Wednesday, October 28, 2009

CONTROLO EFICAZ DA DIABETES PERMITE REDUZIR PROBLEMAS CARDIOVASCULARES

ESPECIALISTAS DIZEM QUE É ESSENCIAL MANTER AMIGOS E EXERCÍCIO NA 3ª IDADE

Monday, October 26, 2009

Pontes imaginárias

É como pontes entre o conhecido e o desconhecido que funcionam aqueles objectos que as crianças nunca largam - o peluche ou a fralda de pano, que arrastam consigo até quase se desfazer e de que recusam separar-se.

Todos sabemos como as crianças se apegam a determinados objectos - a uma chucha, a uma fralda de pano ou a um boneco de peluche.

E também sabemos como protestam quando são separadas desses objectos de estimação. É frequente a imagem de uma criança que arrasta consigo uma fralda de pano, já a desfazer-se e em precaríssimas condições de higiene, mas que é agarrada como o mais precioso dos bens.

Tal como é frequente a imagem de um protesto inconsolável quando alguém lhe tenta retirar a fralda. E nem é preciso que haja intenção - basta que a fralda fique esquecida no momento de sair de casa para que o choro se desate e só pare quando a fralda é devolvida...

É comum que seja uma fralda de pano, mas pode ser qualquer outro objecto, desde que seja suave. Para a criança, esse objecto é uma reminiscência do calor que emana do peito e dos braços maternos: ao agarrar a fralda junto a si é como se se aconchegasse no corpo da mãe. E apega-se assim à fralda ou ao peluche precisamente para compensar a ausência da mãe: é como se a sentisse próxima apesar da separação.

É entre os quatro e os seis meses que, normalmente, se inicia este comportamento: e assim acontece porque é nesta idade que a criança se começa a movimentar no mundo externo, sem se separar completamente do seu mundo interno. Daí que estes objectos sejam chamados de transição - funcionam como pontes entre os dois mundos em que a criança se situa.

Calcula-se que mais de metade das crianças tenha uma fraldinha de estimação (ou equiparado), cujo cheiro reconhece e de que recusa separar-se, mesmo quando se está a desfazer e quando deixa muito a desejar em termos de higiene: oferecer-lhe uma nova ou lavada não resulta. A criança desenvolve uma ansiedade extrema: é que a fralda proporciona segurança, funcionando ao mesmo tempo como um substituto materno e como um suporte na conquista de autonomia.

É o conforto que a criança retira desse objecto que lhe permite aceitar a ausência da mãe e transitar para o ambiente externo, de uma creche por exemplo.

Seja a fralda ou outro objecto qualquer, a verdade é que constitui uma ferramenta que permite à criança afastar-se das suas figuras de referência e desenvolver uma existência mais independente. Porque pode ser levado para qualquer lado, proporciona conforto imediato sempre que a ansiedade surge. Logo, a criança fica menos dependente do cuidador.

Os objectos de transição desempenham ainda um papel fundamental na identificação da criança consigo própria e com os outros: com a fralda ou o peluche, ela aprende a representar o "outro", por oposição ao "eu", aprende que aquele objecto é distinto, separado, de si própria, o que é mais um passo na construção da sua autonomia.

Não obstante este importante papel da fraldinha de estimação a verdade é que os pais se preocupam. E preocupam-se porque a relação que a criança estabelece com o objecto se assemelha a uma relação de dependência vai com ele para todo o lado, protesta de uma forma descontrolada se não o tem, se o perde ou se o tentam tirar, recusa um substituto, não se acalma até recuperar a posse.

Tudo neste cenário parece excessivo: a relação da criança com o objecto e a sua reacção à privação do objecto. Daí os receios de dependência. No entanto, esta é uma situação normal e na maioria das situações a criança liberta-se do seu objecto de transição à medida que ganha autonomia emocional. Não há uma idade certa, mas mais cedo ou mais tarde acontece.

Muitas vezes ocorre em simultâneo com a entrada no sistema escolar, quando a própria criança se sente crescida demais para andar com a fralda, o peluche ou a chucha. Há, porém, crianças com maior dificuldade em desligar-se. Precisam da ajuda de pais e educadores, mas essa ajuda deve assumir a forma de colaboração e não de imposição.

Numa primeira fase, há que aceitar que a criança leve o seu objecto de estimação para o infantário, deixando-a usá-lo quando sentir necessidade. Quando já estiver bem integrada e mais segura, pode ser sugerido que guarde o objecto - primeiro numa malinha, por exemplo, que a criança pode ter consigo, depois num local um pouco menos acessível, como o cabide. Mas sempre sem lhe negar o acesso - progressivamente será a criança a ter menos necessidade dessa ponte imaginária com o mundo seguro de casa e da mãe.


Uma gestão difícil

Nem sempre é fácil lidar com a existência de um objecto de transição, mais eis algumas regras que podem ajudar:

• Não retire o objecto sem avisar previamente a criança: mesmo que seja apenas para lavar, nunca o faça às escondidas - converse com a criança, peça-lhe colaboração e explique-lhe que voltará a tê-lo e que, apesar de o cheiro ser diferente, logo ficará igual;

• Se tiver de substituir o objecto, escolha outro igual e coloque-o em contacto com o ambiente da criança - a cama, por exemplo - para que vá adquirindo o mesmo odor e textura, de modo a que a criança não estranhe a mudança;

• Aceite a existência desse objecto como uma etapa natural no desenvolvimento infantil, mas sem o valorizar demasiado;

• Se sentir que a dependência é exagerada, vá diminuindo os momentos em que a criança usa o objecto mas procurando envolver a própria criança nesse processo.



Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Esquizofrenia: Entre o mundo real e o imaginário



Andreia Pereira

Segundo algumas estimativas, a esquizofrenia afecta cerca de 40 a 60 mil pessoas em Portugal. O estigma e a falta de adesão à terapêutica estão entre as principais causas do insucesso do tratamento. Contudo, se a medicação for cumprida à risca, em 75% dos casos há uma redução das crises.


Em 1911, Eugen Bleuler usou, pela primeira vez, o termo esquizofrenia para definir uma patologia de foro psiquiátrico grave. Esta desordem "caracteriza-se por sintomas positivos (delírios e alucinações), sintomas negativos (falta de vontade e embotamento afectivo) e por quadros de tristeza e desmotivação, acompanhados por problemas de memória e atenção", indica o Prof. João Marques-Teixeira, psiquiatra, professor da Universidade do Porto e director Clínico do Neurobios - Instituto de Neurociências.

De acordo com os dados disponíveis em Portugal, calcula-se que a esquizofrenia atinja entre 0,4 a 0,6% da população, "sem predominância de género". O especialista considera que a eclosão dos sintomas agudos tem, geralmente, início depois da adolescência, entre os 18 e os 24 anos.

Apesar de não se conhecerem as causas desta patologia psiquiátrica, suspeita-se que o aparecimento dos primeiros sintomas se deva a razões genéticas. Contudo, João Marques-Teixeira diz que existem "factores ambientais (físicos, infecciosos, psicológicos, traumáticos e tóxicos, nomeadamente com a administração de substâncias de abuso)" que influenciam, sobremaneira, o surgimento da esquizofrenia.

Normalmente, a doença surge com "alterações na percepção ou na expressão da realidade", muito embora as manifestações mais frequentes sejam as "alucinações visuais ou auditivas". Esta patologia caracteriza-se, ainda, por "delírios persecutórios, desorganização do pensamento e da linguagem, assim como um grande défice social e profissional".


Diagnóstico precoce é meio caminho para sucesso terapêutico

A esquizofrenia altera, por completo, "as rotinas do seio familiar onde o doente está inserido". E, dado o impacto da doença, contribui para um desgaste emocional dos entes mais próximos. Embora em algumas situações o internamento hospitalar seja um meio de tratamento, João Marques-Teixeira admite que, de uma maneira geral, salvo raras excepções de elevada gravidade, "o doente diagnosticado e tratado precocemente pode fazer uma vida praticamente normal".

Contudo, o diagnóstico envolve uma natureza "complexa e longitudinal". Assim, "a melhor estratégia, perante uma alteração grave e súbita de comportamento de um adolescente ou jovem adulto, é pedir o apoio do médico de família ou de um psiquiatra", acrescenta.

Caso a medicação seja iniciada numa fase inicial da doença e sem interrupções, "em 75% dos casos há uma resolução positiva, com um prognóstico favorável na resolução das crises". Mas, para que isto aconteça, é preciso haver um envolvimento e uma psicoeducação do doente e da família.

Para além dos fármacos ("os mais usados, actualmente, dão pelo nome de antipsicóticos atípicos"), decorrentes de avanços científicos que permitiram o desenvolvimento de novas "substâncias eficazes e com menos efeitos acessórios", os tratamentos também implicam "o treino cognitivo e uma reabilitação psicossocial". Porém, e apesar de todos os esforços, os clínicos e a família deparam-se com alguns obstáculos na adesão ao tratamento, já que nem sempre "o doente aceita a patologia (porque não tem consciência da mesma)".

A somar aos factores intrínsecos do doente, "seguem-se as dificuldades de ressocialização" e o estigma da sociedade face à esquizofrenia. "Esta patologia suscita um sentimento de estranheza nas pessoas e induz a uma sensação de perigosidade", o que se constitui um dos motores de discriminação social. "Os doentes com esquizofrenia sofrem, ainda, de falta de apoios no nosso país."



Vida activa favorece recuperação

O filme "Uma mente brilhante", lançado em 2001, relatava a vida de John Forbes Nash, um matemático exemplar que, a dada altura do seu percurso profissional, começa a sofrer de alucinações. O diagnóstico confirma a existência de esquizofrenia, o que o obriga a redefinir o seu rumo da sua vida.


Embora a esquizofrenia se confunda com a genialidade, o psiquiatra João Marques-Teixeira afirma que esta relação não passa de um "mito". Segundo explica, "esta crença resulta, provavelmente, da bizarria comportamental dos génios". Mas a ligação entre a doença e alguns prodígios intelectuais é a "mesma que existe em outras patologias de foro psiquiátrico".


No entanto, sofrer de esquizofrenia também não é sinónimo de ignorância ou de debilidade mental. Um estudo dirigido por João Marques-Teixeira procurou precisamente avaliar a capacidade de aprendizagem destes doentes: "Os programas que facilitem a aquisição de estilos de vida mais saudáveis, em conjunto com a terapêutica e as medidas de natureza psicossocial, promovem uma maior integração social."


Os resultados deste estudo indicam que o grau de satisfação dos doentes face ao papel mais dinâmico que representam na sociedade. "De um modo geral, as variáveis ligadas ao estado emocional e à motivação intrínseca são fundamentais para essa aprendizagem. Tudo o que estimule o doente para uma vida activa e com sentido tem um impacto positivo na evolução da esquizofrenia", resume. Daí que se reforce a importância de um diagnóstico o mais precoce possível. Só assim se pode dar início a um tratamento adequado, que evite "um curso debilitante e com uma crescente insuficiência social".



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Friday, October 23, 2009

DOENÇA BIPOLAR: MANIA OU DEPRESSÃO?

Andreia Pereira

Até aos anos 70, a doença bipolar na infância e na adolescência era algo quase inimaginável, por se considerar que os sintomas que a criança manifestava eram próprios da idade. Hoje em dia, sabe-se que esta patologia psiquiátrica pode também afectar as camadas etárias mais jovens.

