Saturday, January 30, 2010

ADRAM - ASSOCIAÇÃO DE DIABÉTICOS DA REGIÃO AUTÓMONA DA MADEIRA


A ADRAM é uma associação sediada na Região Autónoma da Madeira que trabalha com pessoas com diabetes ajudando-as a viver com a sua condição.

Se é diabético increva-se na ADRAM para melhor defender dos seus direitos e usufrua das suas vantagens.

Para se increver clique aqui


Para mais informações:



STRESS: A AMEAÇA DOS NOVOS TEMPOS?

Rui Mota Cardoso

Nos dias que correm, todos temos consciência generalizada do stress. Não há pessoa ou media que não invoque, justifique, esconjure ou até reconheça interesse, em medida certa, ao stress.

Mas, talvez, não tenhamos um conhecimento correcto do que é o stress. Tanto pode ser algo "traumático" que do meio externo ou interno nos atinge, como o conjunto das consequências provocadas no organismo pelo dito agente. Mais ainda: pode ser algo indefinido e indicador de um mal-estar físico, mental, social e até moral. Por isso, tanto se ouve "vivo num stress constante" ou, ainda, "Tenho um stress incontrolável".


O stress é um estádio de combate "corpo-a-corpo" entre o que eu tenho vindo a ser - a minha individualidade: em formação, incompleta, em devir - e o meio (externo e interno), que sujeita a novos exigências, desafios e ameaças, tensões, sobrecargas e obstáculos, a exigirem superação ou a provocarem claudicação.

Por isso, todos estamos em stress (se não, estávamos mortos). O que temos, amiúde, são as consequências físicas e psíquicas, pessoais e sociais, desse estado; quando nóxicas - aquelas a que vulgarmente nos referimos - dão sofrimento e muitas vezes doença.

Sublinhe-se, contudo, que as situações de stress superadas - organizadoras do nosso crescimento e da nossa identidade - são quase sempre agentes de saúde e, de certeza, garantes da nossa experiência e maturidade emocional.

Quando as acções de superação (mecanismos de coping ) não são bem sucedidas, surgem as consequências fisiológicas e psicológicas - cognitivas, emocionais, volitivas ou comportamentais - enquanto resposta inespecífica do organismo aos acidentes/acontecimentos existenciais da vida.

Os agentes indutores do stress - o próprio termo sugere carga e estímulo - remetem, quase sempre, para velocidade, aglomeração, falta de tempo, tráfego, poluição, ruído, catástrofes, ou seja, factores externos, mecânicos e urbanos. Mas a humilhação, a opressão a restrição da liberdade são, sobremaneira, fontes maciças de stress.

Numa descrição não sistematizada, os seguintes agentes indutores de stress são importantes: (1) processamento acelerado da informação; (2) estímulos traumáticos; (3) sensação de ameaça; (4) alterações fisiológicas - doença, dor, insónia, imobilidade; (5) isolamento; (6) repressão e humilhação; (7) pressão grupal; (8) frustração e conflito; (8) ameaça aos valores e objectivos; (10) falta de controlo.

Hoje, em menos de três dias, manipulamos o mesmo número de acontecimentos, estímulos e agentes de stress com que os nossos avós lidaram ao longo de todo um ano.

Em pouco mais de três meses, com o que eles vivenciaram uma vida inteira. Este aumento dramático de ocorrências impõe-nos o sentido do iminente e do imediato, pois não há estímulo suficientemente remoto nem lugar suficientemente seguro e inatingível.

Multiplicam-se as experiências para um mesmo tempo de decisão e o esforço de controlo, avaliação e discriminação da informação recebida é constante.

Contudo, não são as coisas do mundo material que nos atingem, mas a sua representação. Ao estado de activação provocado pelo sentido do iminente, aliamos paradoxalmente a relativa ausência de ameaça.

