Wednesday, April 28, 2010

Resistência aos antibióticos: Um grave problema de saúde pública

Jaime Pina

Um antibiótico é uma substância natural ou sintética que tem a capacidade de inibir a multiplicação e destruir os microrganismos responsáveis pelas infecções. Falamos de resistência aos antibióticos quando estes perdem essa capacidade, ou seja, na sua presença os microrganismos não são destruídos, continuam a multiplicar-se e a agravar a infecção que estão a causar.



Que fenómenos estão na base da resistênciaaos antibióticos? Em primeiro lugar, há mecanismos naturais nos próprios microrganismos que, para sobreviverem, "aprendem" a resistir a estes fármacos. Mas este mecanismo, comum a todos os microrganismos, não é o mais importante.


Em segundo lugar estamos permanentemente a contactar, de forma inadvertida, com estes medicamentos porque eles são usados, muitas vezes sem controlo, na criação de gado, na piscicultura e em outros sectores da indústria alimentar. Ingerimos, sem saber, antibióticos contidos em muitos dos alimentos que comemos. E essa realidade é, também, um factor de indução de resistência.


Mas a principal causa está no uso indiscriminado, inadequado ou incorrecto dos antibióticos. A automedicação, a utilização de antibióticos em situações em que eles não estão indicados (constipações, resfriados, gripe ou outras viroses) ou a sua utilização incorrecta (não cumprimento da posologia diária ou do tempo total de tratamento) contam-se entre as principais causas deste fenómeno.


O problema está a crescer em todo o mundo, tornando ineficazes muitos tratamentos anti-infecciosos e obrigando à utilização de antibióticos alternativos, mais potentes, mas também mais caros e mais tóxicos.


Existem mesmo algumas bactérias (estafilococos) que se revelam resistentes a todos os antibióticos disponíveis, regressando-se, assim, relativamente às infecções por elas provocadas, à era pré-antibiótica em que as infecções ou curavam por si, ou o doente morria, o que nas infecções graves acontecia na maioria das vezes.



Não esqueça


• Tenha comportamentos de higiene que diminuam as infecções e, assim, a necessidade de tratamentos com antibióticos: lave frequentemente as mãos com água e sabão e cozinhe bem os alimentos.


• Use as vacinas disponíveis para evitar as infecções. Quanto menos infecções menos antibióticos.


• Não à auto-medicação. Nunca tome antibióticos por sua iniciativa. Os antibióticos só devem ser tomados quando forem prescritos pelo seu médico.


• Respeite a posologia que lhe foi aconselhada: tome o antibiótico às horas que lhe foram indicadas.


• Cumpra o prazo de tratamento que lhe foi prescrito: não pare o tratamento antes do tempo que lhe foi indicado, mesmo que já se sinta melhor.


• Se sentir algum tipo de intolerância ao antibiótico, deve avisar o seu médico e não interromper o tratamento por sua iniciativa.



Jaime Pina
Fundação Portuguesa do Pulmão





Wednesday, April 21, 2010

Osteoporose: Fragilidade feminina

Não é exclusiva das mulheres, mas a fragilidade óssea típica da osteoporose acontece mais nelas do que nos homens. Com risco de fracturas, para ambos os sexos e, sobretudo, à medida que a idade avança.



Uma em três mulheres sofre de osteoporose, um em oito homens também. Sempre com mais de 50 anos, porque esta doença do esqueleto é mais comum a partir da chamada meia-idade e mais ainda quando se ultrapassa a barreira dos 65. Nelas coincide com a menopausa.


O que está em causa é a diminuição da massa óssea, o que significa que os ossos ficam menos densos. Há também uma diminuição da qualidade, com os ossos a tornarem-se mais porosos. Tudo isto contribui para uma menorresistência e consequente aumento do risco de fracturas.


A fragilidade é mais acentuada em determinados ossos, nomeadamente nas vértebras dorsais e lombares (coluna), no rádio (braço) e no fémur (perna). São estes os ossos em que acontecem mais facilmente fracturas.


Além do sexo (feminino) e da idade (acima dos 65 anos), há outros factores de risco, com a osteoporose a ser mais comum entre as pessoas de raça caucasiana e asiática e entre quem possui antecedentes familiares de fractura. Nas mulheres, há outros elementos a considerar: é o caso da menopausa precoce, que aumenta a probabilidade de sofrer de osteoporose, é também o caso da existência de períodos de amenorreia prolongados (meses seguidos sem menstruação). As mulheres mais magras também são mais vulneráveis.


