Saturday, December 19, 2009

DEFESAS REFORÇADAS

Estimular as defesas naturais do organismo é importante em qualquer altura do ano, mas mais ainda em tempo de constipações, gripes e outros problemas respiratórios.

Quando chegam os dias frios, são muitos os vírus que proliferam no ambiente que respiramos, ameaçando o sistema respiratório. São vírus que se propagam muito facilmente, depressa passando de um organismo já infectado para muitos organismos...saudáveis.

É assim que as infecções respiratórias se multiplicam, das constipações às gripes. Os sintomas são partilhados e visíveis em muitas pessoas com que nos cruzamos no quotidiano: espirros, nariz a pingar ou congestionado, tosse e dor de garganta, por vezes febre.

O incómodo é grande mesmo quando a doença é ligeira. Vale, pois, sempre a pena prevenir, o que se consegue reforçando as defesas naturais do organismo. O sistema imunitário funciona como um escudo que nos protege dos agentes infecciosos, entre eles os vírus e as bactérias. Em contacto com esses agentes, o organismo ergue barreiras que dificultam ou evitam mesmo o desenvolvimento da doença.

Mas a verdade é que, no Inverno, é difícil escapar aos problemas respiratórios. Mas é possível dar uma ajuda ao sistema imunitário, estimulando-o. É esse o benefício de substâncias naturais como o extracto de equinácea: trata-se de uma planta originária da América do Norte com reconhecidas propriedades terapêuticas.

Já usada pelos índios norte-americanos e conhecida dos europeus desde a década de 60 do século passado, a equinácea possui na sua composição substâncias activas como os flavonóides e os polissacáridos, que funcionam como estimulantes do sistema imunitário: contribuem para uma maior produção de anti-corpos e de leucócitos, os glóbulos brancos do sangue.

Possui ainda capacidades anti-virais, tendo sido demonstrada a sua eficácia no combate a infecções respiratórias, nomeadamente constipações: para melhores resultados, é conveniente a sua utilização na fase inicial de aparecimento dos sintomas.

À equinácea são igualmente atribuídas características antibióticas, o que significa que actua como um travão eficaz na progressão de infecções de origem bacteriana. É o caso das afecções da garganta, geralmente causadas por bactérias da família dos estreptococos.

Detém ainda capacidades anti-inflamatórias, na medida em que favorece a regeneração dos tecidos e a cicatrização de feridas. Este é um exemplo de aplicação externa deste extracto natural. Entre as situações que evoluem positivamente com a equinácea encontram-se a acne juvenil e o herpes labial. O mesmo efeito regenerador acontece quando a pele é alvo de picadas de insectos.

Esta planta tem ainda a vantagem de não ser tóxica; pelo contrário, estimula os processos de desintoxicação no fígado e nos rins.

Como qualquer outra substância, tem naturalmente algumas contra-indicações: não deve ser utilizada por pessoas com doenças auto-imunes como o lúpus eritematoso e a artrite reumatóide. Isto porque a sua acção de estimulante do sistema imunitário pode agravar os sintomas daquelas doenças.

Desde que os índios americanos começaram a utilizar a raiz de equinácea para tratar feridas infectadas e mordeduras de serpentes, têm-se multiplicado as investigações sobre esta planta visando conhecer o seu mecanismo de acção e possíveis aplicações terapêuticas.


Fonte: Farmácia Saúde - ANF

Tuesday, December 1, 2009

DESCOLAMENTO DE RETINA PODE CONDUZIR A PERDA DE VISÃO



Dra. Ana Fonseca

O descolamento de retina é uma urgência oftalmológica, que requer rápida intervenção cirúrgica para preservação da visão. Saiba quais os sinais de alarme.

A retina é a camada fotossensível que reveste a superfície interna do globo ocular, onde são focadas as imagens que vemos, funcionando como a película numa máquina fotográfica. Quando se descola, a retina afasta-se da camada subjacente, a coroideia, que lhe fornece nutrientes e oxigénio, ocorrendo perda celular. Quanto mais prolongado for esse afastamento, maior o risco de perda permanente de visão.

Felizmente, o descolamento de retina tem, com frequência, sintomas de alarme claros, que devem motivar o rápido recurso ao médico oftalmologista, de modo a permitir a atempada intervenção terapêutica. Os sintomas visuais característicos do descolamento de retina incluem: aumento gradual ou súbito de moscas volantes (pontos escuros, de formas diversas, móveis, que parecem flutuar no campo de visão), flashes luminosos (como relâmpagos ou flashes fotográficos), aparecimento de uma sombra ou cortina sobre uma determinada área do campo de visão e/ou turvação da visão.

Existem, essencialmente, três tipos de descolamento de retina: regmatógeno (o tipo mais comum), quando ocorre uma solução de continuidade - buraco ou rasgadura na retina -, através da qual se acumula líquido subretiniano, afastando-a das camadas subjacentes; a traccional caracteriza-se pela ocorrência de tecido fibrovascular na superfície retiniana que, como o nome indica, tracciona a retina, afastando-a das restantes estruturas; a exsudativo resulta da acumulação de liquido subretiniano, sem buraco ou rasgadura, relacionado com doenças inflamatórias e vasculares da retina.

Risco aumenta a partir dos 40 anos

O risco de descolamento de retina é, anualmente, de 5 para 100, aumentando em indivíduos com mais de 40 anos de idade. Estão em maior risco: altos míopes (mais de seis dioptrias), indivíduos com antecedentes de descolamento de retina no olho contralateral ou história familiar, após cirurgia de catarata, associado a outras doenças oculares (como retinopatia diabética) e após traumatismo ocular.

O tratamento do descolamento de retina é cirúrgico. Os buracos e rasgaduras retinianas, quando detectados antes do desenvolvimento do descolamento de retina, podem ser tratados por fotocoagulação laser ou criopexia. A fotocoagulação laser consiste na aplicação de múltiplas pequenas "queimaduras" em redor das soluções de continuidade retinianas, de modo a "soldar" a retina às estruturas subjacentes. Na criopexia aplica-se frio intenso de modo a "congelar" a retina na zona dos buracos e rasgaduras, levando à formação de uma cicatriz que vai levar à fixação das restantes estruturas.

No descolamento de retina, a escolha da técnica cirúrgica depende do tipo, do tamanho e da localização do descolamento. As técnicas actualmente disponíveis incluem: retinopexia penumática (injecção de um gás expansível na cavidade vítrea, que vai empurrar a retina para a sua posição natural), indentação escleral (aplicação na esclera de peças de silicone na zona de retina descolada, ou ao longo da circunferência do globo ocular, de modo a reduzir a tracção sobre a retina) e vitrectomia (extracção do conteúdo vítreo através de pequenas incisões esclerais, que pode ser substituídas por solução salina, gás expansível ou óleo de silicone, com o objectivo de manter aplicada a retina). Muitas vezes recorrem-se a múltiplas combinações das diferentes técnicas.

A cirurgia nem sempre é bem sucedida na reaplicação da retina, assim como a retina reaplicada não significa recuperação visual. O prognóstico visual depende essencialmente do tempo de evolução do descolamento de retina, e do envolvimento eventual da área de visão central, a mácula. Deste modo, é importante divulgar os sintomas e sinais de alarme, de modo a permitir o seu rápido reconhecimento e atempado recurso ao médico oftalmologista.

Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Saturday, November 28, 2009

O SEU FILHO RESPIRA MAL PELO NARIZ?


Andreia Pereira

Cerca de 80% das crianças até aos 5 anos padecem de algum grau obstrução nasal, indicam as estimativas. Caso se detecte uma má respiração nasal na primeira infância, as crianças devem ser imediatamente tratadas, sob pena de poderem vir a sofrer de distúrbios associados ao sono e ao desenvolvimento.

João acorda sempre sonolento. E, mesmo que se deite cedo, no dia seguinte é um martírio para se pôr a pé. Esta criança de quatro anos parece andar sempre com a cabeça na lua. Mas o problema do pequeno João, tal como o de outros miúdos da sua idade, não é a falta de atenção. É a incapacidade de respirar convenientemente pelo nariz.

Segundo António Sousa Vieira, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia (SPORL), cerca de 80% das crianças até aos 5 anos de idade sofrem de algum grau de obstrução nasal. Este problema tem origem, essencialmente, em causas inflamatórias, «nomeadamente as rinites e a hipertrofia das adenóides», salienta o especialista.

As adenóides - «uma barreira de defesa, situada na região da rinofaringe, que combate os agentes que inalamos ou respiramos» - começam a crescer a partir dos seis meses de vida e «atingem o se pico máximo aos três anos de idade». A partir da adolescência, desaparecem. «Este é o curso de crescimento normal das adenóides», justifica o especialista.

Por razões que a Medicina ainda desconhece, a partir de determinada altura, as adenóides crescem mais do que aquilo que é considerado normal, provocando a obstrução nasal. Em virtude deste «bloqueio», as crianças passam a respirar pela boca.

Embora não se saiba ao certo a que se deve a hipertrofia das adenóides, o otorrinolaringologista aponta algumas razões: «Os infantários (locais onde as crianças convivem com as mais variadas infecções) podem despoletar uma situação deste tipo. Para além disso, o contacto com os desinfectantes colocados na água das piscinas, podem agredir estas estruturas.»


Nariz sempre «entupido»

A obstrução nasal é uma espécie de reacção em cadeia: «quando entra no campo da patologia, manifesta-se por uma maior fragilidade imunitária, por otites de repetição e consecutiva diminuição da audição». Como o ser humano foi programado para respirar pelo nariz, «as crianças que respiram pela boca vão sofrer, ainda, uma sobrecarga respiratória», comenta o especialista.

«Estas crianças mantêm a boca aberta durante o dia e, sobretudo, durante o sono.» As crianças que respiram mal pelo nariz têm frequentemente otites de repetição, daí que possam apresentar, também, défices auditivos. «As dificuldades em ouvir são frequentemente confundidas com falta de atenção, razão pela qual esta situação pode demorar a ser diagnosticada.»

Sono agitado

Devido às dificuldades audição, a criança que respira mal pelo nariz costuma apresentar algum défice de concentração. Embora se trate de uma problema que interfere com o rendimento escolar, do ponto de vista intelectual a obstrução nasal não provoca consequências de maior: «Não há nenhum estudo que prove que irão existir sequelas em termos cerebrais, se houver um atraso no tratamento desta patologia.»

Normalmente, as crianças que respiram mal pelo nariz são «mais distraídas, mas, sobretudo, porque ouvem menos bem». Para além disso, «estes miúdos têm um sono agitado e um descanso que não é repousante». No fundo, «acabam por ter alguns episódios de apneia do sono, pelo que o período de descanso não é reparador». Estes factores em conjugação acabam por tornar as crianças «mais desconcentradas e frequentemente cansadas».

Graças ao diagnóstico precoce e aos tratamentos cirúrgicos, nos últimos 25 anos, as situações de otite crónica na idade adulta «reduziu drasticamente». Com estes procedimentos, registou-me uma melhoria da higiene do sono.

Atenção, pais!

