Tuesday, December 30, 2008

ANTIGRIPAIS DESACONSELHADOS



Alguns dos medicamentos de venda livre mais conhecidos e usados para o tratamento de gripes e constipações - como o Ilvico, Antigrippine e Cêgripe - não são recomendados pelo Prontuário Terapêutico - que serve de guia aos médicos -, por combinarem várias substâncias activas. "Estes medicamentos não são mesmo os mais indicados", aponta o especialista em Medicina Interna, Alfredo Caldeira. Por outro lado, o presidente da delegação regional da Ordem dos Farmacêuticos, Paulo Sousa, garante que não há problema na utilização destes fármacos, desde que estejam "adequados ao quadro clínico" da pessoa em questão.

O médico Alfredo Caldeira não confia neste tipo de medicamentos e desaconselha mesmo o recurso a estes fármacos. "Tudo o que seja misturas de fármacos deve ser utilizado com cautela porque podem trazer problemas", apontou.

Para o especialista, dentro dos medicamentos de venda livre para tratamento de gripes existem outros mais consensuais e apropriados, como os que possuem paracetamol, ácido acetilsalicílico (aspirina) e ibuprofeno. "Todos os outros deviam ser usados só em último caso e eu desaconselho mesmo o seu uso", afirmou.

O especialista disse ainda ao DIÁRIO que esta situação não implica que se fale numa possível retirada destes fármacos do mercado, mas que, na sua opinião, são realmente "nefastos para a saúde" de quem os utiliza.

O presidente da delegação regional da Ordem dos Farmacêuticos, considera, no entanto, o Ilvico como um dos medicamentos "mais completos" para o tratamento de gripes e constipações, mas garante que, ao recomendá-lo, faz sempre um pequeno questionário sobre a situação clínica da pessoa que o vai usar, uma vez que o Ilvico não é apropriado para hipertensos. "Quem aconselha deve saber o que está a fazer", explicou, referindo que é sempre necessário ter "cuidado ao gerir a utilização dos medicamentos de venda livre".

"Por ser de venda livre, não quer dizer que se use de uma forma qualquer", alertou, sublinhando que quem quer fazer uso deste tipo de fármacos "deve informar-se se é aconselhável". "É importante ter essa noção", frisou, acrescentando que, em caso de dúvida, as pessoas devem consultar sempre, ou até mesmo telefonar, ao farmacêutico.

Paulo Sousa alertou ainda para o facto de ser importante ter em atenção que estes medicamentos não são fórmulas milagrosas, só por figurarem em publicidades constantes. "É importante passar a mensagem de que não são remédios milagreiros", sublinhou.

Peritos preferem "alternativas" Segundo informação divulgada ontem pela Lusa, os peritos que elaboram o Prontuário Terapêutico consideram que há no mercado "alternativas mais adequadas" a estes medicamentos. Um desses peritos, Walter Osswal, em declarações à Lusa, em Março deste ano, explicou que, quando uma substância activa é eficaz, deve ser usada isoladamente e não em associação com outras.

A maioria dos medicamentos que surgem em publicidades para combater sintomas gripais associam o paracetamol - que alivia a dor e a febre - a outras substâncias activas, como a cafeína, codeína e ácido ascórbico.

Nessa ocasião, o perito sublinhou, no entanto, que o Prontuário Terapêutico funciona como "um conselheiro médico", não estabelecendo dogmas e proibições aos profissionais.

Para a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), o facto de estes medicamentos não serem recomendados "não significa que não possam ser utilizados, que constituam qualquer problema para a saúde pública ou tenham de ser retirados do mercado".
Fonte: Diário de Notícias

DESILUSÃO NA ENFERMAGEM

O hospital continua sob o signo da mudança. Nova equipa, novo rumo à 'casa'. Depois da insatisfação de alguns médicos que foram dispensados da chefia dos serviços, é a vez dos enfermeiros. A classe, pela voz do presidente do Sindicato, fala de "descontentamento" em relação ao novo regulamento interno, porque "aponta para uma 'sectorização' na prestação dos cuidados de saúde".


