Thursday, September 18, 2008

CIRURGIA DA MIOPIA: INDICAÇÕES



Dr. Fernando Vaz


A miopia é um erro refractivo que determina uma má acuidade visual para longe afectando cerca de 15% da população. Nos olhos com miopia a imagem dos objectos é focada à frente da retina, seja como resultado de um olho muito grande, seja pela curvatura anómala da córnea.





É o erro refractivo mais comum na criança e os objectos distantes ficam desfocados. Os sintomas mais comuns são cefaleias e dores oculares; nas crianças, a aproximação da TV e o semicerrar os dos olhos.




A miopia moderada, abaixo de seis dioptrias, é a mais frequente, sendo facilmente corrigível com óculos ou lentes de contacto. A miopia, severa, acima de 12 dioptrias, mal corrigida com óculos, associa-se a um maior risco de lesões degenerativas e descolamento da retina.




Existe uma crescente procura da cirurgia da miopia e do astigmatismo que lhe está associado na maioria dos casos. Tal deve-se à busca por maior qualidade de vida, à segurança e aos bons resultados da cirurgia. Na cirurgia de miopia existem diferentes técnicas, sendo a escolha da mais adequada a cada paciente feita após um cuidado estudo pré-operatório. A cirurgia está indicada após os 18 anos de idade em pacientes com refracção estável há pelo menos 12 meses.




A primeira opção é o LASIK que, sendo uma cirurgia extraocular, permite uma rápida recuperação da visão. Realiza-se sob anestesia tópica (gotas), em cerca de 5 minutos (os lasers mais recentes corrigem cada dioptria em 4 segundos), tendo o paciente alta 30 minutos depois, e uma acuidade visual satisfatória às 24 horas após o procedimento. O pós-operatório não é doloroso, havendo, no entanto, picadelas e intolerância à luz nas primeiras horas.




Factores como a espessura e a curvatura da córnea e as dioptrias do olho do paciente podem levar o cirurgião a optar por outra técnica. O LASIK pode corrigir as dioptrias que quisermos. A questão é que as alterações induzidas na córnea torná-la-iam instável.




Acima de 8 dioptrias é difícil a correcção com o laser, estando indicado o implante de uma lente intra-ocular. Esta técnica é, igualmente, segura, e pode ser realizada, também, com o paciente acordado. Com a nova geração de lentes dobráveis, a recuperação da acuidade visual é ainda mais rápida do que acontece com o laser. No entanto, dada a sua maior complexidade e preço, reserva-se esta técnica para os casos em que o laser não é possível.


Abandonar os óculos




A cirurgia é bastante segura e a principal fonte de complicações é a má selecção. Cerca de 15% das pessoas que pretendem realizar a cirurgia por laser não a podem realizar.




É mandatório a realização de uma topografia de córnea que detecta alterações que contra-indicam a cirurgia. No implante de lente intra-ocular é obrigatório realizar um estudo da profundidade da câmara anterior (zona do olho onde a lente será colocada), para confirmar se temos espaço para implantar a lente com segurança, e um estudo endotelial, que será realizado anualmente, após o implante da lente. E em todos os casos deve ser avaliada a retina para comprovar que não existem lesões. Não seguir este procedimento significa correr riscos desnecessários. Assim, os pacientes interessados neste tipo de cirurgia devem procurar centros dotados com este tipo de equipamento.




Na maioria das profissões, o regresso à actividade pode ser quase imediato, com excepção de exposição a poeiras, vapores ou alguns produtos químicos. Em relação à actividade física, poderá ser retomada no dia seguinte no LASIK (a excepção é a piscina). Nas lentes fáquicas, a corrida pode ser feita no dia seguinte, mas devem ser evitados grandes esforços, nomeadamente levantamento de pesos, durante quatro semanas. Por razões óbvias, devem ser evitados desportos com elevado risco de contacto físico nos primeiros dias após a cirurgia.