Apesar das melhorias nas últimas décadas em matéria de saúde infantil, o otorrinolaringologista pede especial atenção aos pais na detecção de alguns sinais. Só assim se pode iniciar um tratamento precoce: «O médico de família, depois de diagnosticar a situação, pode implementar a terapêutica adequado», fundamenta.

Como forma de eliminar a obstrução nasal provocada pelo aumento exagerado das adenóides, por vezes, recorre-se ao tratamento cirúrgico. «Os critérios para esta intervenção são o grau de obstrução, a dificuldade de ingestão alimentar [criança respira e come pela boca] e as infecções de repetição (nasais ou dos ouvidos). Não há uma idade ideal para operar, embora se saiba que as crianças operadas antes dos dois anos de idade têm uma maior taxa de recidivas, ou seja, as adenóides podem voltam a crescer.»

Quando existe a possibilidade de «medicamente se protelar até aos três anos de idade, para proceder esta intervenção, o ideal é aguardar». Mas, existido infecções de repetição, que não se conseguem controlar com o auxílio de medicamentos, «neste casos procede-se a uma intervenção cirúrgica em qualquer idade».

Sinais de alerta

- Quando a criança anda permanentemente constipada;

- O nariz está sempre a pingar;

- A criança que anda sempre de boca aberta;

- Aproxima-se da televisão, porque ouve menos bem.


Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Wednesday, November 18, 2009

SIDA SEM BARREIRAS

Há muito que a sida ultrapassou barreiras. Já não é uma doença de homossexuais nem de toxicodependentes: é uma doença que pode ser de qualquer pessoa. E está na mão de todos limitar esta epidemia: prevenir é possível, com comportamentos seguros e realizando o teste que tira todas as dúvidas.

Há muito que a sida ultrapassou barreiras. Já não é uma doença de homossexuais nem de toxicodependentes: é uma doença que pode ser de qualquer pessoa. E está na mão de todos limitar esta epidemia: prevenir é possível, com comportamentos seguros e realizando o teste que tira todas as dúvidas.

Os números são Coordenação Nacional para o VIH/Sida: até 31 de Dezembro de 2007 estavam notificados em Portugal 32.491 casos de infecção, nos seus diferentes estágios.
O maior número corresponde a infecção em consumidores de drogas injectáveis, com 43,9 por cento das notificações. Esta percentagem confirma a tendência inicial da epidemia no nosso país, mas o mesmo não acontece com o segundo maior grupo de casos - os de infecção por via heterossexual, representante de 38,8 por cento do total e com tendência para crescer. Quanto à transmissão por via homossexual, diz respeito a 12 por cento dos registos, havendo ainda 5,3 por cento relativos a outras fontes de contágio.

A esmagadora maioria dos infectados pertence ao sexo masculino - 82 por cento do total. E, por idades, o maior impacto - 84,2 por cento - verifica-se entre os 20 e os 49 anos.

O que é a sida?

O termo "sida" faz parte do vocabulário quotidiano, sendo usado com valor próprio e, como tal, reconhecido nos dicionários de língua portuguesa. No entanto, originalmente, corresponde a uma sigla formada pelas primeiras letras da expressão "Síndrome da ImunoDeficiência Adquirida":

Síndrome consiste num grupo de sintomas que, colectivamente, caracterizam uma doença; ImunoDeficiência significa que a doença se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunitário (defesas do organismo); Adquirida quer dizer que a doença não é hereditária, mas sim que se desenvolve após o nascimento por contacto com o agente infeccioso.

A sida é uma doença infecciosa grave e potencialmente fatal causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH ou HIV, na língua inglesa). Foram identificadas duas estirpes deste vírus - o VIH1 e o VIH2.

Como se transmite o vírus causador da sida?

O VIH transmite-se de três formas: através do sangue, das secreções sexuais e de mãe infectada para filho (a chamada transmissão vertical).

A transmissão por via sanguínea implica, naturalmente, que haja contacto com sangue (ou produtos seus derivados) infectado e que ele penetre na corrente sanguínea da pessoa saudável. Assim, a principal fonte de infecção é a partilha de seringas e outros objectos entre consumidores de drogas injectáveis.

Existe igualmente risco, ainda que menor, na partilha de lâminas de barbear, instrumentos de furar orelhas e de tatuagens, de piercings e de alguns utensílios de manicura (os cortantes). Preferencialmente, devem ser de uso individual ou descartáveis. Caso não seja possível, todos estes objectos devem ser rigorosamente esterilizados.

A transmissão do vírus através de uma transfusão sanguínea não constitui actualmente um problema, na medida em que tanto o sangue como os seus componentes são testados previamente. Também a doação de sangue é segura, dado que o material utilizado na colheita é descartável e esterilizado.

A sida é considerada uma doença sexualmente transmissível pois as secreções sexuais - esperma e fluidos vaginais - constituem uma das principais fontes de contágio do VIH. O risco existe sempre que haja uma relação sexual sem protecção, seja ela vaginal, oral ou anal. Protecção é aqui sinónimo de preservativo, indispensável em qualquer relação sexual, por mais saudável que a pessoa aparente ser.

Relações sexuais com parceiros ocasionais ou múltiplos parceiros, independentemente de se tratar de um relacionamento hetero ou homossexual, aumentam o risco. Basta um contacto sexual não protegido com uma pessoa infectada para o vírus se poder transmitir.

Quanto à chamada transmissão vertical, de mãe para filho pode acontecer durante a gravidez, quando o sangue materno circula no feto através da placenta, ou durante o parto, através do contacto com o sangue ou as secreções vaginais. Mais raro mas possível é o contágio durante a amamentação.

Como actua o VIH ?

O VIH actua sobre as células do sistema imunitário, atacando preferencialmente os linfócitos T4, um tipo de glóbulos brancos do sangue responsáveis pela defesa do organismo contra infecções e tumores.

Uma vez no organismo, o vírus integra-se no código genético das células infectadas, utilizando-as para se reproduzir. Em consequência, as células perdem eficácia e, com o tempo, a capacidade do organismo para combater a doença vai sendo enfraquecida.

Qual a diferença entre ser seropositivo e ter sida?

O VIH tem capacidade para permanecer "invisível" no corpo humano, podendo haver infecção sem sintomas. O que acontece é que, na presença do vírus, o sistema imunitário produz anticorpos, detectáveis no sangue através de uma análise específica.

Quando eles são identificados, diz-se que a pessoa é seropositiva.
Um seropositivo pode ter uma aparência saudável anos após o contágio, sem sinais da doença. No entanto, está infectado e pode transmitir o vírus.

A sida é a fase última desta infecção, correspondendo a uma degradação progressiva do sistema imunitário e à diminuição das defesas contra outras doenças - são as chamadas doenças oportunistas e, com frequência, é quando elas surgem que a sida é detectada.

Entre a entrada do vírus no organismo e o diagnóstico de sida podem mediar vários anos, em média oito a dez. Este período de evolução silenciosa depende de múltiplos factores, entre eles a intensidade e gravidade da infecção, a resistência do sistema imunitário, a ocorrência de outras doenças que possam contribuir para minar as defesas do organismo e o risco de re-infecção em contactos posteriores.

Como se trata a sida?

Não existe ainda um modo eficaz de eliminar totalmente o VIH do organismo. Existem, contudo, tratamentos que reduzem a carga vírica e atrasam os danos que o vírus causa no sistema imunitário.

Esses tratamentos são compostos, normalmente, por uma combinação de medicamentos que, se tomados de acordo com a orientação médica, fazem baixar a quantidade de vírus no sangue até um nível em que se torna quase indetectável. Isto não significa que o vírus seja erradicado: ele permanece no organismo, mantendo-se o risco de contágio.

Existem três tipos de medicamentos anti-retrovirais, que actuam de formas diferentes e em fases distintas do ciclo de reprodução do VIH e que são administrados de acordo com esquemas terapêuticos individualizados.
...

Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Friday, November 13, 2009

RETINOPATIA DIABÉTICA

ACNE: COMO A PODE TRATAR



Mário Beja Santos

A acne é uma doença cutânea (inflamação da pele) causada pela obstrução dos poros por gordura, surgindo os comedões (pontos brancos ou negros), borbulhas e pústulas (bolhas cheias de pus), nos casos ligeiros.

É mais frequente na adolescência, sendo visível no rosto, costas, peito e ombros, sobretudo nos rapazes. É promovida pelas alterações hormonais, sentidas nesta fase, que estimulam as glândulas sebáceas (produtoras de gorduras). Em circunstâncias normais, o sebo que se irá formar será eliminado pelo poro.

Quando a produção é excessiva, há dificuldade na saída e eliminação da gordura, podendo esta ser alvo da acção das bactérias da pele, formam-se diferentes substâncias irritantes.

Quando o poro se encontra tapado, desenvolve- se uma inflamação profunda que se manifesta por uma pápula avermelhada (borbulha) e nas situações mais complicadas podem surgir nódulos de pus.

Se bem que a idade seja determinante no aparecimento da acne, há factores que favorecem o seu desenvolvimento e até mesmo o seu agravamento: é o caso de certos medicamentos e cosméticos.

Quanto aos medicamentos, temos os hormonais, os anticonvulsivantes, os destinados ao tratamento da tuberculose, entre outros. Pensando nos cosméticos, importa destacar os mais gordurosos e os que impedem a normal respiração da pele.

Também a pressão física com capacetes, chapéus e bandeletes pode favorecer ou até mesmo agravar a acne. Mas também não podemos ignorar os factores ambientais (calor e humidade) e o stress.

Não há evidência científica (ao contrário de muitas ideias feitas) que determinados alimentos podem exacerbar a acne.

Prevenir e tratar a acne

De acordo com a sua gravidade, a acne poderá ser ligeira a moderada ou grave. Os casos ligeiros a moderados são os mais frequentes e a orientação farmacêutica poderá ter um
papel muitíssimo útil.

Os casos mais graves exigem a intervenção de um médico especialista que poderá receitar medicamentos para resolver ou minorar a situação.

A prevenção e a base da terapêutica passam necessária e obrigatoriamente pela higiene cuidada da pele, porque é através desta higiene que se remove o excesso de gorduras, partículas e outros detritos que, ao obstruírem a superfície do poro, predispõem ou agravam a acne. Aqui também há algumas ideias feitas como a lavagem várias vezes ao dia das zonas afectadas ou o uso de sabões anti-bacterianos.

O mais apropriado é a lavagem da pele com um produto de limpeza suave (sabonetes líquidos, "pains", entre outras apresentações) e não mais de duas vezes ao dia, uma vez que excessivas lavagens irritam a pele estimulando a produção de gordura. É igualmente importante optar por produtos cosméticos sem óleo com a finalidade de diminuir a irritação, a seborreia, a inflamação e a restabelecer a hidratação cutânea.

Põem-se depois as opções de tratamento que são variadas. Os anti-seborreicos podem ser recomendados, pode igualmente recorrer-se a produtos anti-irritantes à base de zinco, bisabol, alantoína e outras. Os hidroxiácidos promovem a descamação superficial da pele e evitam, também, a retenção do sebo. Enfim, na acne ligeiro a moderado o tratamento é feito através da aplicação na pele de diferentes substâncias que promovem uma melhoria com tais aplicações.