Juan Carvalho esperava mais da equipa que gere a saúde (SESARAM), no sentido de colocar lado a lado os dois grupos profissionais - médicos e enfermeiros - que são mais decisivos nos cuidados ao doente. Mas a recente reunião com o presidente do conselho de administração trouxe "desilusão" aos profissionais de enfermagem, porque o projecto de regulamento interno indicia uma secundarização dos enfermeiros na gestão hospitalar, ficando a classe debaixo da alçada dos médicos.

"Contra (indi)gestão..."

A questão é séria e vai ser debatida hoje numa reunião entre o Sindicato dos Enfermeiros da RAM e os seus associados, aliás divulgada em anúncio no DIÁRIO, com uma ordem de trabalhos que se resume à "proposta de regulamento interno da SESARAM". Não deixa de ser também curiosa a forma como os associados são mobilizados para a reunião de hoje, com os seguintes apelos: "É importante a mobilização dos enfermeiros à volta deste documento. A gestão dos cuidados de saúde também engloba os cuidados de enfermagem. Contra a (indi)gestão na enfermagem".

Já a Ordem dos Enfermeiros prefere esperar para ver, embora apele à participação dos colegas na reunião do Sindicato. Élvio Jesus quer esperar até ver homologado o texto final do regulamento, mas não deixa de criticar o facto de "se manter um 'medicocentrismo' no novo regulamento, isto é, os enfermeiros ficam sem lugar de gestão nos departamentos hospitalares" (vide destaque na página).

Quem não compreende este descontentamento é o presidente do conselho de administração. Almada Cardoso deixa bem claro que, "no regulamento, estão sempre salvaguardadas a autonomia e a idoneidade técnica da enfermagem." Mas não só. Almada Cardoso explica que a classe continua a contar com "um enfermeiro-director, que está ao mesmo nível do director clínico (para a área médica), que por seu turno coordena os enfermeiros supervisores e chefes de enfermagem".

O responsável máximo pela gestão hospitalar sublinha que a sua equipa não veio "inovar nada. Todas as competências e carreiras de enfermagem estão devidamente consagradas, em respeito até pelas leis gerais do País. Não se pode sequer pensar que um regulamento interno se sobrepõe às leis gerais que regulam a enfermagem, aliás em fase de revisão a nível nacional." Mas a serenidade e o optimismo de Almada Cardoso não chegam para sossegar o pessoal da enfermagem que quer saber onde e como está explicitamente consagrada a presença dos enfermeiros nos órgãos de gestão da SESARAM.

O presidente do Sindicato começa por explicar ao DIÁRIO que há um projecto de regulamento interno que aponta no sentido de uma nova organização do serviço regional de saúde em departamentos, serviços e unidades funcionais. O regulamento anterior previa a implementação dos centros de responsabilidade, ideia que não vingou e foi substituída agora pela departamentação ao nível dos cuidados de saúde primários, desta feita com a designação de agrupamento de centros de saúde.

O representante sindical coloca a "questão central" nestes termos: "Seja departamento ou grupos de centros de saúde a criar, não se pode gizar uma organização dos cuidados de saúde sem ter em conta os dois grupos profissionais mais influentes: os médicos e os enfermeiros." Juan Carvalho diz mesmo que "nunca se deverá cair na tentação de 'sectorizar', isto é, ter à frente dos departamentos de saúde só médicos, mas sim médicos e enfermeiros, lado a lado." O sindicalista vai mais longe e avisa que privilegiar só os médicos na liderança "não é funcional para o sistema e criam-se ambientes instáveis que não estão em condições de dar as melhores respostas".

No entanto, Juan Carvalho confessa que a nova orgânica que vai ser implementada contraria os princípios mencionados. A pedido do Sindicato, já houve audiência com o conselho de administração e as perspectivas não são boas. O dirigente sindical explica-se: "Esta nova orgânica que se quer implementar é que nos desilude, porque está desfasada daquela que é hoje a organização recomendável dos cuidados de saúde. O regulamento interno aponta para a departamentação dos médicos e não é nada claro nas atribuições que reserva aos enfermeiros, o que é um risco com consequências incalculáveis porque não vai favorecer a melhoria dos cuidados de saúde." Os enfermeiros reúnem hoje para conhecer as propostas do regulamento interno e acertar a estratégia. Para já, o clima é de "descontentamento".

