diagnóstico: cancro da mama. Esta notícia, recebida no dia 6 de Dezembro de 2002, é acompanhada por uma outra informação por parte da médica: "Vai ter de fazer uma mastectomia, pois já tem nódulos na axila". Perante o choque do momento, Amélia Aldeia ficou "anestesiada". Mas, sem baixar as armas, decidiu seguir em frente e não esmoreceu.




"Eu aceitei a cirurgia, porque a única coisa que queria naquele momento era tirar o cancro dentro de mim, mesmo que, para isso, tivesse de extrair a mama." Amélia Aldeia sente que, apesar de tudo, teve "sorte", porque o cancro foi detectado a tempo. "Clinicamente", assegura a Dr.ª Ondina Campos, chefe de serviço de Ginecologia aposentada do Centro Hospitalar de Coimbra, "podem-se encontrar nódulos através da palpação, embora a mamografia, o exame de rastreio por excelência, seja aquele que nos permite detectar precocemente qualquer alteração".




"Está preconizado que as mulheres devem realizar mamografias periódicas a partir dos 40 anos de idade", acrescenta. Mas, caso haja factores de risco familiares, deve-se iniciar mais cedo, por volta dos 35 anos, com exames regulares de dois em dois anos." Para a especialista, a mamografia "é o método que garante um maior sucesso terapêutico", já que "a detecção precoce" é a palavra de ordem na luta contra o cancro.




A Prof.ª Maria João Cardoso, coordenadora do Grupo de Patologia Mamária do Hospital de S. João, no Porto, explica, ainda, que "a maior parte dos nódulos na mama não são malignos: mais de 80% têm uma origem benigna". Um nódulo "que não dói, duro e irregular é, mais provavelmente, maligno", refere. Embora a dor seja um sintoma em meio por cento dos tumores, Ondina Campos diz que, raramente, surge como primeiro sinal. "O mais frequente é o aparecimento de uma massa palpável (caroço) no peito". No entanto, ambas as especialistas são peremptórias em afirmar que, após suspeita ou alteração do tecido mamário, as mulheres não devem hesitar em procurar o médico assistente e, em caso de dúvida, um profissional com experiência nesta patologia.




Amélia Aldeia, hoje com 46 anos, diz que o diagnóstico precoce lhe salvou a vida. Depois da luta contra o cancro, integrou o movimento Vencer e Viver, ajudando outras mulheres que, como ela, se virão a braços com um carcinoma da mama. Fala com conhecimento de causa, o que legitima os seus conselhos: "Façam a palpação antes e depois da menstruação, vão a consultas regulares e não guardem as mamografias dentro da gaveta."




...




ONDE PROCURAR AJUDA






Movimento Vencer e Viver
Funciona no Pavilhão da Liga Portuguesa contra o Cancro - Núcleo Regional do Sul
Tel.: 217 265 786
E-mail: vencerviver@dpp.pt





APAMCM: Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama
Av. Marechal Craveiro Lopes, nº 1 (Colégio das Doroteias), Lisboa
Tel.: 217 568 911; 217 585 648
E-mail: info@apamcm.org; mailto:estrutura.formacao@apamcm.org%22%3Eestrutura.formacao@apamcm.org





Fórum Europa Donna
Liga Portuguesa Contra o Cancro
Av. Columbano Bordalo Pinheiro, n.º57 F, Lisboa
Tel.: 217 221 810




Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Monday, October 13, 2008

OS BEBÉS TAMBÉM GOSTAM DE OUVIR MÚSICA

DERMATITE ATÓPICA AFECTA 10% DAS CRIANÇAS PORTUGUESAS



João Duarte



A dermatite atópica (DA) é uma doença crónica inflamatória da pele que atinge, maioritariamente, crianças e, em 80% dos casos, manifesta-se durante o primeiro ano de vida. Em Portugal, calcula-se que 10% das crianças sofram da doença. Apesar de ser mais recorrente nos grupos pediátricos, existem vários adultos diagnosticados.





A DA tem impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, na medida em que no tratamento devem ser consideradas uma série de variáveis gerais: utilizar apenas vestuário de algodão para evitar suar (o suor aumenta o prurido); lavar as roupas novas antes da primeira utilização (prevenir reacções irritativas); e evitar grandes exposições a ambiente com pó (efeito de secura e irritação).




É fundamental diagnosticar com rigor o tipo de DA que a pessoa apresenta e ajustar, não só ao fármaco mais indicado, mas também à formulação correcta, para garantir que os doentes recolhem todos os benefícios.




Assim, os produtos mais eficazes no tratamento da doença, como o glucocorticóide AMP (aceponato de metilprednisolona), devem estar disponíveis em vários tipos de formulações para melhor se adaptarem ao género de pele e localização das lesões cutâneas.




