Sunday, March 28, 2010

HIPERACTIVIDADE



A hiperactividade é dominantemente uma perturbação da atenção e da concentração e pode manifestar-se em crianças, adolescentes e adultos. Não é ainda completamente conhecida a origem deste tipo de perturbação.

Vários autores e estudos apontam no sentido de ter uma origem neurobiológica; contudo ainda não é totalmente claro o papel da componente fisiológica. Há também autores que defendem a teoria que na base da perturbação de hiperactividade está uma perturbação de ansiedade e/ou emocional. A DSM-IV descreve a Perturbação de Deficit de Atenção com Hiperactividade como sendo uma perturbação caracterizada pela existência de comportamentos hiperactivos, associados a dificuldades elevadas ao nível da atenção e da concentração.

As pessoas com dificuldades em concentrarem a atenção nas tarefas que estão a realizar tendem a se dispersarem, cansarem e desinteressarem com muita facilidade. Muitas vezes são também impulsivos dado que têm dificuldade em manter a calma para poderem pensar sobre as suas acções.

Esta perturbação pode iniciar-se na infância precoce e a acompanhar o desenvolvimento da criança até à adolescência ou até à idade adulta. Esta perturbação pode comprometer seriamente o desenvolvimento cognitivo e emocional, assim como dificuldade a progressão no percurso escolar.


Devemos estar atentos aos seguintes sinais/comportamentos de qualquer criança:

» Não prestar atenção suficiente aos pormenores ou cometer erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras actividades lúdicas.

» Ter dificuldade em manter a atenção em tarefas ou actividades.

» Parecer não ouvir quando se lhe dirigem directamente.

» Não seguir as instruções e não terminar os trabalhos escolares ou outras tarefas.
Ter dificuldade em organizar-se.

» Evitar as tarefas que requerem esforço mental persistente.

» Perder objectos necessários a tarefas ou actividades que terá de realizar.

» Distrair-se facilmente com estímulos irrelevantes.

» Esquecer-se com frequência de actividades quotidianas ou de algumas rotinas.

» Movimentar excessivamente as mãos e os pés e mover-se quando está sentado.

» Levantar-se na sala ou noutras situações em que se espera que esteja sentado.

» Correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo.

» Ter dificuldade para se dedicar tranquilamente a um jogo.

» Agir como se estivesse ligado a um motor.

» Falar em excesso.

» Precipitar as respostas antes que as perguntas tenham acabado.

» Ter dificuldade em esperar pela sua vez.

» Interromper ou interferir nas actividades dos outros (intrometer-se nas conversas ou nos jogos).

Devemos também ter em atenção que muitos destes sinais ou indicadores podem aparecer sem se tratar verdadeiramente de uma perturbação de hiperactividade.

Actualmente muitas crianças são educadas num clima afectuoso e descontraído e, nesse ambiente, nem sempre são devidamente orientadas a terem disciplina, persistência e capacidade de focalizar a atenção. A capacidade de concentração e a atenção podem e devem ser treinadas como qualquer outra competência cognitiva como, por exemplo, a as competências linguísticas, musicais e a memória.

Algumas crianças poderão apresentar os sinais acima descritos e não terem uma verdadeira perturbação de hiperactividade, mas necessitarem de um treino mais intenso e rigoroso para exercitarem estas capacidades.

A impulsividade acaba por ser o problema de maior gravidade associado à hiperactividade porque pode levar a criança a agir irreflectidamente podendo em risco inclusivamente a sua integridade física. A impulsividade tem manifestações a nível emocional e cognitivo. A falta de controlo emocional leva a criança a agir sem reflectir e sem avaliar as consequências dos seus actos, numa procura imediata e inconsequente da satisfação do seu desejo.