'Medicocentrismo'

O presidente da Ordem dos Enfermeiros na Região espera para ver. Élvio Jesus quer pronunciar-se definitivamente após a promulgação do regulamento. No entanto, explica que a Ordem já reuniu com o secretário regional dos Assuntos Sociais e com o conselho de administração da SESARAM. "Foi-nos garantido que a autonomia da gestão e da prestação dos cuidados de enfermagem estava assegurada. Esta garantia foi-nos dada em audiência formal e como estamos perante pessoas de boa fé, não há razões para duvidar".

Mas Élvio Jesus admite que "há outras normas no regulamento que não são aceitáveis", nomeadamente aquilo que designa de 'medicocentrismo'. Explicitando melhor: "Continua, no novo texto, o chamado 'medicocentrismo', isto é, tudo demasiado centrado na função do médico, e não houve garantias de que isto seria alterado. Resta esperar pela versão final".

Na prática, a SESARAM garante, ao nível da gestão dos centros de saúde, a presença dos enfermeiros na figura do adjunto do director. Uma mudança que não é a ideal mas aceitável. O problema é a gestão hospitalar, na qual os enfermeiros se sentem excluídos ou sem participação.
Fonte: Diário de Notícias

Friday, December 26, 2008

TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ



O que é a toxoplasmose? A toxoplasmose é uma infecção que pode pôr em perigo a saúde do seu bebé.





É causada por um parasita, o Toxoplasma gondii. Este parasita multiplica-se no intestino dos gatos, pelo que pode encontrar-se em fezes de gatos, e é preciso ter especial cuidado com a manipulação das "caixas" de dejectos destes animais.




A mulher grávida pode ser contaminada durante este processo ou em contacto com a terra por onde circulem gatos, e existam fezes, que contém oocistos libertados pelo parasita. Os oocistos resultam do ciclo sexuado do parasita que ocorre apenas nos intestinos dos felinos (não acontece com os cães, por exemplo).




A mulher grávida deve estar atenta porque também pode ser contaminada pela ingestão de alimentos mal cozinhados como a carne mal passada de animais que contenham este parasita. Além disso, as pessoas que trabalham em jardinagem ou mexem habitualmente em carne crua correm também riscos de contrair toxoplasmose.








O que acontece se eu apanhar toxoplasmose?




Os adultos habitualmente saudáveis não apresentam sintomatologia quando são infectados.




Os sintomas são raros, podendo assemelhar-se a gripe vulgar. No entanto se for infectada durante a gravidez, pode passar a infecção ao seu bebé. O bebé pode não desenvolver nenhuma doença, ou ficar seriamente doente afectando sobretudo o cérebro e os olhos.




Se foi infectada antes da gravidez, 6 a 9 meses antes, com o Toxoplasma gondii, vai tornar-se imune. A infecção não se tornará a reactivar durante a gravidez e por isso raramente existe risco para o bebé.








Como sei se tenho toxoplasmose?




Podemos realizar uma análise ao seu sangue para ver se teve contacto recente ou passado com o parasita, através da determinação dos anticorpos anti IgG e a IgM para o Toxoplasma gondii.




Esta análise deve ser efectuada o mais cedo possível para evitar erros de interpretação, porque o período mais perigoso para apanhar toxoplasmose é durante o 1º trimestre de gravidez. De preferência deve ser efectuada antes da gravidez ou o mais cedo possível.




Se não fizer a análise e não souber se está imunizada ou não, deve tomar todas as precauções para evitar a infecção, protegendo o seu bebé.



Como posso evitar a toxoplasmose?




Não deixar o seu gato sair para evitar a sua contaminação durante a gravidez e se possível ter alguém que ajude no tratamento dos dejectos do seu gato.




Se tiver mesmo de o fazer, deve usar sempre luvas e evitar a aspiração durante o tratamento da caixa de dejectos, que deve ser mudada diariamente e passada por água a ferver. Os oocistos demorarão 1 dia a tornarem-se infecciosos.








