Monday, March 31, 2008

PASSOS PARA UMA GRAVIDEZ BEM SUCEDIDA


Antes de engravidar: O ideal é que a mulher programe com antecedência a sua gravidez. Adquirir hábitos saudáveis, alimentar-se equilibradamente, evitar o tabaco e o álcool, reduz os possíveis riscos. E, sobretudo, ir antecipadamente ao médico permite prever, se se pertence ou não a um grupo de risco, e em caso afirmativo, tomar todas as medidas necessárias.



Mãe com que idade?


A maternidade é um sonho ansiado pela maioria das mulheres. Mas será que existe uma idade certa para ser mãe? Depois da primeira menstruação a mulher está apta fisiologicamente para ter um bebé, embora ainda não esteja totalmente pronta.


O período mais favorável para engravidar é entre os 20 e os 35 anos. A produção dos óvulos da mulher está em pleno e a mulher tem tempo de tomar medidas caso se registem problemas de infertilidade. Quanto mais nova a mulher, mais energia e disposição o seu corpo tem para atender às exigências da maternidade. No entanto, a idade traz também sabedoria e conhecimento. Ninguém precisa desistir da gravidez porque passou da faixa etária habitual. Com os avanços da medicina, é possível planear uma gravidez depois dos 35 anos, na qual os riscos podem ser controlados e superados. Mas é sabido que com o passar do tempo, a quantidade de óvulos e de espermatozóides diminui e aumentam os riscos do bebé ter algum tipo de malformação congénita.




Para que tudo corra o melhor possível



Para que possa estar atenta desde o primeiro momento e tomar as precauções necessárias, deve realizar algumas análises ainda antes da gravidez, como provas de toxoplasmose, rubéola, hepatite, sida, sífilis, análises de sangue e urina.




É necessária a vacina anti-rubéola?



Esta doença infecciosa é especialmente perigosa durante o primeiro trimestre da gestação. Pode acontecer que a análise demonstre que a mulher não possui anticorpos que a imunizem contra esta doença. Neste caso prescreve-se a vacina, mas a gravidez deve esperar, até que decorram três meses para que a vacina não prejudique o futuro bebé. Hoje em dia, a vacinação anti-rubéola é dada entre os 11 e os 14 anos de idade, o que faz com que praticamente todas as mulheres estejam imunizadas contra a rubéola.



Mas há outras situações a ter em conta. No caso da grávida ter diabetes, a gestação tem de ser mais acompanhada. No entanto, uma mulher diabética tem praticamente as mesmas possibilidades de que o seu filho nasça são se programar a sua gravidez, como qualquer outra que não tenha este problema.




Ácido Fólico



O ácido fólico é uma vitamina do complexo B cuja ingestão deve começar ainda no planeamento da gravidez. Ele garante a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebé. O suplemento de ácido fólico três meses antes e nos três primeiros meses da gravidez é suficiente para reduzir até 95% problemas de má formação do tubo neural. O tubo neural funciona como o sistema nervoso primitivo do feto. É uma estrutura do embrião precursora do cérebro e da medula espinhal. O ácido fólico é encontrado em alimentos como brócolos, espinafre, gema de ovo, fígado, feijão, peixes, mas em quantidades insuficientes para as necessidades da mulher que deseja engravidar. O médico normalmente prescreve o uso de comprimidos que contenham a vitamina.




Quanto tempo para engravidar?



Normalmente a mulher que não utiliza métodos contraceptivos pode levar até 12 meses para engravidar, mas é uma situação que depende de caso para caso. Em princípio, para as mulheres que tomem a pílula, a gravidez pode acontecer assim que parar a toma. Os anticoncepcionais injectáveis (mensal ou trimestral) podem ter efeito cumulativo, por isso os ciclos regularizam-se num período de três a seis meses.





Fonte: LABLUXOR

PREVENÇÃO NA GRAVIDEZ É INVESTIR NA VIDA


A gravidez é sempre uma altura de grandes emoções, mas deve igualmente ser uma época de preocupações, quer em relação à futura mãe, como relativamente ao bebé. É, indiscuti­velmente, uma situação em que mais vale prevenir!




«A maioria das dietas que consumimos actualmente são deficientes em vitaminas e minerais e, por isso, precisamos de suplementos adequados para compensarmos essas deficiências. Esta situação assume uma particular importância nas mulheres grávidas, porque os bebés alimentam-se das suas mães, logo, elas têm de ter uma alimentação saudável e equilibrada», defende o Prof. Louis Gerald Keith, um dos maiores especialistas mundiais em gravidez.



Esta foi uma das principais ideias que o professor de Obstetrícia e Ginecologia deixou patente num colóquio, organizado pela Prisfar e pela Vitabiotics, onde se abordaram temas como «A Mulher, a Gravidez e a Menopausa».

«Normalmente existem problemas de nutrição nas grávidas, que podem acarretar consequências mais ou menos graves, não só para a mãe, como para o feto. As deficiências nutricionais atingem uma grande parte das grávidas, de tal modo que 9 em cada 10 desenvolvem anemias e há, igualmente, muitos casos de hemorragias, o que se traduz num sangramento excessivo no período pós-parto», alertou o especialista norte-americano.



A toma regular de um suplemento minerovitamínico, preferencialmente desde o momento em que a mulher começa a planear a sua gravidez até ao final da amamentação, atravessando todo o período de gestação, pode, e em muitos casos deve mesmo ser, uma opção a ser considerada seriamente pela futura mãe. A ingestão de alguns elementos essenciais, como ácido fólico, magnésio, ferro, cobre, zinco e iodo, entre outros, potenciará uma gravidez mais segura, bem como o saudável e harmonioso desenvolvimento do feto.



Segundo Louis G. Keith, «a própria UNICEF já assumiu, recentemente, que a multissuplementação é a opção mais adequada para prevenir o aparecimento de eventuais problemas de nutrição nas grávidas e nos recém-nascidos. Alguns estudos demonstram mesmo que, entre mães que tomaram suplementos e as que não tomaram, pode resultar um decréscimo de 22% no número de bebés com baixo peso à nascença (menos de 2,5 quilogramas)».


Os inúmeros benefícios da suplementação específica para a gravidez são evidentes e reflectem-se na saúde da mãe e do bebé.




Conselhos úteis a grávidas


• Deixar de fumar.



• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.



• Reduzir consumo de bebidas com cafeína (café, chás e colas).



• Cozinhar bem carnes e ovos (evitar risco de salmonelas).


• Não beber leite não-pasteurizado.


• Alimentação equilibrada.


• Lavar bem frutas e hortaliças cruas antes de serem consumidas.


• Tirar radiografias só em caso de necessidade extrema.



• Informar o dentista da gravidez (devido à possibilidade de anestesias locais).


• Praticar exercício físico vigiado e adaptado à gravidez.




Louis Gerald Keith



Este investigador de 71 anos, com mais de 40 anos de exercício da Medicina, é professor de Obstetrícia e Ginecologia, bem como director de uma das secções da Escola Médica da Northwestern University, em Chicago (EUA). É igualmente consultor de várias instituições académicas e privadas em todo o Mundo, tendo já 25 livros publicados, 443 publicações científicas e vários prémios pelo seu trabalho no campo da Ciência. Por ser um gémeo monozigótico (idêntico), dedicou muito do seu trabalho ao estudo dos gémeos e dos problemas encontrados nas suas famílias.




Fonte: Medicina & Saúde

Friday, March 28, 2008

EXERCÍCIO NA DIABETES



Duarte Galvão

A American Diabetes Association redefiniu recentemente a diabetes mellitus como sendo um grupo de doenças metabólicas caracterizada por hiperglicémia que resulta de um défice na secreção de insulina, na acção da insulina, ou de ambos. Os termos tipo I e tipo II são, actualmente, de uso exclusivo para se referir insulino-dependência ou não insulino dependência, ou diabetes mellitus, respectivamente.



A diabetes mellitus é um factor de risco importante para as doenças cardíacas e é a principal causa de cegueira no adulto, amputação, insuficiência renal e a quarta principal causa de morte.


Os principais benefícios do exercício num indivíduo com diabetes mellitus tipo II são a melhoria do controlo glicémico e a perda de peso, assim como a melhoria de parâmetros de saúde cardiometabólica, auto-estima e sensibilidade à insulina.