A cirurgia de miopia, salvo excepções como a grande diferença de graduação entre os dois olhos, não se realiza por indicação médica. É sim uma solução oferecida a quem está saturado de óculos e/ou lentes de contacto, Por isso, não é o médico que recomenda a cirurgia, mas sim o paciente que tem de sentir essa motivação. Seja ela por razões profissionais, de práticas desportivas ou estéticas. A cirurgia proporciona melhor qualidade de vida ao libertar da necessidade de óculos e está indicada em todos os pacientes motivados para a cirurgia que a possam realizar.





Dr. Fernando Vaz
Coordenador da Secção de Cirurgia Implanto-refractiva da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO)



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

OS HOMENS TAMBÉM TÊM VARIZES




Maria Vassalo

O aparecimento de uma variz ocorre quando há um aumento irreversível do tamanho de uma veia. As dilatações que surgem em vasos muito pequenos são popularmente denominadas como "derrames" ou "raios". Podem aparecer em ambos os sexos, apesar dos homens terem um pouco mais de sorte que as mulheres, eles também sofrem com este problema, ao contrário do que muita gente pensa!

A principal causa para o aparecimento das varizes ou "derrames" é a predisposição genética, podendo esta ser agravada pelos hábitos de vida, como sejam, ficar muitas horas de pé ou sentado e os esforços muito intensos.

Habitualmente uma variz não desaparece por si mesma e, geralmente, tende a piorar ao longo do tempo. A evolução pode inclusivamente ultrapassar o problema meramente estético, vindo a causar sintomas como desconforto, sensação de peso e edema, até flebites e trombose em casos mais extremos.

Os homens tendem a deixar passar mais tempo, antes de procurar um especialista, o que leva a

que muitas vezes o problema se agrave mais do que nas mulheres.

A melhor solução, a prevenção

Recomenda-se assim que sinta algum desconforto nas pernas e note a dilatação de vasos procure um médico especialista.

Os principais tratamentos são o laser vasculight, a escleroterapia (injectável) e a cirurgia.

Destacamos o laser vasculight por ser um método muito simples e eficaz: inicia-se com a aplicação de um gel condutor frio sobre a pele, que potencia a penetração da luz e actua como agente protector. De seguida, dispara-se o laser sobre os vasos a tratar, a luz emitida actua apenas nos pigmentos de cor vermelha ou esverdeada, típica das lesões vasculares, sem afectar os tecidos circundantes. Com este método melhoram as lesões vasculares de cor vermelha, com 1 mm de diâmetro. As maiores e de cor azulada são tratadas com injecções (escleroterapia). Para terminar é aplicada uma pomada anti-inflamatória para diminuir qualquer possível irritação.

É um método muito rápido e os resultados começam a ver-se logo depois da primeira sessão.


Efectividade e comodidade são os adjectivos que classificam este tratamento, ou seja, perfeitamente adaptado aos homens que têm pouco tempo livre para este tipo de coisas!

Recomendações

Evitar a exposição solar pelo tempo recomendado pelo médico, antes e depois de cada sessão. O tratamento não é indicado para pessoas com peles escuras, negras ou que tenham apanhado sol.

O tratamento tem justamente a vantagem de não interferir com o dia-a-dia do paciente que pode realizar as tarefas e actividades físicas normais do dia-a-dia.

As vantagens do vasculight:

• Os homens não necessitam de rapar os pêlos para fazer o tratamento.

• O tratamento é muito prático, cómodo e eficaz, apesar de variar de caso para caso, normalmente cinco sessões são suficientes para tratar o problema.

• É permitido logo depois de cada sessão retomar as actividades do dia-a-dia, ir ao ginásio ou praticar desporto.


Fonte: Corporación Dermoestética

Thursday, September 11, 2008

DOENÇAS DA PRÓSTATA AFECTAM OS HOMENS A PARTIR DOS 50 ANOS



Andreia Pereira


Segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU), 1/3 dos homens, acima dos 60 anos, apresentam sintomas de doenças da próstata. O diagnóstico precoce é, até ao momento, o único meio de colocar um travão ao avanço destas patologias.