Por outro lado apresentam baixa tolerância à frustração, o que conduz a manifestações súbitas de irritabilidade quando chamados à atenção pelos comportamentos imprevisíveis. Como são crianças que se tornam complicadas na relação interpessoal, são muitas vezes alvos de criticas, ralhos, chamadas de atenção, castigos, etc. e isso reflecte-se negativamente na sua auto-estima; ficando muitas vezes com o sentimento subjectivo que ninguém gosta deles.

Considero que a Prevenção da hiperactividade deverá ser feita estimulando e treinando o mais precocemente possível a capacidade de atenção e focalização da atenção. Assim que os pais se apercebem que o filho tende a ser excessivamente agitado, ansioso, inquieto devem encontrar formas lúdicas de estimular a sua capacidade de atenção e concentração.

Podem também estimulá-los a praticar yoga, já existem em muitos sítios aulas de yoga para crianças muito pequenas. O yoga tem a vantagem de ajudar o autodomínio e a concentração. A existência de ritmos fixos é também vantajoso para ajudar as crianças com tendência para a hiperactividade a serem mais capazes de se auto-conterem, nomeadamente, horas fixas para ir para a cama, tomar as refeições, etc.

Quando a hiperactividade é já uma realidade devidamente diagnosticada, então é necessário compreender que a criança está num estado de agitação permanente e que o meio que a envolve terá que se ajustar a essa realidade. Os adultos devem manter a paciência e falarem sempre num tom de voz calmo e seguro. Se os adultos ficam irritados, gritam e ralham com grande tensão emocional, isso ainda destabiliza mais a criança deixando-a ainda mais agitada e descontrolada.


Fonte: Ktree - Knowledge Tree

Tuesday, March 16, 2010

Como posso diminuir a minha pressão arterial?

José Soares

Num contexto nacional marcado por uma elevada prevalência e incidência de doenças cardiovasculares, importa reforçar a ideia de que é indispensável manter os níveis de pressão arterial dentro dos limites normais e seguir um estilo de vida saudável. Saiba como pode consegui-lo.



Diminuindo o peso se tem um índice de massa corporal (IMC)* superior a 24, para o caso das mulheres, e 25 para o caso dos homens. Se for demasiado pesado coloca demasiado stress no seu sistemacardiovascular. Quando perde peso, a suapressão arterial também diminui.


Alimente-se de forma saudável, diminuindo a ingestão de gorduras totais, gordura saturada, colesterol e sal. Aumente a ingestão de frutas, legumes e produtos com baixo teor de gordura. Para além da gordura, o sal tem um papel decisivo na PA. Diminua o sal nos alimentos cozinhados e nunca coloque o saleiro na mesa. É uma forma de diminuirmos a sua utilização. Lembre-se que em Portugal uma das maiores fontes de sal é o pão. Escolha pão com reduzida quantidade deste aditivo. Retire gradualmente a quantidade de sal e verá que em muito pouco tempo está completamente habituado ao sabor.


Seja fisicamente activo. A inactividade é um factor de risco importante para as doenças cardiovasculares. O exercício realizado de forma regular permite diminuições ligeiras mas significativas da PA. O exercício é benéfico por 2 razões: por um lado, estão descritas diminuições da PA até 12-24h após a realização de uma actividade física, i.e., pelo menos durante esse tempo estamos mais protegidos do ponto de vista cardiovascular. Por outro lado, o exercício é uma excelente forma de perder peso. Perdendo peso, diminuímos a PA. É um efeito indirecto mas de grande significado clínico.


Diminua a ingestão de álcool. Não mais que uma bebida por dia. Para além do efeito directo na PA, o álcool é altamente calórico. Um grama de hidratos decarbono corresponde a 4 Kcal, de lípidos 9Kcal e de álcool 7 Kcal. Percebe-se assim que quando queremos perder peso, por vezes cometemos o erro de diminuirmos severamente os hidratos de carbono e não cortarmos naquilo que é verdadeiramente calórico: gorduras e álcool.