Adicionalmente, os indivíduos que são fisicamente activos têm menor probabilidade de desenvolver diabetes mellitus tipo II, relativamente aos indivíduos sedentários.


As seguintes considerações devem assumir particular importância quando se prescreve exercício físico a indivíduos com diabetes mellitus:


• Devido ao maior risco de doença cardíaca, ir ao médico para avaliação e obtenção de um atestado.


• Monitorizar a glicose sanguínea regularmente, isto é, antes, durante e depois do exercício.


• Conhecer os sinais e sintomas de hipoglicémia, nomeadamente, tremores, nervosismo (ansiedade), sudação e cefaleias.


• Precauções ambientais durante condições extremas de calor ou frio. Ter cuidados próprios com os pés, devido à probabilidade de neuropatia periférica (disfunção do sistema nervoso). Se existir evidência de neuropatia, evitar actividades de alto-impacto.


• Ter atenção à frequência cardíaca, que, devido à neuropatia, pode não ser um indicador válido da intensidade do exercício.



• Equilibrar devidamente a ingestão de hidratos de carbono e medicação para evitar a hipoglicémia.



• Evitar praticar exercício se a glicose sanguínea exceder os 300mg/dl.



• Evitar praticar exercício durante o pico de actividade de insulina durante um período de uma hora após as injecções intramusculares e os exercícios realizados ao fim da tarde.



• Progredir gradualmente, principalmente com os indivíduos sedentários e/ou com excesso de peso.


• Se existir evidência de retinopatia (destruição das arteríolas retinianas com possível descolamento), ou de nefropatia (doença dos rins), evitar exercícios de elevada intensidade e de alto impacto.


• Enfatizar a responsabilidade pessoal no controlo da doença e a importância do controlo dos níveis de glicose sanguínea, sob supervisão médica.




As linhas orientadoras para a prescrição do exercício para indivíduos com diabetes tipo I enfatizam a regularidade, e para a diabetes tipo 2 dão maior relevância ao gasto calórico total, à glicose sanguínea e ao controlo de peso.




Principais recomendações



Frequência: Cinco a sete dias/semana. Sugere-se diariamente aos indivíduos com diabetes tipo 1 para optimizarem o seu controlo da glicose sanguínea.


Tempo (Duração): 20 a 60 minutos por sessão. Considere a possibilidade de duas sessões diárias mais curtas para maximizar o gasto calórico dos indivíduos com diabetes mellitus tipo II.



Intensidade:



Diabetes Tipo I, 40-85% VO2 Reserva ou
FC Reserva, 55 a 90% FC máxima


Diabetes Tipo II, 40-70% VO2 Reserva ou FC
Reserva, 55 a 80% FC máx., escala de Borg
11- 16



Tipo (Modalidade): exercício aeróbio complementado com treino de resistência muscular.





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Monday, March 24, 2008

TECNOLOGIA INOVADORA PERMITE QUE TETRAPLÉGICOS CONTROLEM APARELHOS ATRAVÉS DO CÉREBRO


Programa de investigação europeu traz novas esperanças de locomoção e independência


Investigadores europeus estão a desenvolver uma tecnologia inovadora que permite controlar cadeiras de rodas, membros artificiais ou computadores através de sinais eléctricos emitidos pelo cérebro. A tecnologia BCI (Brain Computer Interface), desenvolvida pelo projecto MAIA, traz assim esperança de alguma independência a quem se encontra nesta condição.



O sistema utiliza sinais eléctricos emitidos pelo cérebro que são captados por eléctrodos colocados na cabeça do utilizador. Até agora, a equipa consegiu bons resultados nos testes realizados. A equipa conseguiu que utilizadores conseguissem manobrar cadeiras de rodas unicamente através do poder cerebral. «Nós demonstrámos que é possível contrololar um aparelho mecanicamente complexo através da mente. Isto abre portas a todo o tipo de possibilidades», diz o cordenador do proejcto MAIA, José del R. Millán.



A tentativa de controlo de aparelhos através da mente não é nova. Contudo, as investigações realizadas sempre se têm deparado com a dificuldade de transformar os sinais do cérebro em movimentos mecânicos precisos. De acordo com os cientistas, a diferença é que, neste projecto, além do poder do cérebro, também é utilizada tecnologia de inteligência artificial.


Por exemplo, um utilizador desta tecnologia que queira controlar uma cadeira de rodas, apenas tem de pensar em ir e frente ou virar à esquerda ou à direita, que a cadeira segue os seus comandos. Não tem de se preocupar em não colidir com objecrtos ou pessoas em movimento, pois o sistema reage de forma inteligente ao ambiente que o rodeia. Millán diz que a mesma tecnologia pode ser utilizada em membros artificias para, por exemplo, tetraplégicos apanharem objectos.



Apesar da boa notícia, o investigador refere que, para uma cadeira de rodas deste género chegar ao mercado, são necessárias ainda mais investigações e melhoramentos, para os quais os parcerios estão a procurar investimentos.



SSD

Monday, March 17, 2008

CANCRO DO FÍGADO



Professor Tato Marinho



O tumor maligno (ou cancro) que tem origem no fígado é chamado de hepatoma ou carcinoma hepatocelular. É a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo. Morrem mais de 600.000 pessoas por ano devido a este cancro. Em países industrializados, como Portugal, o número de casos tem vindo a aumentar. É um tumor maligno, com elevada mortalidade e cujos factores de risco e modo de prevenção se conhecem bem. Os tratamentos só são eficazes se o diagnóstico for feito numa fase precoce.



Causas



A cirrose hepática é o grande factor de risco. A cirrose é uma doença que conduz à destruição do fígado. O risco de hepatoma em indivíduos com cirrose é elevadíssimo: em alguns estudos ronda os 40% ao fim de dez anos. A cirrose é provocada principalmente por três causas: consumo excessivo de álcool, hepatites B e C. Em Portugal, a causa principal de cirrose é aquela associada ao álcool. Outros factores de risco são: o sexo masculino, o tabaco, obesidade e diabetes.




Sintomas


Na grande maioria dos casos, só existem sintomas numa fase muito avançada. Em outros casos, surgem os sintomas ditos de descompensação em quem tem cirrose, como sejam a ascite (barriga de água), icterícia (olhos amarelos), peritonite (infecção grave no abdómen), encefalopatia (alterações do estado mental e do comportamento que podem chegar ao coma), dor abdominal, emagrecimento, etc.




Diagnóstico e rastreio



O diagnóstico de certeza depende sempre de um método de imagem, seja ecografia, TAC (Tomografia Axial Computorizada) ou Ressonância Magnética. O hepatoma surge, habitualmente, como um “nódulo” no fígado. Um nódulo é uma formação arredondada. Em alguns casos, se persistirem dúvidas, é necessário fazer uma biopsia. A biopsia consiste em colher uma pequena porção do tumor, através de uma agulha, para ser analisado ao microscópio.


Dado que o cancro do fígado surge habitualmente sem sintomas, quem tem cirrose, tem obrigatoriamente de ser submetido a uma ecografia abdominal de 6 em 6 meses. Isto de modo a que o tumor seja detectado cedo e com pequenas dimensões, isto é com dimensões inferiores a 5 cm (tamanho de uma bola de ping-pong). Nesta fase é tratável e em alguns casos passível de ser curado.




Tratamento



O tratamento só é eficaz no hepatoma de pequenas dimensões, inferiores a 5 cm de diâmetro. Os únicos tratamentos com hipótese de potencial cura são a ressecção cirúrgica, o transplante hepático e a chamada ablação percutânea. Neste último, o tumor é destruído com injecção de álcool (alcoolização) ou com corrente eléctrica (radiofrequência). A quimioterapia não é eficaz. Outros tratamentos que estão associados ao aumento da sobrevivência é a chamada quimioembolização (administração de quimioterapia directamente no fígado através de uma das suas artérias) e um medicamento recente por via oral chamado sorafenib. Este último foi já aprovado pela agência Europeia do Medicamento (EMEA) e pela Food and Drug Administration dos estados Unidos para este fim. Os doentes que fazem este medicamento vivem mais e o crescimento do tumor é retardado.




