A criação de programas organizados de rastreio do cancro do Colo do útero + para acabar com "mortes evitáveis" de mulheres é o objectivo de uma petição hoje entregue simbolicamente no Parlamento Europeu (Bruxelas).
"Mesmo com tecnologias e vacinação disponíveis há mortes de mulheres que acontecem e podiam ser evitadas", sublinhou Imelda Read, presidente da Associação Europeia contra o Cancro do Útero + (ECCA), na véspera da entrega do documento, na altura em que decorre a Semana Europeia de prevenção deste tipo de cancro.
A responsável referiu que as tecnologias precisam agora de "decisões políticas" para serem implementadas e terminar o "escândalo" de existirem "mortes evitáveis".
Na Europa, o cancro do colo do útero afecta anualmente 50 mil mulheres, das quais 20 mil morrem.
Combater a "ignorância popular", que "defende mitos como o da vacina promover a promiscuidade sexual", é outro dos obstáculos a combater numa "doença que é silenciosa", referiu, por seu turno, a directora da Associação norte-americana Mulheres no Governo, Debra Lee Hovey.
Para a deputada cipriota, Stella Kyriakidou, também se deve apostar na educação para que as mulheres não recusem o rastreio por receio "de encontrarem algum problema que preferem não conhecer" e para que discutam o "tabu da Sexualidade + " ligada a esta patologia.
Os programas de rastreio podem prevenir até 80 por cento dos casos de cancro aliados às novas tecnologias como a citologia (retirada de células do útero) em meio líquido, o teste do vírus do Papiloma Humano, bem como a vacina contra o HPV + podem praticamente erradicar a doença.
Até ao momento sete países na Europa organizaram programas de rastreio.
Para aumentar este número a petição da ECCA foi lançada em Setembro, com o objectivo de recolher um milhão de assinaturas.
Portugal foi líder no número de signatários desde 16 de Novembro até segunda-feira, quando foi ultrapassado pela Croácia.
De acordo com os últimos números disponíveis, os croatas, depois de uma intensa campanha no fim-de-semana, chegaram às 39.320 assinaturas contra as 31.505 de Portugal.
Fonte: Agência Lusa