O AMP, além de apresentar uma vasta gama de formulações, necessita apenas de uma única aplicação diária para ser eficaz. Um estudo recente (Peserico A et al. Br J Dermatol 2008; 158:801-7) demonstrou que o creme de AMP, aplicado uma vez por dia, estabiliza eficazmente o agravamento da DA em 89% dos casos mais graves.




A localização das lesões varia consoante o grupo etário: as crianças pequenas apresentam mais na zona da cabeça, por vezes apenas atrás das orelhas e das superfícies extensoras dos membros, enquanto as crianças mais velhas e os adultos tendem a manifestar a doença nas superfícies de flexão (atrás dos joelhos e na frente dos cotovelos).




Os adolescentes são frequentemente atingidos nas pálpebras e na região peri-labial.






Fonte: Grupo Inforpress


Saturday, October 11, 2008

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO


Dr. Francisco Rolo


A incontinência no idoso é um problema frequente e muitas vezes negligenciado quer pela própria pessoa, por pensar tratar-se de uma inevitabilidade do avançar da idade, quer pelos profissionais de saúde ou familiares, que lidam diariamente com idosos e não estão sensibilizados para esta situação.





Atinge entre 15 a 30% da população ambulatória e 35 a 50% da população internada em instituições de saúde. A idade não é contudo o único factor que contribui para a incontinência. Mais de 50% dos idosos com mais de 80 anos são continentes.




Com a idade surgem naturalmente alterações que por si só não provocam incontinência mas podem predispor para ela. Podem ser tão simples como a diminuição da mobilidade, a qual, associada a uma dificuldade em retardar a micção - urgência miccional - relativamente frequente no idoso, impede que a pessoa se desloque até à casa de banho a tempo.




Com a idade perde-se também a destreza manual e o simples acto de desapertar os botões das calças pode tornar-se numa complicada e morosa tarefa. A bexiga do idoso perde algumas propriedades tornando-se frequentemente hiperactiva, isto é, obriga a micções mais frequentes, de pequeno volume e acompanhadas de urgência miccional.




Existem factores mais complicados como as alterações do estado mental, em que o grau de consciência se vai deteriorando, começando por poder causar uma falta de motivação até chegar à completa perda do controlo voluntário da micção.




Um factor importante, até porque pode ser contornado, é a acção de alguns medicamentos, nomeadamente os depressores do sistema nervoso central, como os ansiolíticos ou os indutores do sono, que podem logicamente tornar o idoso menos reactivo ao ponto de não se aperceber da vontade de urinar.




Com o avançar da idade são também muito frequentes, quer no homem como na mulher, as micções nocturnas. São várias as causas desta situação que designamos por noctúria.




Em condições normais os rins não produzem urina durante o sono graças à secreção de uma hormona (hormona anti-diurética), mas com a idade ou por interacção de algumas doenças como a obstrução causada pelo aumento da próstata, infecções urinárias, a insuficiência cardíaca, a diabetes, entre outras, esta situação altera-se e as pessoas idosas têm que se levantar 2 ou 3 vezes durante a noite.




Se tiverem tomado comprimidos para dormir têm mais dificuldade em despertar para urinar. Se tiverem dificuldades na mobilidade, na destreza manual, na visão, as perdas urinárias podem facilmente acontecer.




A incontinência acarreta, além de custos elevados, uma série de complicações de ordem psíquica. Leva a sentimentos de embaraço, ao auto isolamento porque têm receio que se note o cheiro da urina, ajuda a desencadear depressões e pode até constituir um motivo para a institucionalização. Provocam além disso irritação da pele e agravam as escaras de decúbito.







Existem outras causas capazes de produzir incontinência no idoso mas estas são em nosso entender as que devem ser do domínio público pois são passíveis de ser corrigidas com pequenas acções.




O tratamento desta situação implica pois uma cuidada avaliação de factores como os que foram referenciados. Podemos começar por medidas práticas que facilitem a acessibilidade do idoso.




Tentar motivá-lo para se mobilizar proporcionando facilidades em se levantar para ir à casa de banho ou colocando um urinol a seu lado. Tentar melhorar estados confusionais que podem estar ligados a medicação. Alguns sedativos têm acção muito prolongada e por um efeito de acumulação deprimem demais o estado de consciência do idoso, deixando-o demasiado sonolento ou mesmo confuso.




Por vezes tenta-se "aligeirar" a última refeição do dia só à custa de líquidos e ou fruta o que irá aumentar a necessidade de urinar durante a noite o que não é prático nem para o idoso nem para quem o assiste.




Por fim pode haver necessidade de recorrer às fraldas e à algaliação (sempre o último recurso).




São alguns exemplos que podem ajudar mas na maioria das situações é necessária apurar as causas com uma cuidada observação médica.








