Os médicos que exercem funções nos centros de saúde das zonas rurais vão continuar a contar com o subsídio de fixação à periferia, ao contrário do que acontece, desde sexta-feira, com os enfermeiros nas mesmas circunstâncias. A justificação, segundo o secretário regional dos Assuntos Sociais, deve-se a carência de clínicos na periferia.
"Há ainda uma falta de profissionais médicos a exercerem funções na periferia", disse Francisco Jardim Ramos + , ontem, à margem do encontro científico BIOSTEC 2008, acrescentando que "o número de enfermeiros é suficiente para suprir as nossas necessidades".
Para o presidente do Sindicato dos enfermeiros + , a retirada do subsídio é "quase um desincentivo à promoção dos Cuidados de saúde + primários", numa região onde estes "são vistos como os melhores a nível nacional", disse Juan Carvalho + .
Ao contrário de há 30 anos, os profissionais de enfermagem "quase que fazem todo o seu trabalho fora dos centros de saúde, em casa das pessoas", justificou, acrescentando que muitas vezes são as visitas domiciliárias, cujos tratamentos e cuidados básicos são da responsabilidade dos enfermeiros, são o "alerta para determinadas situações que exigem a ida de outros profissionais". Além disso, é "contra-natura". Segundo Juan Carvalho, representa uma quebra na lógica das reformas em curso no sector da saúde.
O presidente do sindicato dos enfermeiros admite que o subsídio estava desajustado à realidade mas não compreende a frieza e distância com que esta medida foi tomada "sem falar com os enfermeiros, sem negociar com as organizações sindicais uma reapreciação e reenquadramento deste subsídio".
"Olhou-se apenas para a questão económica sem olhar para a questão da promoção da saúde e da proximidade dos cuidados", rematou.
Fonte: DN