Independentemente do sexo, a fragilidade também existe quando se é forçado a imobilização prolongada (caso das pessoas acamadas), quando já se têm outras doenças ósseas, reumáticas ou das glândulas e ainda quando se utilizam em permanência medicamentos que provocam diminuição da massa óssea (como os corticoesteróides e os anticoagulantes).


O estilo de vida também conta e muito: uma dieta pobre em cálcio enfraquece os ossos, o mesmo sendo válido quando se leva uma vida sedentária, quando se fuma, quando se consome cafeína e bebidas alcoólicas com regularidade.


Este é o risco de ter osteoporose; já o risco de quedas, logo de fracturas, é acrescido em pessoas com dificuldades motoras ou sensoriais (problemas deaudição e visão, por exemplo) e em pessoas que fazem tratamento comantidepressivos e ansiolíticos (porque podem diminuir o estado de alerta). Mas como saber qual o estado de saúde dos ossos?


Existe uma técnica de diagnóstico precoce que permite medir a massa óssea - trata-se da osteodensitometria, cujo valor-padrão é o índice T. Assim, se for maior do que -1, isso corresponde a ossos saudáveis; entre -1 e -2,5 significa que existe osteopenia, ou seja, que já há fragilidade; e menor que -2,5 indica osteoporose. Com a mesma técnica, é possível avaliar o risco de fractura.


Este não é, porém, um exame que faça parte dos rastreios normais de saúde, pelo que não há uma maneira de sabermos, a cada altura, qual a resistência dos nossos ossos. Por isso, o melhor é apostar na prevenção, de modo a manter bons níveis de massa óssea: o que passa pela modificação de alguns factores de risco como os relacionados com a alimentação e o exercíciofísico. A actividade física ajuda à flexibilidade e resistência do esqueleto, completando os benefícios de uma dieta abundante em vitaminas (sobretudo a D) e minerais, nomeadamente cálcio: é sabido que o leite e derivados são dos melhores amigos dos ossos, mas os vegetais de folha verde (brócolos, espinafres, nabiças e agriões) também.


Também com objectivos preventivos, sobretudo em mulheres na menopausa ou quando já existe osteopenia, podem ser aconselhadas medidas farmacológicas como a terapêutica hormonal de substituição ou suplementos de cálcio evitamina D. Estes suplementos são, aliás, indicados em particular para pessoas mais idosas (que nem sempre se alimentam bem), institucionalizadas, com mobilidade reduzida ou com propensão para as quedas.


Ainda assim, mais vale prevenir. Porque quando os ossos são frágeis uma queda pode ser fonte de grande sofrimento e ter grande impacto na qualidade de vida.





Tendinite: Repetições dolorosas

São os movimentos repetitivos que causam a maioria das lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho, de que a tendinite é a mais conhecida.



Sob a designação de lesões músculo-esqueléticas associadas ao trabalho esconde-se um vasto conjunto de problemas que afecta tendões, nervos e articulações, causando um incómodo persistente que pode levar à incapacidade de movimentos.


Estas doenças são consideradas profissionais porque, a par do grande sofrimento pessoal, são responsáveis por elevado absentismo laboral e quebra de produtividade. Na sua origem estão factores ocupacionais, relacionados com o tipo de actividade desempenhado no local de trabalho.


Os movimentos repetitivos que requerem aplicação de força estão entre as principais causas destas lesões, a par das vibrações, das temperaturas extremas, da carga que os músculos têm de suportar e das posições inadequadas que o trabalhador adopta em consequência, por exemplo, da utilização das ferramentas e de equipamento mal desenhado que não se adapta ao corpo humano.


Há ainda outras causas, chamadas organizacionais: trabalhar horas em demasia e a um ritmo excessivo, trabalhar em linhas de montagem, sem pausas ou com pausas insuficientes para permitirem o repouso mínimo. O stress a que o trabalhador é sujeito, nomeadamente se for alvo de vigilância com câmaras de vídeo, também contribui para potenciar as lesões músculo-esqueléticas.


O risco também aumenta em pessoas com excesso de peso e com hábitos detabagismo e de consumo de bebidas alcoólicas: a obesidade porque sobrecarrega o esqueleto e o tabaco e o álcool porque danificam os nervos.