As respostas prontas e as decisões apropriadas vacilam, e, incapazes e impedidos de resolver fisicamente e mentalmente o dilema da luta ou da fuga consequentes, vivemos (n)um estado suspenso de alerta constante e crónico; e o que não ex-plode, im-plode em descargas no organismo.

Fonte: Health & Wellness

Thursday, January 21, 2010

SONO E SAÚDE MENTAL: COMO PREVENIR A INSÓNIA?


Daniela Gonçalves

A insónia atinge cerca de 30 a 40 por cento da população portuguesa e pode ter vários efeitos nocivos na saúde, sendo responsável, por exemplo, pelo surgimento de doenças do foro psiquiátrico. Na entrevista que concedeu à Executive Health & Wellness, Teresa Paiva, directora do Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica e coordenadora do Mestrado em Ciências do Sono, aponta as causas mais comuns e as vias para ultrapassá-la.

A privação crónica do sono em pessoas normais pode originar oscilações de humor, principalmente, aumento de irritabilidade. A ansiedade e as alterações cognitivas (efeitos de concentração e memória) são outros dos efeitos de noites mal dormidas, explica Teresa Paiva, neurologista, Segundo a especialista, o efeito mais conhecido é o cognitivo, em particular a dificuldade de desempenho e de memória. Estas lacunas têm especial impacto nas faixas etárias juvenis, considerando os efeitos da privação de sono no rendimento escolar. Quem dorme menos de seis horas diárias, ou mais de nove, tem um risco acrescido de sofrer de hipertensão, obesidade, depressão, cancro, diabetes, doenças cárdio e cérebrovasculares.

Insónia ou insónias?

É diagnosticada uma insónia se ela persistir após três meses. Podem ser várias as causas desta doença, ou entidade clínica. "É um erro falar-se numa insónia, pois há vários tipos e, consequentemente, abordagens diferentes", frisa Teresa Paiva. Uma insónia pode derivarde problemas de stress no trabalho e, neste caso, há que colocar em prática o princípio dobem-estar global. "Para trabalhar muito e aguentarem o stress, as pessoas têm que estar em boas condições físicas e mentais, caso contrário, não conseguirão dar o seu melhor".

De acordo com a especialista, um indivíduo que trabalhe um número substancial de horas deve ter mais cuidados, nomeadamente cumprir certas regras, nomeadamente a manutenção de hábitos regulares de sono, o seguimento de uma dieta saudável e a prática de exercício físico. "O sono não deve ser restringido, não se deve comer muito à noite, não se devem falhar refeições, preferencialmente as quatro recomendadas, deve-se comer sentado e parar para o efeito", recomenda Teresa Paiva. Porque o stress é um inimigo a abater, importa manter uma atitude positiva perante os obstáculos e problemas, ou seja, "a pessoa deve relativizá-los e pensar que, a seguir, à tempestade, vem a bonança", recomenda. Acrescenta que "um dos aliados do stress é a desvalorização do que acontece de positivo e a valorização do que é negativo".

Insónia e a sua relação com a instabilidade de humor

Associado à privação de sono está o maior risco de desenvolvimento de insónia, uma entidade clínica preocupante. "As pessoas que começam a dormir menos horas do que precisam, durante muito tempo - por exemplo, quatro ou cinco horas - vão desenvolver mesmo um quadro de insónia e deixam de dormir", explica a neurologista. Outro dos aspectos relevantes é que há, de facto, oscilações de humor de acordo com os ritmos biológicos, nomeadamente condicionados pelas estações do ano.

Teresa Paiva afirma que "os períodos de menor luminosidade ambiente se encontram relacionados com a emergência de oscilações de humor em pessoas saudáveis e em pacientes com depressão ou outro tipo de doença psiquiátrica".

Acrescenta que, normalmente, os indivíduos apresentam um humor mais eufórico no Verão e mais depressivo no Inverno, com consequências, por exemplo, ao nível do comportamento na condução em vários países: há mais acidentes rodoviários no Verão do que no Inverno. Portugal é excepção, frisa a especialista e ainda não se entende a razão para a inversão da tendência.