Prevenção



A prevenção é muito eficaz: não às bebidas alcoólicas em excesso (2 a 3 no homem e 1 a 2 na mulher por dia), vacina da hepatite B, não partilhar material usado na droga e “sexo seguro” (preservativo e não a múltiplos parceiros).




Mensagens:



• O hepatoma está quase sempre associado à cirrose hepática;



• Álcool, hepatite B ou C, são as causas principais de cirrose;



• Os tratamentos só são eficazes em fases precoces.





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

DIA MUNDIAL DO CANCRO DO RIM - 13 DE MARÇO: TABAGISMO É O PRINCIPAL FACTOR DE RISCO




Alexandra Figueiredo



O Director do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Setúbal, Dr. Amaral Canelas, opera todos os anos 20 a 25 doentes com este tumor e diz que “até ao momento os estudos efectuados identificaram com segurança um único factor de risco no cancro do rim: o tabagismo. Quanto maior for o tempo de exposição ao tabaco, maior é o risco de desenvolver a patologia”.



Componentes químicos do tabaco provocam alterações das células e predispõem à formação do tumor do rim. Homens são os mais afectados.


O Director do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Setúbal, Dr. Amaral Canelas, opera todos os anos 20 a 25 doentes com este tumor e diz que “até ao momento os estudos efectuados identificaram com segurança um único factor de risco no cancro do rim: o tabagismo. Quanto maior for o tempo de exposição ao tabaco, maior é o risco de desenvolver a patologia”.


“A mortalidade devida a estes tumores não tem diminuído significativamente, levando a crer que factores ambientais, dietéticos, hábitos tabágicos e outros, possam estar envolvidos na génese desta doença. Os homens são os mais afectados e devido à evolução imprevisível deste tumor os doentes ficam sob vigilância para o resto da sua vida”, explica Armando Canela.


Entre os sintomas estão a perda de sangue pela urina. Amaral Canelas aconselha “perante qualquer perda de sangue pela urina deve consultar o seu urologista para uma investigação da causa do problema. Actualmente, o uso cada vez mais generalizado da ecografia e da tomografia axial computorizada (TAC) permite detectar com maior facilidade esta doença. O tratamento de eleição, quando detectada a doença, é a extracção do rim através de cirurgia aberta ou laparoscópica (uma técnica menos invasiva)”.


Recentes desenvolvimentos no estudo deste tipo de tumor têm permitido novas abordagens terapêuticas, como por exemplo, o uso de fármacos que podem constituir vias promissoras no tratamento do Carcinoma de Células Renais já com metástases.


Na véspera do Dia Mundial do Cancro do Rim é importante lembrar que os tumores renais representam 3% de todos os tumores malignos do adulto. Os carcinomas de células renais apresentam uma incidência global de 8,7 casos por ano por 100 mil habitantes sendo a 3ª neoplasia urológica mais frequente.





Fonte: Pharmaedia

Tuesday, March 11, 2008

VERGONHA AINDA É FACTOR LIMITATIVO NA IDENTIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA


Sofia Aguiar



Foi hoje apresentada, ao início da tarde, a primeira Associação de Doentes com Disfunção da Bexiga, em Portugal. Na semana em que se assinala o Dia da Incontinência Urinária (14 de Março), nasce assim o embrião de uma instituição que visa “dar a mão” a todos aqueles que vivem em silêncio com uma doença que condiciona o seu relacionamento pessoal, social e laboral.



Lígia Almeida, impulsionadora da associação realça que “não podemos cruzar os braços perante a doença. A solução passa por vencer o problema e recorrer a ajuda médica, com vista à solução do problema. Existem actualmente terapêuticas capazes de curar grande parte das situações e como tal, não existe motivo para evitar a consulta com um especialista, no primeiro momento em que nos apercebemos que se passa algo de errado”.


Também no âmbito da celebração do Dia da Incontinência Urinária, a Associação Portuguesa de Urologia e (APU) e a Associação Portuguesa de Neuro-Urologia e Uro-Ginecologia (APNUG) apresentaram hoje os resultados de um estudo epidemiológico realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. As conclusões desta pesquisa revelam que a prevalência da incontinência urinária nas mulheres é de 21,4% e de 7,6% nos homens mas que apenas 4,9% destes casos são diagnosticados por um médico. Esta realidade comprova que a maioria das pessoas evita procurar a ajuda de um especialista porque considera erradamente a perda de urina involuntária como algo associado ao envelhecimento e, como tal, encara o problema como algo sem solução. O estudo demonstra ainda que a doença é mais prevalente nas mulheres com idades compreendidas entre os 60 e 79 anos (26%) e nos homens com mais de 79 anos (21,6%).


“Observa-se uma grande diferença entre a prevalência de incontinência urinária autodeclarada e a existência de diagnóstico médico dessa condição (15% nas mulheres e 5% nos homens), realçando a necessidade de educação da população e de alerta dos profissionais para esta patologia” explica Paulo Dinis, Presidente da Associação Portuguesa de Neuro-Urologia e Uro-Ginecologia.


A incontinência urinária resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina. As mulheres têm o dobro de probabilidades de serem afectadas pelo problema quando comparadas com os homens. A incontinência urinária de esforço é o tipo mais frequente de incontinência nas mulheres e caracteriza-se pela perda involuntária de urina ao tossir, fazer esforços, espirrar, levantar objectos pesados ou executar qualquer tarefa que aumente bruscamente a pressão dentro do abdómen. As principais causas que contribuem para este problema são: disfunções do aparelho urinário associadas à idade, gravidez e o parto, elevações bruscas da pressão intra-abdominal associadas ao desporto e obesidade crónica.


QUEIXAS NA SAÚDE

RASTREIOS GRATUITOS À MEMÓRIA NO SAÚDE PORTUGAL 2008



Catarina F. Labau



Avaliar a saúde num único local. Rastreios à memória farão parte da lista de exames disponíveis gratuitamente à população. O evento contará ainda com rastreios ao colesterol, glicemia, índice de massa corporal, tensão arterial, visão, audição, rastreios pneumológicos e saúde oral.



A memória dos portugueses



Um dos destaques do Salão do Saúde Portugal 2008 é o rastreio à memória. Este rastreio, gratuito para a população, baseia-se numa aplicação de testes com a avaliação das funções cognitivas. Para o efeito, é aplicada uma escala de queixas subjectivas de memória, com algumas questões relacionadas com alterações de memória do dia-a-dia. Introduz-se também uma escala de sintomas depressivos, uma vez que o estado de humor influencia a memória. No final, aplica-se um teste breve de funções cognitivas nomeadamente, focando a memória e a orientação.




Na edição de 2007 do Saúde Portugal, os resultados deste rastreio indicaram que “de um modo geral, a maioria das pessoas apresentava queixas de memória significativas, associadas à presença de sintomatologia de tipo depressivo relevante”, de acordo com a responsável dos testes, a psicóloga clínica, Sandra Ginó, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.


No âmbito do evento Saúde Portugal 2008, que terá lugar daqui a um mês, entre os dias 10 a 13 de Abril, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, será possível realizar, gratuitamente uma diversidade de rastreios, nomeadamente, o rastreio à memória, ao colesterol, glicemia, índice de massa corporal, tensão arterial, visão, audição, rastreios pneumológicos e saúde oral.


Conferências para profissionais da saúde e workshops para a população
O Saúde Portugal Expo & Conferências realizar-se-á de 10 a 13 de Abril de 2008, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, e visa contribuir para a promoção da saúde dos portugueses, através de acções de informação e educação para a saúde, sensibilizando a população para a prevenção, diagnóstico precoce, eliminação de factores de risco e adopção de estilos de vida saudáveis.


O evento compreende 20 workshops “Como prevenir…” e “Como viver com…”, o 2º Fórum Nacional das Associações de Doentes, a Conferência “Cuidados Continuados Integrados”, promovida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, a Conferência “Saúde e Exercício: Verdades e Consequências” e quatro salões que reúnem cerca de 100 instituições públicas e privadas do sector da saúde, entre centros hospitalares, clínicas, laboratórios farmacêuticos, sociedades médicas, associações de doentes, profissionais de saúde e farmácia.


O evento é organizado pelo Jornal do Centro de Saúde. A comissão de honra é presidida pelo Director-Geral da Saúde, Francisco George.