E a probabilidade aumenta em pessoas que acumulam vários factores de risco, ainda que a repetição de movimentos e a frequência dessa repetição estejam, de facto, intimamente relacionadas com estas lesões.


Não há um tratamento específico para estas condições, sendo geralmente a intervenção direccionada para o alívio da dor e a redução da incapacidade. O que há a fazer é prevenir, o que envolve a educação do doente para a adopção de posturas correctas mas também a sensibilização das empresas para a adaptação dos postos de trabalho e das ferramentas, de modo a que se adeqúem melhor às características do corpo humano, e para a implementação de mecanismos de compensação dos movimentos repetitivos e das vibrações. Sem essas medidas, as lesões músculo-esqueléticas vão continuar a ser determinantes nas ausências ao trabalho e nas reformas antecipadas pordoença ou incapacidade.






Sunday, April 18, 2010

Diabetes & menopausa: Um duplo desafio

Um duplo desafio é o que enfrentam as mulheres diabéticas na idade da menopausa: é que o desequilíbrio hormonal interfere com os níveis de açúcar no sangue, aumentando o risco de complicações. A boa notícia é que é possível gerir esse risco.



A menopausa constitui uma etapa importante na vida de uma mulher, ditando o momento em que ela deixa de poder ter filhos. Não acontece, porém, de um dia para o outro, sendo antes um processo que se prolonga por alguns anos. E que começa algures entre os 40 e os 50 anos.


É um processo lento associado à diminuição de produção das hormonas relacionadas com a gravidez - a progesterona e oestrogénio. Os ovários vão deixando de libertar óvulos mensalmente, pelo que as irregularidades menstruais dão o primeiro sinal da menopausa, que se considera instalada ao fim de um ano sem período.


Há mulheres que vivem esta transição sem grandes incómodos, mas para muitas outras é uma fase difícil, com a instabilidade hormonal a produzir efeitos em todo o organismo, incluindo a nível psicológico e emocional. E, para as mulheres com diabetes, pode ser particularmente complicado.


Tudo porque as hormonas femininas interferem com uma outra hormona - ainsulina, envolvida na regulação dos níveis de açúcar no sangue (glicemia). O estrogénio e a progesterona afectam o modo como as células respondem à insulina, com as flutuações hormonais da menopausa a poderem causar quer um aumento da glicemia quer uma diminuição.


E são mudanças pouco previsíveis: é que quando baixa a quantidade de progesterona pode aumentar a sensibilidade à insulina e quando diminui o nível de estrogénios pode subir a resistência à insulina. Significa isto que pode haver um descontrolo, aumentando o risco de a mulher desenvolver complicações associadas à diabetes, de que a doença cardiovascular é uma das principais.


Com a menopausa é frequente haver um ganho de peso, o que pode influenciar a necessidade de insulina.


Abre-se, mais uma vez, a porta a um descontrolo do açúcar no sangue se não houver alteração da medicação e, naturalmente, uma adequada gestão dos quilos a mais.


Outra associação entre a menopausa e a diabetes provém do risco acrescido de infecções. Numa mulher diabética, níveis elevados de açúcar no sangue podem contribuir para o desenvolvimento de infecções urinárias e vaginais, probabilidade que aumenta na menopausa pois a descida de estrogénios diminui as defesas contra bactérias e fungos, facilitando o acesso aos aparelhosgenital e urinário.


Sensível à menopausa é igualmente o sono: os suores nocturnos e os afrontamentos dificultam com frequência uma noite bem dormida.


Ora a falta de sono dá origem a flutuações na glicemia, potenciando novamente um desequilíbrio que é necessário controlar.


Está nas suas mãos controlar o risco!


São problemas com que lida uma boa percentagem das mulheres diabéticas.
A prevalência da diabetes em mulheres na menopausa oscila entre os 4 e os 7 por cento, o que, no nosso país, significa que 100 mil a 140 mil dos cerca de dois milhões de mulheres em menopausa são também diabéticas.


São muitas e boas razões para controlar o risco associado a estas duas condições. Trata-se de um duplo desafio, mas é possível vencê-lo.


Desde logo, fazendo escolhas saudáveis: uma alimentação equilibrada e exercício físico regular. No que respeita à alimentação, os doentes com diabetes já seguem um plano com algumas restrições, ao nível do açúcar mas também das gorduras. O mesmo plano é útil no controlo dos sintomas da menopausa.