Doenças da mente e insónia

Teresa Paiva alerta para o facto de a insónia e a depressão serem doenças comórbidas. "Uma insónia mantida por mais de três meses tem um risco aumentado de depressão e esta provoca um risco aumentado de insónia". Aliás, "a maior parte das doenças psiquiátricas gera alterações de sono". Sublinha, no entanto, que curar uma depressão não significa necessariamente vencer a insónia, sendo o inverso verdadeiro igualmente. É verdade que uma está na base do surgimento da outra, embora a sua evolução clínica possa ser distinta, reforça.

"Não estão assim co-relacionadas. Esta noção é recente, mas tem imensa relevância clínica, pois a insónia é, de facto, uma entidade clínica independente da depressão e que passa a persistir, mesmo quando é tratada a depressão".

Acrescenta que a depressão maior, a doença bipolar e a esquizofrenia geram, frequentemente, perturbações no sono, até porque há uma relação muito estreita entre as doenças psiquiátricas e as doenças do sono. "A maior parte das depressões gera insónia, mas algumas, contudo, provocam hipersónia, ou seja, muitas horas de sono", refere.


Tratamento da insónia

Aferir qual a origem da insónia é o ponto de partida para prescrever o melhor tratamento, até porque as causas podem variar muito. Em caso de necessidade, "faz sentido recomendar-se a administração de medicamentos, porque claro que é melhor a pessoa dormir do que não dormir". Ressalva, no entanto, que a maioria dos fármacos usados tem riscos de habituação memória. "Daí que tenha que haver muita precaução na prescrição destes medicamentos, devendo ser escolhidos muito criteriosamente", sublinha Teresa Paiva. E, em alguns casos de insónia, é mais indicado recomendar um tratamento cognitivo-comportamental do que farmacológico, havendo evidência científica de uma elevada taxa de sucesso a este nível, remata.

Porque razão o sono é tão importante?

O sono é regulado no tronco cerebral (os neurónios que o regulam estão localizados nesta área) que tem uma relação muito importante com o hipotálamo, onde se encontra uma série de núcleos ou estruturas cruciais que regulam o sono-vigília e nos ajudam a adaptar ao dia e à noite. Regulam a temperatura, o humor, as funções sexuais e a actividade alimentar.



Fonte: Health & Wellness

ENCOPRESE: FUGAS EMBARAÇOSAS



É embaraço o que sentem as crianças que sofrem de encoprese: uma resistência aos movimentos naturais dos intestinos que leva a que fezes se escapem acidentalmente. É involuntário e acontece mais aos rapazes do que às raparigas.

Acontece com alguma frequência em crianças com mais de quatro anos, ou seja, em crianças que já aprenderam a controlar as fezes e que já são autónomas nas idas à casa de banho. E não se sabe porquê, mas acontece mais aos rapazes do que às raparigas. O que se verifica é que estas crianças sujam a roupa interior de uma forma involuntária e em momentos inapropriados. Sabem que não o devem fazer mas não conseguem evitá-lo: é assim a encoprese, que se define como a passagem repetida involuntária de fezes, em lugares não apropriados para esse fim, pelo menos 6 meses, numa criança com idade cronológica e mental mínima de 4 anos.

Não se trata de uma doença, mas de um sintoma, quase sempre associado à obstipação (prisão de ventre). Quando uma criança sofre de obstipação, as fezes são duras e secas, causando dor na evacuação.

E precisamente para evitar a dor a criança adia ao máximo a ida à casa de banho: está aberto caminho a um dos acidentes que caracterizam a encoprese.

Vejamos como tudo se passa. A consistência das fezes é influenciada por factores como a alimentação (pobre em fibras), a escassa ingestão de líquidos (sobretudo água). Há ainda que considerar factores comporta mentais, como a relutância em utilizar instalações sanitárias públicas: uma criança que frequente a escola pode não querer partilhar a casa de banho com os colegas e, em consequência, reter as fezes até chegar a casa.