Tome a medicação prescrita. Está demonstrado que uma das maiores causas de desregulação da PA é a interrupção e alteração na toma da medicação. Se tem fármacos prescritos, faça disso um ritual. Nunca esquecer e nunca alterar sem indicação médica. Mesmo que lhe sugiram tratamentos alternativos, nunca deixe a medicação, substituindo por um chá ou por uma pílula milagrosa, sem antes avisar o seu médico.


Controle periodicamente a sua PA. Existem hoje no mercado medidores da PA para uso doméstico de grande fiabilidade. O acompanhamento constante das flutuações da sua PA constitui-se um factor decisivo na detecção precoce dehipertensão arterial.


Respeite estes princípios e diminua de forma sustentada e saudável a sua PA, melhorando a sua saúde e diminuindo o risco de acidente cardiovascular.





A postura corporal incorrecta provoca dores nas costas

Andreia Garcia

No âmbito da campanha Olhe pelas Suas Costas, a Associação para o Desenvolvimento da Ortopedia na Madeira aconselha algumas dicas posturais simples, de forma a prevenir as dores nas costas e as doenças que afectam a coluna que representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física e são uma das principais causas de ausência no trabalho em todo o mundo.



De acordo com o Dr. Mário Pereira, médicoortopedista, "o primeiro passo para aprevenção dos problemas da coluna vertebral nas pessoas que têm uma profissão que implique estar muito tempo sentado é manter a coluna bem apoiada, usando uma almofada lombar, apoio de pé ou elevando o monitor".


Um estudo recente elaborado pela empresa Spirituc - Investigação Aplicada indicou que para a maioria dos portugueses as dores nas costas provocam um mau estar geral(66,6 por cento), cansaço e fadiga (41,7 por cento) ou dores nos membros inferiores (20,6 por cento).
Na opinião dos inquiridos as dores nas costas devem-se principalmente ou a esforço excessivo (45,3 por cento) ou a má postura corporal (32,1 por cento).


A campanha Olhe pelas Suas Costas é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologiae da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPNC). Para mais informações consulte o website: www.olhepelassuascostas.com.


Faça o download do Folheto (Documento associado.pdf)



Ficha técnica: Para a realização deste estudo, a empresa Spirituc-Investigação Aplicada, responsável pela investigação, inquiriu uma amostra de 602 pessoas que revelaram sofrer de dores nas costas, com mais de 18 anos, de ambos os géneros, residentes em território continental. A amostra apresenta uma margem de erro de 4,0 por cento para um intervalo de confiança de 95 por cento.

Documento associado (.pdf)




Wednesday, March 3, 2010

QUEIMADURAS: MAIS DO QUE CALOR

As queimaduras acontecem com frequência e o calor não é o único culpado. Causas há muitas, mas o importante é saber como agir: quando a lesão é superficial há cuidados essenciais para ajudar a pele a regenerar.


Quando se fala em queimaduras o mais certo é pensar-se automaticamente em calor. E em pele. Mas o calor não é a principal causa de queimaduras e a pele não é o único órgão afectado. É que também a electricidade e substâncias químicas podem ser responsáveis por lesões dos tecidos, quer externos, quer internos.


A ingestão de um líquido muito quente ou de um produto de limpeza, por exemplo, pode causar queimaduras ao longo do sistema digestivo, nomeadamente no esófago e no estômago. E a inalação de fumos tóxicos, provenientes por exemplo de um incêndio, pode afectar os brônquios e os pulmões. Já a corrente eléctrica - causa dos chamados "choques" - deixa sobretudo marcas na pele e nos tecidos subcutâneos.

Certo é que as queimaduras são muito frequentes, acontecendo, muitas vezes, no ambiente doméstico - a água do banho demasiado quente, um recipiente com água a ferver que se entorna, fagulhas que se soltam da lareira, o ferro eléctrico que se esquece ligado, a porta do forno que não isola bem o calor, os alimentos (sobre)aquecidos no micro-ondas, um dedo de criança que toca numa tomada eléctrica desprotegida...