A doença bipolar na criança surge, normalmente, após a puberdade, após os 11 ou 12 anos, embora haja registos de casos pré-púberes. Segundo alguns estudos, a doença bipolar tem uma componente genética, pelo que "as crianças com parentes de primeiro grau são potenciais candidatos ao desenvolvimento da doença". Estes jovens manifestam alterações de humor, que varia entre a mania (elação do humor) e a depressão.

"O diagnóstico na criança é dificultado pela duração e variação dos episódios, já que, regra geral, não duram os sete dias que são necessário para se determinar um episódio de mania", explica a Dr.ª Paula Correia, pedopsiquiatra do Centro Hospital da Cova da Beira, na Covilhã.

Como a criança pequena não consegue transmitir através da linguagem verbal o que está a acontecer dentro de si, "é difícil para os outros (família e grupo de pares) entenderem o que se está a passar". E isto decorre do facto de haver uma "inconstância do humor", que alterna entre a euforia e a tristeza. Uma criança que sofre de uma doença bipolar pode, inclusive, manifestar sentimentos "megalómanos" face à realidade envolvente num momento, mas, passado algum tempo, sentir-se inferiorizada.

Na maioria dos casos a hiperactividade é um sinal muito frequente. Mas, segundo a pedopsiquiatra, têm de estar presentes outros sintomas como: "a grandiosidade, a fuga de ideias, a elação do humor". Com base nestes elementos consegue-se traçar um diagnóstico "preciso e longitudinal", que é efectuado ao longo do tempo. "É necessário ter em atenção a mudança de comportamento da criança e as alterações no estado mental", esclarece.

Já na adolescência, embora os sintomas sejam semelhantes aos da criança, com a diferença que têm um prolongamento maior no tempo, "há, ainda, o risco de tentativa de suicídio". Para evitar estas situações, para além da terapêutica farmacológica, que consiste na prescrição de estabilizadores de humor, "tem de haver um apoio psicológico dos jovens e da família".

Lidar com a doença

Para a especialista, a família é um ponto de suporte do doente bipolar. "Tem de haver uma retaguarda e uma capacidade de os elementos familiares se unirem", fundamenta a pedopsiquiatra. Embora não "haja fórmulas mágicas" para se agir com uma criança bipolar, "os progenitores devem entender as dimensões da doença".

Esta patologia, em certos casos, pode interferir com o rendimento escolar. Mas, de acordo com Paula Correia, tudo depende da "instabilidade emocional e dos períodos livres de doença". Contudo, cada caso é um caso e não há duas crianças iguais, mesmo aquelas que sofrem de uma doença bipolar.

Se houver períodos isentos de crises, a escola e os colegas podem nem se aperceber de que existe um problema". Apesar das variações de humor, em casos extremos de degradação do estado de saúde, como existência de psicose (delírios ou alucinações como ouvir vozes, ver pessoas que não existem) ou risco suicida, equaciona-se a hipótese de internamento hospitalar.

Capricho da idade?

Apesar de manifestarem alguns comportamentos mais agressivos ou desordeiros, as crises das crianças bipolares não são caprichos da idade. Quem o garante é Dr.ª Ana Isabel Bastos, psicóloga da Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares. Aliás, como garante a terapeuta, acima de tudo, os pais e os familiares mais próximos devem estar do lado da criança, de modo a conseguir explicar-lhe tudo o que se passa dentro de si e à sua volta.
"A intervenção clínica dos profissionais visa chegar até à criança e explicar-lhe o que é a doença. Isto acontece com recurso a jogos, a brincadeira, o jogo, para entendermos o que lhe vai na alma, porque a compreensão de uma criança é diferente de um adulto. E na infância ainda não estão adquiridas todas as competências de linguagem que lhe permitam expressar os sentimentos", assegura a psicóloga.

Dado que a criança passa grande parte do seu tempo na escola, a associação é convidada, em alguns casos, a deslocar-se às instituições de ensino, a fim de os profissionais darem formação aos professores. "Quando os docentes entendem os sintomas conseguem ser mais assertivos no tratamento com o aluno. Quando há um desconhecimento da doença, há uma tendência para catalogar de mal-educada, malcriada e que não respeita a autoridade."

O adolescente, comparativamente à criança, já consegue interrogar os profissionais sobre as suas dúvidas relativamente à doença e à toma da medicação. E, embora sofram de uma desordem bipolar, a psicóloga indica que a doença não lhes retira as crises típicas da idade, até porque "estes comportamentos de rebeldia fazem parte do desenvolvimento normal". Para Ana Isabel Bastos, acima de tudo, um comportamento própria da adolescência distingue-se da perturbação bipolar pela duração e intensidade dos sintomas. "

Compreender a doença
A Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) dá apoio psicoeducativo, para que os pais e os familiares mais próximos saibam como lidar com uma criança ou jovem com perturbação bipolar. "Os progenitores têm de saber como lidar com os sintomas. Para além disso, devem entender que os comportamentos não dependem da vontade criança."
A partir do momento em que há um acompanhamento psicológico e médico, a medicação consegue fazer com que a criança tenha um comportamento mais estável. E esta situação, de acordo com Ana Isabel Bastos, vai permitir que os pais consigam lidar melhor com os sintomas da doença.

Para mais informações, contacte:
Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares
Morada da Nova Sede da ADEB, Centro de Reabilitação Psicossocial:Quinta do Cabrinha, Av. de Ceuta, n.º 53, Loja F/G, H/I e J1300-125 LISBOATel: 21 854 07 40/8Fax: 21 854 07 49Tlm: 96 898 21 50adeb adeb.pt Horário de funcionamento: De Segunda a Sexta-feira das 10:00 às 13:00 horas e das 14:00 às 18:00 horas.

