O hirsutismo, excesso de pêlos nas mulheres, afecta já entre 5 a 8% da população mundial, disse hoje o endocrinologista Jorge Dores, à margem do IX Congresso Português de Endocrinologia + .
Em declarações à agência Lusa, Jorge Dores, endocrinologista no Hospital de Santo António + , disse não ter dados sobre a incidência deste problema nas mulheres portuguesas, mas sublinhou que 5 a 8% da população mundial é muito significativo.
O especialista adiantou que a população afectada pelo hirsutismo é muito heterogénea, sendo, por exemplo, mais frequente nas mulheres da Europa mediterrânea do que nas nórdicas, o que se deve a uma base genética.
O hirsutismo apresenta-se de forma variável, sendo a mais frequente a face, tendo em conta que é a zona em que as mulheres mais se vêem obrigadas a procurar ajuda médica.
A causa do hirsutismo está em 80% dos casos relacionada com um desequilíbrio hormonal, nomeadamente com o excesso de hormonas masculinas.
Este sinal aparece, sobretudo, na mulher na idade fértil porque depois da menopausa é pouco frequente, acrescentou Jorge Dores.
O hirsutismo feminino não é uma doença mas sim um sinal de que algo está em desequilíbrio no organismo, pelo que o primeiro passo para resolver o problema é descobrir a causa para depois avaliar-se a terapêutica a utilizar de modo a devolver o equilíbrio ao organismo, explicou o especialista.
Se a causa for um tumor da supra-renal ou do ovário a terapêutica passa pela cirurgia.
Se a causa for o excesso de produção de hormonas masculinas, o tratamento passa pela prescrição de uma pílula com elevado nível de prostagénio e com acção anti produção de hormonas masculinas pelo ovário.
Jorge Dores ressalvou que, além do tratamento médico de base que actua no organismo, há tratamentos complementares que podem ser seguidos como as depilações, tendo em conta que na maioria das vezes o hirsutismo torna-se um problema de estética.
O especialista foi o orador do painel «A intervenção diagnóstica e terapêutica no hirsutismo», no âmbito do IX Congresso Português de Endocrinologia, que decorre até domingo, em Lisboa.
Fonte: Diário Digital / Lusa