Fonte: Lift Consulting

TRISSOMIA 21: O CROMOSSOMA QUE MARCA A DIFERENÇA

Cláudia Pinto


As histórias de Henri e de Francisca cruzam-se apesar da discrepância de idades. A pequena Francisca tem dois anos e o Henri já conta com dezassete. Ambos têm algo em comum: são portadores de trissomia 21 e vivem no seio de famílias que aprenderam a lidar com a diferença, enfrentando barreiras e as dificuldades que esta limitação ainda impõe à sociedade.



O mongolismo, mais tarde conhecido como síndrome de Down, foi descrito, pela primeira vez, na Grã-Bretanha, no séc. XIX, pelo médico inglês John Landgdon Down, com base em algumas características observadas em crianças internadas num asilo de Inglaterra.


“Na segunda metade do séc. XX, J. Lejeune e colaboradores descobrem que o mongolismo resultava da presença de um cromossoma 21 supra-numerário (três cromossomas, em vez dos dois habituais), pelo que esta doença genética passou a designar-se, correctamente, por trissomia 21 (literalmente, três cromossomas 21)”, explica o Dr. Miguel Palha, pediatra do desenvolvimento e Director Clínico do Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças. Todos nós temos, no nosso ADN, 46 cromossomas, ou seja 23 pares. O trissómico não tem 46 cromossomas mas sim 47, localizando-se esse cromossoma extra, no par 21.


O risco de nascimento de uma criança com trissomia 21 aumenta com a idade da mãe. “Para as mães com idade superior a 35 anos, a probabilidade de se ter um filho com esta deficiência é significativamente mais elevada”, afirma Miguel Palha.




Características físicas e psíquicas


As pessoas com trissomia 21 têm uma incidência muito elevada de anomalias associadas. “O aspecto exterior (fenotipo) é muito característico: cabeça pequena, fendas palpebrais orientadas para fora e para cima (como nos povos orientais), orelhas pequenas e de implantação baixa, língua exposta fora da boca, pescoço curto e largo, mãos e pés pequenos e quadrados, baixa estatura, entre outros”, descreve Miguel Palha. Podem ainda verificar-se algumas perturbações na fala, decorrentes de uma macroglossia (língua grande) e de uma cavidade oral pequena. “Adicionalmente, a macroglossia relativa é um dos mais significativos e um dos mais evidentes estigmas físicos da trissomia 21”, acrescenta o especialista.


Estas são algumas das diferenças entre os portadores desta patologia e os outros. Quase todas as crianças com trissomia 21 apresentam ainda um défice cognitivo, “embora em dimensões muito variáveis. De um modo geral, é ligeiro a moderado”. No entanto, estas crianças podem ter uma vida normal e “alcançar bons níveis de autonomia pessoal e social”. São também muito meigas, alegres e “com grande capacidade para as trocas sociais”, acrescenta Miguel Palha.


Para que isto aconteça, os seus pais devem procurar associações que apoiem os portadores de trissomia 21. É o caso do Centro de Desenvolvimento Infantil “Diferenças”, com sede em Lisboa, e da Associação para portadores de trissomia 21 (Apatris 21), localizada no Algarve. Ambas as instituições desempenham um trabalho de extrema importância nesta área.
“Aqui, no Diferenças, as crianças têm um plano médico e um plano educativo. Vão uma vez por ano ao médico e têm uma rotina estabelecida, onde são avaliados os problemas de oftalmologia, de cardiologia, entre outros”, explica a Dra. Susana Martins, terapeuta ocupacional. No plano educativo, as crianças frequentam sessões de educação especial ou terapia da fala. “Os pais devem estar presentes em alguns destes encontros. A ideia é explicarmos o que estamos a fazer para que continuem o trabalho em casa.”


O desenvolvimento de uma criança com trissomia 21 é mais lento. No entanto, ela vai desenvolver e realizar todas as suas capacidades e actividades, mas comparativamente com as outras crianças, sempre um pouco mais tarde e mais lentamente. Por esse motivo, os pais de algumas destas crianças ficam surpreendidos com a sua evolução. “À partida, conseguem fazer um processo de aprendizagem adequado, se for muito bem treinado”, acrescenta Susana Martins.




Aprender a aceitar a diferença


“Os pais vão ser confrontados, de forma progressiva, com inúmeros obstáculos, o principal dos quais está relacionado com a exclusão social, muitas vezes veiculada e amplificada pelos hospitais, pelos centros de saúde, pelas escolas, pelas associações desportivas, pelas associações culturais e por outras instituições da comunidade”, afirma Miguel Palha. A única solução para este problema passa por conhecer melhor a trissomia 21 e aprender a lidar com a diferença.


“Os cidadãos com deficiência, independentemente das suas capacidades e competências, devem ser compreendidos, aceites e integrados na família, na rua, no bairro, na escola, no emprego, na associação recreativa ou desportiva e, de um modo geral, em toda a comunidade”, defende o pediatra.



Numa primeira fase, os pais sentem-se perdidos. “É sempre complicado receber uma notícia, que não vai de encontro às expectativas de pais e familiares. Por muito que se fale, ou que se saiba, não se está preparado quando é connosco”, diz-nos Cátia Fernandes, psicóloga educacional da Apatris 21.


No entanto, há excepções à regra. É o caso de Francisca Prieto, mãe de Francisca, que teve de enfrentar alguma discriminação no decorrer da sua gravidez. Determinada em ter a sua filha, nunca desistiu. “Quer para mim, quer para o meu marido, era perfeitamente evidente que iríamos ter este filho”, afirma. “Para mim, ter a Francisca era algo perfeitamente assumido, embora respeitasse as mães que tomavam outro tipo de opções. Senti uma pressão enorme para interromper a gravidez, por parte de amigos, familiares, classe clínica em geral, e das maneiras mais extraordinárias”, confessa.


Os especialistas recomendam aos pais uma melhor compreensão da trissomia 21, enquanto “um acidente genético que ainda não é controlável nem evitado”, adianta Cátia Fernandes. A melhor forma para começar a enfrentar a trissomia 21 é “procurar logo acompanhamento, que não deve ser negado nem negligenciado”.


Toda e qualquer criança que necessite de necessidades educativas especiais deverá, a partir dos 15 dias de idade, beneficiar de intervenção precoce por uma equipa especializada, que trabalhará com a criança. “Esse trabalho passará por técnicos como: psicólogos, médicos, terapeutas da fala e terapeutas ocupacionais”, refere a psicóloga educacional da Apatris 21.

Na ajuda ao desenvolvimento global do trissómico, todas as actividades e ofertas de estímulo são fundamentais, como por exemplo, a piscina e os cavalos.


O PANORAMA DA REABILITAÇÃO CARDÍACA




Dr. Jorge A. Ruivo





A esperança de vida da população portuguesa aumentou, fruto da melhoria das condições de vida das comunidades. Por outro lado, estamos a comer mais e de uma forma menos saudável, para não falar do facto de o carro, a televisão e o computador nos terem afastado do exercício físico. Como consequência assistimos a um aumento assinalável do número de obesos e da prevalência da doença cardiovascular.




A Reabilitação cardíaca (RC) tem mostrado ser uma valiosa arma terapêutica em indivíduos com doença cardiovascular, nomeadamente no que se refere à capacidade funcional, controlo dos factores de risco global, lentificação do processo aterosclerótico, aumento do limiar de isquémia com melhoria dos sintomas de angina, e mesmo efeitos sobre a mortalidade e novos eventos cardiovasculares. No entanto, continua a ser subutilizada em Portugal, com taxas de referenciação de doentes muito inferiores à média europeia.





O que é a RC?




É todo o processo de desenvolvimento e de manutenção de um nível desejado de actividade física, social e psicológica, após a doença se ter desencadeado. Estudos de metanálises demonstram que os programas de RC baseados no exercício reduzem a mortalidade total em 27% e mortalidade cardíaca em 31%. Actua, ainda, beneficamente ajudando ao controlo dos factores de risco tradicionais, tais como a resistência à insulina, diabetes mellitus, obesidade, dislipidemia e hipertensão. Promove a redução de comportamentos de risco, nomeadamente a cessação tabágica, alimentação saudável e gestão de stresse.