Tuesday, October 20, 2009

DOSSIER: DOENÇA CELÍACA


Inês Moita

A doença celíaca é uma intolerância alimentar permanente ao glúten. É uma doença crónica do intestino que surge em pessoas com predisposição genética para desenvolver a patologia sempre que se ingerem alimentos contendo glúten. A ingestão de glúten vai provocar alterações no intestino que impedem a absorção normal dos nutrientes. As lesões manifestam-se através do achatamento das vilosidades intestinais e na diminuição da sua capacidade de absorção dos nutrientes.

O que é o glúten

O glúten é uma proteína que existe na composição de alguns cereais (trigo, centeio, cevada e aveia). O arroz e o milho não possuem glúten. O glúten funciona como um factor de agressão para o intestino em pessoas geneticamente predispostas, causando um achatamento da mucosa intestinal com atrofia das vilosidades intestinais e diminuição da sua capacidade de absorção (em condições normais as vilosidades do intestino delgado são o principal local onde os nutrientes necessários ao organismo são absorvidos).

Quais são os sintomas característicos da doença celíaca nos adultos

Nos adultos, a doença apresenta-se muitas vezes de forma atípica e em idades diversas, com queixas transitórias e sintomas nem sempre relacionados com o trânsito intestinal:


- Dores ósseas e cãibras;
- Inchaço nas extremidades dos membros;
- Tremores e alteração da sensibilidade dos pés e mãos;
- Alterações do ciclo menstrual/abortos sem motivo aparente/infertilidade;
- Prisão de ventre/diarreia;
- Cansaço crónico;
- Aftas recorrentes;
- Anemia, diminuição de cálcio, magnésio e potássio.


Como se manifesta habitualmente a doença celíaca nas crianças

A doença celíaca pode manifestar-se em qualquer altura após a ingestão de alimentos com glúten.
O seu aparecimento nas crianças é mais frequente nos dois primeiros anos de vida, mas a doença pode manter-se assintomática ou difícil de diagnosticar até à idade adulta.


Os sintomas mais frequentes na criança são:

- Diarreia crónica ou intermitente;
- Prisão de ventre;
- Atraso no crescimento;
- Aumento de peso insuficiente;
- Irritabilidade/tristeza;
- Vómitos.

Para além disso, a criança pode apresentar baixa estatura, emagrecimento, barriga distendida, pele seca e pálida e semblante triste. As suas fezes são ricas em gordura (uma vez que é mal absorvida), brilhantes, fétidas, volumosas e pouco consistentes.

Como se diagnostica


Sempre que se verificarem sintomas suspeitos da doença o médico deve pedir análises ao sangue e às fezes, que confirmam a existência de má absorção dos alimentos e pesquisar a existência de anticorpos no sangue característicos da doença celíaca:

- Anti-Gliadina;
- Anti- Endomisio;
- Anti-Transglutaminase (o mais específico).

No caso de estes exames se apresentarem positivos, a probabilidade de se tratar de uma doença celíaca é elevada, mas o diagnóstico necessita sempre de ser confirmado através de biopsia ao intestino, para que se possa identificar possíveis lesões intestinais típicas da doença.


Qual o tratamento


Actualmente, o único tratamento para a doença celíaca é uma dieta rigorosa sem glúten para toda a vida.


O tratamento de base da doença celíaca é a dieta sem glúten, tão rigorosa quanto possível, e mantida durante toda a vida.

Numa dieta sem glúten devem ser excluídos todos os alimentos que contém trigo, cevada, aveia e centeio. Os únicos cereais permitidos são o milho e o arroz.

Para que a dieta seja rigorosa o doente deve analisar sempre a composição dos alimentos, particularmente os de confecção industrial. Deve ainda ter presente que alguns medicamentos têm na sua composição excipientes que contêm glúten.

Para ajudar os doentes a identificar os alimentos comercializados que estão isentos de glúten a Associação de Doentes Celíacos fornece listas actualizadas destes alimentos.

Na fase inicial do tratamento, se a desnutrição for importante, alguns doentes necessitam de suplementos de vitaminas e minerais.

Embora seja raro, nas formas mais graves da doença poderá haver necessidade de instituir tratamentos complementares da dieta.


Alimentos permitidos na dieta sem glúten

- Peixe, carne e aves;
- Ovos, leite e iogurtes;
- Arroz, batata, frutos e verduras frescas em geral;
- Cereais de milho e arroz;
- Pão de milho e outros pães, bolos, bolachas e biscoitos confeccionados com farinha glúten (à venda nas casas de produtos dietéticos).

Alimentos a evitar na dieta sem glúten

- Derivados de trigo, centeio, cevada e aveia;
- Pão, bolos, biscoitos, doces de pastelaria, tostas e bolachas;
- Cereais de pequeno-almoço que contém trigo;
- Papas para bebés com excepção das de milho e arroz;
- Massas e pão ralado;
- Sopas de pacote, espessantes para molhos, cubos de caldo, caril em pó, molhos e refeições pré-confeccionadas;
- Chocolate, gelados, pudins, alguns queijos.



Fonte: MediaHealth Portugal

Saturday, October 17, 2009

VACINA - EFEITOS SECUNDÁRIOS

CÉLULAS ESTAMINAIS "FABRICAM" BYPASS BIOLÓGICO


Rita Hipólito

Investigadores norte-americanos identificaram um grupo de células estaminais capazes de fabricar novas artérias coronárias, abrindo assim portas a novas formar de tratar a arteriosclerose, uma das principais doenças cardiovasculares. As doenças cardiovascularessão a principal causa de morte no mundo ocidental. De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, só em Portugal, afectam meio milhão de pessoas.


A descoberta agora anunciada altera o paradigma de tratamento destas patologias. Os investigadores do Brigham and Women's Hospital de Boston catalogaram uma nova classe de células estaminais, as células progenitoras vasculares coronárias (CPVC).