Causas à parte, as fezes acumulam-se no intestino, dando início a um ciclo vicioso. Quanto mais tempo as fezes ali permanecerem mais água lhes vai sendo retirada, o que as seca e endurece. E quanto mais duras mais difícil é a passagem até à expulsão pelo ânus. Ao contrariar o trânsito intestinal, as fezes vão-se aculumulando e vai-se enfraquecendo os músculos do intestino, o que afecta os nervos que, habitualmente, dão sinal à criança (e ao adulto) de que está na hora de ir à casa de banho. Ora, se os músculos estão relaxados, é necessário um esforço acrescido para defecar, o que causa dor. E a criança continua a evitar a ida à casa de banho...

Chega uma altura em que a porção inferior do intestino está tão cheia que o esfíncter - a válvula que controla a passagem das fezes para o ânus - cede. O resultado: a criança suja as cuecas. Pode acontecer também que fezes mais líquidas escorram através da massa que se acumula no intestino, escapando-se quando o esfíncter relaxa. O resultado é o mesmo. E não há nada que a criança possa fazer. Aliás, o mais provável é que nem se aperceba, pois os nervos não estão a enviar os sinais que regulam a defecação.

Para os pais, estes acidentes são, muitas vezes, encarados como uma consequência da preguiça infantil em ir à casa de banho quando sente necessidade. Ou considerados um problema comportamental. Mas não são nem uma coisa nem outra. São mesmo acidentais e escapam ao controlo da criança. E porque podem acontecer em qualquer altura são fonte de grande desconforto, de embaraço e até de baixa auto-estima.

Tempo e paciência

A boa notícia é que a encoprese se trata. Mas deve despistar-se uma possível causa orgânica da obstipação.

O primeiro passo do tratamento é, normalmente, esvaziar o intestino, o que se consegue com recurso a medicamentos que ajudam a amolecer as fezes e facilitam a sua expulsão. É importante ter em atenção que o controlo da dor é um factor chave de sucesso, dado que só depois de a criança verificar que, depois de defecar várias vezes, não existe dor, é que o círculo vicioso se conseguirá quebrar.

O segundo passo envolve como que a reeducação da criança no sentido de usar a casa de banho com regularidade: é importante estabelecer uma rotina, por exemplo, duas vezes por dia a seguir às principais refeições - este hábito fará com que a criança volte a dar atenção às suas necessidades fisiológicas. À medida que for sendo bem sucedida, a medicação será reajustada, até que deixará de ser preciso tomá-la.

É natural que ao longo deste percurso haja um ou outro acidente, mas há que ser paciente. Até porque ultrapassar a encoprese leva tempo: podem ser necessários vários meses ou mesmo um ano para que o intestino regresse ao seu tamanho normal e para que os nervos envolvidos voltem a estar activos.

Até lá, é importante que a criança tenha uma alimentação rica em fibras, essenciais para prevenir a prisão de ventre: legumes e frutas frescas são os principais ingredientes dessa dieta, mas frutos secos como uvas e ameixas, feijões e cereais integrais também são bons. E há que complementar esta dieta com a ingestão de água em abundância. O sucesso do tratamento passa também pelo apoio dado à criança.


Primeiro, ela não deve ser culpada ou punida por estes acidentes, pois não são intencionais. Depois, há que incentivá-la pelo esforço e pelos progressos. Com o tempo e compreensão, ela superará este incómodo problema.



Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Thursday, January 14, 2010

QUANDO O PULMÃO COLAPSA


Agostinho Marques

A presença de ar na cavidade pleural chama-se pneumotórax. Ocorre em qualquer idade por vários mecanismos diferentes.

A situação é conhecida há séculos em contexto de guerra. Quer as armas brancas, quer as armas de fogo, ao perfurar a parede torácica e a superfície do pulmão (pleura visceral) permitem a passagem de ar do exterior e dos pulmões para dentro da cavidade pleural, levando ao colapso do pulmão junto do seu hilo. Como a pressão dentro da cavidade pleural é inferior à pressão atmosférica, esta passagem de ar ocorre imediatamente após o aparecimento da descontinuidade.