Os jovens, independentemente do desconforto psicológico que a acne lhes provoca, devemestar determinados a manter todos os cuidados necessários durante meses ou até mesmo anose saber que a não persistência nos cuidados é geralmente a responsável pelo agravamento ou recidivas, o que implica o seguimento de um dermatologista.


No caso da utilização de maquilhagem, deve haver o cuidado de escolher produtos sem óleo. É recomendado que os indivíduos com acne se protejam das radiações solares, não só porque a exposição solar podeagravar a acne mas também porque a maioria dos produtos usados no tratamento, tópico ou oral da acne podem tornar a pele mais sensível ao sol. Também a escolha de protectores solares deve estar dentro da gama dos produtos sem óleo.


Em síntese, temos medidas de higiene, (é verdade que se deve evitar espremer as borbulhas porque agrava a inflamação na pele), existem cremes e loções queratolíticas ou antibacterianas. Isto quando se trata da acne ligeira a moderada. Nos outros casos, o dermatologista poderá prescrever antibióticos e retinóides.


A acne vista pelo farmacêutico


O tratamento com medicamentos de prescrição médica efectua-se quer com medicamentos que se aplicam na pele quer com outros, sob a forma de comprimidos.

Independentemente da resposta personalizada a cada um destes tratamentos, estamos a falar de alguns medicamentos que podem ser irritantes para a pele, sendo de ter em atenção o tempo de contacto do medicamento com a pele, a hora da aplicação e a necessidade de protecção solar, e que podem mesmo envolver riscos se não tomadas as devidas precauções durante o tratamento.

Os pais dos jovens entre os 10 e os 12 anos devem preocupar-se com a eventualidade do aparecimento da acne nos seus filhos e a partir dessa idade recomendar a lavagem do rosto duas vezes ao dia assim como aos primeiros sinais da acne (aparecimento de borbulhas) recorrer ao farmacêutico para obter o melhor aconselhamento sobre como os controlar e evitar o seu agravamento.

Quando se sofre de acne ligeira a moderada, o farmacêutico pode auxiliá-lo no controlo dessa acne, indicando-lhe com mais detalhe quais os cuidados de higiene a seguir e a respectiva frequência, medicamentos disponíveis e a frequência da aplicação, a duração do tratamento, a necessidade de protecção solar, cuidados adicionais com a toma ou a aplicação dos medicamentos e, finalmente, se for caso disso, orientação para a escolha dos cosméticos a utilizar.



Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Sunday, November 8, 2009

SISTEMA DIGESTIVO: SITUAÇÕES DE PEQUENA GRAVIDADE



Mário Beja Santos

O sistema digestivo é particularmente propício a perturbações (infecções, inflamações, distúrbios digestivos, do trânsito intestinal...), sendo numerosas as situações de queixa que levam os doentes a procurar aconselhamento na farmácia.


Basta pensar na higiene oral, onde se incluem as doenças ligeiras da boca; nos problemas gástricos, como é o caso da azia, náuseas, vómitos e enjoo; passando para os males ligeiros do intestino.

O farmacêutico é ainda confrontado com o pedido de medicamentos sem receita médica ou informações no que toca a diarreia, obstipação ou males menores relacionados com hemorróidas. Desse vasto conjunto de situações, escolhemos a saúde oral e as doenças ligeiras da boca, os problemas gástricos e o uso dos laxantes como casos que comprovam que devemos ser exigentes com a excelência do aconselhamento farmacêutico.


Boa saúde oral, como actuar nas doenças ligeiras da boca

Há doenças e medicamentos que fragilizam a saúde oral, podendo o farmacêutico constituir uma fonte de informação e orientação. O farmacêutico, além de estar bem posicionado para orientar os seus utentes quanto a dentífricos mais adequados a cada situação, pode aconselhar noutras regras da boa higiene oral como seja a forma correcta de escovagem dos dentes, a sua frequência, a selecção da escova a utilizar ou os produtos recomendáveis em situações específicas.

Os utentes têm toda a vantagem quando abordam o seu farmacêutico em procurar expor com clareza o estado de saúde da sua boca, como seja: se os seus dentes são sensíveis a variações de temperatura (para o quente e para o frio), se as suas gengivas sangram com facilidade, qual é a periodicidade das suas idas ao dentista e se existem doenças crónicas que obriguem à toma de medicamentos e quais (é o caso da epilepsia, diabetes e asma).

Nas doenças ligeiras da boca sabe-se que há pessoas que desenvolvem pequenas lesões ou inflamações, como é o caso das estomatites e as gengivites. A estomatite vulgar é uma inflamação da boca que pode afectar a mucosa interior das bochechas, a língua, o céu da boca e as gengivas. Aparece com intensidade variável, com vermelhidão e dor, podendo apresentar-se com o aspecto de uma úlcera.

O farmacêutico pode vir a ser chamado a intervir no tratamento das aftas, mas há situações mais graves em que a prescrição médica é indispensável. As gengivites são inflamações (agudas ou crónicas) das gengivas, com vermelhidão e inchaço podendo apresentar pontos hemorrágicos.

Não é raro a gengivite ser acompanhada de estomatite. Nestes casos, o tratamento passa por uma boa higiene buco-dental, realizada após a ingestão de alimentos. Podem ainda realizar-se bochechos com anti-sépticos e outros produtos.

Saber distinguir as indisposições gástricas

Quando as queixas digestivas, particularmente do estômago, são ocasionais e muitas vezes associadas a excessos alimentares, é recomendado o recurso à indicação farmacêutica. Estes males digestivos são de diferente natureza, manifestando-se por dores, náuseas, vómitos, azia, arrotos e digestões difíceis.

Falando da azia, as situações mais ligeiras podem ser aliviadas com a toma de antiácidos que, ao diminuírem a acidez do estômago, abrandam a sensação de ardor e a agressividade sobre o esófago. Os antiácidos podem também trazer alívio na gastrite (uma inflamação do estômago) e na úlcera gástrica (sempre que as dores persistirem, é imprescindível o diagnóstico médico).

Dado que os antiácidos podem ser adquiridos sem receita médica, para alívio destes mal-estares ocasionais convém conhecê-los um pouco melhor, uma vez que nenhum deles é inofensivo.

Ao dialogar com o farmacêutico ficará a saber que: o efeito de um antiácido é, regra geral, mais prolongado se for tomado uma a duas horas após uma refeição; os antiácidos têm composições diferentes e, por conseguinte, efeitos secundários e contra-indicações específicas; os antiácidos podem interferir com outros tratamentos, ao diminuírem o efeito da terapêutica que o doente está a fazer (um exemplo desta situação é o que pode ocorrer com alguns antibióticos, que em associação com antiácidos podem ter a sua acção diminuída, mantendo-se a infecção) - por este motivo recomenda-se que a toma de antiácidos ocorra duas horas antes ou uma hora depois da toma de outros medicamentos.


Cuidados com os laxantes


Dentro dos medicamentos que podem ocasionar a prisão de ventre destacam-se os antiácidos, medicamentos para as cólicas, anticonvulsivantes, alguns antidepressivos, analgésicos, entre outros, e também os próprios laxantes, cujo abuso pode originar um quadro de prisão de ventre.

A preocupação a ter com o uso dos laxantes é particularmente importante em crianças, idosos, grávidas e mulheres a amamentar. As crianças e os idosos são muito sensíveis à desidratação e à perda de sais minerais que os laxantes podem provocar se forem potentes, não se recomendando, por isso, laxantes irritantes.

É preciso dar particular atenção à composição de laxantes para crianças e não se deixar sugestionar pelo nome comercial que pode dar lugar a enganos por se fazer menção a um produto natural - os produtos à base de plantas também podem originar efeitos adversos e, por vezes, não são recomendados (o utente deve ler sempre a composição do laxante).

Na grávida, os laxantes expansores do volume fecal são os mais indicados. Uma mulher a amamentar deve ter uma precaução redobrada com os laxantes que toma, porque alguns são eliminados pelo leite e provocam diarreia no bebé.

Não é demais insistir que a necessidade de recorrer aos laxantes seria evitável, na grande maioria dos casos, se as pessoas adoptassem bons hábitos alimentares e estilos de vida mais saudáveis e que estão ao alcance de todos.

Também aqui o aconselhamento farmacêutico poderá revelar-se do maior interesse. É nesse diálogo que se fica a compreender porque é que não se devem tomar laxantes de ânimo leve, qual a alimentação mais adequada para melhorar a prisão de ventre e como identificar as causas.

Nesse diálogo, caso esteja a tomar medicamentos, pergunte ao seu farmacêutico se algum deles pode ser responsável pela prisão de ventre. E, por último, informe o seu farmacêutico sobre outros sintomas que acompanham a sua prisão de ventre, como, por exemplo, dores abdominais ou vómitos, já que estes podem ser motivos para uma consulta médica.

A propósito, não insista na toma de laxantes que requerem receita médica. Como se vê, nas situações de pequena gravidade do sistema digestivo há tudo a ganhar em saber usar e abusar do aconselhamento farmacêutico.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Monday, November 2, 2009

INCONTINÊNCIA: PINGOS DE DESCONFORTO



Desconforto, mas também embaraço, é o que sente quem sofre de incontinência urinária, um problema mais feminino do que masculino e que se torna mais frequente com a idade. Mas que se contorna com a ajuda de produtos próprios que devolvem o bem-estar e a auto-estima.


Quem vê televisão com regularidade certamente já se deparou com vários anúncios a propósito da incontinência - são anúncios que publicitam as chamadas fraldas para adultos, uma das soluções mais confortáveis e eficazes para contornar a dificuldade em conter a urina. Marcas à parte, são todos eles anúncios que transmitem uma imagem positiva, com os protagonistas em atitudes de confiança e descontracção.


E, embora a razão de ser da publicidade seja a de convencer o público, pelo que as mensagens são naturalmente afirmativas, a verdade é que há cada vez menos razões para que a incontinência seja fonte de desconforto e embaraço.


A incontinência é definida como a perda involuntária de urina, que representa um problema higiénico ou social para a pessoa afectada. Há diferentes tipos e pode ou não ser acompanhada da sensação de micção urgente.

Significa isto que as gotas que se escapam ao controlo do cérebro e da bexiga podem ser antecedidas de uma vontade urgente de urinar, mas também pode acontecer que não haja qualquer aviso prévio.

Este cenário é duas vezes mais frequente entre o sexo feminino, por comparação com o masculino, e tende a acentuar-se com a idade, embora possa ocorrer em qualquer altura da vida. Sabe-se, no entanto, que um em cada três idosos tem dificuldade em controlar a bexiga, o que constitui terreno fértil ao desenvolvimento de doenças como as úlceras de decúbito, infecções e depressões.

Aliás, as implicações a nível psicológico são, muitas vezes, mais problemáticas do que as complicações físicas da incontinência. Uma pessoa que não consegue evitar que a urina se escape acaba por se isolar, devido ao natural constrangimento e ao receio de ser rejeitada pelos seus pares. Acontece que o doente evite o convívio social, tal como se iniba de manter contactos íntimos com o seu parceiro.