A pesquisa em modelos animais, sugere que face a um bloqueio das artérias, estas células actuam construindo um bypass biológico. Uma alternativa de tratamento para doentes com problemas como arteriosclerose crónica e cardiomiopatias isquémicas, que ocorrem quando as artérias que fornecem sangue e oxigénio ao coração estão bloqueadas.

"Até agora, a investigação na área das células estaminais tem estado orientada para a reparação dos danos causados nos tecidos cardíacos, com bons resultados. Esta nova descoberta vem abrir portas a novos rumos, alterando dramaticamente o objectivo da terapia celular no coração isquémico; a prevenção de lesões do miocárdio torna-se o objectivo da terapia celular, em vez da reparação parcial de danos já estabelecidos" explica Patrícia Melo, Administradora Operacional da Future Health.

O recurso às células estaminais do sangue do cordão umbilical criopreservadas já é utilizado com sucesso no tratamento de 97 doenças. O seu potencial único permite ajudar a regenerar células danificadas e os respectivos órgãos, na terapêutica de doenças graves como deficiências medulares ou metabólicas, leucemia, imunodeficiências, linfomas, anemias potencialmente fatais e determinadas patologias cardíacas. As células estaminais do cordão umbilical já foram utilizadas, com sucesso, em mais de 20 mil transplantes nos últimos 20 anos.

A Future Health, com delegação em cerca de 15 países, é o primeiro banco familiar de sangue do cordão umbilical no Reino Unido (RU) a receber uma acreditação total como banco de tecidos humanos pela Medicines & Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA), do Departamento de Saúde do RU. Recebe cerca de 1000 amostras por mês, uma média de 30/40 por dia, provenientes de 40 países. Actua nas áreas da recolha, processamento e armazenamento das células estaminais do sangue cordão umbilical (hematopoiéticas) e das células estaminais do tecido do cordão umbilical (mesenquimais).

Fonte: Grupo Inforpress

Monday, October 12, 2009

DPOC- DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA

DOR CRÓNICA

TORCICOLO: PESCOÇO FORA DE SÍTIO



É fora de sítio que fica o pescoço quando se tem um torcicolo. A rigidez dos músculos causa dor e inviabiliza o movimento, mas a situação é quase sempre benigna e passageira.

À letra, com base nas raízes latinas, a palavra torcicolo significa precisamente aquilo que é: pescoço torcido. E o pescoço fica assim em consequência de uma contractura muscular, na maioria das vezes envolvendo o esternocleidomastóideo, o músculo imortalizado por Vasco Santana no filme "A canção de Lisboa".

É o principal músculo lateroflexor do pescoço e o único constituinte do grupo anterolateral (dos músculos do pescoço), assumindo essa designação devido às inserções que apresenta através dos seus tendões a três níveis (ossos) distintos: o Esterno, Clavícula e o Temporal (porção Mastoideia), respectivamente.

Por funcionar como um eixo, qualquer lesão que o afecte acaba por repercutir-se na mobilidade do pescoço. É o que acontece num torcicolo: o pescoço assume um posicionamento característico, ligeiramente rodado e inclinado para um lado, para a frente ou para trás.

Além da rigidez, dor e espasmos musculares caracterizam o torcicolo, cujas causas abrangem um vasto leque.

Tanto pode ser um movimento brusco como uma noite mal dormida, uma posição incorrecta no sofá ou à mesa, um esforço excessivo ou um golpe de frio. Mas também pode ter subjacente uma patologia: lesão cerebral ou da espinal-medula, tumor, toxinas, hipertiroidismo.

Alguns autores identificam na criança infecções das vias respiratórias superiores - amigdalite, faringite, otite, linfadenite cervical (inflamação de gânglios do pescoço), abcesso retrofaríngeo - como podendo estar na origem de um torcicolo agudo.

Estes são os chamados torcicolos adquiridos, mas há-os também congénitos, o que significa que estão presentes à nascença. São situações em que o bebé apresenta fibrose e encurtamento do músculo esternocleidomastóideo, o que poderá estar associado a uma má posição fetal ou a traumatismo durante o parto.

Certo é que as causas deste tipo de torcicolo ainda não estão completamente esclarecidas. No pescoço destes bebés é visível à nascença ou pouco depois (semanas ou meses, no máximo) uma massa muscular palpável.

Tende a desaparecer antes do primeiro ano, mas é conveniente iniciar quanto antes o tratamento, à base de fisioterapia - o objectivo é mobilizar o pescoço e a cabeça no sentido oposto ao da deformidade. Em casos raros pode ser necessário recorrer à cirurgia.

Quando o pescoço assume uma posição torcida é normal que haja dor, que tanto pode surgir espontaneamente como declarar-se após um movimento da cabeça. Contudo, forçar o pescoço a recuperar a sua posição central é uma atitude contraproducente, que pode acentuar ainda mais a dor.

O que é preciso é repousar, aplicando calor sobre a zona dorida e aplicando uma pomada anti-inflamatória, que ajuda a controlar a inflamação dos músculos. Aqui a suavidade é a palavra de ordem. Quando a dor é muito intensa pode encontrar-se alívio num analgésico. Em regra, e com estes cuidados, um torcicolo agudo desaparece ao fim de 48 a 72 horas. Se assim não acontecer há que consultar o médico.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Sunday, October 11, 2009

VÍRUS HERPES: REACTIVADO PELO FRIO

O vírus herpes pode ser desencadeado pelo frio: quando as temperaturas descem podem surgir nos lábios as pequenas lesões típicas da doença. Há então que tratar e prevenir o contágio: sem deixar de sorrir, mas talvez deixando de beijar...


A exposição solar e em menor grau o frio têm influência sobre o vírus herpes simples, responsável pelo herpes labial. Com o Inverno à porta, é de esperar que a temperatura baixe, o que, para quem vive com o vírus, pode ser sinónimo de um reactivar da doença.