Quanto ao exercício físico, tem benefícios a muitos níveis: ajuda ao controlo do peso ao promover o gasto de energia (logo a queima de gordura); aumenta acirculação, fortalece o sistema circulatório, contribui para baixar a pressãoarterial e para manter os níveis de colesterol dentro do normal; fortalece os ossos, prevenindo a osteoporose. Além disso, ajuda a libertar o stress e melhora o humor.


Neste plano de gestão da diabetes e menopausa, é ainda fundamental manter os valores de glicemia dentro dos parâmetros considerados normais para cada mulher. O que passa, em primeiro lugar, por conhecer esses valores: há, pois, que medir a glicemia com mais regularidade quando se está na menopausa, mantendo um diário dos valores registados para a eventualidade de ser necessário ajustar a terapêutica.


E quando os sintomas próprios da menopausa causam demasiado desconforto a abordagem pode envolver a chamada terapia de substituição hormonal. Trata-se de uma terapia que envolve a toma de hormonas sintéticas, de modo a atenuar as consequências de uma menor produção de estrogénio e progesterona. É uma opção que ainda gera polémica, que cada mulher deve discutir com o seu médico.


O que é certo é que gerir a diabetes na idade da menopausa coloca alguns problemas acrescidos às mulheres, sendo que é possível superálos com um compromisso com um estilo de vida saudável.


Fonte: Farmácia Saúde - ANF

OSTEOPOROSE: FRAGILIDADE FEMININA


Não é exclusiva das mulheres, mas a fragilidade óssea típica da osteoporose acontece mais nelas do que nos homens. Com risco de fracturas, para ambos os sexos e, sobretudo, à medida que a idade avança.



Uma em três mulheres sofre de osteoporose, um em oito homens também. Sempre com mais de 50 anos, porque estadoença do esqueleto é mais comum a partir da chamada meia-idade e mais ainda quando se ultrapassa a barreira dos 65. Nelas coincide com a menopausa.


O que está em causa é a diminuição da massa óssea, o que significa que os ossos ficam menos densos. Há também uma diminuição da qualidade, com os ossos a tornarem-se mais porosos. Tudo isto contribui para uma menor resistência e consequente aumento do risco de fracturas.


A fragilidade é mais acentuada em determinados ossos, nomeadamente nas vértebras dorsais e lombares (coluna), no rádio (braço) e no fémur (perna). São estes os ossos em que acontecem mais facilmente fracturas.


Além do sexo (feminino) e da idade (acima dos 65 anos), há outros factores de risco, com a osteoporose a ser mais comum entre as pessoas de raça caucasiana e asiática e entre quem possui antecedentes familiares de fractura. Nas mulheres, há outros elementos a considerar: é o caso da menopausa precoce, que aumenta a probabilidade de sofrer de osteoporose, é também o caso da existência de períodos de amenorreia prolongados (meses seguidos sem menstruação). As mulheres mais magras também são mais vulneráveis.


Independentemente do sexo, a fragilidade também existe quando se é forçado a imobilização prolongada (caso das pessoas acamadas), quando já se têm outras doenças ósseas, reumáticas ou das glândulas e ainda quando se utilizam em permanência medicamentos que provocam diminuição da massa óssea (como os corticoesteróides e os anticoagulantes).


O estilo de vida também conta e muito: uma dieta pobre em cálcio enfraquece os ossos, o mesmo sendo válido quando se leva uma vida sedentária, quando se fuma, quando se consome cafeína e bebidas alcoólicas com regularidade.


Este é o risco de ter osteoporose; já o risco de quedas, logo de fracturas, é acrescido em pessoas com dificuldades motoras ou sensoriais (problemas deaudição e visão, por exemplo) e em pessoas que fazem tratamento comantidepressivos e ansiolíticos (porque podem diminuir o estado de alerta). Mas como saber qual o estado de saúde dos ossos?


Existe uma técnica de diagnóstico precoce que permite medir a massa óssea - trata-se da osteodensitometria, cujo valor-padrão é o índice T. Assim, se for maior do que -1, isso corresponde a ossos saudáveis; entre -1 e -2,5 significa que existe osteopenia, ou seja, que já há fragilidade; e menor que -2,5 indica osteoporose. Com a mesma técnica, é possível avaliar o risco de fractura.