Acontece, porém, que, por desleixo, muitos homens continuam a adiar uma visita regular ao médico. Para alertar para este problema, estão agendadas várias actividades, entre os dias 8 a 15 de Setembro, no âmbito da semana europeia das doenças da próstata.







Fruto do aumento da esperança de vida, uma grande percentagem dos homens, com mais de 65 anos, registam problemas de saúde associados à próstata. A situação mais frequente é a hipertrofia benigna da próstata (HBP), que se define pelo crescimento desta glândula.







Por razões que a ciência desconhece, "até ao momento, ainda não é possível explicar cabalmente este aumento do tamanho", diz o Dr. Francisco Rolo, presidente da Associação Portuguesa de Urologia (APU). Sabe-se, apenas, que este órgão, cuja forma é semelhante ao de uma castanha, "sofre alteração de tamanho em 60 a 70% dos homens, com idades compreendidas entre os 65 e os 70 anos".





Importa, no entanto, esclarecer que este crescimento nada tem a ver com o cancro da próstata: a situação mais grave. Segundo o presidente da APU, este problema, "circunscrito à próstata, implica uma perda de qualidade de vida, devido aos seus sintomas", nomeadamente do tracto urinário.





"A próstata envolve a uretra e, quando cresce, tem tendência para apertar a uretra, dificultando o fluxo de urina." Como resultado do compressão da uretra, "o jacto de urina começa a ficar mais curto, obrigando a uma micção mais frequente". Para tratar estas complicações da HBP, são administrados fármacos que diminuem o tónus muscular da próstata e que inibem a enzima que favorece o crescimento da glândula prostática.









Diagnóstico precoce facilita cura





Segundo Francisco Rolo, "há que contrariar a ideia de que só se deve procurar um médico quando se está doente", porque, depois de "os sintomas aparecerem, por vezes, já é tarde para actuar".





"Se for efectuado um diagnóstico precoce, antes da manifestação de sintomas de doença, o tratamento é mais eficaz, o que eleva as hipóteses de cura, concretamente no que se refere ao cancro da próstata." É por esta razão que está preconizada uma consulta anual, a partir dos 50 anos de idade.





Nos últimos anos, tem-se registado uma evolução positiva no tratamento das doenças da próstata, em resultado da capacidade de diagnóstico. O especialista defende que, hoje em dia, os meios de diagnóstico são muito mais avançados, não implicando exames complexos, nem dolorosos.





"Com uma ecografia ou análise de sangue já é possível detectar eventuais complicações", indica. Nas situações de HBP, a ecografia e o exame do toque rectal (apalpação da próstata) são métodos simples de detecção desta patologia. Já no caso do carcinoma, a realização da análise do antigénio específico da próstata, também conhecido como PSA, permite despistar grande parte das situações.




A doença prostática mais temida





De acordo com as estimativas, calcula-se que, anualmente, surjam cerca de quatro mil novos casos de cancro da próstata. Do total deste número, aponta-se para uma mortalidade de 1800 casos. "O carcinoma da próstata é um tumor bastante complexo e que nem sempre mata. Estes tumores evoluem de uma forma lenta, insidiosa e, durante muito tempo, não apresentam quaisquer sintomas", explica Francisco Rolo.





Embora se desconheçam as causas concretas implicadas com este carcinoma, sabe-se que a alimentação e o estilo de vida influem no aparecimento de cancro da próstata. "Suspeita-se que as doenças da próstata, na generalidade, estejam ligadas à obesidade, à diminuição da actividade física, e a uma alimentação pobre em vegetais e rica em gorduras animais."





Em estudos populacionais, verificou-se que, nos países com hábitos alimentares à base de hortícolas, a prevalência deste carcinoma é inferior. "Esta é uma prova aceite pela comunidade científica. Verificamos que em certas populações a prevalência deste carcinoma aumentou a partir do momento em que migrarem para países onde a dieta era profundamente baseada em gorduras animais e pobre em legumes", fundamenta o urologista.