Cuidados a ter:




Lavar sempre bem as mãos depois de tratar dos dejectos do gato.




Usar sempre luvas na jardinagem, e lavar muito bem as mãos depois.




Evitar moscas que podem disseminar a infecção tocando nos alimentos após contacto com terra contaminada.




Cozinhar muito bem a carne pelo menos 15 a 20 m antes de a consumir. Evitar comer carne mal passada, ovos crus, vegetais mal lavados e frutas não descascadas.




Não beber leite não pasteurizado.




Ter sempre o cuidado de lavar as mãos antes de comer e após manuseamento de material suspeito.








E se eu apanhei toxoplasmose?




No caso da análise sugerir a infecção recente, (nunca podemos garantir a datação da infecção mas se após 3 semanas o nível do anticorpo anti-toxoplasma IgG duplicar isto é muito provável), temos de despistar a infecção no bebé.




Para isso, actualmente fazemos a pesquisa do Toxoplasma gondii no líquido amniótico, pelo que terá de fazer uma amniocentese, nunca antes de 4 semanas após a suspeita do contacto da mãe e nunca antes das 18 semanas de gravidez.




Existem sinais ecográficos que nos indicam também a suspeita de infecção no feto.




O bebé deve ser seguido até ao primeiro ano de vida pois em cerca de 1/3 das situações não conseguimos fazer o diagnóstico antes de nascer.




Existe tratamento para a mãe e para o bebé, que evita formas mais graves ou mesmo o aparecimento da doença dependendo da precocidade do diagnóstico.







Fonte: LABLUXOR

Tuesday, December 16, 2008

BRONQUIOLITES AGUDAS AFECTAM 80% DAS CRIANÇAS ATÉ AOS 2 ANOS


Andreia Pereira



Com as temperaturas a descer, começam a aparecer as bronquiolites agudas. Mas, como é uma situação frequente até aos 24 meses de vida, o tratamento, na grande maioria dos casos, pode ser realizado no domicílio.





Estamos a caminho do Inverno e, por norma, nesta altura do ano é frequente aparecerem situações de bronquiolite aguda. Tudo começa com sintomas de tosse e corrimento nasal que, praticamente, se confundem com uma constipação. Mas, quando o quadro evolui, surge a sibilância, um sinal respiratório de uma eventual bronquiolite aguda. Contudo, tirando casos excepcionais, não há motivo para alarme, já que estes episódios são comuns em crianças até aos 24 meses de idade.




Os tratamentos, diz a Dr.ª Celeste Barreto, chefe de serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria em Lisboa, "podem ser realizados em casa, pelos próprios pais", excepto quando "a criança apresenta baixa de oxigénio ou recusa alimentar".




Segundo a especialista, apesar de as bronquiolites poderem "assustar" os pais, não há necessidade de levar a criança ao hospital, a não ser em crianças abaixo dos seis meses ou que tenham alguma patologia congénita. Subtraídos estas situações, grosso modo, exclui-se a hipótese de internamento, uma vez que o tratamento é simples e facilmente colocado em marcha a partir de casa.

"Regra geral, a terapêutica implica uma maior hidratação, com ingestão de líquidos, e uma alimentação mais fraccionada, já que, devido ao cansaço, a criança precisa de comer menos quantidade de cada vez. Deve-se, ainda, proceder à lavagem nasal com soro fisiológico", refere a especialista.




Um dos primeiros cuidados dos pais deverá ser a "verificação dos movimentos", para testarem eventuais dificuldades respiratórias. "Se não houver compromisso da respiração e a criança tolera a alimentação, pede-se aos pais que hidratem, desobstruam as fossas nasais e aguardem. Não é urgente ir ao hospital, já que as bronquiolites são auto-limitadas e, a partir do terceiro dia, começam a passar, sem deixar sequelas."








Cuidados a ter




No decorrer das bronquiolites, é possível que as crianças apresentem "farfalheira". Perante este cenário, os pais não se devem precipitar com a cinesioterapia (drenagem das secreções). "Este procedimento pode agravar o quadro clínico, principalmente se for realizado numa fase precoce", explica Celeste Barreto.




