Tuesday, April 28, 2009

O QUE SABE SOBRE AS SUAS VEIAS?



Mariana Cabral



A Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular pretende consciencializar a população portuguesa sobre a Doença Venosa Crónica (DVC), vulgarmente conhecida como varizes e derrames. Através da implementação de um questionário de auto-avaliação (CIVIQ - Chronic Insufficiency Questionnaire) em Centros de Saúde de todo o país, a partir de 27 de Abril, avalia-se o impacto da doença na população portuguesa, uma iniciativa pioneira na área venosa que vai auxiliar o médico no diagnóstico dos doentes.






Segundo o Professor Armando Mansilha, secretário-geral da SPACV, "esta acção inédita torna-se indispensável num país onde a DVC afecta muitos homens e mulheres, estimando-se que atinja 2 milhões de portuguesas, e que só ¼ destas esteja a ser tratada. O objectivo primordial é fazer um diagnóstico da situação e despertar a consciência da população para a necessidade de tratamento da DVC."




Em Portugal, à semelhança do que acontece em outros países, a DVC está sub-diagnosticada e subestimada, o que se traduz em graves repercussões sociais e económicas. O facto da maior parte da população portuguesa desconhecer os sintomas e sinais subjacentes à doença e desvalorizar as consequências da mesma, encarando-a unicamente do ponto de vista estético e ignorando as complicações, tornam a implementação do questionário efectivamente importante.





A Doença Venosa Crónica, que se define como a dilatação das veias e consequente deformação, devido à estagnação do sangue, acarreta desconfortos a nível das pernas, designadamente dores nos tornozelos e pernas, que se traduzem em dificuldade em dormir e dificuldade em efectuar as tarefas/actividades quotidianas, tais como subir escadas, ajoelhar-se, caminhar depressa, entre outras. Com a evolução da doença aparecem complicações graves como alterações cutâneas e a úlcera de perna.





O excesso de peso (muitas vezes provocado pelo sedentarismo), o tabaco, o álcool, a idade, o stress físico e psíquico, a hipertensão arterial, a gravidez, os contraceptivos orais, entre outros, são os principais factores de risco para o agravamento da doença venosa.










Fonte: Grupo GCI

DISFUNÇÃO ERÉCTIL: SINTOMA DE DOENÇA CORONÁRIA SILENCIOSA



Dr. La Fuente de Carvalho



A disfunção eréctil ( DE ) é, nos dias de hoje, um problema de saúde pública com repercussão na vida pessoal, afectiva e social dos doentes, com prejuízo muito marcante na qualidade de vida.






A disfunção eréctil ocorre, frequentemente, em homens a partir dos 50 anos, pelo que as dificuldades de erecção podem ser a primeira manifestação duma doença vascular coronária. Neste sentido, a importância do diagnóstico precoce da disfunção eréctil, bem como noutra doença, vai permitir um tratamento mais eficaz e, eventualmente, a recuperação total do doente.









As causas





O principal mecanismo da disfunção eréctil é vascular, ligado a fenómenos de aterosclerose das artérias penianas, no entanto, em alguns casos, o efeito secundário de alguns medicamentos, como anti-hipertensores ou anti-depressivos, podem reflectir-se na perda de rigidez na erecção.





Assim, o doente depois de iniciar determinado fármaco, sente uma alteração da função sexual, deve falar com o seu médico. Para além de todos estes factores, existem causas psicológicas, nomeadamente, o stress, a depressão e a ansiedade que podem provocar alterações ou dificuldades de erecção.





Na sua evolução ao longo do tempo, a diabetes, por exemplo, causa lesões vasculares e nervosas, duas estruturas fundamentais para iniciar a erecção, pelo que o mau controlo desta patologia pode conduzir a lesões irreversíveis destas estruturas. No nosso país, a grande maioria dos homens decide procurar ajuda médica já numa fase tardia da doença.





Trata-se de um aspecto cultural e educação, os doentes escondem o seu problema, pois entendem que ao falarem sobre a sua dificuldade debilitam a sua auto estima. Esta realidade é um erro grave, pois a doença na grande maioria dos casos é passível de tratamento.





Para estabelecer o diagnóstico e avaliar o grau de gravidade da DE, o médico deve complementar a História médica.









Consequências





A disfunção eréctil pode ameaçar o domínio pessoal, familiar, social e afectivo. Este problema, ainda é mais preocupante nos indivíduos jovens, uma vez que a actividade sexual desempenha nestas idades uma importância na afirmação acrescida. Nos jovens, com uma vida sexual activa, as dificuldades de erecção podem provocar alguns conflitos familiares, se a situação não for partilhada com a parceira.





A suspeita de traição e o sentimento de rejeição podem desencadear uma crise no casal. Por esta razão, a companheira deve estar ao corrente de toda a situação, uma vez que a mulher pode ser muito útil na terapêutica. Quando a mulher acompanha o homem à consulta, esclarecemos o doente, mas também informamos a mulher do que se está a passar.



É um problema a dois. A ajuda que a mulher pode dar, quer na vertente psicológica, quer no domínio sexual, é fundamental para que o homem se sinta seguro e desenvolva uma actividade sexual satisfatória para ambos.




O aparecimento de terapêuticas orais foi um passo positivo, e importante, para o doente bem como para o médico, pois passou a dispor de mais um recurso terapêutico. As principais vantagens dos agentes orais são a sua boa tolerância, com efeitos adversos pouco significativas, e boa aceitação pelos doentes. No entanto, estes fármacos necessitam de uma estimulação sexual prévia para desenvolverem o seu mecanismo de acção.





Estes agentes orais podem dividir-se em duas categoriais: acção curta (sildenafil e vardenafil) e acção prolongada (tadalafil). O sildenafil foi o primeiro fármaco oral a surgir em Portugal para a disfunção eréctil. Estes fármacos só podem ser tomados uma vez por dia e cerca de 60 minutos antes do acto sexual. Na linha de tratamento dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (i PDE5), encontra-se o vardenafil e o sildenafil.





O período de actuação destes dois fármacos é cerca de quatro horas. O tadalafil, também pertence a esta categoria de inibidores da Fosfodiesterase Tipo 5, mas é um fármaco com um período de acção até 36 horas, o que possibilita ao doente ter mais de uma relação sexual nesse período de tempo.





As propriedades farmacocinéticas únicas do tadalafil, assim como a ausência de interacções com alimentos e álcool, são factores que permitem maior facilidade de utilização.





Tal como nas Doenças cardiovasculares tem-se vindo a verificar uma maior informação, e sensibilidade para a Prevenção da DE, ao promover uma boa higiene alimentar, redução do consumo do tabaco e álcool, do sedentarismo, do peso, a actividade física regular (passeios a pé, andar de bicicleta) ou seja uma Saúde vascular global.









Dr. La Fuente de Carvalho,
Presidente da Sociedade
Portuguesa de Andrologia e
Chefe de Serviço de Urologia do
Hospital St. António no Porto












Fonte: Saúde em Revista

CANCRO DO PULMÃO: SEIS PERGUNTAS FREQUENTES



Dr. Fernando Barata



O que é o cancro? Como todos os órgãos do corpo, os pulmões são feitos de muitos tipos de células. Normalmente, essas células dividem-se para produzir novas células quando o corpo necessita delas.






Este processo normal, discreto, mas ordenado e controlado mantêm-nos saudáveis. O cancro surge quando uma ou mais células se descontrolam, persistem desordenadas e se dividem de forma repetida descoordenadamente. Esta multiplicação celular anormal, este crescimento não regulado e anárquico origina o cancro.





Continuando a multiplicar-se de forma desordenada, este bloco de células pode depois invadir e alterar outros órgãos. O cancro estende-se ou metastiza para outras partes do corpo onde novos tumores se desenvolvem.