O stress, a fadiga, a febre, as alterações hormonais também. Fazem com que o vírus "acorde". O primeiro contacto com o herpes simples dá--se, com frequência, na infância. Mas a doença pode não se manifestar de imediato. O vírus penetra no organismo e serve-se de um nervo como meio de transporte, em busca de um ponto onde se possa esconder, ficando inacessível ao sistema imunitário.


Este sistema de defesas está preparado para detectar os agentes agressivos, causadores de doenças, mas este vírus consegue escapar-lhe, ficando como que adormecido. Nesta altura do ano pode ser reactivado pelo frio. Ao fim de alguns dias, surgem na pele os sinais que o denunciam: primeiro o prurido e a vermelhidão, seguidos da erupção de pequenas vesículas repletas de fluido, que, numa fase posterior, se rompem e transformam em úlceras, a partir do que se inicia a secagem.


Este é um processo por fases, com cada surto de herpes labial a oscilar entre os cinco e os dez dias, em média, sendo que em cada pessoa pode ter uma duração e intensidade diferentes.


Em cerca de metade dos doentes, costuma anunciar-se com uma sensação descrita como um formigueiro ou uma picada ou queimadura. O herpes labial tanto pode incidir directamente nos lábios como na pele que os rodeia.


Num caso ou noutro, forma-se uma zona de eritema, que pode ser acompanhado de dor. É aí que surgem ligeiras elevações avermelhadas onde emergem pequenas vesículas dolorosas repletas de um líquido que contém milhões de vírus. No espaço de um a dois dias, acabam por se romper e libertar então o líquido infeccioso (é a fase mais contagiosa), formando-se uma ferida (úlcera, que constitui a fase mais dolorosa).


Mas é a partir daqui que se inicia o processo de cicatrização, com a dor a ceder lugar à comichão e a probabilidade de contágio a diminuir. A úlcera acaba por secar e a pele perde progressivamente o aspecto característico do herpes.



Prevenir o contágio

O herpes simples é um vírus com um elevado grau de infecciosidade, o que significa que o contágio é fácil. Tanto mais que se estima que cerca de 40 por cento dos doentes desconheçam que são portadores, não se tratando e constituindo, portanto, um importante veículo de transmissão do vírus.

O herpes labial transmite-se através do contacto directo com a pele infectada - beijar, partilhar objectos pessoais como copos e talheres pode ser suficiente para que o vírus se instale noutro organismo. Importa, pois, prevenir - o que se consegue adoptando cuidados como evitar furar as vesículas, lavar as mãos após tocar nas lesões, evitar beijar ou falar muito próximo de outras pessoas.


Importa, também, tratar e o mais precocemente possível, assim que se manifestam os primeiros sintomas. O objectivo é, por um lado, controlar a duração e intensidade do surto e, por outro, minimizar o risco de contágio. Estão disponíveis medicamentos específicos para o herpes labial, à base de aciclovir, uma substância que contribui para acelerar o processo de cicatrização e diminuir o incómodo causado pela doença.


Na maioria dos casos é suficiente a aplicação local de uma pomada ou gel (embora alguns autores não o recomendem), existindo também pequenos adesivos que atenuam os sintomas ao mesmo tempo que ajudam a disfarçar as marcas do herpes. Nas situações mais graves e recorrentes, pode ser necessária a administração de comprimidos.


Tratar precocemente não produz apenas alívio físico. Tem igualmente repercussões a nível psicológico, dado que o impacto visual do herpes labial pode causar desconforto e inibição nos contactos sociais e até afectar a auto-estima.


É um facto que o herpes labial não tem cura e que, uma vez instalado o vírus num organismo, pode bastar um período de stress ou uma temperatura mais pronunciada para o reactivar. Mas também é verdade que existem medicamentos e produtos farmacêuticos que ajudam a lidar eficazmente com este vírus. Os beijos continuam a ser desaconselhados, mas os sorrisos não...



Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Thursday, October 8, 2009

CASA S. JOÃO DE DEUS PROMOVE JORNADAS




'Encruzilhadas em Saúde Mental: Caminhar por Onde?' é o tema da quarta edição das Jornadas de Enfermagem de Saúde Mental da Casa de Saúde São João de Deus do Funchal.

As jornadas, promovidas pela Direcção de Enfermagem da Casa de Saúde, terão lugar nos próximos dias 8, 9 e 10 Outubro, no Centro de Congressos e Exposições da Madeira (junto ao Madeira Shopping).

Ao longo dos três dias de evento serão abordados temas como 'Exclusão e Vulnerabilidade Social', 'Sexualidade e Saúde Mental', 'Terapias Complementares', 'Adições: Alcoolismo e Toxicodependência', 'Prevenção e Reabilitação em Saúde Mental' e a 'Doença Mental na 1ª Pessoa no Dia Mundial da Saúde Mental'.

O programa conta com diversos conferencistas convidados, de várias áreas de intervenção, não só da saúde mental, como também das medicinas complementares, entre outras mais. Além das conferências, haverá também espaço para dois momentos de teatro e dramatização da responsabilidade de um Grupo de utentes em processo de Reabilitação Psicossocial e Animadores Culturais.

A sessão de abertura está marcada para as 9 horas do dia 8 de Outubro.

Fonte: Diário de Notícias

Sunday, October 4, 2009

HERMOFRODITAS CONTAM COMO LIDAM COM AS DIFERENÇAS

DENTES ALINHADOS



Alinhar os dentes e maxilares, corrigindo más posições, é o objectivo dos aparelhos que, cada vez mais, andam na boca de crianças e adultos. Para uma boca saudável mas também uma aparência mais agradável.