Em vez da cinesioterapia, a pediatra propõe um conjunto de manobras que facilitem a libertação das secreções através da tosse. E como? "Fazendo cócegas, incentivando-a a dar saltos na cama. Esta é uma técnica ‘caseira' de provocar a tosse."




Todas as medidas que ultrapassem a hidratação, a limpeza de secreções com soro fisiológico e a alimentação fraccionada devem, na perspectiva da pediatra, ser evitadas, até indicação em contrário por parte de um profissional de saúde. "Apenas uma percentagem reduzida de casos necessita de internamento hospitalar, a não ser que haja um agravamento da situação, com febres altas, recusa alimentar e falta de oxigénio."








Conselhos para os pais:




- As bronquiolites agudas não configuram uma situação grave;




- São episódios passageiros, com uma duração que se pode prolongar até às três semanas;




- O controlo pode ser feito a partir de casa, com a implementação de medidas gerais: hidratação, limpeza das secreções e vigilância dos movimentos respiratórios;




- Em certas situações, devido ao perigo de contágio, sugere-se que uma criança com bronquiolite aguda seja retirada ao infantário;




- Não é necessário recorrer ao hospital, a não ser em casos de crianças abaixo dos seis meses ou com alguma complicação de saúde.








Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Thursday, December 11, 2008

PARKINSON



Dr. Rui Vaz



O nome de doença de Parkinson deve-se ao facto de ter sido descrita pela primeira vez em 1817 por um Médico Inglês de nome James Parkinson que lhe chamou "Paralisia tremórica".





O modo como esta doença se expressa é muito variado. As primeiras manifestações da doença são frequentemente inespecíficas, como apenas uma dificuldade em efectuar determinado movimento, muitas vezes descrita como uma "perda de jeito", por exemplo da mão. Depois com ritmos variáveis conforme a evolução da doença vão surgir a rigidez, a progressiva lentidão de movimentos e o tremor (a doença de Parkinson pode não incluir tremor e há muitas formas de tremor que não são doença de Parkinson). Podem ou não surgir depois uma grande variedade de sintomas como desequilíbrio, alterações do sono ou urinárias, ansiedade e depressão.




Sabe-se hoje que esta doença do movimento deriva da falta de uma substância química que é imprescindível no bom funcionamento dos circuitos nervosos que controlam os nossos movimentos. Tudo se passa como se as células responsáveis pela produção desta substância deixassem de a produzir e na sua ausência os circuitos que dela necessitam passassem a funcionar de um modo deficiente. Não existe no entanto evidência de qualquer hereditariedade nesta doença (excepto em raras formas familiares).




Desde que se compreendeu esta origem da doença, o tratamento passou a ter como objectivo dar ao doente a substância química em falta (L - dopa), melhorar a utilização da existente e impedir a sua degradação. Foi esta a mudança que ocorreu nos anos 60 com a generalização mundial da utilização da L - dopa, sendo então convicção generalizada que se tinha conseguido o controle da doença.




Com a medicação consegue-se um bom controlo da doença durante muitos anos. Existem hoje no mercado múltiplos medicamentos eficazes, não sendo correcto fazer qualquer comparação quanto à gravidade da doença conforme os medicamentos prescritos: eles são escolhidos de acordo com as manifestações da doença sendo errado afirmar que uma forma de doença é mais ou menos grave porque toma, ou não, um ou outro medicamento.




Só demorou dez anos a desfazer--se o sonho inicial. A verdade é que há um grupo de doentes dos quais o tratamento médico perde o efeito e/ou o doente desenvolve efeitos laterais que tornam a medicação intolerável. Nestes doentes (cerca de 5% do total ou seja em Portugal 100 novos casos em cada ano) a cirurgia pode ser uma solução.




Esta técnica iniciou-se nos anos 90 em Grenoble no conceito de cirurgia funcional: nenhum tecido é destruído ou retirado, sendo colocado de cada lado do cérebro num núcleo de células situado profundamente um estimulador ao qual chegam estímulos eléctricos gerados numa bateria colocada debaixo da pele no torax. Este estímulo altera o funcionamento desse núcleo e permite o controle dos sintomas.