No cancro do pulmão, a proliferação anormal é inicialmente pulmonar. Com o tempo algumas dessas células podem chegar aos nódulos linfáticos, enquanto outras, através do sangue se espalham para outros órgãos nomeadamente o fígado, os ossos e o cérebro.









O que causa o cancro do pulmão?





Cerca de 85% do cancro do pulmão no homem e 65% do cancro do pulmão na mulher são causados pelo fumo do tabaco. Só na segunda metade do século XX, 60 milhões de mortes à escala mundial foram causadas pelo tabaco.





Aproximadamente metade dos fumadores regulares morrerão na sequência desse consumo. No tabaco há muitas substâncias carcinogénicas, isto é, substâncias capazes de alterar as células, transformando-as em células cancerosas. Quanto mais se fuma, maior o risco de cancro.





Se não é fumador, não experimente o tabaco. A maioria daqueles que experimentam tornam-se fumadores regulares. Se é fumador, existem muitas vantagens em deixar de fumar, mesmo em pessoas que fumaram durante anos. Nunca é tarde para parar de fumar. Mesmo em doentes com cancro do pulmão, parar de fumar diminui o risco de novos cancros.





Não fume na presença de outras pessoas. Cientistas demonstraram que não-fumadores que vivem ou trabalham com fumadores têm um risco acrescido de cancro do pulmão.





Outras causas de cancro do pulmão passam pela exposição ao amianto, em particular em fumadores ou pela exposição a substâncias radioactivas quer em minas quer noutros ambientes com exposição a essas substâncias.









Quais os sintomas





Geralmente são alguns sintomas que levam o doente a procurar o seu médico.





A tosse é o mais comum. Ocorre quando o tumor irrita os bronquios e bloqueia a passagem do ar. Muitas vezes, o indivíduo com ‘tosse do fumador' modifica a sua tosse tornando-a irritativa e persistente.





A hemorragia respiratória (hemoptise) costuma alarmar o doente e levá-lo rapidamente ao seu médico.





A dor torácica pode ser tipo pontada mas outras vezes é surda, prolongada e não resolve com analgésicos comuns.





Outros sintomas são a dificuldade respiratória, a pieira, episódios repetidos de pneumonia ou bronquite, rouquidão. Como todos os cancros, o do pulmão pode causar fadiga, perda de apetite e emagrecimento.





Outras vezes, pode causar sintomas que parecem não relacionados com os pulmões como dificuldade em engolir, dor no ombro e braço, inchaço da face e pescoço. Se o cancro já se estendeu a outros órgãos do corpo pode causar dores de cabeça, alterações do comportamento, dores ósseas ou dores abdominais.





ATENÇÃO: Estes são alguns sintomas de alerta a valorizar em especial se surgem num indivíduo fumador. Mas, nenhum destes sintomas é seguro de cancro do pulmão. Só o seu médico o pode esclarecer se eles são causados por um cancro ou por outro problema.



Que tipos de tratamento




Cirurgia, Radioterapia e Quimioterapia são os tipos de tratamentos mais comuns usados para o cancro do pulmão. Cirurgia é realizada quando é provável que todo o tumor possa ser retirado.





Com a radioterapia e a quimioterapia procuramos matar as células cancerosas evitando que elas se dividam e o tumor continue a crescer. Muitas vezes utilizamos uma combinação de tratamentos.





São três os tipos de Cirurgia mais comuns no cancro do pulmão. A escolha está dependente do tamanho do tumor, sua localização, extensão e estado geral do doente.





Segmentectomia é uma operação destinada a retirar um pequeno segmento afectado de um lobo pulmonar. Lobectomia é a intervenção cirúrgica em que se retira um lobo pulmonar. Pneumectomia é a remoção de todo um pulmão.





A Radioterapia é um tratamento local com radiação emitida por uma máquina sobre a região afectada. Ocupa uns minutos diários, durante 5 dias por semana, por várias semanas e é indolor.





Quimioterapia é um tratamento sistémico, isto é, os medicamentos injectados no sangue ou tomadas oralmente, atingem potencialmente todas as partes do corpo incluindo as áreas afectadas. È habitualmente administrada em ciclos - período de tratamento seguido de um período de recuperação. A administração é feita, no hospital, durante umas horas de um dia ou dias seguidos.




Modernamente surgiu uma nova terapêutica, especificamente dirigida ao cancro, com menos efeitos secundários, passível de administração em casa e com resultados encorajadores.









Que deve comer o doente com cancro?





Comer bem significa ingerir bastantes calorias e proteínas que evitem a perda de peso. Aqueles doentes que comem bem durante o tratamento toleram-no melhor, com menos efeitos secundários e mais força e energia.





Há doentes que não têm apetite, outros deixam de sentir o gosto dos alimentos, outros sentem-se cansados para comer e ainda outros sentem-se persistentemente enjoados, com vómitos ou ‘feridas' na boca. Procure conversar com o seu médico sobre a forma de ultrapassar estas questões.









Deve conviver o doente com cancro?






Sim. A doença cancerosa não é transmissível como uma gripe. É bom que o doente, mantenha dentro das limitações dos tratamentos, a sua actividade normal, familiar e social. Conviver e partilhar é importante.





Não esqueçamos que cada doente é diferente de outro doente que conhecemos. Também a metodologia diagnóstica e o tratamento pode ser diferente de um vizinho ou amigo que conhece. Não esqueça que sempre que tenha dúvidas, o seu médico o poderá esclarecer sobre a sua doença e as melhores opções para a ultrapassar.












Fonte: Hill & Knowlton Portugal

Friday, April 24, 2009

GRAVIDEZ E AMAMENTAÇÃO: O IMPORTANTE É QUE CADA GRAVIDEZ SEJA PLANEADA E VIVIDA TRANQUILAMENTE



Dra. Fátima Palma


Não está definido qual o momento ideal para ter um filho, isso vai depender de cada casal. Assim, antes de parar o método contraceptivo deve procurar o seu médico para a realização da consulta pré-concepcional.





Nesta consulta após um breve resumo da história clínica e avaliação dos antecedentes do casal é feito: o resumo das gravidezes e partos anteriores; o despiste de doenças familiares ou outras que possam ter importância na gravidez; a análise das vacinas, do grupo de sangue, e são pedidos alguns exames complementares de rotina. Inicia-se a toma do ácido fólico.




O diagnóstico de gravidez acarreta sempre algum grau de ansiedade, pela incerteza do que vem a seguir: Será que está tudo bem? Haverá alguma malformação do feto? É necessário ir já ao médico? Ao obstetra ou ao centro de saúde?




Algumas destas questões ficam automaticamente respondidas quando se faz a tal consulta pré-concepcional, se tal não aconteceu, deve fazer um teste de gravidez que pode ser feito em casa, na farmácia ou num laboratório.




É importante que a grávida seja vigiada e acompanhada em consultas periódicas, sendo que a primeira consulta deve ser nas primeiras 10 semanas de gravidez e as seguintes de acordo com o calendário que for determinado pelo médico assistente.




Claro que nem todas as grávidas têm o mesmo risco obstétrico. As adolescentes, as mulheres com mais de 38 anos, as hipertensas, as diabéticas têm maior probabilidade de desenvolverem complicações no decurso da gravidez.




Na consulta pré-concepcional ou na primeira consulta o médico determinará o risco existente e se necessário a vigilância, numa consulta de alto risco.




As consultas pré-natais, a realização das ecografias obstétrica (às 12, 22 e 32 semanas) e das análises; uma alimentação equilibrada (atenção às restrições próprias da gravidez) e a prática de exercício físico adequado, permitem passar por este momento privilegiado e por vezes único da vida de uma mulher/casal de uma forma suave e prazenteira.