Qual o objectivo de um programa de reabilitação cardíaca (PRC)?




O principal objectivo do PRC é aumentar a qualidade de vida, manter e optimizar a capacidade funcional do paciente, reduzir o risco de doenças cardiovasculares através do exercício físico, educação e aconselhamento. Mas para que os benefícios sejam duradouros, os pacientes têm de ser responsáveis por um estilo de vida saudável e reduzir os factores de risco.





A quem se destina?




Existe uma crença errada de que, após um evento cardíaco, a pessoa deve limitar a sua actividade física, de forma a evitar a recidiva. Os profissionais de saúde devem aconselhar os seus doentes de uma forma simples e pragmática acerca do estado de saúde. Os PRC, inicialmente desenvolvidos nos anos 60, destinavam-se a doentes com enfarte do miocárdio não-complicado. Mais recentemente, o leque de candidatos alargou-se, incluindo, actualmente, doentes submetidos a revascularização coronária, com angina estável, doença arterial periférica, doença valvular, insuficiência cardíaca, portadores de pacemakers ou CDI, ou transplante de coração.






E o médico de família?



O médico de família deve saber que o programa de RC é uma resposta global às necessidades de Saúde do seu doente. Deve envolver os seus familiares mais próximos, para que o doente devidamente enquadrado tenha mais capacidade de fazer escolhas correctas e mantê-las em relação ao estilo de vida, alimentação e observância da terapêutica farmacológica. No capítulo da actividade física o médico de família deverá incentivar os seus doentes, numa fase de estabilidade clínica, a serem activos e realizarem pelo menos 30 minutos de actividade aeróbia na totalidade ou na maior parte dos dias da semana, combinando com treino de força e flexibilidade. De facto, a combinação de exercício com intervenção psicológica e educacional constitui a metodologia mais eficaz de reabilitação cardíaca. Há maior tendência para se frequentar um PRC quando se é referenciado pelo médico assistente.





Realidade portuguesa




Em Portugal só 1,8% dos potenciais candidatos são incluídos nos programas de RC. Os programas de RC deveriam ser implementados “obrigatoriamente”, devendo ser considerados uma peça fundamental para se prestarem cuidados de Saúde de qualidade aos doentes de maior risco e em quem o SNS muito investiu no decorrer do internamento hospitalar. Devido aos benefícios em mortalidade e morbilidade, aliada a um custo/benefício favorável, há muito que a tutela deveria ter implementado o aparecimento de centros de reabilitação cardíaca nas principais hospitais. Por outro lado, necessitamos de apostar em formação e de ter alguns meios económicos para que a actividade da RC se possa desenvolver.




Dr. Jorge A. Ruivo


Medicina Desportiva


Club Clínica das Conchas




Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Friday, March 7, 2008

HOSPITAL FAZ DE CONTA

APRENDER A LIDAR COM A EPILEPSIA


Cláudia Pinto



A epilepsia nem sempre foi considerada uma doença. Na Antiguidade, chegou a ser associada a vários mitos e crenças. Apesar do maior conhecimento e de haver cada vez mais informação disponível, ainda existem alguns preconceitos associados à epilepsia. Sendo uma das doenças neurológicas mais frequentes, torna-se necessário conhecê-la e saber como lidar com ela. A epilepsia tem tratamento e são conhecidos casos de sucesso e curáveis.




Longe vão os tempos em que a epilepsia era associada a vários mitos. As pessoas não conheciam a sua origem e, por esse motivo, arranjavam causas sobrenaturais para explicar a doença.



“As teses mais antigas indicavam que a epilepsia era provocada por demónios”, diz-nos o Dr. Francisco Pinto, consultor de epilepsia do Hospital Fernando da Fonseca e Presidente Cessante da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE). Na Mesopotâmia, considerava-se que a epilepsia era provocada pelo Deus da Lua. “Também no Egipto, pensava-se que era um demónio ou um espírito de uma pessoa morta que entrava no corpo da pessoa com epilepsia”.



É conhecida igualmente uma referência semelhante na Bíblia. “Pensava-se que o espírito entrava no corpo de uma pessoa e era retirado através de exorcismos”. Por este motivo, as pessoas com epilepsia eram conhecidas como “demoníacas” e considerava-se que poderiam contagiar outras pessoas.




Hipócrates foi o primeiro a encarar a epilepsia como uma doença, muitos anos antes de Cristo. Foi ele quem afirmou que esta era uma doença “como todas as outras, provocada por causas naturais e que só desconhecimento das pessoas levaria à origem de vários mitos”, afirma o consultor de epilepsia do Hospital Fernando da Fonseca. Para o pai da medicina, a origem desta doença estava no cérebro.





Epilepsia ou epilepsias?



Vários séculos depois, ainda existe bastante desinformação e alguns preconceitos relacionados com esta doença. Como se define afinal a epilepsia? “É uma descarga eléctrica que se dá no cérebro”, explica Francisco Pinto. Qualquer pessoa pode sofrer um ataque epiléptico. “Uma em cada vinte pessoas tem uma crise isolada durante a sua vida”, defende a LPCE.



Sendo caracterizada pela repetição espontânea de crises epilépticas, “a epilepsia é um termo que engloba múltiplas manifestações anormais do comportamento cerebral, mas sempre sob a forma de crises epilépticas que se repetem espontaneamente”, explica o Dr. José Lopes Lima, Presidente da LPCE.




Se a descarga eléctrica for generalizada, “entramos no grupo das epilepsias generalizadas, sendo a mais frequente a ‘crise de grande mal’. Se a descarga for a nível local, ou seja, apenas no cérebro, estamos perante o grupo das epilepsias parciais”, afirma Francisco Pinto. Na “crise de grande mal”, também vulgarmente conhecida por convulsões, a pessoa perde subitamente o conhecimento, pode urinar-se, espumar pela boca, morder a língua, recuperando após esse episódio.



A fase de convulsões dura cerca de dois minutos e a recuperação é rápida. “Claro que estas crises parecem uma eternidade para as pessoas que assistem e que rodeiam o paciente”. São ainda de referir “as ausências próprias das crianças, que ficam paradas repentinamente, num espaço de 15 a 20 segundos, fazem um sorriso e voltam ao que estavam a fazer sem se recordarem do que aconteceu”.




Estes episódios são semelhantes aos que acontecem nas “crises focais complexas”. Geralmente, começam com um mal-estar abdominal, a pessoa fica parada, faz movimentos automáticos e a crise pára, sem que a pessoa se lembre do que se sucedeu”, defende Francisco Pinto.



Existem também vários tipos de crises e de causas de epilepsia. “Há crises em que não é preciso fazer nada. No entanto, na sua maioria, existe uma alteração do estado de consciência, pelo que o doente não tem um completo controlo da sua vontade, podendo comportar-se de forma estranha e não adequada ao contexto.




Deveremos assegurar-nos que o doente não está exposto a situações perigosas que podem pôr em risco a sua integridade”, diz-nos o Dr. Francisco Sales, neurologista e responsável pela consulta de epilepsia dos Hospitais da Universidade de Coimbra. As crises mais dramáticas são as convulsões, “quando o doente inconsciente tem inicialmente uma contracção violenta de todo o corpo seguida de abalos musculares ritmados também generalizados”.






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

ESTADO GASTA 240 MILHÕES DE EUROS COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS


Sónia Matos




Asma, bronquite, tuberculose, apneia do sono, cancro do pulmão e tabagismo são alguns dos temas que estarão em debate no 15º Congresso de Pneumologia do Norte que decorre no Hotel Porto Palácio, na cidade do Porto, até dia 8 de Março.




Os custos associados ao tabagismo constituem um dos temas centrais uma vez que é a principal causa de algumas das doenças debatidas no congresso. Os custos directos atribuídos ao tabagismo nos doentes respiratórios são de 203 milhões de Euros e de 40 milhões nos doentes internados. Dados recentes revelam que se nunca tivesse havido fumado, quase 90% dos casos de cancro de pulmão nos pulmões nos homens deixariam de existir. O custo do tabaco para a sociedade portuguesa tem vindo a revelar-se cada vez mais elevados, sendo o tabagismo responsável por 11,7% das mortes.