A conclusão mais importante é pois a de que o diagnóstico da doença não é o fim da vida e que com um tratamento adequado é possível manter uma boa qualidade de vida durante muitos e bons anos. Torna-se assim imprescindível que o doente não se isole com vergonha de si e da sua doença, mas que, pelo contrário, mantenha todas as suas actividades e, se possível, que com o seu exemplo ajude outras pessoas com a mesma doença.




Quer os diversos medicamentos existentes quer a cirurgia não conseguem hoje mais do que o controle dos sintomas, continuando porém a ocorrer a degradação das células responsáveis pelo agravamento progressivo da doença. Não é ainda hoje conhecido como, mas seguramente que o futuro terá que passar por recuperar as células de cujo funcionamento alterado resulta a doença. No entanto, ao analisar a evolução ocorrida nos últimos anos, não posso deixar de ficar sinceramente convencido de que nos próximos anos conseguiremos o objectivo essencial de atingir a cura desta doença.








Dr. Rui Vaz,
Director do Serviço de Neurocirurgia do HSJ e
Professor associado do serviço de Neurologia e Neurocirurgia da FMUP








Fonte: Saúde em Revista

EDULCORANTES E ASPARTAME




Existe a percepção de que os adoçantes não calóricos podem afectar a saúde. Os edulcorantes são substâncias que dão doçura aos alimentos. Podem ser calóricos como a sacarose (açúcar vulgar), frutose, glucose, mel, etc. Ou ter um valor energético muito baixo, comparativamente aos calóricos, para o mesmo poder adoçante.





Ao usar o termo "edulcorantes" vamos referir-nos apenas a estes últimos, que incluem o acessulfame K, o aspartame, a sucralose, a sacarina, etc.




A utilização de edulcorantes em substituição do açúcar deve-se normalmente ao objectivo de produzir alimentos ou bebidas de valor energético reduzido, já que o poder edulcorante dos mesmos pode ser entre 150 e 600 vezes superior ao do açúcar e consequentemente a quantidade utilizada será muito inferior.




Tendo em consideração o problema da obesidade, este é um objectivo socialmente muito relevante, mesmo que o impacto na redução do ganho de peso, tendo por comparação o açúcar, seja menor do que o esperado.




É que o hábito de consumo de produtos doces mas de baixas calorias pode enfraquecer a associação natural entre o sabor doce e as calorias, o que poderá diminuir a influência do consumo de um produto doce na redução do apetite.




Os edulcorantes são aditivos alimentares pelo que a sua utilização está legislada, sendo absolutamente segura na perspectiva da saúde. Alguns edulcorantes são usados há dezenas de anos; o mais atacado recentemente, o aspartame, é usado há mais de 20 anos.




Existem mais de 200 estudos favoráveis ao aspartame e o desenho ou a execução dos poucos estudos desfavoráveis foram facilmente questionados pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), retirando-lhes qualquer valor científico.




Por vezes é afirmado que o consumo de edulcorantes a partir de várias fontes pode levar a um consumo superior à dose diária aceitável (ADI), mas tal é praticamente impossível, já que obrigaria ao consumo de quantidades impensáveis dos respectivos alimentos.








Não há certezas acerca da segurança dos adoçantes intensos




Aditivos alimentares, tais como os adoçantes intensos, são fortemente regulados. Nenhum aditivo alimentar pode ser utilizado sem ser considerado seguro e ser aprovado. Na Europa esta aprovação é dada pela European Food Safety Authority (EFSA). A Comissão Europeia determina os níveis máximos dos aditivos nos diferentes alimentos. Estes níveis máximos são cuidadosamente calculados com uma margem de erro de cem vezes. Há uma certeza absoluta acerca da segurança de adoçantes aprovados, tais como o aspartame.