Mais ou menos discretos, deixam-se entrever em cada vez mais bocas e de todas as idades. São os conhecidos "aparelhos" dos dentes, a principal ferramenta da ortodontia, o ramo da medicina dentária que visa detectar, prevenir e corrigir as anomalias de dentes e maxilares.

Fala-se em geral de "dentes tortos" mas, sob esta designação, escondem-se problemas muito distintos, com os aparelhos a serem úteis quando os dentes superiores avançam muito em relação aos inferiores (retrognatismo) ou quando acontece o contrário e o maxilar inferior se sobrepõe ao superior (prognatismo).

Mas também quando os dentes estão encavalitados, por falta de espaço, e ainda quando há intervalos acentuados entre os dentes, por não se ter completado a dentição definitiva.

São apenas os exemplos mais comuns, mas há outras situações que podem justificar a intervenção de um especialista e a colocação do aparelho.

Em todos os casos há, no entanto, a preocupação de devolver à boca um alinhamento adequado de dentes e maxilares de modo a facilitar a articulação e a mastigação. É essencialmente uma questão de saúde pois dentes mal alinhados são dentes em risco: a higiene oral é dificultada, favorecendo-se a concentração de placa dentária e o consequente desenvolvimento de cáries e outras doenças dos dentes e das gengivas.

Além disso, quando há desacerto entre os dentes e os maxilares exerce-se uma pressão excessiva sobre os músculos envolvidos na mastigação, o que pode conduzir a alterações na estrutura dos maxilares e dores de cabeça, pescoço, ombros e costas.

Naturalmente que se colocam também questões estéticas: dentes mal alinhados prejudicam a aparência e, eventualmente, afectam a auto-estima.

O excessivo avanço dos dentes da frente ou a existência de dentes sobrepostos podem, por exemplo, levar a pessoa a escondê-los, retraindo-se nos contactos sociais. E as crianças são com frequência alvo da troça dos pares, conhecida que é a chamada crueldade infantil.

Discretos ou nem por isso

Não há uma idade limite para a colocação destes aparelhos, mas, em regra, não é preconizada para as crianças com a primeira dentição, excepto se os dentes da frente estiverem de tal forma avançados que haja risco de se quebrarem (em caso de uma queda, por exemplo). Nestas idades, a má posição dos dentes pode estar associada a hábitos como chuchar no dedo, pelo que os especialistas optam por esperar, no mínimo, até aos sete anos. Em geral, aguarda-se pela erupção dos dentes definitivos, avaliando caso a caso a necessidade de intervenção.

Os aparelhos ortodônticos funcionam exercendo pressão sobre os dentes e os maxilares, de modo a produzir os ajustamentos desejados.

Os mais utilizados são os chamados aparelhos fixos, constituídos por brackets, arames e bandas - os brackets são pequenos quadrados que se colocam na face externa dos dentes; são ligados entre si por arames; já as bandas são fixas à volta dos dentes que servem de pilar ao tratamento; há ainda que contar com os elásticos que seguram os arames aos brackets e que actualmente são verdadeiros arcos-íris, havendo-os de todas as cores, dos mais discretos aos fluorescentes.

Estão ainda disponíveis aparelhos amovíveis, usados também para alinhamento de dentes e que constituem uma alternativa aos brackets tradicionais nos adultos. Não se notam e são retirados para as refeições e higiene oral.


Persistência e cuidados extra

Um tratamento de ortodontia prolonga-se, quase sempre, por mais de seis meses, podendo estender-se até dois anos. No intervalo, são feitos reajustes mensais à tensão exercida pelos arames, de modo a progressivamente corrigir a posição dos dentes. É, pois, um tratamento que exige paciência e determinação, até porque a adaptação nem sempre é fácil: a colocação do aparelho causa algum desconforto e até dor, podendo interferir na mastigação, mas o incómodo vai-se atenuando.

Nesse percurso são necessários alguns cuidados, nomeadamente evitando alimentos que podem ser nocivos para os dentes e praticando uma rigorosa higiene oral. Pastilhas elásticas, caramelos, bolachas duras, cenouras cruas, doces e bebidas gaseificadas são de evitar, uns porque se colam aos dentes e às partes do aparelho, dificultando a sua remoção, outros porque a sua consistência exige um esforço acrescido na mastigação (podendo partir ou dobrar os arames) e outros ainda porque contêm açúcar, uma das causas das cáries dentárias.

Quanto à higiene oral, é importante que haja maior cuidado, na medida em que a placa bacteriana se pode acumular em volta do aparelho, o que dificulta a sua remoção e põe em risco o sucesso do tratamento. Dentes e brackets devem ser mantidos rigorosamente limpos sob pena de o esmalte dentário ir descalcificando e abrindo caminho a cáries e doenças das gengivas. As lesões no esmalte resultam em manchas brancas nos dentes, que permanecem visíveis - e inestéticas - depois da remoção do aparelho.

Este esforço acrescido compensa: um tratamento bem sucedido é sinónimo de dentes mais duradouros, de uma boca mais saudável e de uma aparência mais agradável.

Aparelhos "saudáveis"

O sucesso do tratamento de ortodontia depende muito dos cuidados com a higiene oral e com a alimentação. Assim, deve:

• Escovar-se os dentes rigorosamente pelo menos duas vezes por dia mas idealmente após todas as refeições;

• Usar-se uma escova pequena, com filamentos suaves com uma extremidade arredondada;

• Usar uma solução de pré-escovagem, que facilita a remoção da placa;

• Bochechar com elixir fluoretado ao deitar;

• Evitar alimentos duros ou de consistência pegajosa;

• Evitar doces e bebidas refrigerantes ou gaseificadas.

Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Thursday, October 1, 2009

TIRÓIDE: O "EFEITO BORBOLETA" DO CORPO HUMANO



Andreia Pereira



Quase não damos pela sua existência, mas é um facto que a tiróide, uma glândula que se situa na região do pescoço, ocupa uma posição fulcral na regulação de diferentes órgãos e sistemas do corpo humano. Conheça as disfunções desta glândula, em forma de borboleta, que afecta cerca de 10% da população portuguesa.