Fica, assim, claramente comprometido o bem-estar nas suas múltiplas vertentes.
A incontinência, nos seus diferentes tipos, pode ter sintomas temporários ou persistentes, sendo que, no primeiro caso, desaparece quando são eliminados os factores que estão na sua origem. Uma doença, um medicamento, uma situação de stress emocional...

Geralmente classifica-se a incontinência urinária em grupos. A incontinência de stress acontece quando aumenta a pressão abdominal - rir, espirrar, tossir, exercício físico - devido a fraqueza dos músculos pélvicos.

Considera-se também a incontinência de imperiosidade (também chamada de urgência), relacionada com a instabilidade do principal músculo da bexiga. O que acontece é que a pessoa sente um forte desejo de micção, mas não consegue evitar a perda de urina antes de chegar a uma casa de banho.

A mista, quando existem sintomas de incontinência de stress e imperiosidade. Há também quem sofra de incontinência funcional ou reflexa, situação em que não há qualquer impulso de urinar. Nestes casos, a bexiga esvazia-se porque não recebe qualquer instrução de controlo do cérebro.


Recuperar o bem-estar

A incontinência é causa de intenso desconforto, físico e emocional. É, no entanto, possível corrigi-la ou mantê-la sob controlo. E enquanto as terapêuticas não surtem efeito, é desejável recorrer à ajuda de alguns dispositivos que minimizam as consequências da perda de urina.

São três os tipos principais desses dispositivos: oclusivos, colectores e absorventes. Os primeiros são dispositivos mecânicos que actuam comprimindo a uretra (o canal que liga a vagina ou o pénis à bexiga e por onde se liberta à urina) e que devem ser retirados no momento da micção, voltando depois a ser colocados. Já os segundos, visam recolher e armazenar a urina, sendo constituídos por um sistema de drenagem do qual faz parte um saco onde é depositada a urina que se vai escoando da bexiga.

Este saco deve incluir uma válvula que evite o regresso da urina, de modo a prevenir uma infecção. Deve ser descartável ou, se for reutilizável, impõe-se uma limpeza diária rigorosa, com o mesmo objectivo preventivo.

Os mais comuns são os produtos absorventes, cuja função é reter a urina, mantendo o doente seco e confortável. A escolha deve fazer-se em função de factores como o tipo e a gravidade da incontinência, o estado funcional do doente e o sexo. E, além de se adaptarem ao doente, estes produtos devem assegurar uma absorção suficiente, facilitar os movimentos e evitar derrames de urina.

São as chamadas fraldas ou cuecas para incontinentes, constituídas por três camadas - uma de polietileno, à prova de água e que protege as roupas; uma segunda de celulose que actua como absorvente e uma terceira de material hidrófobo, que mantém a urina afastada da pele.

Não são, porém, sistemas de via única, o que significa que quando a camada absorvente está saturada a urina volta a estar em contacto com a pele, pelo que devem ser substituídos com regularidade.

Estes produtos visam proporcionar conforto e atenuar ou eliminar o embaraço causado pela incontinência, pelo que existem modelos mais discretos destinados a ser usados durante o dia, ainda que com menor capacidade de absorção.

E recentemente ficou disponível uma alternativa ainda mais confortável e saudável - uma cueca para incontinente formada por 100% de algodão e cuja camada de absorção inclui três por cento de prata. É aqui que reside a diferença: a prata tem propriedades anti-sépticas, anti-bacterianas e anti-odores. Esta é uma mais-valia acentuada, tanto para homens como para mulheres que não conseguem controlar a bexiga mas que já podem manter uma vida social livre de embaraços.


Calcula-se que em Portugal cerca de 600 mil pessoas sofram deste problema, mas também se estima que apenas um terço procure ajuda médica. É porventura o embaraço associado à incontinência que afasta os doentes - aliás, um estudo efectuado há alguns anos em 16 países europeus, incluindo Portugal, mostrou que a incontinência urinária é o segundo problema de saúde que mais envergonha, só ultrapassado pelas disfunções sexuais.



Sinais de alerta


A perda de urina é sempre precedida de alguns sinais de alarme, que devem ser tidos em conta e que importa conhecer:

• Incapacidade de urinar;

• Urinar mais frequentemente do que o habitual sem que exista uma infecção na bexiga;

• Necessidade de correr para a casa de banho, perdendo urina quando não se chega a tempo;

• Dores relacionadas com o acto de urinar;

• Infecções frequentes da bexiga;

• Enfraquecimento progressivo do jacto urinário, com ou sem a sensação de esvaziamento total da bexiga;

• Urina em quantidade anormal.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

PUBERDADE ANTES DE TEMPO



Há rapazes e raparigas para quem a puberdade chega antes de tempo. Abrindo caminho a problemas de desenvolvimento físico e a emoções para as quais ainda não estão preparados.


É entre os oito e os 12 anos que os sinais da puberdade se manifestam no corpo das raparigas. Nos rapazes chegam mais tarde, pelos nove até aos 14. É a idade das grandes mudanças na forma e no tamanho, mas sobretudo na capacidade de reprodução, passo decisivo no caminho para serem adultos.


Mas o que fazer quando esses sinais despontam bem mais cedo? Quando, pelos cinco ou seis anos, as raparigas já evidenciam desenvolvimento das mamas ou nos rapazes os genitais se apresentam desproporcionados para a idade? Se isso acontece está-se perante a puberdade precoce, que no sexo masculino significa que os caracteres sexuais começam a desenvolver-se antes dos nove anos e no feminino antes dos oito.


Nelas, a precocidade manifesta-se também através da primeira menstruação e neles denuncia-se pelo crescimento dos pêlos faciais, sobretudo sobre o lábio superior, e pelo mudar da voz. Em ambos, surgem também os pêlos púbicos e nas axilas, o rosto começa a ser marcado pela acne e o corpo exala já um odor de adulto. Também em ambos se dá um rápido crescimento ósseo.


Na origem desta antecipação está, quase sempre, um desequilíbrio no processo que comanda a puberdade e que envolve uma região do cérebro chamada hipotálamo e a pituitária, uma glândula com o tamanho de uma ervilha situada na base do cérebro. O hipotálamo comanda este processo ao desencadear a libertação de uma hormona, a Gn-Rh.

Por sua vez, esta hormona interage com a pituitária, fazendo-a libertar outras duas hormonas, as quais estimulam os ovários e os testículos, onde são produzidas mais hormonas - os estrogénios, responsáveis pelos caracteres sexuais femininos, e a testosterona, responsável pelos masculinos. Iniciam-se então as mudanças físicas que caracterizam a puberdade.

Ora, nalgumas crianças todo este processo começa antes de tempo. Geralmente, sem que seja identificada uma causa: é o que se verifica na chamada puberdade precoce central, em que todo o processo se inicia mais cedo mas decorre num ritmo considerado normal, passo a passo.

São quase sempre crianças em que não há qualquer problema médico subjacente, embora, raramente, a precocidade possa ser consequência de um tumor no cérebro ou na medula espinal, de uma infecção como a encefalite ou a meningite, de um defeito no cérebro presente à nascença, de trauma, de obstrução no fluxo sanguíneo do cérebro e de alterações endócrinas na glândula supra-renal ou da tiróide.

Um segundo tipo de puberdade precoce é a periférica. Ainda menos comum do que a central, não envolve todo o eixo mas apenas as hormonas sexuais: os estrogénios ou a testosterona são libertados mais cedo no corpo destas crianças devido a problemas nos ovários, nos testículos, nas glândulas supra-renais ou na pituitária.


Raparigas mais precoces


A puberdade precoce é mais frequente no sexo feminino do que no masculino. Aliás, mesmo em circunstâncias normais, os caracteres sexuais surgem mais cedo nas raparigas do que nos rapazes. Além do género, outro factor predispõe ao acelerar da mudança: o peso, ou melhor, o excesso.


Mas o facto é que, sejam rapazes, sejam raparigas, não é fácil ser-se criança e lidar com um corpo em mutação. Não é fácil quando ela acontece dentro do prazo esperado, muito menos, pois, quando ela surpreende a infância.

Emocional e socialmente, a mudança é decerto difícil de aceitar e de gerir. Uma rapariga em que as mamas começam a evidenciar-se sentirá muito provavelmente embaraço pela diferença óbvia face às colegas e amigas.

Sentir-se-á confusa se, além disso, começar a menstruar. E correrá o risco de ser alvo da crueldade dos pares. O impacto nos comportamentos não é menosprezável: humor aos altos e baixos, irritabilidade, isolamento, agressividade, início precoce da sexualidade.

Mas há também consequências para a saúde física. É que as crianças com puberdade precoce crescem mais depressa do que os pares, ficando mais altas do que seria de esperar para a idade. Mas, esse crescimento termina também mais cedo do que o habitual, pelo que serão adultos com uma estatura inferior à média. Não atingem, portanto, todo o seu potencial de crescimento.

As raparigas poderão desenvolver um problema adicional, inerente ao género: síndrome do ovário poliquístico, mais frequente quando começam a menstruar antes dos oito anos. No que respeita à puberdade, a precocidade pode ser fonte de múltiplos dissabores, pelo que é importante que os pais estejam atentos e que, perante qualquer suspeita de maturidade sexual antes de tempo, procurem ajuda médica. A começar pelo pediatra ou pelo médico de família, que poderá depois encaminhar o caso para um endrocrinologista, especialista em questões hormonais.

É possível tratar a puberdade precoce, mas depende da causa. Se não houver qualquer doença subjacente, o tratamento envolve a administração de hormonas sintéticas que bloqueiam a produção das hormonas sexuais, assim travando ou até revertendo o desenvolvimento, quer ao nível dos caracteres sexuais, quer dos ossos. Uma vez finalizado o tratamento, o processo segue o seu ritmo normal, ou seja, estas raparigas e estes rapazes voltam a acompanhar os pares.

É importante em todo este caminho que as crianças sejam acompanhadas pelos pais, atentos a eventuais sinais de conflito emocional e relacional. Falta de interesse pelas actividades habituais, diminuição dos resultados escolares, maior agressividade ou tristeza, tendência para o isolamento são indícios de que algo vai mal. Não admira quando a puberdade chega mais cedo de que é esperada...


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Wednesday, October 28, 2009

CONTROLO EFICAZ DA DIABETES PERMITE REDUZIR PROBLEMAS CARDIOVASCULARES

ESPECIALISTAS DIZEM QUE É ESSENCIAL MANTER AMIGOS E EXERCÍCIO NA 3ª IDADE

Monday, October 26, 2009

Pontes imaginárias

É como pontes entre o conhecido e o desconhecido que funcionam aqueles objectos que as crianças nunca largam - o peluche ou a fralda de pano, que arrastam consigo até quase se desfazer e de que recusam separar-se.

Todos sabemos como as crianças se apegam a determinados objectos - a uma chucha, a uma fralda de pano ou a um boneco de peluche.

E também sabemos como protestam quando são separadas desses objectos de estimação. É frequente a imagem de uma criança que arrasta consigo uma fralda de pano, já a desfazer-se e em precaríssimas condições de higiene, mas que é agarrada como o mais precioso dos bens.

Tal como é frequente a imagem de um protesto inconsolável quando alguém lhe tenta retirar a fralda. E nem é preciso que haja intenção - basta que a fralda fique esquecida no momento de sair de casa para que o choro se desate e só pare quando a fralda é devolvida...