Os exemplos multiplicam-se no quotidiano: o risco existe sempre e os acidentes acontecem. Todavia, as queimaduras daí resultantes não são necessariamente graves. E a gravidade mede-se pelos sintomas e pela extensão e profundidade da lesão, sendo as queimaduras classificadas em três graus: nas de primeiro grau, a pele fica vermelha e dorida, muito sensível ao tacto e húmida ou inchada; a área queimada torna-se branca quando tocada mas não se formam bolhas.


São as menos graves, que se curam em cinco a sete dias. Quanto às de segundo grau, causam uma lesão mais profunda, formando-se bolhas com uma base avermelhada ou branca e contendo um líquido claro e espesso; a pele dói e é sensível ao tacto. Cura-se, por norma, em duas a três semanas. As mais graves são as de terceiro grau, podendo a superfície da queimadura ser branca e macia ou negra e calcinada. Formamse bolhas e a área queimada perde a sensibilidade ao tacto, pois as terminações nervosas foram destruídas.

Felizmente, a maioria das queimaduras que ocorrem no ambiente doméstico são superficiais - de primeiro grau ou de segundo grau ligeiro. Significa isto que podem ser tratadas com recurso aos primeiros socorros, conjunto de cuidados que se prestam de imediato no local do acidente e que envolvem, antes de mais, a limpeza da ferida.

E quando se trata de uma queimadura superficial o primeiro gesto é lavá-la: passar por água fria (não gelada e nunca usar gelo) durante cerca de 5 a 15 minutos. Tem como objectivo diminuir o calor na pele lesada e assim diminuir dor e edema.

Deve usar luvas, de modo a evitar o contacto directo com a pele ferida, e deve utilizar-se cada compressa uma única vez - deste modo previne-se o desenvolvimento de infecções, já que a pele queimada é uma pele exposta e vulnerável.

Deve secar a ferida, com a ajuda de compressas.

Pode ser aplicado um creme de aloé vera. A colocação de um penso é o último dos cuidados, tendo como objectivo manter a ferida limpa e longe de potenciais agentes infecciosos. Sendo ligeira deve ser deixada ao ar e limpa.

Estes são os primeiros socorros indicados em caso de queimaduras superficiais. Todavia, quando alesão é interna é conveniente uma ida a um serviço de saúde. O mesmo acontece quando envolve uma criança com menos de dois anos ou um idoso - são grupos vulneráveis que podem necessitar de cuidados específicos.

Ainda assim o melhor é sempre prevenir, o que em casa passa por alguns gestos básicos como proteger as tomadas eléctricas, desligar o ferro sempre que não se usa, manter os produtos químicos num armário fechado e inacessível para as crianças, medir a temperatura da água do banho e dos alimentos aquecidos (sobretudo quando se destinam aos mais pequenos), usar os bicos do fogão mais próximos da parede, proteger as lareiras.

Primeiros socorros na farmácia

Dada a sua acessibilidade e distribuição geográfica - há sempre uma farmácia de serviço onde quer que se encontre - as farmácias são espaços de saúde que podem contribuir para a avaliação de situações de emergência, incluindo a prestação das medidas iniciais de primeiros socorros e o correcto encaminhamento dos doentes.

A intervenção na farmácia pode ser feita por qualquer elemento da equipa desde que tenha recebido formação para o efeito ou por um enfermeiro. E essa intervenção tanto pode envolver uma vertente prática, de socorro em caso de emergência ou de aplicação de pensos e ligaduras numa situação de lesão, como ter uma vertente mais didáctica, de informação dos utentes e da população em geral sobre os sinais de emergência médica.

Este é mais um serviço que as farmácias portuguesas prestam à população, cumprindo aquele queé um dos seus princípios basilares - os cidadãos no centro dos cuidados. Informe-se junto da sua farmácia para saber se este serviço está disponível.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF
 

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