Mede pouco mais de quatro centímetros, mas, apesar do tamanho, as funções que assume no corpo humano são de extrema importância. A tiróide é responsável "pela regulação do crescimento, controlo do peso e do apetite", diz o Dr. Jácome de Castro, presidente da Secção da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal.



Segundo o especialista, os distúrbios associados a esta glândula afectam perto de 10% da população portuguesa, particularmente do sexo feminino, entre a terceira e a quinta década de vida. Mas, apesar de em alguns casos as disfunções da tiróide serem "incapacitantes", existem "tratamentos que permitem solucionar o problema".



Entre as causas de mau funcionamento da tiróide encontra-se o hiper e o hipotiroidismo. "Cerca de 2 a 3% dos adultos sofrem de hipotiroidismo, uma situação em que a tiróide apresenta dificuldades de funcionamento, devido à produção de anticorpos que inibem a acção desta glândula", completa.



Cansaço, prisão de ventre, sonolência, aumento da sensibilidade ao frio, queda de cabelo, dores musculares, aumento de peso, alterações menstruais são geralmente as queixas apontadas pelos doentes que sofrem de hipotiroidismo. No entanto, como salienta Jácome de Castro, há que ter em atenção que estes sintomas podem estar presentes em outras situações.



"Os médicos de família têm um papel importante no diagnóstico destas patologias, já que, no caso do hipotiroidismo, uma mera análise é o suficiente para obter um diagnóstico preciso." A maioria dos casos de hipotiroidismo é "facilmente tratável" e "apresenta uma taxa de sucesso de quase cem por cento", com recurso a medicamentos que substituem com perfeição" a hormona da tiróide.

Quando a tiróide funciona demais



O hipertiroidismo é uma situação geralmente provocada pela acção de anticorpos. Mas, contrariamente ao hipotiroidismo, neste caso a tiróide é estimulada a funcionar em demasia. Segundo Jácome de Castro, os doentes com este quadro clínico apresentam sintomas de "irritabilidade, palpitações, insónias, tremores nas mãos, perda de peso, suores, diarreias e, muitas vezes, alterações nos olhos".



O diagnóstico desta patologia, à semelhança do que acontece com o hipotiroidismo, é confirmado com recurso a uma análise laboratorial. "Em muitos casos, poderá ser necessário fazer uma ecografia ou uma cintigrafia." Para se obter um diagnóstico preciso, é necessário que "os médicos estejam alerta para estas patologias", advoga o especialista.



Para estes casos, o tratamento passa "pela administração de medicamentos antitiroideus, que inibem a produção de hormonas, através da administração de iodo radioactivo ou com recurso a cirurgia". A taxa de sucesso destes tratamentos ronda os cem por cento, mas, para tal, "é preciso escolher a terapêutica certa no momento certo".


A cirurgia pode envolver a extracção de apenas uma parte da tiróide (no caso de a produção excessiva se localização numa região específica) ou a sua retirada total. Este procedimento implica que, após a remoção integral da tiróide, se faça um tratamento de substituição.

90% dos nódulos têm origem benigna
De acordo com Jácome de Castro, cerca de 4 a 5% dos adultos apresentam nódulos na tiróide com mais de um centímetro. "Situações como esta devem ser observadas por um endocrinologista, para avaliar a natureza do nódulo. No caso de se constatar que o nódulo é benigno, os doentes devem ser acompanhados anualmente", fundamenta. Embora a maioria dos nódulos não aumente de tamanho, é necessário proceder a uma ecografia e uma análise da função tiroideia. Trata-se de um método que permite vigiar um eventual crescimento do nódulo ou uma alteração na sua função.



Do total de casos, perto de 90% dos nódulos que aparecem na tiróide têm uma origem benigna. Os restantes 10% podem evoluir para cancro. Mas a boa notícia é que a esmagadora maioria dos carcinomas da tiróide são curáveis. "Para que isto aconteça, é preciso diagnosticar precocemente", ressalva.



Quando se detecta um cancro na tiróide, o tratamento primário passa pela remoção integral desta glândula. Segundo as informações que constam no site do Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia (http://www.spedm-tiroide.org/), estes tumores geralmente têm bom prognóstico: "a cirurgia é curativa na maioria dos casos e não causa dor nem incapacidade". Após a cirurgia, os especialistas prescrevem o tratamento à base de hormona tiroideia, para "que o organismo se mantenha normal", diz a mesma fonte.

SPEDM alerta para disfunções da tiróide
A Sociedade Portuguesa de Endocrinologia (SPE) criou, há dez anos, uma secção dedicada ao estudo da tiróide. Jácome de Castro, presidente deste Secção, enumera os principais objectivos:
- Sensibilizar a população para as doenças da tiróide, distribuindo brochuras e panfletos em farmácias e hospitais, para além de disponibilizarem as informações online;
- Promover a articulação com os especialistas de Medicina Geral e Familiar, criando consensos de actuação;
- Impulsionar a investigação clínica e epidemiológica das doenças da tiróide no nosso país;
- Incentivar a relação da Endocrinologia portuguesa com grupos europeus e americanos.

Portugal recebeu Congresso Europeu da Tiróide
A cidade de Lisboa foi o palco da 34.ª edição do Congresso Europeu da Tiróide. O número de inscrições e de trabalhos científicos apresentados neste evento ultrapassou as expectativas de anos anteriores. "Batemos todos os recordes e pensamos que será um grande estímulo para a Endocrinologia portuguesa", remata Jácome de Castro, presidente do Congresso.

Fonte: Jornal do Centro de Saúde

 

saude-se Copyright © 2012 -- Powered by Blogger