Este não é, porém, um exame que faça parte dos rastreios normais de saúde, pelo que não há uma maneira de sabermos, a cada altura, qual a resistência dos nossos ossos. Por isso, o melhor é apostar na prevenção, de modo a manter bons níveis de massa óssea: o que passa pela modificação de alguns factores de risco como os relacionados com a alimentação e o exercíciofísico. A actividade física ajuda à flexibilidade e resistência do esqueleto, completando os benefícios de uma dieta abundante em vitaminas (sobretudo a D) e minerais, nomeadamente cálcio: é sabido que o leite e derivados são dos melhores amigos dos ossos, mas os vegetais de folha verde (brócolos, espinafres, nabiças e agriões) também.


Também com objectivos preventivos, sobretudo em mulheres na menopausa ou quando já existe osteopenia, podem ser aconselhadas medidas farmacológicas como a terapêutica hormonal de substituição ou suplementos de cálcio evitamina D. Estes suplementos são, aliás, indicados em particular para pessoas mais idosas (que nem sempre se alimentam bem), institucionalizadas, com mobilidade reduzida ou com propensão para as quedas.


Ainda assim, mais vale prevenir. Porque quando os ossos são frágeis uma queda pode ser fonte de grande sofrimento e ter grande impacto na qualidade de vida.




Thursday, April 8, 2010

ESTEJA ATENTO AO BULLYNG ESCOLAR



Tânia Paias e Ana Almeida

Actualmente falar de violência escolar é também falar de bullying. O termo bullying foi cunhado por Dan Olweus numa das suas investigações sobre tendências suicidas em adolescentes. Bullying é toda a violência não física, todo o tipo de agressão e condutas verbais, desde os simples insultos, a fazer piadas e gozar com a criança, o uso de alcunhas cruéis, ridicularizar, etc.. Bullying é uma forma de pressão social que acarreta, por vezes, traumas muito importantes na vida dos alunos que são sujeitos diariamente a este tipo de maus-tratos.



A escola é um dos contextos em que o Bullying mais se faz sentir uma vez que se encontram num mesmo espaço muitas crianças e que se torna difícil para os adultos vigiarem todos os comportamentos e intervirem atempadamente. Num estudo recente, a Margarida Gaspar de Matos e colaboradores apuraram que 57.5% dos alunos entre os 11 e os 16 anos estão envolvidos em comportamentos provocatórios.

O Bullying, ocorre como qualquer outra forma de assédio ou maltrato. É perpetrado, habitualmente, por crianças que têm, por qualquer motivo, mais força ou poder do que a vítima; o agressor acusa a vítima de ser responsável pelo abuso e maltrato a que foi sujeita. A vitima muitas vezes sente-se verdadeiramente responsável pelo que aconteceu, a culpa é dela, por ser feia, gorda, fraca, etc..

Esta forma de violência passa, na maior parte das vezes, despercebida aos olhos dos pais, dos professores e da sociedade em geral. A vítima de bullying pode sofrer este tipo de maltrato durante muito tempo sem que ninguém perceba o que se está a passar.

O agressor exerce uma enorme pressão, incutindo medo e ameaçando retaliar para que a vitima se mantenha em silêncio. Muitas vezes, os pais e os professores só notam que se está a passar alguma coisa grave quando observam os efeitos dos danos desta pressão, que se manifestam sob a forma de fobia à escola, baixo rendimento escolar, depressão e doenças psicossomáticas.

Observarmos este tipo de problemas numa criança ou num jovem não significa que ele esteja a ser vítima de bullying, há muitas outras razões possíveis; mas ser vítima de bullying é uma hipótese a investigar com seriedade. O bullying deve ser travado o mais rapidamente possível.

A vítima de bullying deve ser apoiada por um psicólogo porque apresentará, com toda a certeza, um sofrimento psíquico importante. O agressor também deve ser acompanhado porque o exercício persistente e continuado de bullying é revelador de um enorme mal-estar interno. O autor de bullying vê a violência como uma forma de alcançar poder.

O registo de Casos de Bullying é muito elevado. Em Portugal ainda não se presta, infelizmente, muita atenção a este fenómeno.