É comum que seja uma fralda de pano, mas pode ser qualquer outro objecto, desde que seja suave. Para a criança, esse objecto é uma reminiscência do calor que emana do peito e dos braços maternos: ao agarrar a fralda junto a si é como se se aconchegasse no corpo da mãe. E apega-se assim à fralda ou ao peluche precisamente para compensar a ausência da mãe: é como se a sentisse próxima apesar da separação.

É entre os quatro e os seis meses que, normalmente, se inicia este comportamento: e assim acontece porque é nesta idade que a criança se começa a movimentar no mundo externo, sem se separar completamente do seu mundo interno. Daí que estes objectos sejam chamados de transição - funcionam como pontes entre os dois mundos em que a criança se situa.

Calcula-se que mais de metade das crianças tenha uma fraldinha de estimação (ou equiparado), cujo cheiro reconhece e de que recusa separar-se, mesmo quando se está a desfazer e quando deixa muito a desejar em termos de higiene: oferecer-lhe uma nova ou lavada não resulta. A criança desenvolve uma ansiedade extrema: é que a fralda proporciona segurança, funcionando ao mesmo tempo como um substituto materno e como um suporte na conquista de autonomia.

É o conforto que a criança retira desse objecto que lhe permite aceitar a ausência da mãe e transitar para o ambiente externo, de uma creche por exemplo.

Seja a fralda ou outro objecto qualquer, a verdade é que constitui uma ferramenta que permite à criança afastar-se das suas figuras de referência e desenvolver uma existência mais independente. Porque pode ser levado para qualquer lado, proporciona conforto imediato sempre que a ansiedade surge. Logo, a criança fica menos dependente do cuidador.

Os objectos de transição desempenham ainda um papel fundamental na identificação da criança consigo própria e com os outros: com a fralda ou o peluche, ela aprende a representar o "outro", por oposição ao "eu", aprende que aquele objecto é distinto, separado, de si própria, o que é mais um passo na construção da sua autonomia.

Não obstante este importante papel da fraldinha de estimação a verdade é que os pais se preocupam. E preocupam-se porque a relação que a criança estabelece com o objecto se assemelha a uma relação de dependência vai com ele para todo o lado, protesta de uma forma descontrolada se não o tem, se o perde ou se o tentam tirar, recusa um substituto, não se acalma até recuperar a posse.

Tudo neste cenário parece excessivo: a relação da criança com o objecto e a sua reacção à privação do objecto. Daí os receios de dependência. No entanto, esta é uma situação normal e na maioria das situações a criança liberta-se do seu objecto de transição à medida que ganha autonomia emocional. Não há uma idade certa, mas mais cedo ou mais tarde acontece.

Muitas vezes ocorre em simultâneo com a entrada no sistema escolar, quando a própria criança se sente crescida demais para andar com a fralda, o peluche ou a chucha. Há, porém, crianças com maior dificuldade em desligar-se. Precisam da ajuda de pais e educadores, mas essa ajuda deve assumir a forma de colaboração e não de imposição.

Numa primeira fase, há que aceitar que a criança leve o seu objecto de estimação para o infantário, deixando-a usá-lo quando sentir necessidade. Quando já estiver bem integrada e mais segura, pode ser sugerido que guarde o objecto - primeiro numa malinha, por exemplo, que a criança pode ter consigo, depois num local um pouco menos acessível, como o cabide. Mas sempre sem lhe negar o acesso - progressivamente será a criança a ter menos necessidade dessa ponte imaginária com o mundo seguro de casa e da mãe.


Uma gestão difícil

Nem sempre é fácil lidar com a existência de um objecto de transição, mais eis algumas regras que podem ajudar:

• Não retire o objecto sem avisar previamente a criança: mesmo que seja apenas para lavar, nunca o faça às escondidas - converse com a criança, peça-lhe colaboração e explique-lhe que voltará a tê-lo e que, apesar de o cheiro ser diferente, logo ficará igual;

• Se tiver de substituir o objecto, escolha outro igual e coloque-o em contacto com o ambiente da criança - a cama, por exemplo - para que vá adquirindo o mesmo odor e textura, de modo a que a criança não estranhe a mudança;

• Aceite a existência desse objecto como uma etapa natural no desenvolvimento infantil, mas sem o valorizar demasiado;

• Se sentir que a dependência é exagerada, vá diminuindo os momentos em que a criança usa o objecto mas procurando envolver a própria criança nesse processo.



Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Esquizofrenia: Entre o mundo real e o imaginário



Andreia Pereira

Segundo algumas estimativas, a esquizofrenia afecta cerca de 40 a 60 mil pessoas em Portugal. O estigma e a falta de adesão à terapêutica estão entre as principais causas do insucesso do tratamento. Contudo, se a medicação for cumprida à risca, em 75% dos casos há uma redução das crises.


Em 1911, Eugen Bleuler usou, pela primeira vez, o termo esquizofrenia para definir uma patologia de foro psiquiátrico grave. Esta desordem "caracteriza-se por sintomas positivos (delírios e alucinações), sintomas negativos (falta de vontade e embotamento afectivo) e por quadros de tristeza e desmotivação, acompanhados por problemas de memória e atenção", indica o Prof. João Marques-Teixeira, psiquiatra, professor da Universidade do Porto e director Clínico do Neurobios - Instituto de Neurociências.

De acordo com os dados disponíveis em Portugal, calcula-se que a esquizofrenia atinja entre 0,4 a 0,6% da população, "sem predominância de género". O especialista considera que a eclosão dos sintomas agudos tem, geralmente, início depois da adolescência, entre os 18 e os 24 anos.

Apesar de não se conhecerem as causas desta patologia psiquiátrica, suspeita-se que o aparecimento dos primeiros sintomas se deva a razões genéticas. Contudo, João Marques-Teixeira diz que existem "factores ambientais (físicos, infecciosos, psicológicos, traumáticos e tóxicos, nomeadamente com a administração de substâncias de abuso)" que influenciam, sobremaneira, o surgimento da esquizofrenia.

Normalmente, a doença surge com "alterações na percepção ou na expressão da realidade", muito embora as manifestações mais frequentes sejam as "alucinações visuais ou auditivas". Esta patologia caracteriza-se, ainda, por "delírios persecutórios, desorganização do pensamento e da linguagem, assim como um grande défice social e profissional".


Diagnóstico precoce é meio caminho para sucesso terapêutico

A esquizofrenia altera, por completo, "as rotinas do seio familiar onde o doente está inserido". E, dado o impacto da doença, contribui para um desgaste emocional dos entes mais próximos. Embora em algumas situações o internamento hospitalar seja um meio de tratamento, João Marques-Teixeira admite que, de uma maneira geral, salvo raras excepções de elevada gravidade, "o doente diagnosticado e tratado precocemente pode fazer uma vida praticamente normal".

Contudo, o diagnóstico envolve uma natureza "complexa e longitudinal". Assim, "a melhor estratégia, perante uma alteração grave e súbita de comportamento de um adolescente ou jovem adulto, é pedir o apoio do médico de família ou de um psiquiatra", acrescenta.

Caso a medicação seja iniciada numa fase inicial da doença e sem interrupções, "em 75% dos casos há uma resolução positiva, com um prognóstico favorável na resolução das crises". Mas, para que isto aconteça, é preciso haver um envolvimento e uma psicoeducação do doente e da família.

Para além dos fármacos ("os mais usados, actualmente, dão pelo nome de antipsicóticos atípicos"), decorrentes de avanços científicos que permitiram o desenvolvimento de novas "substâncias eficazes e com menos efeitos acessórios", os tratamentos também implicam "o treino cognitivo e uma reabilitação psicossocial". Porém, e apesar de todos os esforços, os clínicos e a família deparam-se com alguns obstáculos na adesão ao tratamento, já que nem sempre "o doente aceita a patologia (porque não tem consciência da mesma)".

A somar aos factores intrínsecos do doente, "seguem-se as dificuldades de ressocialização" e o estigma da sociedade face à esquizofrenia. "Esta patologia suscita um sentimento de estranheza nas pessoas e induz a uma sensação de perigosidade", o que se constitui um dos motores de discriminação social. "Os doentes com esquizofrenia sofrem, ainda, de falta de apoios no nosso país."



Vida activa favorece recuperação

O filme "Uma mente brilhante", lançado em 2001, relatava a vida de John Forbes Nash, um matemático exemplar que, a dada altura do seu percurso profissional, começa a sofrer de alucinações. O diagnóstico confirma a existência de esquizofrenia, o que o obriga a redefinir o seu rumo da sua vida.


Embora a esquizofrenia se confunda com a genialidade, o psiquiatra João Marques-Teixeira afirma que esta relação não passa de um "mito". Segundo explica, "esta crença resulta, provavelmente, da bizarria comportamental dos génios". Mas a ligação entre a doença e alguns prodígios intelectuais é a "mesma que existe em outras patologias de foro psiquiátrico".


No entanto, sofrer de esquizofrenia também não é sinónimo de ignorância ou de debilidade mental. Um estudo dirigido por João Marques-Teixeira procurou precisamente avaliar a capacidade de aprendizagem destes doentes: "Os programas que facilitem a aquisição de estilos de vida mais saudáveis, em conjunto com a terapêutica e as medidas de natureza psicossocial, promovem uma maior integração social."


Os resultados deste estudo indicam que o grau de satisfação dos doentes face ao papel mais dinâmico que representam na sociedade. "De um modo geral, as variáveis ligadas ao estado emocional e à motivação intrínseca são fundamentais para essa aprendizagem. Tudo o que estimule o doente para uma vida activa e com sentido tem um impacto positivo na evolução da esquizofrenia", resume. Daí que se reforce a importância de um diagnóstico o mais precoce possível. Só assim se pode dar início a um tratamento adequado, que evite "um curso debilitante e com uma crescente insuficiência social".



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Friday, October 23, 2009

DOENÇA BIPOLAR: MANIA OU DEPRESSÃO?

Andreia Pereira

Até aos anos 70, a doença bipolar na infância e na adolescência era algo quase inimaginável, por se considerar que os sintomas que a criança manifestava eram próprios da idade. Hoje em dia, sabe-se que esta patologia psiquiátrica pode também afectar as camadas etárias mais jovens.

A doença bipolar na criança surge, normalmente, após a puberdade, após os 11 ou 12 anos, embora haja registos de casos pré-púberes. Segundo alguns estudos, a doença bipolar tem uma componente genética, pelo que "as crianças com parentes de primeiro grau são potenciais candidatos ao desenvolvimento da doença". Estes jovens manifestam alterações de humor, que varia entre a mania (elação do humor) e a depressão.

"O diagnóstico na criança é dificultado pela duração e variação dos episódios, já que, regra geral, não duram os sete dias que são necessário para se determinar um episódio de mania", explica a Dr.ª Paula Correia, pedopsiquiatra do Centro Hospital da Cova da Beira, na Covilhã.