Existem em alguns centros de saúde e noutros locais, cursos de preparação para o parto, que se recomendam dado tratar--se de um momento vivido sempre com alguma ansiedade e expectativa principalmente na primeira gravidez.








E DEPOIS DO PARTO...




O leite materno contém todos os ingredientes necessários à alimentação do recém-nascido e conferem-lhe inclusive protecção contra algumas infecções.




No início tem um aspecto diferente (o colostro) mas é rico em elementos anti-infecciosos e destina-se a ajudar a relativa imaturidade fisiológica do recém-nascido.



A subida do leite dá-se habitualmente por volta do 5º dia após o parto e pode acompanhar-se de febre, dor e aumento do volume mamário. Procure ajuda sempre que necessário e não desanime.



O sucesso da amamentação tem a ver com a motivação, com alegria e prazer que dá à recente mamã. Mas se por qualquer motivo não puder ou quiser amamentar não se esqueça de que hoje em dia já existem excelentes alternativas para o leite materno.




Por último não vamos esquecer-nos da contracepção.




O espaço que se recomenda entre cada gravidez é de 2 anos e hoje em dia existem várias opções contraceptivas possíveis durante a amamentação que não interferem quer com a qualidade quer com a quantidade do leite materno.








Dra. Fátima Palma,
Ginecologista/Obstetra na Maternidade Alfredo da Costa,
Voluntária na Associação para o Planeamento Familiar










Fonte: Saúde em Revista

Thursday, April 23, 2009

"VOCÊ E A DIABETES" - NOVO DVD RESPONDE ÀS PRINCIPAIS QUESTÕES DOS DOENTES DIABÉTICOS




Andreia Pinto







A pensar na melhoria da qualidade de vida dos cerca de 900 mil portugueses diabéticos, o Abbott Diabetes Care criou o DVD "Você e a diabetes". Este DVD, que pode ser obtido gratuitamente, fornece diversas informações sobre como lidar com esta patologia que exige cuidados especiais no dia-a-dia do doente.








Totalmente em português e dirigido não só a adultos mas também a um público mais jovem, este DVD é composto por diferentes tópicos onde são abordadas questões como "alimentação saudável", "exercício", "regimes de tratamento", "gravidez", "complicações a longo prazo", "cuidado com o coração" e "álcool", entre outras.






De acordo com António Freitas, responsável pela área Diabetes Care do Abbott Laboratórios, "este DVD pretende ser uma ferramenta útil no auxílio aos doentes diabéticos, abordando as principais questões inerentes à doença. Verificamos que muitas pessoas ficam bastante assustadas quando são confrontadas com o diagnóstico da diabetes pelo que nos pareceu bastante pertinente esclarecer desta forma simples, mas ao mesmo tempo completa, as principais questões com as quais os diabéticos se confrontam".







Para saber onde obter este DVD os doentes diabéticos devem consultar o seu profissional de saúde ou ligar para a Linha Gratuita de Apoio ao Cliente do Abbott Diabetes Care - 800 200 891.











Sobre a diabetes







A Organização Mundial de Saúde estima que existam mundialmente 185 milhões de pessoas com diabetes, mas só 40% estão diagnosticadas e tratadas. Prevê-se que este número irá aumentar até aos 500 milhões em 2025 devido ao envelhecimento da população, estilo de vida sedentário e aumento da obesidade.







A nível nacional, de acordo com um estudo realizado no presente ano, cerca de um terço da população portuguesa tem diabetes ou encontra-se em situação de risco.











A diabetes é uma doença que resulta de uma deficiente capacidade de utilização pelo nosso organismo da nossa principal fonte de energia - a glucose. Muitos dos alimentos que ingerimos são transformados em glucose no nosso aparelho digestivo. Ela resulta da digestão e transformação dos amidos e dos açúcares da nossa alimentação. Depois de absorvida, entra na circulação sanguínea e está disponível para as células a utilizarem.





Fonte: MediaHealth® Portugal

REDES DE CUIDADOS CONTINUADOS COM MAIOR RESPOSTA

COLESTEROL: O QUE PRECISAMOS DE SABER E O QUE DEVEMOS FAZER


Dr. Manuel Carrageta



O colesterol é uma gordura essencial existente no nosso organismo, que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos.






Quando o colesterol está em excesso, deposita-se nas paredes arteriais, constituindo placas que reduzem o calibre dos vasos, dificultando o afluxo de sangue aos órgãos e tecidos do organismo.









Tipos de colesterol





Lipoproteínas de baixa densidade (LDL): são vulgarmente conhecidas como "mau"colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais elevadas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular;





Lipoproteínas de alta densidade (HDL): também conhecidas por colesterol "bom", que tem como papel a limpeza das artérias, pelo que quanto mais altas forem, menor risco há de surgir doença cardiovascular;





Triglicéridos: são um outro tipo de gordura que circula no sangue ligada às VLDL. Uma alimentação excessivamente rica em calorias, açúcares ou álcool eleva os triglicéridos, aumentando o risco cardiovascular.









Factores de Risco





Um elevado número de factores influenciam os níveis de colesterol no sangue;





Dieta: o consumo excessivo de gordura saturada eleva os níveis de colesterol. Para os reduzir deve-se evitar o consumo de gorduras de origem animal, como as carnes gordas, o presunto, o queijo, a manteiga, as charcutarias, a fastfood, etc.;





Peso corporal: ter excesso de peso aumenta o colesterol. Controlar o peso reduz os níveis de colesterol das LDL e tem ainda a vantagem de elevar as HDL;





Actividade física: o exercício regular baixa o colesterol das LDL e sobe as HDL. Aconselha-se a prática de 30 minutos diários de actividade física, como por exemplo, a marcha em passo rápido;





Hereditariedade: os nossos genes determinam em parte a quantidade de colesterol que cada organismo produz. Há famílias em que o colesterol é elevado.









Colesterol Elevado





Um estudo da Fundação Portuguesa de Cardiologia mostra que cerca de 2/3 da população adulta portuguesa têm o colesterol elevado. No entanto, o colesterol elevado não causa sintomas. Quando estes ocorrem podem surgir sob a forma de dor no peito por angina ou enfarte do miocárdio. Estamos perante uma patologia grave em que a prevenção é fundamental.






As sociedades científicas europeias recomendam, como valores normais, um colesterol inferior a 190 mg/dl quando se trata da população saudável.





No caso dos doentes com patologia coronária, ou outra doença aterosclerótica (acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, etc.), diabetes ou insuficiência renal, recomendam-se valores de colesterol inferiores a 175 mgldl.




Já para o colesterol das LDL, os valores recomendados são respectivamente inferiores a 115 mgldl para a população em geral e a 100 mg/dl nos doentes de alto risco.





Alguns estudos recentes, com destaque para o Asteroid Trial mostram que nos doentes de alto risco, como é o caso dos doentes coronários, há vantagem em atingir níveis de LDL inferiores a 70 mg/dl para assegurar uma maior protecção cardiovascular e até tornar realidade o grande sonho da regressão da aterosclerose.





Um trabalho recente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, ainda em curso junto dos utentes dos Centros de Saúde (Projecto Coração Seguro), mostra que cerca de 35% dos doentes, apesar de estarem a fazer terapêutica para redução do colesterol, não estão controlados, ou seja não cumprem os objectivos estabelecidos pelas sociedades científicas europeias.





No que respeita às HDL, níveis inferiores a 40 mg/dl e de trigliceridos superiores a 150 mg/dl conferem risco cardiovascular acrescido. Por outro lado, quanto mais elevadas forem as HDL menor é o risco de doença cardiovascular.









Tratar o colesterol alto





O objectivo do tratamento é diminuir o risco de doença cardiovascular, através da redução do colesterol das LDL e subida das HDL.