Em termos de terapêuticas e sua sustentabilidade, foram debatidos os custos associados a doenças como seja o cancro do pulmão. A contínua introdução de novas terapêuticas reflectem progresso científico e inovação que leva a que os custos dos fármacos para o tratamento do cancro ultrapasse os de outras patologias.



Um estudo realizado pelo ministério da saúde revela que medicamentos usados no tratamento de cancro, doenças auto-imunes e transplantes custaram, em 2005, mais de 14 milhões de euros por mês.



As novas terapêuticas, mais eficazes e menos agressivas para o doente são mais caras que as tradicionalmente utilizadas. No entanto, permitem um tempo maior de sobrevida ao doente e melhor qualidade de vida resultante da diminuição dos efeitos secundários originados pelos tratamentos. Estas e outras preocupações foram debatidas tendo em conta a relação custo / terapêutica.


Fonte: Multicom

Thursday, March 6, 2008

QUANDO A BEXIGA NÃO PÁRA

Andreia Pereira

A dificuldade em controlar a vontade súbita de urinar constitui um verdadeiro tormento diário para quem sofre de incontinência urinária. As visitas constantes à casa de banho e o medo de não chegar a tempo assolam o quotidiano de quem se depara com este problema. Porém, certos casos são passíveis de cura, através de uma cirurgia realizada em 10 minutos.




A incontinência urinária pode ser definida como a perda involuntária de urina. Apesar de não haver números concretos, estima-se que, em termos gerais, pelo menos 3 milhões de pessoas já terão sofrido, em algum momento da sua vida, pequenos derrames urinários. E por que razão isto acontece?




Segundo o Prof. Paulo Dinis, presidente da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia (APNUG), esta situação deve-se ao enfraquecimento do esfíncter: um mecanismo de contenção da urina. “Quando este músculo de retenção se encontra fragilizado, a pressão abdominal aumentada pode gerar perdas involuntárias de urina, em determinadas circunstâncias: fazer esforços, levantar pesos, tossir, subir escadas, espirrar. Esta é a típica situação de incontinência urinária de esforço.”



Existe, ainda, um outro fenómeno de incontinência urinária, que se designa por imperiosidade. Nesta situação, a bexiga (um músculo que alarga, quando está vazia, e encolhe quando está cheia) contrai-se involuntariamente. Um mero estímulo, como molhar as mãos, colocar a chave na porta ou em situações de stresse, pode provocar uma vontade súbita e repentina de urinar, sem que a pessoa tenha tempo de se deslocar à casa de banho.



Um estudo de 2005, realizado pela Spirituc, indica que, em Portugal, cerca de 650 mil pessoas sofrem deste problema, na sua grande maioria mulheres. Contudo, alguns doentes escondem esta preocupação, porque assumem que a incontinência é um problema relacionado com o avanço da idade. E, deste modo, não procuram ajuda clínica. “Calcula-se que apenas 10 a 15% dos doentes estão adequadamente tratados”, diz Paulo Dinis.





Implicações da IU




A Organização Mundial de Saúde (OMS), para além de definir a incontinência urinária como uma dificuldade em controlar as perdas involuntárias de urina, indica, ainda, que se trata de uma questão de higiene, com impacto pessoal e social. “A incontinência urinária subtrai qualidade de vida destes doentes, provocando algumas limitações laborais, sociais, no desempenho sexual e no bem-estar psicológico”, defende Paulo Dinis.



O dia-a-dia do doente “passa a ser gerido em função das idas à casa de banho”, acrescenta o urologista. E avança com um exemplo: “Imagine-se um gestor que sofre deste problema. A dada altura, se estiver numa reunião de trabalho, terá de abandonar a sala porque teve um episódio de imperiosidade, que pode conduzir à incontinência.”



As situações de imperiosidade podem ser, na perspectiva do presidente da APNUG, “altamente perturbadoras”, quando comparadas com a incontinência urinária de esforço. “Se a pessoa tosse ou espirra, é esperado que possa ter perdas de urina. No outro tipo de incontinência, devido à sua imprevisibilidade, nunca se sabe quando é o episódio poderá ocorrer.”



Deste modo, Paulo Dinis desmistifica esta doença e garante que “não se trata de uma fatalidade, até porque, na maior parte dos casos, tem tratamento”. No entanto, este problema continua a ser encarado como um tabu. “É preciso anular algumas ideias preconcebidas e explicar à população que existe solução para a incontinência urinária e, em determinadas situações, é até possível oferecer a cura. Se não forem encetadas medidas de controlo, esta patologia pode empurrar o doente para o isolamento e depressão”, ressalva o urologista.



Os doentes com incontinência por imperiosidade “tendem a defender-se dos ‘ataques surpresa’ da micção involuntária e, à custa de episódios inesperados, aumentam a frequências da micção, ou seja, passam a vida a correr para a casa de banho. Estes são os doentes, com frequência diurna e nocturna, que, na grande parte das vezes, têm de interromper o seu sono e levantarem-se para urinar.”





Cirurgia em 10 minutos



A primeira abordagem do tratamento da incontinência urinária, nos casos ligeiros e moderados “deve ser sempre através da fisioterapia, tentando o fortalecimento da musculatura pélvica”. Não se obtendo resultados com esta técnica de reabilitação, “existem possibilidades cirúrgicas, através das quais é permitido curar o doente”.



Esta cirurgia, como explica o urologista, não obriga a internamento, pelo que a pessoa pode obter alta no mesmo dia em que é sujeita a esta intervenção. A taxa de sucesso desta técnica cirúrgica “ronda os 85-90%, nas situações de incontinência urinária de esforço” (ver caixa). No caso da incontinência urinária por imperiosidade, “existem fármacos que garantem o controlo de 70 a 80% das situações deste tipo”, adianta o especialista. Estes medicamentos ajudam a reduzir a “excitabilidade do músculo da bexiga e evitam, assim, a contracção involuntária, que provoca as perdas de urina”.



A par destas soluções, há, ainda, a possibilidade de aplicar tratamentos intra-vesicais, que consistem na “aplicação de fármacos dentro da bexiga”. Este líquido injectável vai “acalmar a bexiga e permitir que o doente não tenha uma contracção vesical súbita, nas situações de incontinência por imperiosidade”. Nestes casos, é, ainda, possível “educar a bexiga”, através da micção temporizada. “O doente calcula a frequência e o período da micção. Se a pessoa indicar que consegue aguentar cerca de quatro horas, então, pedimos para proceda à micção meia hora antes.”





Diagnóstico da incontinência




O diagnóstico desta patologia faz-se por intermédio do historial clínico do doente. Para além disso, efectua-se um exame físico, que, “através da na realização de diferentes manobras, permite identificar o tipo de incontinência urinária”, refere Paulo Dinis. Os restantes exames clínicos englobam as análises gerais, as análises de urina e uma ecografia.





Como funciona a técnica TVT?




Cirurgia “simples”, realizada em ambulatório, com uma taxa de cura que se situa entre os 85 a 90%. Esta intervenção implica uma “incisão de um centímetro, na parede da vagina, por onde se coloca uma fita [rede feita de material sintético], por debaixo da uretra, que vai reforçar estas estruturas de contenção”. No entanto, ressalva Paulo Dinis, antes da cirurgia, a primeira opção clínica deve ser a fisioterapia, para fortalecimento dos músculos pélvicos.






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

TRIGÉMEAS PORTUGUESAS

87,6% DOS DOENTES PORTUGUESES COM EXCESSO DE PESO EM RISCO CARDIOVASCULAR, REFEREM NÃO TER ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL



Filipe Henriques





O Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), em parceria com Abbott Laboratórios Lda, realizou um estudo sobre a obesidade na população em risco cardiovascular que apresenta resultados alarmantes e que merecem uma reflexão sobre o modo de actuação junto desta população em risco.




Como problema de saúde pública que é, a obesidade deve ser encarada e abordada pelos profissionais de saúde de uma forma integrada. Apesar do relativo conhecimento e consciencialização que existe na população portuguesa para este problema, apenas 12,4% dos obesos em risco cardiovascular referem ter aconselhamento profissional. Destes, 47,9% são acompanhados pelo médico de clínica geral, 32,2% pelo nutricionista, 18,2% pelo farmacêutico, 14,1% por um endocrinologista e 2,4% recorre à ajuda de um psicólogo.