Andrew G Renwick, Emeritus Professor, School of Medicine, University of Southampton, Reino Unido








Fontes:
▪ Declaração Científica Bruxelas (2006)
▪ Managing Sweetness - Unesda (2006)
▪ Website Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (www.efsa.europa.eu)
▪ Website Agência Portuguesa para Segurança Alimentar e Económica (www.asae.pt) ▪ The intake of intense sweetners - an update review - Andrew G. Renwick - School of Medicine, University of Southamptom (2005)








Fonte: ANIRSF – Associação Nac. dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Frutos

Thursday, December 4, 2008

APARELHO AUDITIVO ASSUME-SE COMO UM ACESSÓRIO DE MODA



Joana Borges


A Audioclínica, empresa na área da reabilitação auditiva, acaba de lançar no mercado uma nova versão do aparelho de audição Brite. Descobrir o Mundo é o nome da nova série limitada de aparelhos Brite, que prima pelo design étnico inspirado na combinação dos quatro elementos da Terra e a mística dos continentes: águia, peixe, dragão e elefante. Uma série que respeita as preferências individuais de cada um e o ritmo moderno e citadino dos grandes centros urbanos.





Tal como a versão anterior lançado em 2007, esta nova série combina o design moderno, colorido e jovem com um tamanho reduzido, semelhante ao de uma azeitona. Completamente despido de complexos, este aparelho auditivo assume-se como um ponto final em todos os constrangimentos que acompanham o tema da perda de audição entre a população.




Sob o mote "Sem complexos, faz a tua própria moda. Ouve e faz-te ouvir", este aparelho, através da sua irreverência e estilo próprio, é indicado para qualquer idade devido à sua elevada performance tecnológica e forma de adaptação.




Dos cinco sentidos, a audição provavelmente é o mais importante para a comunicação com o mundo que nos rodeia. Os sons do ambiente e da comunicação servem para nos unir aos outros e manter o contacto com o exterior. Dados do National Institute for Deafness and other Communication Disorders indicam que cerca 30% das pessoas com mais de 65 anos sofre de perda de audição, bem como 40%-50% com mais de 75 anos sofre desta mesma problemática. Entre os jovens, estima-se que 17 em cada 1.000 pessoas com menos de 18 anos tem perda de audição. Este é um problema cada vez mais comum na camada mais jovem devido aos comportamentos de risco que se verificam actualmente, como uma maior assiduidade a ambientes ruidosos (como discotecas e bares) e a utilização incorrecta dos auscultadores (MP3, Phones, Auriculares, entre outros).




Todos os dias milhões de pessoas utilizam óculos, porque vêem mal, sendo este um acessório que já se adaptou às diversas modas e estilos. O Brite surge com o mesmo posicionamento, pretendendo facilitar o uso de um aparelho auditivo e ao mesmo tempo orientando a escolha do consumidor de acordo com o seu próprio estilo e personalidade.




Daniela Ruah, embaixadora do Brite em Portugal explica: «a nossa meta para 2009 é mudar a mentalidade da sociedade actual, demonstrando que a utilização de um aparelho auditivo não tem necessariamente que rotular ou envergonhar o utilizador. Com esta nova série limitada de design moderno e actual, o Brite vai passar a ser encarado como um acessório do dia-a-dia dos portugueses com problemas auditivos, tornando-se gradualmente num acessório de moda, tal como já acontece hoje em dia com os óculos».




As características ímpares do Brite valeram-lhe a distinção de melhor produto de design europeu com o Reddot Design Award 2007, um dos mais prestigiados concursos de design do mundo. http://en.red-dot.org/1290+M5ce8884c505.html.




O Brite incorpora uma tecnologia inovadora - denominada de sistema lifestyle profile - que identifica as prioridades de cada indivíduo, de modo a adaptar-se ao seu estilo de vida. O aparelho adapta-se automaticamente aos melhores parâmetros de amplificação de forma a satisfazer as necessidades individuais de cada utilizador.




Sobre a Audioclínica




A AudioClínica foi fundada em 1992 como um pequeno centro de reabilitação auditiva inserido numa clínica em Carcavelos, subúrbio a cerca de 25 km de Lisboa. Neste momento, a AudioClínica apresenta-se como a única cadeia de centro auditivos 100% portuguesa, incluindo 7 centros em Portugal continental, 1 na madeira e 2 em Cabo Verde. Até 2011, a empresa pretende duplicar o número de centros de atendimento ao público prosseguindo a sua política de expansão. Além da venda directa , a empresa desenvolveu a vertente de distribuição para todos os produtos que representa, fornecendo hospitais, clínicas, médicos e audiologistas.