É importante referir que o controlo dos níveis de colesterol deve assentar numa dieta saudável rica em fibra vegetal e pobre em gorduras saturadas e colesterol. O controlo do peso, a actividade física regular e não fumar são companheiros indispensáveis da dieta.





O recurso a medicamentos, quando necessários, deve ser decidido e acompanhado pelo médico assistente, que leva em conta, não só os valores do colesterol, como também o risco global, determinado com base na idade do doente, no sexo, na pressão arterial, na HDL e no tabagismo.









Reduzir o colesterol e o risco de doença cardiovascular





Algumas medidas são muito úteis:





Reduzir o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol, nomeadamente os produtos animais como a carne vermelha e os produtos lácteos não desnatados;





Praticar regularmente exercício. A actividade física aumenta o colesterol das HDL, para além de ajudar a controlar o peso, a diabetes e a pressão arterial, factores de risco importantes de doença cardiovascular;





Não fumar: para além de toda uma série de malefícios para a saúde, o tabagismo desce o colesterol das H DL. Ao deixar de fumar as HDL voltam a subir;





Tomar a medicação prescrita pelo médico.









Dr. Manuel Carrageta,
Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC)









Fonte: Saúde em Revista

Sunday, April 19, 2009

NUTRIÇÃO INFANTIL



Dra. Henedina Antunes



A alimentação no 1ºano de vida e na grávida tornou-se essencial pela vulnerabilidade do cérebro humano nos seus primeiros tempos de vida. A grávida não deve comer peixes de águas profundas, mais sujeitos a contaminação com metais pesados, como o vulgar atum, de forma frequente.






Do ponto de vista prático, quanto mais pequeno for o peixe menor o risco.





No 1º ano de vida, a OMS aconselha o aleitamento exclusivo até aos primeiros 6 meses. A OMS tem curvas de crescimento, só de crianças amamentadas, obtidas de 17 países diferentes e o crescimento é semelhante.





Por isso, quando as crianças seguem o aleitamento ideal, leite materno, até aos 12 meses e, exclusivo, só leite, até aos 6 meses crescem iguais em todo mundo. Uma lição de igualdade dada pela nutrição infantil.





Estas são as curvas que nos deverão guiar, também em Portugal.





Inicialmente as fórmulas infantis preocupavam-se em ter muita proteína. Os bebés ficavam com pregas de deposição de gordura.





Trabalhos prospectivos, nomeadamente nos EUA, parecem mostrar que lactentes, que são os bebés dos 29 dias aos 12 meses, que nascem com informação de pouco alimento disponível, chamados de restrição de crescimento intra-uterino (RCIU), com menos peso do que a sua idade gestacional, quando nasciam e aumentavam rapidamente de peso tinham maior risco de ter tensão arterial elevada (TAE) em adultos, e, também, os que têm sal acrescentado à alimentação no 1º ano de vida.





Tanto a TAE como a obesidade, são factores de risco para enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral. Tal como o sal, o açúcar também não deve ser acrescentado aos alimentos, pelo menos durante o 1º ano de vida.





O aporte de ferro e de ácidos gordos poliinsaturados de cadeia longa (LC-PUFAs) no 1º ano de vida, estes últimos sobretudo necessários nos prematuros que rapidamente perdem as suas reservas, são importantes para o funcionamento do cérebro.





Os LC-PUFAs não são necessários só em termos de formação do cérebro e retina, pensa-se que a sua manipulação na proporção correcta pode ajudar na tolerância imunológica, ou seja, não reagirmos aos alimentos de forma a considerá-los estranhos e a termos alergia.





Lactentes portugueses sem problemas de saúde e cumprindo as recomendações europeias de alimentação do lactente ainda tinham aos 9 meses 19,4% de anemia por deficiência de ferro (ADF) e 39,3% deficiência deste metal.





É consensual que crianças com ADF, têm atraso de desenvolvimento quando da anemia. Mas até 8 anos depois ainda se encontram subtis alterações do desenvolvimento nestas crianças portuguesas pelo que se deve prevenir estas situações enriquecendo com ferro todas as fórmulas infantis, o que já é obrigatório na Comunidade Europeia, ou dar suplemento de ferro nas crianças que dele necessitem, como grande percentagem dos que estão a ser amamentados exclusivamente.





O leite materno é o ideal para o bebé mas não é perfeito, é pobre em ferro e vitamina D. Tal como o amor da sua vida!




E é por isso que deve dar E é por isso que deve dar uma gotinha de vitamina D ao seu filho no primeiro ano de vida e suplemento de ferro nos prematuros, RCIU e os que fazem, como devem, exclusivamente o leite da mãe até aos 6 meses.





Não dar leite de vaca no 1º ano de vida é consensual. Não há qualquer razão para dar um leite não humano ou não adaptado a um lactente humano.





Em relação à diversificação alimentar, e chama-se assim aos alimentos que damos aos lactentes após os seis meses de vida para além do leite, não há evidência científica que o protelar a introdução de um alimento diminua o risco de ter reacção adversa a esse alimento. Boa notícia para os pais!





Afinal não é preciso uma tese de doutoramento para alimentar o seu filho. Bom senso e muita paciência chegam. Iniciar o glúten aos 6 meses e não mais tarde. Amêndoas, amendoins... alimentos com que o seu/sua filho(a) se pode engasgar, não. Os outros escolha-os naturais e locais que são mais baratos e têm menos conservantes.





Não esquecer que o leite de vaca está na maioria dos iogurtes, não é só no "leite do pacote" se quer dar iogurte antes dos 12 meses escolha um com leite adaptado. E confeccione a comida do seu filho, ele/ela cresce a vê-la/vê-lo preparar os alimentos.





Para as mães e, especialmente ao pai, que não podia tirar o seio para o alimentar, mostre que sabe preparar-lhe uma refeição e que não faz com ele o que faz com o gato, abrir a embalagem de comida pré confeccionada e pô-lo a comer.





Para uma boa nutrição devemos comer de tudo, apenas ter cuidado com a quantidade, ingerir as calorias necessárias à vida, sem ser necessário acumular.





Uma nova regra de nutrição pediátrica impõe-se na epidemia da obesidade infantil: os adultos escolhem o que comem as crianças e estas escolhem a quantidade que querem comer, não insista. "Não te levantas da mesa sem comeres tudo o que está no prato", é uma regra que nem a si já deve aplicar. A não ser que já tenha ciência para o fazer!





Os boiões, pão com chocolate, gordura com corantes que nos dizem ricos em maravilhosos nutrientes devem fazer pensar os pais, afinal ainda não vi ninguém fazer publicidade à maçã. Sabem porquê? É que tem mesmo valor nutricional.





Comer com variedade e comer sem culpa, o stress aumenta o colesterol. E faça de cada refeição do seu filho (a) um acto social de prazer, porque também o é.









Dra. Henedina Antunes,
Chefe de Serviço e doutorada em Pediatria
Serviço de Pediatria do Hospital de São Marcos, Braga







Fonte: Saúde em Revista


INFECÇÕES VAGINAIS



Dra. Tereza Paula



As infecções vaginais ou vaginites são uma causa muito frequente de consulta. A maior parte das mulheres já teve ou irá ter uma infecção vaginal no decurso da sua vida. Algumas vaginites são de transmissão sexual outras não; resultam do desequilíbrio da flora vaginal que pode ocorrer em qualquer momento da vida.






Os micro-organismos mais frequentes implicados nestas infecções são a Candida albicans, Trichomonas vaginalis e a Gardnerella vaginalis esta última responsável pela vaginose bacteriana.





Existem outras causas menos frequentes como a atrofia da mucosa vaginal na mulher na pós-menopausa ou que está a amamentar, a utilização de substâncias irritantes químicas como por exemplo alguns produtos de higiene íntima com perfume, o contacto com materiais que causam alergias como por exemplo os pensos diários ou a roupa interior de material sintético ou os corpos estranhos.