Estes são os dados mais relevantes do estudo, mas outros existem que merecem igual destaque e atenção por parte da comunidade médica, governamental e principalmente, por parte dos doentes que são os mais interessados no tratamento da doença que os aflige.



Um dado preocupante que se retira do estudo, após a análise dos resultados, é que a ajuda de um profissional de saúde surje num estado avançado da obesidade, pois 56,3% dos inquiridos são já considerados obesos. De facto, os doentes mais obesos foram os que mais referiram ter acompanhamento profissional (38,0% vs 7,8%). Este valor significa que os doentes deixam a obesidade prolongar-se, aumentando em muito o risco de complicações metabólicas.




Também as campanhas de prevenção e sensibilização não estão a ter a eficácia que se pretende pois apenas 24,3% dos inquiridos sabe o que significa IMC (Índice de Massa Corporal), e apenas 9,2% conhece o seu IMC.




No que diz respeito à relação entre a obesidade e outras comorbiliaddes, estudos anteriores verificaram que os homens obesos apresentam maior percentagem de hipertensão (53,3% vs 26,1%) e hipertrigliceridemia (23,4% vs 9%), que os homens não obesos. No que se refere ao sexo feminino, o mesmo estudo revela que as mulheres obesas têm mais hipertensão (43,7% vs 30,7%), diabetes (7,6% vs 2,7%), hipertrigliceridemia (27,1% vs 5%) e colesterol (15% vs 5,3%), que as mulheres com peso normal.



Também o tratamento foi abordado no estudo realizado pelo CEFAR e, mais uma vez, os resultados não são animadores. Para começar apenas 5,6% dos inquiridos revelou fazer alguma terapêutica para a obesidade, sendo que cerca de 70% refere que a mesma foi indicada por um profissional de saúde. Mais preocupante é o facto de, estudos anteriores já terem referido que apenas 44% dos médicos se consideram qualificados para tratar doentes obesos e 31% referirem que o tratamento da obesidade é desnecessário. A reduzida percentagem de doentes a fazerem terapêutica no estudo do CEFAR (27,9%), pode dever-se ao facto de, em Portugal, os medicamentos sujeitos a receita médica obrigatória não serem comparticipados pelo Estado.





Sobre o Estudo




O estudo foi realizado em 79 farmácias, em todo o território nacional, tendo sido inquiridos 980 doentes que se apresentaram nas farmácias com uma prescrição de um anti-hipertensor e/ou antidislipidémico e com o IMC igual ou superior a 25. A recolha de informação ocorreu entre os dias 14 a 19 de Maio de 2007.





Principais conclusões




- De acordo com as classes de IMC definidas pela OMS, 56,3% dos doentes são obesos (IMC≥30) e 43,7% tem excesso de peso;




- 75,4% dos doentes tem um risco muito aumentado de complicações metabólicas e 18,6% um risco aumentado;




- 24,3% dos doentes conhecia o significado de IMC e 9,2% conhecia o seu valor;



- 82,8% dos doentes mediam o peso, 34,1% raramente e 34,6% mensalmente;



- 87,6% dos doentes referiu não ter acompanhamento profissional no tratamento da sua doença. O acompanhamento por um profissional aumenta consoante a classe de IMC;



- 5,6% dos doentes referiu tomar qualquer produto para a obesidade.






Fonte: MediaHealth Portugal

CASO RARO DE TRIGÉMEOS

O QUE A TOSSE PODE ESCONDER




Cláudia Pinto




Aparece muitas vezes sem avisar e pode permanecer semanas seguidas sem pedir autorização. A tosse pode ser apenas um mecanismo de defesa do organismo ou pode transformar-se no principal sintoma de infecções, problemas respiratórios ou gástricos. Se tem tosse permanente durante mais de três semanas, não ignore este sinal e procure uma avaliação médica. A recomendação é da Dra. Olga Xavier, Médica de Medicina Geral e Familiar.




Podemos falar de tosse seca e produtiva, ou seja, com expectoração. “A tosse seca pode aparecer em determinadas alturas do ano, muito ligada às alergias ou a uma irritação provocada por alguma situação ou alérgeno”, afirma Olga Xavier. Surge assim como “um mecanismo de defesa do corpo para libertar algo que não é benéfico para o mesmo”. No entanto, a partir de determinado grau, “deixa de ser saudável e a tosse pode tornar-se crónica e necessitar de avaliação clínica”.




Quando deve procurar o médico




Para Olga Xavier, é imprescindível consultar o seu médico quando a tosse vier acompanhada de febre ou de dor no peito. “Este sintoma pode significar a existência de uma infecção que tem mesmo de ser analisada. Pode estar na origem de uma tuberculose, uma pneumonia ou uma inflamação da pleura. A tosse está na base de variadas patologias”. Se a sua queixa já tem mais de três semanas, não deixe de visitar o médico.



O que muitas pessoas não sabem é que actualmente, a tosse está relacionada com um problema gástrico. “Pode dar-se o refluxo do estômago para o esófago”.



Basta uma consulta para detectar os tipos mais simples de tosse. “É feita uma avaliação do paciente e receita-se o medicamento adequado para que o sintoma passe”. Por outro lado, “no caso de tosses mais complexas, podem ser necessários exames complementares de diagnóstico. O mais frequente é o raio-X ao pulmão. No entanto, se suspeitarmos de um problema digestivo, temos de confirmar com uma endoscopia”, explica a médica de Medicina Geral e Familiar.





Quando deve procurar o médico




Para Olga Xavier, é imprescindível consultar o seu médico quando a tosse vier acompanhada de febre ou de dor no peito. “Este sintoma pode significar a existência de uma infecção que tem mesmo de ser analisada. Pode estar na origem de uma tuberculose, uma pneumonia ou uma inflamação da pleura. A tosse está na base de variadas patologias”. Se a sua queixa já tem mais de três semanas, não deixe de visitar o médico.



O que muitas pessoas não sabem é que actualmente, a tosse está relacionada com um problema gástrico. “Pode dar-se o refluxo do estômago para o esófago”.



Basta uma consulta para detectar os tipos mais simples de tosse. “É feita uma avaliação do paciente e receita-se o medicamento adequado para que o sintoma passe”. Por outro lado, “no caso de tosses mais complexas, podem ser necessários exames complementares de diagnóstico. O mais frequente é o raio-X ao pulmão. No entanto, se suspeitarmos de um problema digestivo, temos de confirmar com uma endoscopia”, explica a médica de Medicina Geral e Familiar.



Um dos grandes problemas que a maioria dos médicos enfrenta actualmente é a auto-medicação. “Os pacientes não devem tomar xaropes ou outros medicamentos que já lhes tenham sido receitados ou que o vizinho aconselhou porque se sentiu bem”, adverte Olga Xavier. Se é fumador, não ignore a tosse, pensando que é natural e que existe apenas para libertar a expectoração resultante do tabaco. Os seus cuidados devem ser redobrados!






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DOENTES DA PRÓSTATA NÃO DÁ TRÉGUAS: EM CRUZADA PELO TESTE AO PSA



Liliana Ferreira





Simples, rápido e indolor, o teste ao PSA é a resposta à indiferença e aos tabus com que os portugueses encaram a prevenção de eventuais problemas da próstata.






Por isso, a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDPróstata) alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e aconselha ao despiste através do método quantitativo de medição do PSA.





O cancro da próstata é a segunda causa de morte oncológica entre os homens na Europa e nos EUA e em Portugal a patologia é diagnosticada em um por cada dez homens com mais de 50 anos. Esta grave e silenciosa doença mata 1800 portugueses por ano.





António Pereira Pinto, presidente da APDPróstata, recomenda que “a partir dos 40 anos haja uma atenção redobrada para a detecção precoce de eventuais problemas da próstata. Nesta medida, o teste do PSA é um aliado ao rastreio da saúde da próstata, servindo de indicador de eventuais problemas”.



O presidente da APDPróstata acrescenta ainda que “o teste do PSA é simples e rápido de fazer, consistindo numa pequena picada no dedo que, em apenas quinze minutos, permite detectar os níveis de PSA – o antigénio específico da próstata que, acima de determinados valores, pode indicar possíveis problemas”.