Como a criança pequena não consegue transmitir através da linguagem verbal o que está a acontecer dentro de si, "é difícil para os outros (família e grupo de pares) entenderem o que se está a passar". E isto decorre do facto de haver uma "inconstância do humor", que alterna entre a euforia e a tristeza. Uma criança que sofre de uma doença bipolar pode, inclusive, manifestar sentimentos "megalómanos" face à realidade envolvente num momento, mas, passado algum tempo, sentir-se inferiorizada.

Na maioria dos casos a hiperactividade é um sinal muito frequente. Mas, segundo a pedopsiquiatra, têm de estar presentes outros sintomas como: "a grandiosidade, a fuga de ideias, a elação do humor". Com base nestes elementos consegue-se traçar um diagnóstico "preciso e longitudinal", que é efectuado ao longo do tempo. "É necessário ter em atenção a mudança de comportamento da criança e as alterações no estado mental", esclarece.

Já na adolescência, embora os sintomas sejam semelhantes aos da criança, com a diferença que têm um prolongamento maior no tempo, "há, ainda, o risco de tentativa de suicídio". Para evitar estas situações, para além da terapêutica farmacológica, que consiste na prescrição de estabilizadores de humor, "tem de haver um apoio psicológico dos jovens e da família".

Lidar com a doença

Para a especialista, a família é um ponto de suporte do doente bipolar. "Tem de haver uma retaguarda e uma capacidade de os elementos familiares se unirem", fundamenta a pedopsiquiatra. Embora não "haja fórmulas mágicas" para se agir com uma criança bipolar, "os progenitores devem entender as dimensões da doença".

Esta patologia, em certos casos, pode interferir com o rendimento escolar. Mas, de acordo com Paula Correia, tudo depende da "instabilidade emocional e dos períodos livres de doença". Contudo, cada caso é um caso e não há duas crianças iguais, mesmo aquelas que sofrem de uma doença bipolar.

Se houver períodos isentos de crises, a escola e os colegas podem nem se aperceber de que existe um problema". Apesar das variações de humor, em casos extremos de degradação do estado de saúde, como existência de psicose (delírios ou alucinações como ouvir vozes, ver pessoas que não existem) ou risco suicida, equaciona-se a hipótese de internamento hospitalar.

Capricho da idade?

Apesar de manifestarem alguns comportamentos mais agressivos ou desordeiros, as crises das crianças bipolares não são caprichos da idade. Quem o garante é Dr.ª Ana Isabel Bastos, psicóloga da Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares. Aliás, como garante a terapeuta, acima de tudo, os pais e os familiares mais próximos devem estar do lado da criança, de modo a conseguir explicar-lhe tudo o que se passa dentro de si e à sua volta.
"A intervenção clínica dos profissionais visa chegar até à criança e explicar-lhe o que é a doença. Isto acontece com recurso a jogos, a brincadeira, o jogo, para entendermos o que lhe vai na alma, porque a compreensão de uma criança é diferente de um adulto. E na infância ainda não estão adquiridas todas as competências de linguagem que lhe permitam expressar os sentimentos", assegura a psicóloga.

Dado que a criança passa grande parte do seu tempo na escola, a associação é convidada, em alguns casos, a deslocar-se às instituições de ensino, a fim de os profissionais darem formação aos professores. "Quando os docentes entendem os sintomas conseguem ser mais assertivos no tratamento com o aluno. Quando há um desconhecimento da doença, há uma tendência para catalogar de mal-educada, malcriada e que não respeita a autoridade."

O adolescente, comparativamente à criança, já consegue interrogar os profissionais sobre as suas dúvidas relativamente à doença e à toma da medicação. E, embora sofram de uma desordem bipolar, a psicóloga indica que a doença não lhes retira as crises típicas da idade, até porque "estes comportamentos de rebeldia fazem parte do desenvolvimento normal". Para Ana Isabel Bastos, acima de tudo, um comportamento própria da adolescência distingue-se da perturbação bipolar pela duração e intensidade dos sintomas. "

Compreender a doença
A Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB) dá apoio psicoeducativo, para que os pais e os familiares mais próximos saibam como lidar com uma criança ou jovem com perturbação bipolar. "Os progenitores têm de saber como lidar com os sintomas. Para além disso, devem entender que os comportamentos não dependem da vontade criança."
A partir do momento em que há um acompanhamento psicológico e médico, a medicação consegue fazer com que a criança tenha um comportamento mais estável. E esta situação, de acordo com Ana Isabel Bastos, vai permitir que os pais consigam lidar melhor com os sintomas da doença.

Para mais informações, contacte:
Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares
Morada da Nova Sede da ADEB, Centro de Reabilitação Psicossocial:Quinta do Cabrinha, Av. de Ceuta, n.º 53, Loja F/G, H/I e J1300-125 LISBOATel: 21 854 07 40/8Fax: 21 854 07 49Tlm: 96 898 21 50adeb adeb.pt Horário de funcionamento: De Segunda a Sexta-feira das 10:00 às 13:00 horas e das 14:00 às 18:00 horas.

Tuesday, October 20, 2009

DOSSIER: DOENÇA CELÍACA


Inês Moita

A doença celíaca é uma intolerância alimentar permanente ao glúten. É uma doença crónica do intestino que surge em pessoas com predisposição genética para desenvolver a patologia sempre que se ingerem alimentos contendo glúten. A ingestão de glúten vai provocar alterações no intestino que impedem a absorção normal dos nutrientes. As lesões manifestam-se através do achatamento das vilosidades intestinais e na diminuição da sua capacidade de absorção dos nutrientes.

O que é o glúten

O glúten é uma proteína que existe na composição de alguns cereais (trigo, centeio, cevada e aveia). O arroz e o milho não possuem glúten. O glúten funciona como um factor de agressão para o intestino em pessoas geneticamente predispostas, causando um achatamento da mucosa intestinal com atrofia das vilosidades intestinais e diminuição da sua capacidade de absorção (em condições normais as vilosidades do intestino delgado são o principal local onde os nutrientes necessários ao organismo são absorvidos).

Quais são os sintomas característicos da doença celíaca nos adultos

Nos adultos, a doença apresenta-se muitas vezes de forma atípica e em idades diversas, com queixas transitórias e sintomas nem sempre relacionados com o trânsito intestinal:


- Dores ósseas e cãibras;
- Inchaço nas extremidades dos membros;
- Tremores e alteração da sensibilidade dos pés e mãos;
- Alterações do ciclo menstrual/abortos sem motivo aparente/infertilidade;
- Prisão de ventre/diarreia;
- Cansaço crónico;
- Aftas recorrentes;
- Anemia, diminuição de cálcio, magnésio e potássio.


Como se manifesta habitualmente a doença celíaca nas crianças

A doença celíaca pode manifestar-se em qualquer altura após a ingestão de alimentos com glúten.
O seu aparecimento nas crianças é mais frequente nos dois primeiros anos de vida, mas a doença pode manter-se assintomática ou difícil de diagnosticar até à idade adulta.


Os sintomas mais frequentes na criança são:

- Diarreia crónica ou intermitente;
- Prisão de ventre;
- Atraso no crescimento;
- Aumento de peso insuficiente;
- Irritabilidade/tristeza;
- Vómitos.

Para além disso, a criança pode apresentar baixa estatura, emagrecimento, barriga distendida, pele seca e pálida e semblante triste. As suas fezes são ricas em gordura (uma vez que é mal absorvida), brilhantes, fétidas, volumosas e pouco consistentes.

Como se diagnostica


Sempre que se verificarem sintomas suspeitos da doença o médico deve pedir análises ao sangue e às fezes, que confirmam a existência de má absorção dos alimentos e pesquisar a existência de anticorpos no sangue característicos da doença celíaca:

- Anti-Gliadina;
- Anti- Endomisio;
- Anti-Transglutaminase (o mais específico).

No caso de estes exames se apresentarem positivos, a probabilidade de se tratar de uma doença celíaca é elevada, mas o diagnóstico necessita sempre de ser confirmado através de biopsia ao intestino, para que se possa identificar possíveis lesões intestinais típicas da doença.


Qual o tratamento


Actualmente, o único tratamento para a doença celíaca é uma dieta rigorosa sem glúten para toda a vida.


O tratamento de base da doença celíaca é a dieta sem glúten, tão rigorosa quanto possível, e mantida durante toda a vida.

Numa dieta sem glúten devem ser excluídos todos os alimentos que contém trigo, cevada, aveia e centeio. Os únicos cereais permitidos são o milho e o arroz.

Para que a dieta seja rigorosa o doente deve analisar sempre a composição dos alimentos, particularmente os de confecção industrial. Deve ainda ter presente que alguns medicamentos têm na sua composição excipientes que contêm glúten.

Para ajudar os doentes a identificar os alimentos comercializados que estão isentos de glúten a Associação de Doentes Celíacos fornece listas actualizadas destes alimentos.

Na fase inicial do tratamento, se a desnutrição for importante, alguns doentes necessitam de suplementos de vitaminas e minerais.

Embora seja raro, nas formas mais graves da doença poderá haver necessidade de instituir tratamentos complementares da dieta.


Alimentos permitidos na dieta sem glúten

- Peixe, carne e aves;
- Ovos, leite e iogurtes;
- Arroz, batata, frutos e verduras frescas em geral;
- Cereais de milho e arroz;
- Pão de milho e outros pães, bolos, bolachas e biscoitos confeccionados com farinha glúten (à venda nas casas de produtos dietéticos).

Alimentos a evitar na dieta sem glúten

- Derivados de trigo, centeio, cevada e aveia;
- Pão, bolos, biscoitos, doces de pastelaria, tostas e bolachas;
- Cereais de pequeno-almoço que contém trigo;
- Papas para bebés com excepção das de milho e arroz;
- Massas e pão ralado;
- Sopas de pacote, espessantes para molhos, cubos de caldo, caril em pó, molhos e refeições pré-confeccionadas;
- Chocolate, gelados, pudins, alguns queijos.



Fonte: MediaHealth Portugal

Saturday, October 17, 2009

VACINA - EFEITOS SECUNDÁRIOS

CÉLULAS ESTAMINAIS "FABRICAM" BYPASS BIOLÓGICO


Rita Hipólito

Investigadores norte-americanos identificaram um grupo de células estaminais capazes de fabricar novas artérias coronárias, abrindo assim portas a novas formar de tratar a arteriosclerose, uma das principais doenças cardiovasculares. As doenças cardiovascularessão a principal causa de morte no mundo ocidental. De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, só em Portugal, afectam meio milhão de pessoas.


A descoberta agora anunciada altera o paradigma de tratamento destas patologias. Os investigadores do Brigham and Women's Hospital de Boston catalogaram uma nova classe de células estaminais, as células progenitoras vasculares coronárias (CPVC).

A pesquisa em modelos animais, sugere que face a um bloqueio das artérias, estas células actuam construindo um bypass biológico. Uma alternativa de tratamento para doentes com problemas como arteriosclerose crónica e cardiomiopatias isquémicas, que ocorrem quando as artérias que fornecem sangue e oxigénio ao coração estão bloqueadas.