A imagem em radiografia é completamente característica. Em contraste com o lado normal, observa-se o pulmão colapsado junto da sombra cardíaca e, entre esta densidade e a parede do tórax, percebe-se que há apenas ar, sem a textura característica dos pulmões, conforme figura.

Esta situação rara é muito bem conhecida dos médicos desde os primeiros anos dos seus estudos, por ser um caso exemplar de como os meios de diagnóstico mais simples permitem perceber o ue se passa. Como há ar interposto entre o pulmão e a parede não há condições físicas para a propagação do som.

A auscultação desse lado não encontra senão silêncio total, por contraste com o que sucede no lado oposto onde os sinais normais poderão estar mesmo exagerados.


Prevalência do pneumotórax espontâneo


Na experiência clínica dos tempos de paz, o pneumotórax está sobretudo relacionado com acontecimentos fortuitos do acaso. Na grande maioria dos doentes que encontramos nos hospitais ocorre espontaneamente, sobretudo em adultos jovens sem passado anterior de doença.

Tipicamente um jovem de 20 anos, saudável, aparece com dor intensa de um lado do tórax, de aparecimento súbito, que é mais intensa quando faz movimentos respiratórios mais profundos ou tosse. Quando chega ao hospital vem com grande ansiedade devido à dificuldade de respirar.

Nestes casos sem causa aparente dizemos que se trata de pneumotórax espontâneo. Habitualmente, há uma pequena rotura na superfície do pulmão que resolve sem necessidade de intervir a esse nível. O que fazemos é introduzir um fino dreno pelo espaço entre duas costelas e aspirar o ar com muita suavidade.


Quando é necessária a cirurgia

Quando este procedimento não é suficiente, ou há repetição do pneumotórax, são necessárias outras medidas que poderão chegar à cirurgia. O procedimento intermédio comum consiste em introduzir na cavidade pleural uma substância inerte para causar irritação da superfície e, deste modo, precipitar aderência do pulmão à parede torácica. Isto faz-se através do mesmo dreno colocado para a aspiração do ar.

Importa saber que o pneumotórax é recorrente. Uma parte importante dos doentes, mais de 20%, após o seu primeiro pneumotórax, volta um dia com o mesmo problema se o tratamento se limitar à aspiração simples do ar. É preciso chamar a atenção para essa possibilidade para que saiba lidar com o assunto da segunda vez. Na experiência médica, contudo, o problema habitual costuma ser o oposto: depois de um episódio destes, o doente fica muito sensibilizado, recorrendo ao médico por qualquer perturbação que lhes ocorra, sem nada a ver com o assunto.


Fonte: Health & Wellness

DIABETES OCULAR: O QUE IMPORTA SABER?


Dr. Sérgio Ribeiro


A diabetes é uma doença decorrente da incapacidade em regular o açúcar (glicose) no sangue. A insulina permite que a glicose seja utilizada pelos tecidos ou transformada no fígado para armazenamento.

No diabético, a glicose não é usada convenientemente, quer por falta de produção de insulina (tipo 1), quer por incapacidade das células de utilizá-la (tipo 2). Há acúmulo de glicose no sangue, levando a que determinados tecidos não consigam utilizá-la e outros se vejam afectados pelo seu excesso.

Em Portugal, estima-se que a diabetes afecte meio milhão de pessoas. A diabetes tipo 1 (10% dos casos) manifesta-se na infância ou adolescência e é tratada com insulina. Já a diabetes tipo 2, que afecta 90% dos casos, manifesta-se depois dos 45 anos. Habitualmente, é tratável com dieta e medicação oral, no entanto, metade acaba por necessitar insulina.

Os níveis elevados de açúcar podem levar a alterações estruturais dos vasos sanguíneos. O oxigénio e outros nutrientes não chegam aos tecidos, levando ao compromisso das suas funções.