No leque das causas do carcinoma, os factores familiares ou genéticos também determinam o aparecimento deste tumor na próstata. "Está provado que havendo antecedentes familiares, a prevalência está aumentada.

Tratando-se de familiares directos, está preconizada a realização do PSA aos 45 anos. Na restante camada da população masculina, em que esta situação não se verifique, aconselhamos o rastreio anual a partir dos 50 anos."









Detecção precoce é fundamental





O cancro da próstata evolui silenciosamente e, normalmente, os sintomas só se manifestam numa fase tardia. "Só depois de estar metastizado pelos gânglios linfático e pelos ossos é que os sinais de doença se manifestam". Prevenir e detectar precocemente são, neste caso, as palavras de ordem. Isto porque, numa fase mais tardia, já não existe possibilidade de cura, contrariamente ao que acontece nos estádios iniciais da doença, em que o tumor se encontra localizado.





Apesar de não traçar um diagnóstico exacto, a análise do PSA "é um marcador que alerta para a possibilidade ou probabilidade de existir uma suspeita, nomeadamente quando os valores estão acima de 3,5/4". "Servimo-nos desta análise para seleccionar os casos em que se deve fazer a biopsia da próstata", conclui Francisco Rolo.





Contudo, se houver uma detecção precoce, as hipóteses de cura "são de quase cem por cento, para as situações de tumor localizado", diz o especialista. E adianta que, "antes de se programar o tratamento, o médico terá de confirmar se a doença se encontra localizada". O que se consegue através da "palpação da próstata, da ecografia, da biopsia e de outros exames."





Em situações de doença localizada, existem dois procedimentos: a cirurgia e a radioterapia

externa ou interna. Esta última, também designada por braquiterapia, consiste na colocação de "sementes" radioactivas dentro da próstata, de modo a eliminar as células cancerígenas.






Os tratamentos hormonais, por outro lado, são utilizados em casos de tumores metastizados. Esta terapêutica, "ao inibir a produção de testosterona pelo organismo, contribui para a regressão do tumor, que necessita desta hormona para se propagar".




Fonte: Jornal do centro de saúde

Friday, September 5, 2008

CIRURGIA LAPAROSCÓPICA EM ONCOLOGIA



Dr. António José Ribeiro



Do grego laparo, abdómen, e scopia, examinar, a cirurgia laparoscópica representa uma nova abordagem minimamente invasiva no tratamento cirúrgico de múltiplas patologias abdominais sob anestesia geral.





A cirurgia laparoscópica ou vídeo-cirurgia, consiste na realização de cirurgias através de pequenos orifícios na pele por onde se introduz uma câmara de vídeo com iluminação por fibra óptica (laparoscópio), ligada a um ou mais monitores de televisão.




Por outros pequenos orifícios na pele, são introduzidos tubos rígidos (trocars) - "portas" em português - que permitem a utilização de instrumentos cirúrgicos para a execução das cirurgias com controlo visual indirecto (através do monitor). O espaço de trabalho é criado com recurso a insuflação da cavidade abdominal com dióxido de carbono (CO2).




Actualmente a laparoscopia é o método de eleição para o tratamento das doenças benignas da vesícula biliar. Na doença oncológica a sua aplicação tem sido mais cautelosa. Foram necessários estudos com recuo suficiente que demonstraram resultados equivalentes aos da cirurgia "aberta".




O tratamento da doença oncológica pressupõe que antes seja feito um correcto estadiamento. Isto é, saber se a doença está localizada ao órgão e aos gânglios que drenam esse órgão, ou se está disseminada por outros órgãos distantes (fígado, peritoneu, pulmão etc.) - metástases.