“Esta forma de diagnóstico não inviabiliza a necessidade da consulta com um urologista e a realização de outros exames mais específicos. Contudo, o teste ao PSA permite que, de uma forma fácil, os portugueses estejam mais atentos à saúde da próstata”, conclui António Pereira Pinto.



Os sintomas revelam-se numa fase muito avançada, já quase sem hipótese de tratamento. Por esta razão, torna-se essencial informar que só mediante um diagnóstico atempado é possível tratar, rápida e eficazmente, esta grave doença.






Fonte: ADBDCommunicare, Consultores Associados

Tuesday, March 4, 2008

DOENÇA OBSTRUTIVA CRÓNICA É PREVENÍVEL E TRATÁVEL




Prof. António José Segorbe Luís





O objetivo principal do GOLD - uma iniciativa da OMS para a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) - é o de aumentar a conscientização entre os profissionais da área da saúde e o público em geral sobre a DPOC. As definições anteriores de DPOC centravam-se no “Enfisema” e na “Bronquite Crónica”. Estes conceitos não fazem, hoje em dia, parte da definição de DPOC, tal como é apresentada pelo GOLD.




A bronquite crónica é definida pela produção de muco e tosse por um período mínimo de três meses por ano, considerando dois anos consecutivos. Esta definição não reflecte o grande impacto da obstrução ao fluxo aéreo na morbilidade e mortalidade nos doentes com DPOC. Aproveitamos para lembrar que a tosse e a produção de muco podem preceder durante anos o desenvolvimento de limitação do fluxo aéreo. Por outro lado, há fumadores que desenvolvem obstrução brônquica significativa sem que refiram tosse crónica ou expectoração.



O conceito de enfisema é o de destruição das paredes bronquiolares (brônquios mais finos) e alveolares. A noção popular de enfisema é a de que se trata de uma patologia grave, incapacitante e mortal. Pois, na DPOC, a regra é “nem oito, nem oitenta”. Na verdade, nem a tosse “de fumador”, nem a produção habitual de expectoração são inocentes, dado precederem a obstrução brônquica, acompanhando-a no seu carácter progressivo. Depois, muitos doentes com DPOC têm uma componente enfisematosa variável, sem sofrer do estigma do enfisema fatal.




Daí não devermos criar uma imagem excessivamente negativa para a DPOC. A doença é prevenível e tratável. O carácter progressivo com que é conotada advem da contínua exposição aos irritantes tóxicos, com destaque para o fumo do tabaco. Está largamente comprovado que a cessação tabágica é a medida de maior benefício e maior eficácia no controlo da evolução da doença.



A espirometria é essencial para o diagnóstico de DPOC e informa do grau de gravidade da doença. Infelizmente, a acessibilidade à espirometria ainda é muito limitada nos Centros de Saúde. A Sociedade Portuguesa de Pneumologia, com o patrocínio da Pfizer e da Boerhinger, tem vindo a efectuar rastreios a fumadores com mais de 40 anos pelo país. Estamos muito próximo dos 5000 exames efectuados. Se é fumador e se deparar com uma carrinha PNEUMOBIL aproveite e faça o seu rastreio de DPOC.



Não esqueça: conheça a DPOC antes que a DPOC se dê a conhecer.





Prof. António José Segorbe Luís



Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

COMBATE À OBESIDADE

ENURESE NOCTURNA: QUANDO O CHICHI APARECE FORA DE HORAS

Cláudia Pinto



O problema é comum a várias famílias. Para muitas crianças, passa a ser um segredo bem guardado. Vergonha e inferioridade são sentimentos habituais. Por outro lado, os pais nem sempre sabem como lidar com a situação e punem os filhos que urinam fora de horas. Para lidar com a enurese nocturna, são conhecidas formas de tratamento eficazes. A ajuda dos pais é também essencial para a resolução do problema. Apoiar em vez de discriminar, incentivar em vez de punir, parecem ser truques essenciais.




Está atento aos sintomas do seu filho?






Os pais devem estar vigilantes aos sintomas urinários diurnos dos seus filhos, pois eles podem fornecer-lhe pistas importantes.




A criança refere dor ao urinar? Tem de urinar com muita frequência e em pequenas quantidades de cada vez? Urina muito de cada vez e parece estar sempre cheio de sede e bebe exageradamente? Nota alguma anomalia no jacto urinário ou o seu filho parece ter que fazer força para iniciar a micção?




Estes são alguns dos sinais que podem indicar uma causa orgânica subjacente à enurese, explica João Luís Barreira, acrescentando: “Há uma associação frequente entre a obstipação e a enurese e nalguns casos ao tratar a obstipação resolve-se o problema da enurese. Por fim, em relação ao sono propriamente dito, é frequente os pais considerarem que estas crianças têm o sono particularmente pesado. Em alguns casos, as crianças ressonam muito durante a noite e têm apneias obstrutivas durante o sono e isso parece estar associada à libertação de uma hormona que aumenta a produção nocturna de urina, o que leva a ter enurese.



Por vezes, estas crianças são operadas às amígdalas e adenóides e a enurese resolve, ou pelo menos, melhora significativamente”, explica o pediatra.




Todas as crianças com este problema devem, em primeiro lugar, ser levadas ao seu médico para uma avaliação e orientação individualizada.





Alerta aos pais




É fundamental que os pais não culpabilizem os seus filhos nem contribuam para este sentimento de inferioridade. “Por vezes, a atitude dos pais e familiares contribui para a manutenção da enurese.



Os comportamentos e comentários que frequentemente surgem na sequência destes episódios podem dificultar a criança a ultrapassar o problema”, chama à atenção a Dra. Miriam Gonçalves, neuropsicóloga clínica, especializada em enurese nocturna. Recomenda-se, portanto, acompanhamento médico em todo este processo. “As crianças descrevem sentimentos como irritados, rabugentos, envergonhados e confusos”.




Os próprios pais tendem a “evitar falar do assunto com outras pessoas. Falar sem vergonha e encarar a enurese nocturna como um problema que hoje em dia tem fácil solução, é o primeiro passo para a resolução do mesmo e para um tratamento eficaz”, aconselha Miriam Gonçalves.



A punição e a ameaça são, por outro lado, “as piores estratégias que se poderão adoptar, uma vez que a criança já sofre o suficiente por não conseguir evitar a enurese. Evite ainda o recurso ao uso da fralda, por muito que lhe custe ter de lavar e estender sistematicamente os lençóis”.



As crianças costumam guardar este segredo “a sete chaves” com medo de discriminação por parte dos seus amigos e familiares porque “pensam que só eles é que ainda fazem chichi na cama. Mas a realidade é que, por exemplo, numa turma de 30 alunos da primária, cinco escondem este segredo”, explica a neuropsicóloga.





Dicas para lidar melhor com a enurese




Incentivar a criança – “Utilizando por exemplo o calendário das noites secas. É um reforço positivo importante, já que auxilia a manter a criança focada no tratamento e permite que verifique quantitativamente o seu progresso rumo à cama seca”, explica Miriam Gonçalves.



Motivar a criança a cuidar da sua higiene pessoal, tomando banho, para evitar o desagradável odor a urina, que o poderá “denunciar” entre os colegas na escola.



Fazer com que a criança faça “exercícios” da bexiga, tentando fazer um intervalo cada vez maior entre a vontade e a ida à casa-de-banho, bem como ensiná-la a controlar o jacto urinário, aprendendo a interrompê-lo.



Sempre que ocorrer um “episódio molhado” deverá pedir-lhe para mudar a roupa da cama e o pijama e colocá-los na máquina de lavar. Esta é uma forma de a criança se ir mentalizando para o facto de que este é um problema seu e que, por isso, terá de se esforçar para vencê-lo.



Permita que a criança não desenvolva sentimentos de culpa, demonstrando-lhe que a enurese é uma situação frequente e que atinge outras crianças.



Elogiar e recompensar a criança sempre que não fizer chichi na cama.





Destaques





“Não será então de estranhar se estas crianças se recusarem a participar em alguns passeios de escola, acampamentos ou dormirem em casa de amigos e familiares”




“Permita que a criança não desenvolva sentimentos de culpa, demonstrando-lhe que a enurese é uma situação frequente e que atinge outras crianças”






Fonte: Jornal do Centro de Saúde
 

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