Os órgãos mais afectados são o cérebro, o coração, os rins e os olhos, aumentando o risco de AVC, enfartes, insuficiência renal e perda de visão. Tire algumas das dúvidas sobre os perigos.

Porque é preocupante para o olho?

A diabetes é uma das principais causas de cegueira no mundo desenvolvido e a principal abaixo dos 65 anos.



Como é o olho afectado?

A retina é a estrutura mais afectada. Funciona como película onde são captadas as imagens. Os vasos sofrem alterações estruturais, dilatando e deixando de ser estanques, provocando hemorragias e exsudação de líquido. Deste modo, aparecem na retina edema e hemorragias (retinopatia). A afectação da visão dependerá da extensão e da localização das lesões, sendo mais graves as que afectam a porção central (mácula). A deficiente oxigenação da retina é o estímulo para que novos vasos (neovasos) se desenvolvam. No entanto, estes têm paredes pouco estanques sendo fonte de novas hemorragias e exsudações.


Como evitar os neovasos?

Destruímos a retina que menos nos faz falta, para que tenhamos nutrição suficiente para a porção central (mácula). Tal é feito com laser.


Mitos sobre o laser?

É frequente o receio por parte dos pacientes relativamente ao laser. Está provado que o atraso no início do tratamento é a principal causa de insucesso. Como o objectivo do laser é sobretudo a estabilização da retinopatia, é muito importante não protelar, pois está-se a perder retina a cada momento que passa.


Conhecer os sintomas é suficiente?

Variações bruscas dos níveis de açúcar no sangue pode provocar turvação da visão, enquanto situações avançadas, nas quais as lesões não afectam a porção central da retina, é possível passarem sem sintomas. A resposta é claramente não.

Consultar o médico de família é suficiente?

O olho é um órgão que exige um nível de conhecimento muito elevado para poder convenientemente analisado. O clínico geral é importantíssimo, mas neste caso não é suficiente.


Quem se deve consultar?

O oftalmologista é antes de mais um médico e como tal habilitado a entender a doença, especializado em olhos.
A consulta deve ser anual, salvo surgimento de sintomas ou indicação em contrário por parte do médico.

Que exames são podem ser importantes?

Os exames mais usados são a angiografia na qual é injectado na circulação uma substância (fluoresceína) sendo posteriormente analisado o seu comportamento nos vasos, podendo-se tirar conclusões à cerca da integridade dos mesmos e o OCT que permite estudar as dimensões da retina, importante em situações de edema.

Quando é necessária a cirurgia?

A causa mais frequente é a catarata. No entanto, em casos muito avançados, com hemorragias ou descolamentos de retina, é necessário proceder a cirurgia denominadas vitrectomia de modo a tentar repor a estrutura original do olho. Mesmo assim, a função pode permanecer seriamente afectada. O glaucoma avançado também pode requerer procedimento cirúrgico.

O que deve fazer por si o diabético?

Dieta, exercício, não fumar. Cumprir a medicação. Consultar regularmente o oftalmologista.


Fonte: Health & Wellness

Tuesday, January 5, 2010

FRIO: RECOMENDAÇÕES

A exposição ao frio pode ter consequências graves para a saúde. Os problemas de saúde mais comuns directamente associados ao frio são o enregelamento e a hipotermia.

Para prevenir os efeitos do frio na saúde tenha em atenção as recomendações gerais.

O frio é também responsável pelo agravamento de doenças, particularmente, cardíacas e respiratórias.

Os grupos mais vulneráveis ao frio são:

Bebés e pessoas idosas

Muito susceptíveis: não têm grande percepção das alterações de temperatura, isto é, não sentem muito frio no Inverno, tal como não sentem muito calor no Verão.
Estão também particularmente em risco as pessoas que:

Têm doenças crónicas, em especial cardíacas, vasculares, respiratórias, reumáticas, diabetes e doenças da tiróide;
Têm perturbações da memória, problemas de saúde mental, alcoolismo, ou demência;
Tomam certos medicamentos como psicotrópicos ou anti-inflamatórios;
Têm redução da mobilidade;
Têm dificuldades na realização das actividades da vida diária;
Estão mais isoladas;
Estão em situação de exclusão social.
As pessoas que se incluam num grupo vulnerável devem atender às recomendações gerais para o frio e às recomendações para grupos vulneráveis.