Esta avaliação é feita habitualmente por TAC ou RMN (ressonância magnética nuclear), mas no caso de metástases no peritoneu (membrana que reveste interiormente as paredes do abdómen e recobre os órgãos nele contidos), não têm grande sensibilidade.




Aqui, a laparoscopia de estadiamento poderá ter um importante papel antes do tratamento definitivo, como no cancro gástrico e cancro do pâncreas, para evitar cirurgias desnecessárias ou para diagnóstico através de biópsia ou citologia de modo a permitir um tratamento mais adequado.








Na cirurgia com intenção curativa




Uma ressecção oncológica pressupõe a remoção completa do tumor e gânglios de drenagem com margens cirúrgicas adequadas. Na cirurgia laparoscópica estes princípios devem ser seguidos escrupulosamente.




A cirurgia colorectal laparoscópica beneficiou de recentes avanços no material disponível não só no que diz respeito às máquinas de sutura automática mas também em relação a material que permite uma dissecção exangue e laqueações vasculares sem recurso a fios e tesouras (dissectores ultrassónicos e tecnologia diatérmica avançada - Ultracision® e LigaSure® respectivamente).



Foram desenvolvidos dispositivos que permitem por uma pequena incisão de 8-10 cm introduzir a mão do cirurgião, sem haver perda de pressão do CO2, para poder facilitar diversos procedimentos.




Frequentemente em vez de utilizar uma técnica exclusivamente laparoscópica, executa-se uma colectomia assistida por laparoscopia, isto é, a colectomia é feita por laparoscopia mas a remoção da peça operatória faz-se por uma pequena incisão abdominal que permite efectuar fora da cavidade abdominal parte ou a totalidade da anastomose intestinal (restabelecimento da continuidade intestinal). A peça operatória é removida com recurso a um saco de plástico apropriado, para evitar o contacto do tumor com a incisão abdominal.




O tratamento laparoscópico do cancro do recto é tecnicamente mais difícil devido ao pequeno espaço de trabalho - a cavidade pélvica - especialmente no homem por ter uma bacia mais estreita, e pela necessidade de identificar e preservar estruturas retroperitoneais tais como os nervos hipogástricos que controlam a função sexual e a urinária.




Das vantagens salienta-se um mais rápido restabelecimento do trânsito intestinal, menos dor, menos complicações e uma alta mais precoce. Como desvantagem sublinha-se a necessidade de mais tempo operatório dependendo sobretudo da experiência do cirurgião. É uma técnica que requer muito treino com uma longa curva de aprendizagem.





"Actualmente a laparoscopia é o método de eleição para o tratamento das doenças benignas da vesícula biliar"




"No tratamento da doença oncológica, este método possibilita a despistagem de metástases no peritoneu, isto é, permite saber se a doença está localizada apenas no órgão e nos gânglios que drenam esse órgão, ou se está disseminada por outros órgãos distantes"








Dr. António José Ribeiro
Secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Oncologia



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

PORTUGUESES ESTÃO MAL INFORMADOS SOBRE OS LINFOMAS



Ana Tomás



No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Linfoma, que se celebra no próximo dia 15 de Setembro, a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), com o apoio da Roche Farmacêutica, acaba de apresentar um estudo que revela que apenas 5.1 por cento dos portugueses que já ouviram falar de linfomas se considera bem informado sobre esta doença.





O estudo revela ainda que a grande maioria dos portugueses (62.9 por cento), não conhece ninguém que tenha sido afectado pela doença, 88.8 por cento não consegue especificar nenhum tipo de linfoma em particular e 45.8 por cento é incapaz de nomear qualquer tratamento.




No entanto, apenas 9.8 por cento admite que já procurou mais informação sobre os linfomas, nomeadamente sobre as possibilidades de cura (43.2 por cento), tipos de tratamento disponíveis (36.4 por cento), a sua duração (25 por cento), e grau de agressividade do cancro (22.7 por cento). Por outro lado, apenas 13.6 por cento dos portugueses refere ter conhecimento da existência dos linfomas por intermédio dos profissionais e instituições de saúde.