Dr. Francisco Rolo,

Presidente da Associação Portuguesa de Urologia e

Chefe de Serviço de Urologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra








Fonte: Saúde em Revista

ALERGIAS RESPIRATÓRIAS



Dr. Mário Morais de Almeida


Porque o "isso é uma alergia, isso passa", não chega e assim é que não passa. A s doenças alérgicas são muito frequentes, mas as ideias erradas sobre alergias são imensas.





"Tenho alergia. Estou sempre com o nariz tapado, não consigo dormir, acordo mais cansado do que quando me deitei e a falta de ar aflige-me muito. Tenho esperança que passe, embora isto já dure há 10 anos. E é cada vez mais grave".




Estes relatos são muito frequentes, intoleravelmente frequentes.




Ter alergias, é ter asma, é sofrer de rinite, asma e rinite, asma e eczema, é ser alérgico a medicamentos e a alimentos, é ter urticária, meses, anos, décadas. Em alguns casos é sentir todas estas situações. É ter a vida afectada. É deixar de ir, de fazer, de viver.

E é tão simples controlar a situação para a maioria dos alérgicos. Diagnosticar, prevenir, controlar.




Porque a asma e a rinite afectam uma enorme percentagem da população, porque são doenças de grande impacto social, responsáveis por elevados custos, causa frequente de absentismo laboral e escolar e diminuição da produtividade, por si só, e pelas suas complicações, condicionam recursos a urgências e a hospitalizações, sendo responsáveis por mortes preveníveis.








PORQUE É NECESSÁRIO DIAGNOSTICAR PARA TRATAR




Quer na criança, quer no adulto, a asma é pouco valorizada e a rinite ainda menos. "Não me vai dizer que a tosse e falta de ar que eu sinto todos os dias é asma? Nunca me tinham dito".




As alergias respiratórias surgem frequentemente na infância, embora possam manifestar-se em qualquer idade. É essencial reconhecer os sintomas, para um diagnóstico e tratamento correctos. Se abandonada a uma evolução não controlada, a asma pode levar a alterações das vias aéreas, e as crises podem ser graves e até fatais; se a rinite não é controlada, a asma pode surgir, ou se já se manifestou, é mais grave. Tape o seu nariz e espere alguns minutos - sinta o efeito, ou será que já o costuma sentir...








PORQUE O CONTROLO ESTÁ ACESSÍVEL




A asma e a rinite podem ser bem controladas. Controlo significa qualidade de vida, dormir bem, não se cansar, poder estudar, trabalhar, ter uma vida social normal, rir, fazer exercício, apostando-se num programa que possibilita tudo isto. É a sua vida, ou a do seu filho, que pode estar a ser muito afectada. E não o deve ser.




Participe no auto-controlo da doença. É importante alertar que são inflamações e que devem ser tratadas como tal, sendo necessário usar medicação preventiva, anti-inflamatória, e isto de uma de forma regular. Não tenha medo dos medicamentos, mas vigie o seu efeito. Os corticóides inalados, para o nariz ou para os brônquios, e os anti-Ieucotrienos, estão na primeira linha do tratamento da asma e da rinite; com os anti-histamínicos não sedativos resolvem-se a maioria dos sintomas de rinite e de conjuntivite.




Estamos na Primavera. Surgem ou agravam-se os espirros, a comichão no nariz e nos olhos, a obstrução nasal, o cansaço, a tosse e a falta de ar.




Não, outra vez não! É impensável que continue a passar mal. Existem maneiras de afastar os alergénios, existem medicamentos muito seguros e eficazes. Não dão sono, não alteram o apetite, dominam a alergia.




E "a alergia passa com a idade" está muito distante da realidade, mas saiba que existem vacinas anti-alérgicas que podem modificar o curso das alergias.





PORQUE DEVEMOS APOSTAR NA INFORMAÇÃO

Não se deixe controlar, tenha controlo sobre as alergias, informe-se e actue. Das várias estações da vida sinta apenas os efeitos positivos.





Dr. Mário Morais de Almeida,

Presidente da Sociedade Portuguesa

de Alergologia e Imunologia Clínica.








Fonte: Saúde em Revista

Friday, October 10, 2008

NOVO SITE PARA DOENTES COM PACEMAKERS



Catarina Monteiro


Está disponível o novo site da Associação Portuguesa de Portadores de Pacemaker e CDI's (APPPC), em http://www.apppc.pt/







No site da APPPC, pode encontrar conteúdos relacionados com a associação, as actividades desenvolvidas, curiosidades, e mais informações relacionadas com as arritmias e os dispositivos médicos utilizados para as tratar.




O pacemaker é um dispositivo implantável destinado a restabelecer o ritmo lento do coração. Implantar um pacemaker é uma cirurgia simples, que permite à maioria das pessoas, voltar ao seu estilo de vida prévio, com poucas ou nenhumas limitações. No entanto, estima-se que apenas 55% dos pacientes, que precisam de um dispositivo para arritmia, o recebem.