"Até agora, a investigação na área das células estaminais tem estado orientada para a reparação dos danos causados nos tecidos cardíacos, com bons resultados. Esta nova descoberta vem abrir portas a novos rumos, alterando dramaticamente o objectivo da terapia celular no coração isquémico; a prevenção de lesões do miocárdio torna-se o objectivo da terapia celular, em vez da reparação parcial de danos já estabelecidos" explica Patrícia Melo, Administradora Operacional da Future Health.

O recurso às células estaminais do sangue do cordão umbilical criopreservadas já é utilizado com sucesso no tratamento de 97 doenças. O seu potencial único permite ajudar a regenerar células danificadas e os respectivos órgãos, na terapêutica de doenças graves como deficiências medulares ou metabólicas, leucemia, imunodeficiências, linfomas, anemias potencialmente fatais e determinadas patologias cardíacas. As células estaminais do cordão umbilical já foram utilizadas, com sucesso, em mais de 20 mil transplantes nos últimos 20 anos.

A Future Health, com delegação em cerca de 15 países, é o primeiro banco familiar de sangue do cordão umbilical no Reino Unido (RU) a receber uma acreditação total como banco de tecidos humanos pela Medicines & Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA), do Departamento de Saúde do RU. Recebe cerca de 1000 amostras por mês, uma média de 30/40 por dia, provenientes de 40 países. Actua nas áreas da recolha, processamento e armazenamento das células estaminais do sangue cordão umbilical (hematopoiéticas) e das células estaminais do tecido do cordão umbilical (mesenquimais).

Fonte: Grupo Inforpress

Monday, October 12, 2009

DPOC- DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA

DOR CRÓNICA

TORCICOLO: PESCOÇO FORA DE SÍTIO



É fora de sítio que fica o pescoço quando se tem um torcicolo. A rigidez dos músculos causa dor e inviabiliza o movimento, mas a situação é quase sempre benigna e passageira.

À letra, com base nas raízes latinas, a palavra torcicolo significa precisamente aquilo que é: pescoço torcido. E o pescoço fica assim em consequência de uma contractura muscular, na maioria das vezes envolvendo o esternocleidomastóideo, o músculo imortalizado por Vasco Santana no filme "A canção de Lisboa".

É o principal músculo lateroflexor do pescoço e o único constituinte do grupo anterolateral (dos músculos do pescoço), assumindo essa designação devido às inserções que apresenta através dos seus tendões a três níveis (ossos) distintos: o Esterno, Clavícula e o Temporal (porção Mastoideia), respectivamente.

Por funcionar como um eixo, qualquer lesão que o afecte acaba por repercutir-se na mobilidade do pescoço. É o que acontece num torcicolo: o pescoço assume um posicionamento característico, ligeiramente rodado e inclinado para um lado, para a frente ou para trás.

Além da rigidez, dor e espasmos musculares caracterizam o torcicolo, cujas causas abrangem um vasto leque.

Tanto pode ser um movimento brusco como uma noite mal dormida, uma posição incorrecta no sofá ou à mesa, um esforço excessivo ou um golpe de frio. Mas também pode ter subjacente uma patologia: lesão cerebral ou da espinal-medula, tumor, toxinas, hipertiroidismo.

Alguns autores identificam na criança infecções das vias respiratórias superiores - amigdalite, faringite, otite, linfadenite cervical (inflamação de gânglios do pescoço), abcesso retrofaríngeo - como podendo estar na origem de um torcicolo agudo.

Estes são os chamados torcicolos adquiridos, mas há-os também congénitos, o que significa que estão presentes à nascença. São situações em que o bebé apresenta fibrose e encurtamento do músculo esternocleidomastóideo, o que poderá estar associado a uma má posição fetal ou a traumatismo durante o parto.

Certo é que as causas deste tipo de torcicolo ainda não estão completamente esclarecidas. No pescoço destes bebés é visível à nascença ou pouco depois (semanas ou meses, no máximo) uma massa muscular palpável.

Tende a desaparecer antes do primeiro ano, mas é conveniente iniciar quanto antes o tratamento, à base de fisioterapia - o objectivo é mobilizar o pescoço e a cabeça no sentido oposto ao da deformidade. Em casos raros pode ser necessário recorrer à cirurgia.

Quando o pescoço assume uma posição torcida é normal que haja dor, que tanto pode surgir espontaneamente como declarar-se após um movimento da cabeça. Contudo, forçar o pescoço a recuperar a sua posição central é uma atitude contraproducente, que pode acentuar ainda mais a dor.

O que é preciso é repousar, aplicando calor sobre a zona dorida e aplicando uma pomada anti-inflamatória, que ajuda a controlar a inflamação dos músculos. Aqui a suavidade é a palavra de ordem. Quando a dor é muito intensa pode encontrar-se alívio num analgésico. Em regra, e com estes cuidados, um torcicolo agudo desaparece ao fim de 48 a 72 horas. Se assim não acontecer há que consultar o médico.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Sunday, October 11, 2009

VÍRUS HERPES: REACTIVADO PELO FRIO

O vírus herpes pode ser desencadeado pelo frio: quando as temperaturas descem podem surgir nos lábios as pequenas lesões típicas da doença. Há então que tratar e prevenir o contágio: sem deixar de sorrir, mas talvez deixando de beijar...


A exposição solar e em menor grau o frio têm influência sobre o vírus herpes simples, responsável pelo herpes labial. Com o Inverno à porta, é de esperar que a temperatura baixe, o que, para quem vive com o vírus, pode ser sinónimo de um reactivar da doença.


O stress, a fadiga, a febre, as alterações hormonais também. Fazem com que o vírus "acorde". O primeiro contacto com o herpes simples dá--se, com frequência, na infância. Mas a doença pode não se manifestar de imediato. O vírus penetra no organismo e serve-se de um nervo como meio de transporte, em busca de um ponto onde se possa esconder, ficando inacessível ao sistema imunitário.


Este sistema de defesas está preparado para detectar os agentes agressivos, causadores de doenças, mas este vírus consegue escapar-lhe, ficando como que adormecido. Nesta altura do ano pode ser reactivado pelo frio. Ao fim de alguns dias, surgem na pele os sinais que o denunciam: primeiro o prurido e a vermelhidão, seguidos da erupção de pequenas vesículas repletas de fluido, que, numa fase posterior, se rompem e transformam em úlceras, a partir do que se inicia a secagem.


Este é um processo por fases, com cada surto de herpes labial a oscilar entre os cinco e os dez dias, em média, sendo que em cada pessoa pode ter uma duração e intensidade diferentes.


Em cerca de metade dos doentes, costuma anunciar-se com uma sensação descrita como um formigueiro ou uma picada ou queimadura. O herpes labial tanto pode incidir directamente nos lábios como na pele que os rodeia.


Num caso ou noutro, forma-se uma zona de eritema, que pode ser acompanhado de dor. É aí que surgem ligeiras elevações avermelhadas onde emergem pequenas vesículas dolorosas repletas de um líquido que contém milhões de vírus. No espaço de um a dois dias, acabam por se romper e libertar então o líquido infeccioso (é a fase mais contagiosa), formando-se uma ferida (úlcera, que constitui a fase mais dolorosa).


Mas é a partir daqui que se inicia o processo de cicatrização, com a dor a ceder lugar à comichão e a probabilidade de contágio a diminuir. A úlcera acaba por secar e a pele perde progressivamente o aspecto característico do herpes.



Prevenir o contágio

O herpes simples é um vírus com um elevado grau de infecciosidade, o que significa que o contágio é fácil. Tanto mais que se estima que cerca de 40 por cento dos doentes desconheçam que são portadores, não se tratando e constituindo, portanto, um importante veículo de transmissão do vírus.

O herpes labial transmite-se através do contacto directo com a pele infectada - beijar, partilhar objectos pessoais como copos e talheres pode ser suficiente para que o vírus se instale noutro organismo. Importa, pois, prevenir - o que se consegue adoptando cuidados como evitar furar as vesículas, lavar as mãos após tocar nas lesões, evitar beijar ou falar muito próximo de outras pessoas.


Importa, também, tratar e o mais precocemente possível, assim que se manifestam os primeiros sintomas. O objectivo é, por um lado, controlar a duração e intensidade do surto e, por outro, minimizar o risco de contágio. Estão disponíveis medicamentos específicos para o herpes labial, à base de aciclovir, uma substância que contribui para acelerar o processo de cicatrização e diminuir o incómodo causado pela doença.


Na maioria dos casos é suficiente a aplicação local de uma pomada ou gel (embora alguns autores não o recomendem), existindo também pequenos adesivos que atenuam os sintomas ao mesmo tempo que ajudam a disfarçar as marcas do herpes. Nas situações mais graves e recorrentes, pode ser necessária a administração de comprimidos.


Tratar precocemente não produz apenas alívio físico. Tem igualmente repercussões a nível psicológico, dado que o impacto visual do herpes labial pode causar desconforto e inibição nos contactos sociais e até afectar a auto-estima.


É um facto que o herpes labial não tem cura e que, uma vez instalado o vírus num organismo, pode bastar um período de stress ou uma temperatura mais pronunciada para o reactivar. Mas também é verdade que existem medicamentos e produtos farmacêuticos que ajudam a lidar eficazmente com este vírus. Os beijos continuam a ser desaconselhados, mas os sorrisos não...



Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Thursday, October 8, 2009

CASA S. JOÃO DE DEUS PROMOVE JORNADAS




'Encruzilhadas em Saúde Mental: Caminhar por Onde?' é o tema da quarta edição das Jornadas de Enfermagem de Saúde Mental da Casa de Saúde São João de Deus do Funchal.

As jornadas, promovidas pela Direcção de Enfermagem da Casa de Saúde, terão lugar nos próximos dias 8, 9 e 10 Outubro, no Centro de Congressos e Exposições da Madeira (junto ao Madeira Shopping).

Ao longo dos três dias de evento serão abordados temas como 'Exclusão e Vulnerabilidade Social', 'Sexualidade e Saúde Mental', 'Terapias Complementares', 'Adições: Alcoolismo e Toxicodependência', 'Prevenção e Reabilitação em Saúde Mental' e a 'Doença Mental na 1ª Pessoa no Dia Mundial da Saúde Mental'.

O programa conta com diversos conferencistas convidados, de várias áreas de intervenção, não só da saúde mental, como também das medicinas complementares, entre outras mais. Além das conferências, haverá também espaço para dois momentos de teatro e dramatização da responsabilidade de um Grupo de utentes em processo de Reabilitação Psicossocial e Animadores Culturais.

A sessão de abertura está marcada para as 9 horas do dia 8 de Outubro.

Fonte: Diário de Notícias

Sunday, October 4, 2009

HERMOFRODITAS CONTAM COMO LIDAM COM AS DIFERENÇAS

DENTES ALINHADOS



Alinhar os dentes e maxilares, corrigindo más posições, é o objectivo dos aparelhos que, cada vez mais, andam na boca de crianças e adultos. Para uma boca saudável mas também uma aparência mais agradável.

Mais ou menos discretos, deixam-se entrever em cada vez mais bocas e de todas as idades. São os conhecidos "aparelhos" dos dentes, a principal ferramenta da ortodontia, o ramo da medicina dentária que visa detectar, prevenir e corrigir as anomalias de dentes e maxilares.