A AudioClínica, representa em Portugal, em exclusivo, a prestigiada marca Suíça de alta precisão: Bernafon.

A Bernafon é actualmente um dos líderes mundiais no fabrico de aparelhos auditivos sendo um dos fabricantes que mais investe em investigação e desenvolvimento de novos aparelhos e

tecnologia auditiva. Os seus produtos são reconhecidos pela qualidade inabalável e características diferenciadoras e inovadoras.








Tipos de Aparelhos Auditivos:




Aparelhos Intra-Auriculares CIC, completamente inseridos no canal auditivo, sendo praticamente invisíveis. O "Intra Canal", muito discreto (ITE) e intracanicular (ITC) são acomodados no interior do canal auditivo. O clássico "Retro Auricular" (BTE) é colocado atrás da orelha, ficando praticamente imperceptível O BRITE que utilisa a nova tecnologia «Receiver in the Ear» (RITE), ou seja, o auscultador inserido no canal auditivo é no fundo um híbrido entre os retro-auriculares e os intracaniculares. Alguns componentes do aparelho colocam-se por cima do pavilhão como um retro-auricular (mas muito mais pequeno) e outra parte, dentro do canal auditivo como um intracanicular.






Fonte: Best News®


Monday, December 1, 2008

AS BEBIDAS REFRIGERANTES ENGORDAM? SÃO BOMBAS CALÓRICAS




O ganho de peso ocorre porque o "input" energético dos alimentos e bebidas ingeridos é maior do que o "output" energético resultante do efeito combinado do metabolismo basal e da actividade física. Esta diferença entre o "input" e o "output" energético pode ser influenciada por factores genéticos, hormonais e comportamentais. O facto essencial é que as pessoas que ganham peso o fazem porque estão a ingerir mais calorias do que precisam.





A pré-obesidade e a obesidade estão, assim, directamente relacionadas com um balanço energético positivo, resultante de excesso de ingestão em relação aos gastos.
Programa Nacional de combate à Obesidade




É falsa a ideia de que os refrigerantes são bombas calóricas. As bebidas refrigerantes não representam a ingestão de muitas calorias dentro do total de calorias diariamente ingeridas na dieta alimentar.




Um projecto de investigação realizado em Espanha (2004) pela Universidade Complutense (Departamento de Nutrição) mostra que a ingestão média diária de energia da população adulta daquele país é de 2134 Kcal e evidencia que a contribuição calórica dos refrigerantes para essa dieta é de 1,2%.




Em Portugal, estudos realizados, embora não representem uma amostra da totalidade da população, mostram idênticos resultados. O relatório sumário do estudo feito pela Faculdade de Medicina do Porto (2006), com o apoio da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica - ASAE, mostra que a ingestão calórica média da população abrangida é de 2190 Kcal (dia) , observando que a ingestão de refrigerantes, sumos de frutos e néctares é de cerca de 75 ml (média dia), o que representa um aporte calórico de 27 Kcal/dia, ou seja, 1,2% da dieta calórica da população adulta do Porto[1].




Na mesma linha, diferentes estudos têm mostrado não haver evidências científicas de que o consumo de refrigerantes (independentemente do respectivo teor calórico), associado a uma dieta equilibrada e estilos de vida activos, contribua para o aumento de peso.




A indústria de refrigerantes, graças à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos oferece ao consumidor uma escolha alargada e variada de produtos, estando disponível no mercado uma enorme diversidade de produtos, designadamente, refrigerantes sem calorias ou com baixo teor calórico, o que poderá constituir uma opção para todos aqueles que pretendem reduzir o peso.





[1] A comparação entre Portugal e Espanha não é linear, devido ao facto do consumo português ter sido considerado de forma agregada para refrigerantes, sumos e Néctares. O consumo per capita de refrigerantes, sumos e néctares é consideravelmente superior em Espanha (Estatísticas Canadean).




Fonte: ANIRSF – Associação Nac. dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Frutos
 

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