Os técnicos que se relacionam de perto com as crianças e os jovens, nomeadamente os professores têm que estar mais atentos a esta realidade e devem perceber o impacto devastador que o bullying pode gerar, comprometendo o salutar desenvolvimento da criança como pessoa segura e auto-confiante. A auto-estima é a primeira a sofrer danos e, por vezes, em situações muito graves, danos irremediáveis. Os pais e os familiares de uma maneira geral, também devem estar muito atentos a esta realidade, principalmente quando se sabe que a criança tem uma característica qualquer que a torna vítima fácil, nomeadamente, se sofre de obesidade ou se tem uma qualquer dificuldade de expressão, é, por exemplo, gago, tem tiques, é demasiado calado ou demasiado falador, etc., isto é, se de alguma forma a criança foge aos padrões normativos.

Sabe-se que muitos dos comportamentos de risco dos adolescentes - absentismo escolar, uso de álcool e drogas, actos suicidários e comportamentos delinquente -, estão relacionados, directa ou indirectamente, com o facto de serem ou terem sido sujeitos a violência e/ou bullying. O bullying implica maus-tratos continuados e repetidos e não deve ser confundido com a agressividade normal na infância e na adolescência e, obviamente implícita nas diferentes brincadeiras.


Tente perceber se o seu filho é vítima de Bullying

» É muitas vezes alvo de brincadeiras de mau gosto?

» Qual é a alcunha que ele tem, lá na escola?

» Há alguma característica na sua personalidade ou fisionomia que o coloca na situação de ser um "alvo fácil"?

» Recusa-se a ir à escola e anda triste?

» Parece não ter amigos ou não se sentir à-vontade com eles?

» Mostra-se muito sensível às suas brincadeiras e reage ou chorando ou de forma agressiva



Previna os danos do Bullying

» Se o seu filho tem alguma característica na sua personalidade ou fisionomia que o coloca na situação de ser "alvo fácil", procure um psicólogo que o possa ajudar a lidar com essa característica para que não se torne um estigma e um motivo de vergonha.

» Esteja atento, observe o seu filho a brincar com os outros colegas, solicite aos professores o parecer deles.

» Não se torne hiper-protector, mas vigie com atenção.

» Não se esqueça que o seu filho pode precisar de ajuda. Nem sempre as crianças têm a força necessária para fazerem frente a um agressor.

» Se o seu filho é muito agressivo, esteja atento, ele pode ser autor de bullying e não ter consciência do sofrimento que provoca nas outras criança.



Identifique os comportamentos de Bullying

» Bullying Físico - Bater, agredir, dar pontapés, empurrar, dar encontrões e puxões

» Bullying Verbal - Ameaçar, arreliar, iniciar rumores e fazer comentários agressivos.

» Exclusão das Actividades - Exclusão directa de certa criança para as actividades em que todos participam menos a criança excluída.

» O que Não se deve fazer - Incentivar a criança a ser assertiva, a desvalorizar o que aconteceu, a ser indiferente às agressões e incentivá-la a fazer de conta que não é incomodado com as agressões. Isoladas estas atitudes podem levar a criança a sentir-se um fracasso.

» O que se Deve fazer - Estar a tento e intervir no sentido de fazer parar o comportamento da criança que atormenta o seu filho. Falar com o seu filho e com os colegas dele para tentar perceber se ele está a ser vítima de Bullying. Explicar-lhe que é natural sentir medo e vergonha, mas que deve ser capaz de falar sobre o que está a acontecer para que o possam ajudar. Chamar a atenção dos professores responsáveis, falar com os pais da criança que atormenta e solicitar que a criança agressora seja observada por um psicólogo. Falar com a criança que foi alvo de Bullying e explicar-lhe que ela não se deve culpar pelo que aconteceu e caso necessário oferecer-lhe um acompanhamento psicológico para que ela possa elaborar os "traumas" a que foi sujeita.


Tânia Paias
Psicóloga Clínica
Psicoterapeuta Psicanalítica na Psicronos

Ana Almeida
Psicóloga Clínica
Directora Clínica na Psicronos





Fonte: Psicronos

Tuesday, April 6, 2010

WORKSHOP - ADESÃO TERAPÊUTICA NA DIABETES


Realiza-se no próximo dia 8 de Maio o workshop sobre a adesão terapêutica na Diabetes. Esta acção destina-se a enfermeiros e a alunos de enfermagem. O local do workshop será no auditório do Arquivo Regional da RAM.
A data limite de inscrição é 30 de Abril de 2010 e poderá ser feita por email através do endereço
adram@adram.net, por telefone 966 620 782 ou através deste site seguindo a ligação indicada abaixo.