Saiba como pode prevenir-se e actuar em situações de muito frio.

Informação adicional

Mantenha-se atento aos avisos das Autoridades de Saúde, do Instituto de Meteorologia e da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Em caso de emergência ligue o 112.

Para mais informações ligue 808 24 24 24

Fonte: DGS

Saturday, January 2, 2010

ESCLEREOSE MULTIPLA: O MISTÉRIO DA SUBSTÂNCIA BRANCA


Não é nome de filme ou livro, mas tem muito a ver com a esclerose múltipla, uma doença crónica associada à substância branca do sistema nervoso e de cujas causas se conhece ainda pouco.

Calcula-se que haja em Portugal cerca de cinco mil doentes, mais mulheres do que homens, numa proporção de três para dois. Em todos a doença interfere com a capacidade do sistema nervoso central de controlar funções como a visão, a locomoção e o equilíbrio.

E tudo tem a ver com a mielina, uma substância branca que envolve as fibras nervosas e que não funciona correctamente nas pessoas que sofrem de esclerose múltipla. Vejamos como tudo acontece.

O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro e pela espinal medula, funcionando como uma espécie de computador ou de central de comandos. É através dele que conseguimos captar as mensagens do mundo que nos rodeia - mensagens tão básicas como ouvir, ver, cheirar, saborear e sentir. É também ele que tem a responsabilidade de coordenar as nossas actividades, das conscientes às inconscientes - andar, falar, pensar, recordar...

Fazemo-lo de uma forma reflexa precisamente porque o sistema nervoso central se encarrega de enviar para as diferentes partes do nosso corpo as respectivas mensagens eléctricas e químicas, de que os nervos são os mensageiros. São eles que compõem o sistema nervoso periférico: a eles se deve a nossa comunicação interna na forma de impulsos eléctricos que, uma vez interpretados, nos permitem realizar cada acção e coordenar as diversas funções necessárias para essa acção.

No sistema nervoso existem células nervosas, de uma tonalidade cinzenta, ligadas entre si e ao resto do corpo por fibras nervosas chamadas axónios. Através deles são emitidos os sinais eléctricos que permitem a comunicação intracelular. A envolvê-los têm uma substância gorda esbranquiçada, a mielina, que funciona como uma camada protectora e de isolamento e que acelera a transmissão da informação do cérebro ao resto do corpo ou de uma parte específica do corpo ao tal computador central.

Quando se sofre de esclerose múltipla há algo de errado com esta substância branca: numa primeira fase, instalam-se pequenos focos de inflamação, numa fase mais avançada vai começando a desfazer-se. Esta é a diferença em relação às pessoas saudáveis. É à volta dos vasos sanguíneos que alimentam o sistema nervoso que ocorre a inflamação, fazendo com que o sangue liberte células e fluidos e, em consequência, causando edema. É então que se inicia o processo de perda progressiva de mielina, causando dificuldades na passagem da informação através das fibras nervosas.

Quando a inflamação desaparece, o sistema nervoso pode ser reparado e a mielina reconstituída. Mas acontece, em muitos casos, que essa recuperação não é completa, podendo ficar no sistema nervoso uma espécie de cicatriz - a esclerose.

É o que se passa quando a inflamação atinge uma área mais vasta, desenrolando-se aqui também um processo gradual de desmielinização - a camada de substância branca é atacada pelas células inflamatórias, ficando cada vez mais finas e tornando cada vez mais difícil o seu papel de transmitir os impulsos eléctricos. Nos casos mais sérios, pode ocorrer mesmo um bloqueio dessa informação e a destruição de fibras nervosas.

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