A vaginose bacteriana e a Candidíase não são habitualmente transmitidas por via sexual ao contrário da Tricomoniase.





A Candidíase é a infecção vaginal mais frequente. É causada na maior parte das vezes pela Candida albicans. Cerca de 75% das mulheres irão ter pelo menos um episódio na sua vida e 40 a 45% terão dois ou mais episódios.





Os sintomas associados a esta infecção são um corrimento branco e espesso associado a prurido. Pode também ocorrer edema, sensação de queimadura, dor nas relações sexuais e ardor ou dor a urinar.





Observa-se uma vermelhidão vulvo-vaginal e por vezes fissuras na vulva. Em muitas mulheres estes sintomas aparecem durante tratamentos com antibióticos que desequilibram a flora vaginal.





A identificação de Candida na ausência de sintomas, por exemplo na citologia do colo do útero, não é indicação para tratamento porque podem fazer parte da flora vaginal normal.





O tratamento desta infecção é efectuado com cremes ou óvulos de aplicação vaginal podendo por vezes em casos mais complicados poder ser por via oral. Geralmente o tratamento é de curta duração e resulta em alívio dos sintomas em 80 a 90% dos casos.





Algumas mulheres têm Candidíases recorrentes e nestas os tratamentos tendem a ser mais prolongados. O tratamento do parceiro sexual não é recomendado a não ser que ele tenha sintomas ou quando as infecções são recorrentes.





Durante a gravidez esta infecção é frequente e o tratamento é semelhante. Ter em atenção que sempre que se utilizam terapêuticas locais, a nível da vagina, pode haver diminuição da eficácia do preservativo.





A infecção por Trichomonas vaginalis manifesta-se por um corrimento vaginal esverdeado com um cheiro desagradável e ardor vulvar.





O tratamento é feito por via oral e o parceiro sexual deve ser tratado pois esta é uma infecção de transmissão sexual. Durante este tratamento deve ser feita abstenção de bebidas alcoólicas.



A vaginose bacteriana é uma infecção vaginal que resulta da substituição da flora vaginal normal

por outro tipo de bactérias. Esta infecção manifesta-se por corrimento abundante branco acinzentado com cheiro fétido que agrava após as relações sexuais e menstruação, mas pode cursar sem sintomas.




O tratamento é feito por via oral ou vaginal e não é recomendado o tratamento do parceiro sexual. Durante a gravidez deve ser efectuado um exame às secreções vaginais (exsudado vaginal) para despiste de infecções que possam conduzir a complicações nomeadamente ao parto pré-termo.





Higiene adequada, evitar a aplicação de produtos que desequilibrem a flora vaginal, evitar a depilação completa assim como o uso de pensos diários ou de roupa muito apertada são formas de prevenir algumas destas infecções.









A existência de corrimento é normal nas mulheres, tão normal como a transpiração pois resulta da secreção das glândulas existentes no colo do útero. Este corrimento pode variar em quantidade dependendo da altura do ciclo menstrual, da idade da mulher ou da utilização de anticoncepcionais. O importante é estar atenta aos sinais que possam indicar infecção e nessa altura recorrer ao seu médico.










Dra. Tereza Paula,
Ginecologista/Obstetra na Maternidade Alfredo da Costa,
Voluntária na Associação para o Planeamento Familiar













Fonte: Saúde em Revista

OS ANTIOXIDANTES NO COMBATE AO ENVELHECIMENTO PRECOCE



Dr. Carlos Reis



O que é um radical livre? Num átomo, os electrões distribuem-se em camadas à volta do núcleo. Quando a camada exterior não está completa este átomo fica instável e tende a interagir com outros fornecendo ou retirando os electrões necessários de modo a completar a sua camada exterior.






Na sua forma instável estes átomos são extremamente reactivos denominando-se radicais livres. Aqueles que mais atacam o organismo humano são os que se formam pela separação de uma molécula de oxigénio, resultando daí dois átomos onde faltam dois electrões na camada exterior de cada um deles.





Os radicais livres formam-se nas reacções metabólicas normais do nosso organismo. Porém, factores como o fumo do tabaco, poluição do ar, radiação, medicamentos, stress e álcool podem aumentar exponencialmente a sua produção.









Como é que o radical livre ataca as células?





Quando estes átomos de oxigénio instáveis se formam no organismo humano, eles atacam a molécula estável mais próxima, retirando-lhe os electrões. Esta molécula "roubada" faz parte de uma qualquer célula de um qualquer órgão do nosso organismo e, ao perder um dos seus electrões, fica, ela própria, um radical livre que, por sua vez, vai atacar uma molécula sua vizinha criando uma cadeia reactiva que só termina, normalmente, com a morte da célula ou deformação do seu material genético, o DNA.









Como nos defendemos dos radicais livres?





O nosso organismo está preparado, até determinados limites, para se defender dos radicais livres, quer através de determinadas enzimas que os destroem quer pela acção dos antioxidantes. No entanto, se a produção de radicais é excessiva ou se as defesas estão limitadas podem surgir lesões.









Os antioxidantes





Os antioxidantes são moléculas que fornecem os seus electrões aos radicais livres, não se transformando eles próprios em radicais, terminando, dessa forma, a cadeia reactiva. Entre os mais potentes encontram-se as vitaminas C, E e A. O selénio, sendo fundamental no funcionamento da principal enzima que combate os radicais livres, insere-se também neste grupo.





A vitamina E desempenha um papel fundamental no transporte de ácidos gordos polinsaturados no sangue, que são particularmente vulneráveis aos ataques dos radicais livres.





Esta vitamina deixa-se atacar protegendo assim os ácidos gordos e transformando-se, ela própria, num radical livre até ser regenerada pela vitamina C.





A vitamina C, além do papel fundamental que desempenha na regeneração da vitamina E, funciona ainda como poderoso antioxidante bloqueando a cadeia de reacções.



O betacaroteno, existente nos vegetais, transforma-se em vitamina A, quando o organismo dela necessita. Para se ter uma ideia do seu poder antioxidante registe-se que uma só molécula deste pigmento natural pode anular mil moléculas de radicais livres.





O Selénio é essencial para o funcionamento da glutationa peroxidade, uma enzima que destrói os radicais livres.






Todos estes nutrientes não conseguem ser produzidos pelo organismo, logo terão de ser fornecidos, quer através da alimentação, quer por suplementos vitamínico-minerais.





Tenha-se em atenção que a acção dos vários antioxidantes se complementa, por isso não devemos incidir a alimentação apenas em fontes alimentares de um deles. Se a opção for o uso de suplementos, eles deverão fornecer os antioxidantes em conjunto.










Lutar contra os radicais livres é diminuir a probabilidade de ocorrerem doenças degenerativas crónicas. É, em suma, atrasar o nosso envelhecimento.









Dr. Carlos Reis,
Nutricionista das Clínicas Persona






Fonte: Saúde em Revista

Thursday, April 16, 2009

HOMEM COM UM ABETO NO PULMÃO

HERPES LABIAL


Dra. Filomena Azevedo



O Herpes Labial (HL) é uma doença muito frequente causada pela infecção por um vírus do grupo dos Herpes Simples. Destes existem vários tipos, sendo geralmente o de tipo 1 o causador no caso do HL, enquanto o de tipo 2 é mais frequente nas infecções herpéticas que se localizam na área genital.






Cerca de 90% dos indivíduos entre os 20 e os 40 anos têm anticorpos para o Herpes Simples tipo 1, o que significa que já tiveram contacto com o vírus.