A Associação Portuguesa de Portadores de Pacemaker e CDI's é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, e tem como principais objectivos promover e divulgar informação sobre a utilização de pacemaker e CDI's, fomentar o convívio entre os utilizadores e portadores, bem como realizar acções de formação, esclarecimento e bem-estar social em prol dos portadores de pacemaker e CDI's.









Fonte: Hill & Knowlton

COMO ENFRENTAR A MENOPAUSA?



Andreia Pereira


Passar barreira dos 45 anos significa, para muitas mulheres, entrar numa nova fase das suas vidas: a menopausa. É o fim da idade fértil e o início de uma nova etapa, marcado por alterações corporais e psicológicas.





A entrada na menopausa abre um novo capítulo na vida das mulheres. Este novo ciclo, que surge entre os 45 e os 55 anos, encerra a idade fértil e enceta uma série de alterações físicas e psicológicas. "É a fase de cessação ovárica, em que deixa de haver produção de estrogénios", explica o Dr. Mário Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa.




A quebra da hormona feminina vai provocar uma cascata de alterações no organismo da mulher. E não só. Do ponto de vista psicológico, podem surgir sinais de "irritabilidade, nervosismo e modificações no humor", salienta o especialista. A par destes sintomas, a chegada da menopausa faz-se acompanhar de afrontamentos e de suores frios, paralelamente a secura vaginal e atrofia urogenital, que influenciam a redução da resposta sexual.




A sintomatologia, afirma, está intimamente ligado a fenómenos vaso-motores e outros ainda não totalmente conhecidos, em que se regista uma dilatação repentina, seguida de contracção, das veias e artérias. "Esta situação, devido aos efeitos que surte, pode provocar alterações no sono e até palpitações." Embora seja uma fase de passagem obrigatória para todas as mulheres, nem todas apresentam um quadro de sintomas muito vincado. "Em 25% dos casos a entrada na menopausa não manifesta praticamente quaisquer sintomas."








Estrogénios em baixa




Contrariamente ao que se possa julgar, a menopausa não surge de um dia para o outro. "Dois a cinco anos antes da última menstruação, vão havendo indícios. É a fase que se designa por peri-menopausa e que se caracteriza por irregularidades do ciclo menstrual, quer no número de dias, quer no espaço entre as menstruações", diz Mário Sousa. Mais tarde, com a cessação da actividade ovárica, vai-se registar uma diminuição de estrogénios circulantes. E as consequências desta quebra fazem-se notar no organismo.




"Com a entrada na menopausa, vai havendo uma perda de massa óssea mais acelerada, que se justifica pela carência de estrogénios: uma hormona que vai conferindo alguma protecção até essa data." Segundo o especialista, devido à baixa de estrogénios pode, então, existir um "risco maior de sofrer complicações cardiovasculares e de desenvolver osteoporose".


Atenuar os sintomas




Embora não haja cura para ultrapassar esta fase na vida da mulher, existe tratamento que alivia a sintomatologia. "Quando não existe contra-indicação, aconselha-se a terapêutica hormonal (TH)", fundamenta Mário Sousa. Embora existam outras alternativas, o especialista ressalva que esta é a "terapêutica de eleição" e aquela que "melhora, substancialmente, a qualidade de vida das mulheres".




Em termos simples, a TH "repõe os níveis de estrogénios no sangue, como se, no fundo, os ovários continuassem a produzir esta hormona". O organismo, com reposição dos níveis hormonais, "continua a funcionar como se estivesse preenchido com estrogénios". Com a implementação deste tratamento, "a sintomatologia vasomotora desaparece no prazo de duas a três semanas e os outros sintomas vão sendo atenuados num curto espaço de tempo".




Dado que a idade da reforma se atinge aos 65 anos, Mário Sousa recomenda a iniciação de um tratamento que permita às mulheres continuarem a trabalhar, sem os constrangimentos associados à menopausa. Para isso, "a terapêutica deverá ser iniciada o mais precocemente possível, entre os 50/59 anos, e sem limite de tempo". Contudo, a implementação do tratamento deve ser alvo de vigilância e "vigorar enquanto os benefícios forem superiores aos riscos", aponta.








Terapêutica hormonal em números




De acordo os dados disponíveis, em Portugal, cerca de 4% da população feminina utiliza a TH, contrariamente a França, onde 20% das mulheres já aderiram a esta solução para contrariar os sintomas da menopausa. "Somos o país da Europa com o índice mais baixo de adesão ao tratamento", resume Mário Sousa.








Fonte: Jornal do Centro de Saúde
 

saude-se Copyright © 2012 -- Powered by Blogger