De acordo com o Dr. Herlander Marques, vice-presidente da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas "existe de facto um preocupante desconhecimento sobre o que são os linfomas, principalmente porque as pessoas não sabem que um linfoma é um cancro. Se tivesse essa noção acredito que procurariam mais informação e tomariam mais precauções".




Embora mais esclarecida, também a população portuguesa já diagnosticada com linfoma demonstra um desconhecimento face à doença já que apenas 23.5 por cento considera estar bem informada e apenas 31.3 por cento considera ter um conhecimento muito satisfatório sobre os tratamentos existentes. Contudo, a grande maioria deste grupo da população já ouviu falar de linfomas de Hodgkin (70.4 por cento) e de linfomas não Hodgkin (43.6 por cento), os principais tipos de linfoma.




Os doentes com linfoma têm por hábito procurar informações sobre a doença (65.4 por cento) principalmente na internet (81.2 por cento) ou nas revistas (60.7 por cento). No entanto, 39.1 por cento desconhece a existência de associações de apoio a doentes.




As principais questões que os doentes com linfoma colocam aos seus médicos relacionam-se com a possibilidade de cura (77.1 por cento), a gravidade da doença (76.5 por cento), e as opções de tratamento (74.3 por cento).




Por outro lado, os doentes declaram gostar de envolvidos em todas decisões sobre os seus tratamentos (60.3 por cento) e optam por recorrer ao seu médico oncologista/hematologista para a adquirir (52 por cento).




O linfoma é um tumor maligno que resulta do crescimento anormal de células do sistema linfático e é considerado a quinta causa de morte relacionada com cancro nos homens e a sexta causa de morte relacionada com cancro nas mulheres.


"O diagnóstico da doença por vezes torna-se difícil, porque os sintomas podem ser confundidos com outras patologias. Os mais frequentes são cansaço, febre e gânglios aumentados desvalorizados por alguns doentes. Quando não são tratados adequadamente, alguns tipos de linfoma podem ser fatais em seis meses", alerta o vice-presidente da APLL e responsável de Hematologia do Hospital S. Marcos, em Braga.




Este estudo foi efectuado pela Spirituc-Investigação Aplicada a indivíduos residentes em Portugal continental, de ambos os géneros, com idade superior a 18 anos. O processo de recolha de informação foi efectuado telefonicamente junto da população conhecedora de linfomas (uma amostra de 448 pessoas) e presencialmente junto da população com diagnóstico de linfomas (uma amostra de 179 pessoas).








Pedalar Contra o Linfoma




A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), em parceria com a Roche, anunciam o arranque da iniciativa Pedalar contra o Linfoma, uma corrida de bicicleta que terá lugar no próximo dia 13 de Setembro, pelas 10:30, no Parque da Cidade, no Porto.




Esta passeio de bicicleta, que visa sensibilizar a população para este tipo de cancro e que antecipa o Dia Mundial do Linfoma (que se assinala a 15 de Setembro), conta com a presença de Cândido Barbosa, personalidade de destaque no ciclismo nacional, que apadrinha oficialmente esta iniciativa e irá conduzir o pelotão solidário ao longo das ruas da cidade invicta.




As primeiras 500 inscrições, no valor de 20 euros, terão direito a bicicleta, capacete, uma t-shirt desenhada pelo estilista João Rolo (que também irá pedalar contra o linfoma) e um kit lanche. Os interessados em "pedalar contra o linfoma" podem inscrever-se no fim-de-semana de 6/7 de Setembro nos quiosques do evento colocados na Av. Brasil, no Porto, ou através do número 964.461.458.




Os participantes que desejarem levar a sua própria bicicleta, poderão fazer a inscrição por 5 euros, tendo direito a receber a t-shirt e o kit lanche. Todos os fundos recolhidos na corrida revertem para a Associação Portuguesa das Leucemias e Linfomas.