A transmissão do vírus por uma pessoa infectada pode ocorrer quando existem as lesões, mas por vezes também quando não há sintomas. O contágio acontece geralmente por contacto directo com saliva e objectos contaminados.





Depois da primeira infecção pelo vírus Herpes Simples algumas pessoas ficam imunes, mas 20 a 45% têm recorrências. Cerca de 7% da população geral tem pelo menos dois episódios por ano.









Manifestações e sintomas Primo-infecção





Na primeira crise de HL, a primo-infecção, o vírus replica no local de contágio na pele e os sintomas iniciam-se cerca de 3 a 7 dias com mal-estar, perda de apetite, febre, gânglios linfáticos aumentados, dor e ardor localizados. Surgem então as lesões que são vesículas e pústulas agrupadas numa área de pele vermelha.





Depois formam-se crostas que cicatrizam em 7 a 14 dias. Os lábios e a boca são os locais mais afectados, mas podem também atingir as gengivas e a orofaringe, dificultando a alimentação. Sobretudo nas crianças a primo--infecção pode ter grande exuberância.









Latência





Entretanto o vírus caminha através do nervo até a um gânglio nervoso da região, ficando latente por períodos de tempo variáveis até reactivação.









Infecção recorrente





O reaparecimento das lesões da pele pode acontecer espontaneamente ou provocado por vários estímulos como o stress, luz solar, traumatismos, menstruação, infecções ou febre.





Surge geralmente no bordo do lábio, mas pode ser à volta da boca, no nariz ou bochecha. Geralmente a pessoa sente antes ardor ou prurido no local, podendo não passar desta fase, mas geralmente antes de 24 horas surgem as manifestações de HL. Este em regra é menos exuberante e menos sintomático que a primo-infecção e cicatriza em 7 a 10 dias.





As recorrências parecem ser menos frequentes depois dos 35 anos.





É de notar que tanto a primo-infecção como as recorrências podem não ter sintomas e portanto passar desapercebidas.




Diagnóstico





O diagnóstico de HL é geralmente fácil pelo aspecto e sintomas das lesões e da sua história. Raramente será necessário efectuar análises específicas para determinar qual o tipo de vírus é o responsável, que como referido anteriormente é mais frequentemente o Herpes Simples tipo 1





O diagnóstico diferencial faz-se sobretudo com as aftas.









Tratamento





O tratamento da infecção herpética não é curativo mas pretende limitar a crise e diminuir a transmissão. Deve ser iniciado o mais precocemente possível no primeiro dia para uma melhor eficácia e pode ser feito com anti-víricos orais, como o aciclovir ou o valaciclovir.





Na primo-infecção será também necessário tratar a dor e outros sintomas.
A pomada de aciclovir só poderá ser útil em lesões limitadas, devendo ser aplicada com cotonete.





Se as crises forem ligeiras e pouco sintomáticas pode não se efectuar nenhum tratamento.









Prevenção





A prevenção do aparecimento das crises começa por tentar reduzir os factores desencadeantes. Assim se, por exemplo, a exposição solar for um factor importante deverá ser feita adequada protecção solar, para diminuir o risco.





Se as crises forem muito frequentes e incomodativas pode fazer-se o tratamento contínuo com os antivíricos orais durante meses na tentativa de as impedir. Mas mesmo sob este tratamento elas podem surgir e quando o tratamento é interrompido as crises reaparecem.





Também é importante prevenir o contágio mas apesar do risco de transmissão ser maior quando há os sintomas, também pode existir libertação do vírus em fases assintomáticas. Quando existem lesões os doentes devem lavar as mãos, evitar beijar e não partilhar objectos contaminados.




Estão em estudo vacinas específicas mas ainda não evidenciaram eficácia na prevenção ou tratamento.









Dra. Filomena Azevedo,
Directora do Serviço de Dermatologia e Venereologia
do Hospital de S. João, E.P.E.












Fonte: Saúde em Revista

OS SEUS OLHOS E OS COMPUTADORES



Dr. Vitor Leal



Não existem provas científicas de que os computadores sejam prejudiciais para os olhos. A quantidade de radiações ultravioletas, emitida por um terminal de computador, é muito menor do que a emitida por uma luz fluorescente.






Os níveis de radiação estão muito abaixo dos necessários para provocar lesões oculares, mesmo depois de uma exposição durante toda a vida. No entanto, o trabalho intenso com computadores pode provocar uma variedade de sintomas: irritação ocular (olho vermelho, lacrimejo ou sensação de secura), fadiga (cansaço ocular, sensação de peso sobre os olhos), dificuldade de focar os objectos, dores de cabeça, dores nas costas e espasmos musculares.









Felizmente, estas queixas podem serem remediadas. De que modo?





- Modificando os elementos do local de trabalho;
- Usando óculos apropriados quando necessários;









O local de trabalho





Posição do teclado:

• Coloque o teclado e o rato de forma que os braços e as mãos fiquem numa posição relaxada e natural;
• Evite dobrar os pulsos e mantenha os cotovelos próximos do corpo;
• Ajuste a altura da cadeira ou da mesa de trabalho de maneira que os antebraços fiquem paralelos ao chão, formando aproximadamente um ângulo recto com os braços.









Mobília e postura





• Verifique se a sua cadeira está na altura apropriada: deve permitir manter os braços na posição adequada e os pés bem apoiados no chão. Posicione o encosto da cadeira de modo que a parte inferior das costas fique apoiada;
• Adopte uma posição de trabalho relaxada, mantendo o corpo direito, evitando inclinar-se muito para a frente ou para trás;









Visualização do monitor





• O topo do monitor deve ficar situado ao nível dos olhos ou ligeiramente inferior;
• O material de trabalho deve estar o mais perto possível do monitor para evitar grandes movimentos da cabeça e dos olhos (com modificações constantes de focagem);
• Se utilizar um suporte para documentos, coloque-o ao mesmo nível e à distância do monitor;
• O monitor deve estar posicionado de modo a evitar fontes de brilhos e reflexos;
• Utilize o recurso de inclinação do monitor para encontrar a melhor posição;
• Utilize o controle de brilho do monitor para escolher a sua opção preferida.




Iluminação da sala





• Frequentemente, as luzes do escritório são demasiado intensas e brilhantes. As pessoas devem estar posicionadas de modo a evitar a presença de brilhos e reflexos no monitor (o uso de filtros próprios pode ajudar). O monitor deve estar entre as lâmpadas de tecto;
• Se existirem janelas, para controlar a entrada da luz do dia, utilize persianas, quebra-luzes ou cortinas. O computador deve estar com a parte lateral do monitor virada para a janela. O ecrã do computador é um grande colector de pó: tem que ser limpo muitas vezes com um pano próprio, para melhorar a visibilidade.









Cuidados com a visão






• Intervalos periódicos de descanso são muito importantes. É fatigante trabalhar no computador, porque se está numa posição de corpo, cabeça e olhos quase imóvel. Levante-se várias vezes ao dia e disponha de alguns minutos para alongar-se e exercitar-se, durante os quais deve olhar para longe. Pequenos intervalos feitos frequentemente são mais proveitosos que um único intervalo longo. Diversifique as tarefas durante o dia, para não permanecer sentado na mesma posição muitas horas. Altere a sua postura com frequência a fim de reduzir a tensão dos músculos;
• Pisque os olhos regularmente para lubrificar e prevenir a sua secura.









Quais são as necessidades particulares se usar óculos?





- O monitor tem que estar focado, pelo que no caso de necessitar, deve trabalhar com os seus óculos do dia-a-dia.
- Uma vez que o monitor está situado mais longe e acima da distância normal de leitura, no caso particular de usar óculos para perto, bifocais ou progressivos, podem ser necessários óculos diferentes: a parte de perto dos óculos bifocais tem que estar mais elevada para compensar a posição superior do monitor ou a graduação tem que ser ajustada à distância do monitor.