Inscrição online

Fonte: ADRAM

JÁ BEBEU ÁGUA HOJE?



Alexandra Bento

A água assume uma função de extrema importância no nosso organismo, assentando todo o metabolismo humano em reacções desenvolvidas em soluções aquosas. Esta transporta nutrientes e representa um importante papel no transporte e eliminação dos produtos tóxicos resultantes do trabalho do organismo.

Água: o maior constituinte do seu organismo

A água é o maior constituinte do corpo humano e a sua percentagem varia em função da quantidade de massa muscular e de tecido adiposo, pois é no tecido muscular que se encontram as células com maior concentração de água, por oposição às células do tecido adiposo e ósseo que têm as concentrações mais baixas. A percentagem de água no peso corporal de um prematuro é de cerca de 81%, a de um bebé é de 68% e a de uma criança é de 60%. Nos adultos, a percentagem de água é de cerca de 54% nos homens e 49% nas mulheres.


Ao longo do dia, o nosso organismo perde mais de dois litros de água - através da urina (1.400ml), das fezes (100ml), do suor (100ml) e do ar que sai dos pulmões (350ml) - pelo que temos de a repor. A perda de água, no dia-a-dia, pode ser colmatada, se houver uma adequada reposição, pelo que é necessário ingerir diariamente uma quantidade de água equivalente à quantidade de água perdida.


A entrada de água no organismo pode fazer-se através da sua ingestão directa e, indirectamente, através dos vários alimentos e de outros líquidos da dieta alimentar, que já em si a contêm, como é o caso da fruta, dos legumes, do leite, dos iogurtes e dos sumos.

Quando o corpo seca

Como sabe, quando se perde mais fluidos do que aqueles que se ingerem e o corpo não tem água suficiente para assegurar as suas funções normais, ou seja, há um desequilíbrio no balanço hídrico, dizemos que o organismo está desidratado, podendo esta situação ser grave ou muito grave.

De facto, sabe-se que é possível sobreviver várias semanas sem ingerir qualquer alimento, mas poucos dias sem beber. No caso da água, no entanto, sabe-se que, em climas moderados, um adulto apenas consegue viver até dez dias sem água e uma criança até cinco dias.


Regra geral, a sede constitui o primeiro sinal de desidratação, mas rapidamente se chega a situações como uma pior performance física e hipovolémia (-3% do peso em água), náuseas, dificuldade em manter a temperatura do corpo estável, dificuldades de concentração e diminuição das capacidades de trabalho (-5% do peso em água).



Num estado de desidratação ainda mais avançado (-10% do peso em água), a desidratação pode provocar fraqueza, espasmos musculares e delírio. Numa perda de cerca de 11% do peso em água, pode haver falha da função renal e com 20% pode mesmo ocorrer morte.


Existem determinadas situações que favorecem a desidratação, como as temperaturas elevadas, a prática de desporto, os ambientes de humidade reduzida, as altitudes elevadas e as situações de diarreia ou vómitos, pelo que perante estas situações deverá aumentar os líquidos ingeridos.


Lembre-se de que a melhor forma de combater a desidratação não é tratar dela, mas prevenir o seu aparecimento!

Sinais de desidratação

>Urina pouco abundante, com coloração e cheiro intensos;

>Boca e lábios secos;

>Pele áspera e seca;

>Dores de cabeça;

>Dificuldade de concentração;

>Fadiga;

>Prisão de ventre;

>Dor muscular e articular.



Este Verão, hidrate-se, pela sua saúde!



>Beba água ao longo do dia (entre 1,5 a 3 litros, ou seja, mais de oito copos);


>Aumente a ingestão de alimentos e de outros líquidos, que já em si a contêm, como é o caso da fruta, dos legumes, dos iogurtes, do leite e dos sumos;


>Leve água sempre que trabalhar ou participar em eventos no exterior;


>Hidrate-se antes, durante e após a prática de exercício físico;


>Lembre-se que as bebidas alcoólicas desidratam e as bebidas açucaradas não são eficazes para hidratar;


>Ingira mais água nos momentos de maior risco de desidratação;


>Utilizar roupas de cores claras e pouco apertadas nos dias de maior calor;


>Evitar exposições prolongadas ao sol;


>Oferecer água aos idosos e às crianças, várias vezes ao longo do dia.



Fonte: Health & Wellness
 

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