Fonte: Hill & Knowlton

HIDRATAÇÃO DA PELE




Dra. Marta A. Pereira


A pele é o maior órgão do corpo humano e não apenas uma barreira "inerte". É um importante órgão sensorial e de interacção com o meio ambiente, regula o controlo das perdas de água e de calor, é o local de síntese da vitamina D, tem funções de defesa contra infecções e infestações e propriedades protectoras contra agentes irritantes, alergéneos e radiação ultravioleta.





A saúde da pele depende igualmente de uma alimentação equilibrada e da ingestão adequada de líquidos, nomeadamente de água mineral, devendo a sua quantidade ser adaptada às necessidades.




É também um importante órgão de contacto social e sexual, pelo que o prejuízo mais significativo das doenças cutâneas é sobretudo no bem-estar psicológico dos doentes.




Doenças desfigurantes da pele, cabelo ou unhas, podem resultar em perda da auto-estima, depressão e condicionar perspectivas de trabalho. Adicionalmente, os cancros de pele são as neoplasias mais comuns na população caucasiana e em número crescente nos últimos anos.




Os cosméticos e os produtos de cuidado da pele têm um papel importante na prevenção das doenças cutâneas e na manutenção da saúde da pele, nomeadamente por evitarem o envelhecimento.




O principal factor que contribui para o envelhecimento cutâneo precoce é a exposição solar, seja ela ocupacional ou recreacional. Outros factores que potenciam o envelhecimento causado pelo sol são o tabaco, factores ambientais e, presumivelmente, factores hormonais.




A rotina de cuidado diário da pele consiste no uso de um produto de limpeza, seguido de um adstringente e depois um hidratante.




Os produtos de limpeza destinam-se a remover o sebo, as células superficiais de descamação, as bactérias, os fungos e a sujidade ambiental, deixando íntegra a barreira lipídica cutânea.




A sua introdução nos rituais de higiene da pele permitiu a diminuição da prevalência de numerosas doenças contagiosas. Contudo, o seu uso excessivo, sobretudo nos países desenvolvidos, levou ao aparecimento de determinadas condições dermatológicas, como o eczema xerótico.




Este facto conduziu ao desenvolvimento de formulações menos agressivas para a barreira cutânea, indicadas para indivíduos com pele seca ou sensível.




Os adstringentes ou tónicos complementam a acção dos produtos de limpeza, sendo indicados sobretudo para a face. São geralmente líquidos e aplicados na pele com algodão. A sua composição é distinta consoante se destinam a pele seca ou oleosa.




Os hidratantes são concebidos para minimizar o dano da barreira cutânea induzido pelos produtos de limpeza, retardando a perda de água através da epiderme e promovendo a sua reparação.


A sua formulação deve ser adaptada ao tipo de pele e às suas necessidades específicas, nomeadamente quando em presença de dermatose. Na prevenção do fotoenvelhecimento, aconselha-se o uso diário de um fotoprotector nas áreas expostas e de tópicos com acção "renovadora" como a tretinoína ou os alfa-hidroxiácidos.




Alguns indivíduos exibem aumento da reactividade cutânea, particularmente da face e intolerância ao uso prolongado de cosméticos, uma condição frequentemente designada por "pele sensível".




Esta condição tem sido reconhecida como cada vez mais frequente na população em geral. Na maioria dos casos, as queixas são subjectivas, sem alterações cutâneas visíveis. Num inquérito realizado na população inglesa, 51% das mulheres e 38% dos homens consideravam ter pele sensível.




A abordagem destes doentes obriga à eliminação prolongada da maioria dos cosméticos e manutenção de um regime simples de cuidados com a pele. O dermatologista pode realizar testes cutâneos específicos que permitam identificar substâncias irritativas ou alérgicas em cada caso.








Dra. Marta A. Pereira, Dermatologista
Centro de Dermatologia Epidermis - Instituto CUF,
Serviço de Dermatologia, Hospital. de S. João, Porto


Fonte: Saúde em Revista
 

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