"É fatigante trabalhar no computador, porque se está numa posição de corpo, cabeça e olhos quase imóvel"









Dr. Vitor Leal
Médico oftalmologista e Coordenador do Grupo de Ergoftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia








Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Tuesday, April 14, 2009

DERMATITE ATÓPICA



Dr. Carlos Resende



Nos Estados Unidos e na Europa a incidência varia de 10 a 20%. Nos últimos anos tem aumentado em paralelo com os designados índices de bem-estar social, como se verifica nos países do leste Europeu com desenvolvimento recente.






A etiologia é desconhecida mas há dados que suportam o papel do passado genético e a influência dos factores ambientais. Alterações imunológicas são evidenciadas pela elevação frequente da Ig E no soro, ocorrência de eosinofilia, predomínio de linfócitos Th2 nas lesões agudas e linfócitos T produtores de interferão Y nas lesões crónicas.





O diagnóstico da dermatite atópica depende quase completamente da história clínica e do exame físico. Há 3 estádios clínicos de doença - 0 a 2 anos, 2 a 12 anos e mais de 12 anos, cada um dos quais com padrões cutâneos agudo, sub-agudo e crónico. As lesões agudas do eczema atópico são pápulas eritematosas intensamente pruriginosas, finas placas escoriadas, vesículas e crostas serosas.





As lesões sub-agudas aparecem como pápulas eritematosas com descamação e escoriações secundárias.





As lesões crónicas caracterizam-se por placas espessas com liquenificação secundária ao prurido.





Nos mais pequenos as lesões podem ocorrer em qualquer local mas surgem preferencialmente na face, couro cabeludo e superfícies extensoras dos membros. Nas crianças dos 2 aos 12 anos as lesões tendem a ser menos agudas, mais acantonadas às pregas dos sangradouros, fossas popliteas, face dorsal do pescoço e das mãos. Como complicações do eczema atópico surgem infecções cutâneas pelo S.aureus e por vírus causadores de verrugas vulgares e de moluscos contagiosos.





O eczema atópico influencia o comportamento social destas crianças, o seu rendimento escolar assim como toda a vida de relação familiar.





No controlo e tratamento do eczema atópico há a referir um conjunto de medidas gerais assim como tratamentos tópicos e sistémicos.





O aleitamento materno, pelo menos nos 3 primeiros meses de vida, parece ser benéfico. A introdução mais tardia e progressiva dos diversos alimentos sólidos é recomendada. O uso do vestuário em algodão, a evicção de objectos de lã em casa, bem como o convívio íntimo com gatos (o mesmo não esta provado para os cães) diminuem as crises. O banho diário com produtos pouco agressivos, seguido da aplicação de emoliente é favorável.





Mas as medidas farmacológicas impõem-se. Os corticosteroides tópicos continuam a ser os fármacos de 1ª linha. Nos mais jovens, na face e nas pregas devem aplicar-se corticoides de muita baixa potência e por períodos curtos. Já nas restantes lesões do corpo é preferível utilizar corticoides mais potentes e durante menos tempo. O abuso da utilização de corticoides tópicos provoca efeitos secundários locais e sistémicos. A corticofobia por parte de outros, dificulta igualmente um adequado tratamento.





Novos fármacos imunomoduladores tópicos derivados dos inibidores da calcineurina (Tacrolimus e Pimecrolimus) demonstraram ser eficazes no tratamento das lesões de eczema atópico. Não tendo os inconvenientes dos corticoides, proporcionam um tratamento pró activo ou seja tratam e previnem novas crises.





Contudo, notícias recentes alertaram a opinião pública para o perigo do desenvolvimento de neoplasias cutâneas e mesmo de linfomas associados à sua utilização e levaram a FDA (Food and Drug Admimistration) e a EMEA (European Medicines Agency) a efectuar estudos de segurança retrospectivos.





Estas entidades publicaram no 1º trimestre de 2006 os resultados destes estudos e concluíram não haver evidência de aumento de neoplastias associadas ao uso destes fármacos, nem imunossupressão sistémica. Mais afirmaram que o benefício da sua utilização suplanta em muito os riscos, mas estes fármacos só devem ser prescritos por médicos experientes, bem informados e em crianças com mais de 2 anos de idade.





As formas mais graves da dermatite atópica exigem medicação sistémica como anti-histamínicos, antibióticos, cortícoides e imunossupressores. A fototerapia e a helioterapia poderão igualmente ser recomendadas.





A enorme perturbação que a dermatite atópica causa nos índices de qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, obriga-nos a facultar apoio psicológico e a recorrer a todos os meios seguros e eficazes para o seu controlo.









A dermatite atópica é uma doença crónica, recorrente, inflamatória, que surge normalmente nos primeiros anos de vida (70 a 95% antes dos 5 anos), mas raramente nos 2 primeiros meses.









Dr. Carlos Resende,
Vice-presidente da Sociedade Portuguesa
de Dermatologia Venereologia









Fonte: Saúde em Revista




Fonte: Saúde em Revista

VITAMINA ELEMENTO INDISPENSÁVEL À VIDA



Dr. Walter Osswald



Foi no século XX que foram descobertas quase todas as vitaminas conhecidas e nele nasceu o próprio conceito de vitamina, ou seja, uma substância aminada indispensável à vida.






As vitaminas - aminas da vida - foram assim denominadas por Casimir Funck, um bioquímico Norte Americano, de origem polaca, quando verificou que os alimentos possuíam factores azotados indispensáveis à vida, tendo então criado o termo "Vitamina" para os designar.




A palavra "vita", em latim significa "vida", a palavra "amina" corresponde a "compostos orgânicos com azoto".





Mais tarde, descobriu-se que, nem todas possuem azoto, mas o termo já estava vulgarizado, pelo que ainda hoje se usa.





Mas, este novo século em que vivemos tem sujeito a maior crítica o entusiasmo com que os investigadores promoveram as vitaminas. Na realidade, dizem muitos, as aplicações terapêuticas das vitaminas são importantes mas dizem respeito a situações clínicas bem definidas, raras hoje em dia nas sociedades ocidentais: escorbuto, raquitismo, beri-beri, pelagra, etc. constituem entidades tão raras, que um clínico geral pode passar a vida sem se deparar com uma única situação destas.





E os críticos vão mais longe, quando se lhes faz notar que a raridade dessas situações se deve ao facto de administrar-mos vitaminas com fins profilácticos: respondem que sim, que é verdade, mas que uma alimentação equilibrada e variada fornece as vitaminas de que precisamos.





Ora, aí é que está o cerne da questão. Poucas pessoas conseguem ingerir diariamente os níveis de nutrientes adequados. Comemos demasiados alimentos pré-preparados e congelados, com muitos conservantes e corantes; fazemos muitas refeições do tipo fast-food; abusamos dos fritos, dos alimentos ricos em açúcar e com elevado teor em gordura, em detrimento dos frutos, vegetais e cereais.





Tal pode acontecer em qualquer idade, mas as crianças em fase de crescimento, as mulheres grávidas ou lactantes, os desportistas, os profissionais obrigados a esforço físico, os idosos com dietas monótonas ou pouco variadas, todas as pessoas que não comem quantidades suficientes de legumes e frutos beneficiam, certamente, da toma de suplementos vitamínicos equilibrados. A suplementação alimentar é uma ajuda preciosa na manutenção do nosso bem-estar, nomeadamente a título preventivo.





O prémio Nobel da Medicina e Fisiologia, descobridor da vitamina C, Szent Gyorgi, foi autor de um livro, enaltecendo as qualidades das vitaminas, e na primeira página escreveu o seguinte silogismo "Sem saúde não há felicidade; sem vitaminas não há saúde; logo, sem vitaminas não há felicidade."