Fala-se em geral de "dentes tortos" mas, sob esta designação, escondem-se problemas muito distintos, com os aparelhos a serem úteis quando os dentes superiores avançam muito em relação aos inferiores (retrognatismo) ou quando acontece o contrário e o maxilar inferior se sobrepõe ao superior (prognatismo).

Mas também quando os dentes estão encavalitados, por falta de espaço, e ainda quando há intervalos acentuados entre os dentes, por não se ter completado a dentição definitiva.

São apenas os exemplos mais comuns, mas há outras situações que podem justificar a intervenção de um especialista e a colocação do aparelho.

Em todos os casos há, no entanto, a preocupação de devolver à boca um alinhamento adequado de dentes e maxilares de modo a facilitar a articulação e a mastigação. É essencialmente uma questão de saúde pois dentes mal alinhados são dentes em risco: a higiene oral é dificultada, favorecendo-se a concentração de placa dentária e o consequente desenvolvimento de cáries e outras doenças dos dentes e das gengivas.

Além disso, quando há desacerto entre os dentes e os maxilares exerce-se uma pressão excessiva sobre os músculos envolvidos na mastigação, o que pode conduzir a alterações na estrutura dos maxilares e dores de cabeça, pescoço, ombros e costas.

Naturalmente que se colocam também questões estéticas: dentes mal alinhados prejudicam a aparência e, eventualmente, afectam a auto-estima.

O excessivo avanço dos dentes da frente ou a existência de dentes sobrepostos podem, por exemplo, levar a pessoa a escondê-los, retraindo-se nos contactos sociais. E as crianças são com frequência alvo da troça dos pares, conhecida que é a chamada crueldade infantil.

Discretos ou nem por isso

Não há uma idade limite para a colocação destes aparelhos, mas, em regra, não é preconizada para as crianças com a primeira dentição, excepto se os dentes da frente estiverem de tal forma avançados que haja risco de se quebrarem (em caso de uma queda, por exemplo). Nestas idades, a má posição dos dentes pode estar associada a hábitos como chuchar no dedo, pelo que os especialistas optam por esperar, no mínimo, até aos sete anos. Em geral, aguarda-se pela erupção dos dentes definitivos, avaliando caso a caso a necessidade de intervenção.

Os aparelhos ortodônticos funcionam exercendo pressão sobre os dentes e os maxilares, de modo a produzir os ajustamentos desejados.

Os mais utilizados são os chamados aparelhos fixos, constituídos por brackets, arames e bandas - os brackets são pequenos quadrados que se colocam na face externa dos dentes; são ligados entre si por arames; já as bandas são fixas à volta dos dentes que servem de pilar ao tratamento; há ainda que contar com os elásticos que seguram os arames aos brackets e que actualmente são verdadeiros arcos-íris, havendo-os de todas as cores, dos mais discretos aos fluorescentes.

Estão ainda disponíveis aparelhos amovíveis, usados também para alinhamento de dentes e que constituem uma alternativa aos brackets tradicionais nos adultos. Não se notam e são retirados para as refeições e higiene oral.


Persistência e cuidados extra

Um tratamento de ortodontia prolonga-se, quase sempre, por mais de seis meses, podendo estender-se até dois anos. No intervalo, são feitos reajustes mensais à tensão exercida pelos arames, de modo a progressivamente corrigir a posição dos dentes. É, pois, um tratamento que exige paciência e determinação, até porque a adaptação nem sempre é fácil: a colocação do aparelho causa algum desconforto e até dor, podendo interferir na mastigação, mas o incómodo vai-se atenuando.

Nesse percurso são necessários alguns cuidados, nomeadamente evitando alimentos que podem ser nocivos para os dentes e praticando uma rigorosa higiene oral. Pastilhas elásticas, caramelos, bolachas duras, cenouras cruas, doces e bebidas gaseificadas são de evitar, uns porque se colam aos dentes e às partes do aparelho, dificultando a sua remoção, outros porque a sua consistência exige um esforço acrescido na mastigação (podendo partir ou dobrar os arames) e outros ainda porque contêm açúcar, uma das causas das cáries dentárias.

Quanto à higiene oral, é importante que haja maior cuidado, na medida em que a placa bacteriana se pode acumular em volta do aparelho, o que dificulta a sua remoção e põe em risco o sucesso do tratamento. Dentes e brackets devem ser mantidos rigorosamente limpos sob pena de o esmalte dentário ir descalcificando e abrindo caminho a cáries e doenças das gengivas. As lesões no esmalte resultam em manchas brancas nos dentes, que permanecem visíveis - e inestéticas - depois da remoção do aparelho.

Este esforço acrescido compensa: um tratamento bem sucedido é sinónimo de dentes mais duradouros, de uma boca mais saudável e de uma aparência mais agradável.

Aparelhos "saudáveis"

O sucesso do tratamento de ortodontia depende muito dos cuidados com a higiene oral e com a alimentação. Assim, deve:

• Escovar-se os dentes rigorosamente pelo menos duas vezes por dia mas idealmente após todas as refeições;

• Usar-se uma escova pequena, com filamentos suaves com uma extremidade arredondada;

• Usar uma solução de pré-escovagem, que facilita a remoção da placa;

• Bochechar com elixir fluoretado ao deitar;

• Evitar alimentos duros ou de consistência pegajosa;

• Evitar doces e bebidas refrigerantes ou gaseificadas.

Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Thursday, October 1, 2009

TIRÓIDE: O "EFEITO BORBOLETA" DO CORPO HUMANO



Andreia Pereira



Quase não damos pela sua existência, mas é um facto que a tiróide, uma glândula que se situa na região do pescoço, ocupa uma posição fulcral na regulação de diferentes órgãos e sistemas do corpo humano. Conheça as disfunções desta glândula, em forma de borboleta, que afecta cerca de 10% da população portuguesa.



Mede pouco mais de quatro centímetros, mas, apesar do tamanho, as funções que assume no corpo humano são de extrema importância. A tiróide é responsável "pela regulação do crescimento, controlo do peso e do apetite", diz o Dr. Jácome de Castro, presidente da Secção da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal.



Segundo o especialista, os distúrbios associados a esta glândula afectam perto de 10% da população portuguesa, particularmente do sexo feminino, entre a terceira e a quinta década de vida. Mas, apesar de em alguns casos as disfunções da tiróide serem "incapacitantes", existem "tratamentos que permitem solucionar o problema".



Entre as causas de mau funcionamento da tiróide encontra-se o hiper e o hipotiroidismo. "Cerca de 2 a 3% dos adultos sofrem de hipotiroidismo, uma situação em que a tiróide apresenta dificuldades de funcionamento, devido à produção de anticorpos que inibem a acção desta glândula", completa.



Cansaço, prisão de ventre, sonolência, aumento da sensibilidade ao frio, queda de cabelo, dores musculares, aumento de peso, alterações menstruais são geralmente as queixas apontadas pelos doentes que sofrem de hipotiroidismo. No entanto, como salienta Jácome de Castro, há que ter em atenção que estes sintomas podem estar presentes em outras situações.



"Os médicos de família têm um papel importante no diagnóstico destas patologias, já que, no caso do hipotiroidismo, uma mera análise é o suficiente para obter um diagnóstico preciso." A maioria dos casos de hipotiroidismo é "facilmente tratável" e "apresenta uma taxa de sucesso de quase cem por cento", com recurso a medicamentos que substituem com perfeição" a hormona da tiróide.

Quando a tiróide funciona demais



O hipertiroidismo é uma situação geralmente provocada pela acção de anticorpos. Mas, contrariamente ao hipotiroidismo, neste caso a tiróide é estimulada a funcionar em demasia. Segundo Jácome de Castro, os doentes com este quadro clínico apresentam sintomas de "irritabilidade, palpitações, insónias, tremores nas mãos, perda de peso, suores, diarreias e, muitas vezes, alterações nos olhos".



O diagnóstico desta patologia, à semelhança do que acontece com o hipotiroidismo, é confirmado com recurso a uma análise laboratorial. "Em muitos casos, poderá ser necessário fazer uma ecografia ou uma cintigrafia." Para se obter um diagnóstico preciso, é necessário que "os médicos estejam alerta para estas patologias", advoga o especialista.



Para estes casos, o tratamento passa "pela administração de medicamentos antitiroideus, que inibem a produção de hormonas, através da administração de iodo radioactivo ou com recurso a cirurgia". A taxa de sucesso destes tratamentos ronda os cem por cento, mas, para tal, "é preciso escolher a terapêutica certa no momento certo".


A cirurgia pode envolver a extracção de apenas uma parte da tiróide (no caso de a produção excessiva se localização numa região específica) ou a sua retirada total. Este procedimento implica que, após a remoção integral da tiróide, se faça um tratamento de substituição.

90% dos nódulos têm origem benigna
De acordo com Jácome de Castro, cerca de 4 a 5% dos adultos apresentam nódulos na tiróide com mais de um centímetro. "Situações como esta devem ser observadas por um endocrinologista, para avaliar a natureza do nódulo. No caso de se constatar que o nódulo é benigno, os doentes devem ser acompanhados anualmente", fundamenta. Embora a maioria dos nódulos não aumente de tamanho, é necessário proceder a uma ecografia e uma análise da função tiroideia. Trata-se de um método que permite vigiar um eventual crescimento do nódulo ou uma alteração na sua função.



Do total de casos, perto de 90% dos nódulos que aparecem na tiróide têm uma origem benigna. Os restantes 10% podem evoluir para cancro. Mas a boa notícia é que a esmagadora maioria dos carcinomas da tiróide são curáveis. "Para que isto aconteça, é preciso diagnosticar precocemente", ressalva.



Quando se detecta um cancro na tiróide, o tratamento primário passa pela remoção integral desta glândula. Segundo as informações que constam no site do Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia (http://www.spedm-tiroide.org/), estes tumores geralmente têm bom prognóstico: "a cirurgia é curativa na maioria dos casos e não causa dor nem incapacidade". Após a cirurgia, os especialistas prescrevem o tratamento à base de hormona tiroideia, para "que o organismo se mantenha normal", diz a mesma fonte.

SPEDM alerta para disfunções da tiróide
A Sociedade Portuguesa de Endocrinologia (SPE) criou, há dez anos, uma secção dedicada ao estudo da tiróide. Jácome de Castro, presidente deste Secção, enumera os principais objectivos:
- Sensibilizar a população para as doenças da tiróide, distribuindo brochuras e panfletos em farmácias e hospitais, para além de disponibilizarem as informações online;
- Promover a articulação com os especialistas de Medicina Geral e Familiar, criando consensos de actuação;
- Impulsionar a investigação clínica e epidemiológica das doenças da tiróide no nosso país;
- Incentivar a relação da Endocrinologia portuguesa com grupos europeus e americanos.

Portugal recebeu Congresso Europeu da Tiróide
A cidade de Lisboa foi o palco da 34.ª edição do Congresso Europeu da Tiróide. O número de inscrições e de trabalhos científicos apresentados neste evento ultrapassou as expectativas de anos anteriores. "Batemos todos os recordes e pensamos que será um grande estímulo para a Endocrinologia portuguesa", remata Jácome de Castro, presidente do Congresso.

Fonte: Jornal do Centro de Saúde

 

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