O espírito treinado em lógica descobre neste silogismo um vício de forma, mas a verdade é que as vitaminas podem contribuir para a nossa saúde, condição básica sobre a qual se constrói a vida feliz.









Parece pois plenamente justificado lembrar que as vitaminas são, de facto, essenciais à vida e à saúde e que muito frequentemente a dieta que as pessoas realmente fazem não assegura o aporte recomendável destes princípios activos.









Dr. Walter Osswald,
Catedrático jubilado da Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto (FMUP)












Fonte: Saúde em Revista

Tuesday, April 7, 2009

GUERRA DOS GENÉRICOS

NOVO DISPOSITIVO RESTABELECE INDEPENDÊNCIA AOS DOENTES DE PARKINSON



Ana Tomás




No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Doente com Parkinson, será implantado pela primeira vez em Portugal, no próximo dia 14 de Abril, no Hospital de São João no Porto, o mais recente dispositivo de estimulação cerebral profunda que permite aos doentes de Parkinson recuperar a sua qualidade de vida.






Este novo dispositivo da Medtronic, o Activa PC, sendo mais pequeno que os anteriores dispositivos disponíveis no mercado, permite melhorar a função motora doente de Parkinson, reduzindo as incapacidades motoras características da doença como o tremor ou a rigidez muscular, de forma mais cómoda e com a vantagem de permitir que sejam os doentes a escolher de entre diferentes níveis terapêuticos os que melhor se adequam às suas diferentes actividades diárias.





De acordo com o Prof. Rui Vaz, neurocirurgião e Director do Serviço de Neurocirurgia do Hospital de São João, "este novo dispositivo vem melhorar o bem-estar do doente de Parkinson, na medida em que, sendo mais pequeno, é mais estético e cómodo e tem ainda a vantagem clínica de ser o próprio doente a poder regular a intensidade do estímulo eléctrico, de acordo com os parâmetros escolhidos pelo seu médico".





Brevemente será também implantado em Portugal o Activa RC, o único neuroestimulador do mundo que, sendo recarregável, reduz consideravelmente o número de cirurgias a que os doentes com distonia estão sujeitos durante o seu tempo de vida, já que, doentes que anteriormente necessitariam de cirurgia de 2 em 2 anos, passarão a viver livres de operações durante aproximadamente 10 anos.





A terapia de estimulação cerebral profunda administra, de forma segura e eficaz, estimulação eléctrica às estruturas do cérebro que controlam a função motora. O Activa é um neuroestimulador que, através da sua implantação cirúrgica, possibilita uma estimulação eléctrica que bloqueia os sinais cerebrais que causariam sintomas como rigidez, dificuldade de movimento e tremor. O neuroestimulador Activa é implantado debaixo da pele na zona do peito conectado a eléctrodos implantados nas áreas cerebrais responsáveis pelo controlo motor.





A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa progressiva do sistema nervoso, sem causa conhecida, caracterizada pelo tremor em repouso, a lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular. A cirurgia para o tratamento da doença de Parkinson permite que estes doentes possam retomar muitas das actividades diárias e melhorar a qualidade de vida, ao reduzir a intensidade dos sintomas em cerca de 70%.





Estima-se que esta doença afecte cerca de 20 mil portugueses. A sua incidência aumenta com a idade constituindo esta, só por si, um factor de risco.









Fonte: Hill & Knowlton

ALZHEIMER


Dr. Luiz Cortez Pinto



A Doença de Alzheimer está, na maioria dos casos, relacionada com o envelhecimento. O aumento do número de situações diagnosticadas é, por isso, uma consequência directa do actual sucesso da Medicina em prolongar a vida.






Embora a maioria dos idosos consigam manter uma razoável saúde mental e física, a Doença de Alzheimer torna-se mais frequente, nas pessoas muito idosas [com mais de 85 anos].





A Doença de Alzheimer (DA) é uma perturbação progressiva com manifestações clínicas bem definidas e comuns em todos os doentes, embora haja variações na idade de início e padrão de progressão da doença. É característica da DA a perda de neurónios colinérgicos e o achado no córtex cerebral de grande número de Placas Amilóides associadas a Novelos Neurofibrilhares.







Até ao início da década de 80 o diagnóstico de DA era sobretudo por exclusão. Ou seja, considerava-se a existência de DA após serem excluídas as causas diagnosticáveis para outro tipo de perturbações cognitivas, nomeadamente: alterações metabólicas e nutricionais, situações tóxicas, doenças infecciosas, vasculares e outras.







Actualmente, considera-se que o diagnóstico da DA deve ser principalmente um diagnóstico de inclusão, podendo em 80 por cento dos casos ser feito pela avaliação clínica psiquiátrica.







O diagnóstico deve ser apoiado numa observação psiquiátrica cuidada e rigorosa utilização de escalas de avaliação neuropsicológica, associadas a critérios de diagnóstico bem definidos. A utilização de exames imagiológicos avançados e de marcadores periféricos específicos, detectáveis por análises clínicas, ainda se restringe à investigação.







É normal, com o avançar dos anos, uma demora maior em adquirir novas informações e recordar acontecimentos anteriormente experimentados. Por outro lado, alguns doentes deprimidos, têm queixas subjectivas de dificuldades de memória que podem dificultar o diagnóstico. É por isso importante fazer o diagnóstico em indivíduos com mais de 65 anos que se queixem de dificuldades de memória, distinguindo as situações que podem ser atribuídas a envelhecimento normal e o início de Doença de Alzheimer.





Não sendo, no presente, possível fazer a prevenção do envelhecimento, é no entanto possível intervir em certas situações patológicas associadas à idade, através de estímulo para hábitos de vida saudáveis, preparação para a 3ª idade e vigilância médica regular.





Está comprovado que o treino das funções mentais e físicas aumenta a longevidade e a qualidade de vida, devendo tanto quanto possível evitar-se que a passagem à reforma signifique uma diminuição da actividade. Existem ainda perturbações de memória, como as de causa vascular, que podem ser prevenidas e em alguns casos tratadas.




O tratamento farmacológico actual da DA recai nos inibidores da colinestrase, (donepezil, rivastigmina e galantamina) e nos Antagonistas NMDA (memantina). Estes fármacos permitem, durante um período de tempo variável, melhorar ou diminuir a progressão da doença. Encontram-se em fase avançada de investigação, fármacos que poderão reverter os prejuízos da DA como a Vacina - amilóide, e os Inibidores da Secretase.





Embora a evolução da doença seja irreversível, a medicação permite, quase sempre, melhorar a qualidade de vida destes doentes, podendo assim adiar ou evitar a institucionalização, motivo porque o diagnóstico precoce tem aspectos clínicos práticos.





É sobre os cuidadores, quase sempre cônjuges ou filhos, que recai a pesadíssima tarefa de apoiar estes doentes, motivo porque o cuidador é muitas vezes chamado a "vítima escondida" da Doença de Alzheimer.





É minha opinião, que a existência de um diagnóstico preciso permitirá apoiar, de forma mais efectiva, os doentes e seus familiares, prevenindo o desgaste precoce do cuidador, com os consequentes benefícios para o doente.





A DA pode ser definida em termos operacionais como um prejuízo permanente das funções intelectuais, com compromisso variável das seguintes esferas da actividade mental: linguagem, memória, emoção, personalidade e cognição.





Verifica-se também perda progressiva da capacidade funcional, tendo o doente dificuldade para as tarefas da vida diária como higiene, banho ou alimentação tornando-se cada vez mais dependente de terceiros.






Dr. Luiz Cortez Pinto,
Presidente da Associação Portuguesa
de Gerontopsiquiatria







Fonte: Saúde em Revista
 

saude-se Copyright © 2012 -- Powered by Blogger