Monday, January 28, 2008

TRÊS HORAS PARA EVITAR UM AVC

De todas as causas de morte por doença em Portugal, o Acidente vascular cerebral + (AVC) é responsável por 34% dos óbitos. E deixa muita gente com incapacidades. Aquela cifra duplica a de Espanha e ganha ainda tons mais carregados se comparada com a generalidade dos países europeus. E, no entanto, há atalhos para a evitar. Prevenção e intervenção precoce, recomendam os especialistas, enquanto o Alto Comissariado da Saúde + lança campanhas e vai semeando no país pontos hospitalares vocacionados (vias verdes) para dar atendimento prioritário às pessoas com suspeitas de AVC.


A campanha oficial lançada no começo do mês divulga sintomas e exorta os portugueses a chamar o 112 sempre que haja inícios de acidente vascular cerebral. Com um tratamento quase imediato, a sobrevivência será bastante mais provável.



O consenso é internacional, explica-nos o neurologista Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, que hoje abre o seu congresso sobre o tema, em Cascais, com 400 participantes de diversas especialidades. Após os primeiros sintomas, há, no máximo, três horas para intervir, contando já o tempo de exames e terapêutica no hospital. Tudo tem de ser muito rápido, desde o transporte, à realização de uma TAC e à ministração de um tratamento neuroprotector ou trombolítico.



São estes cuidados de emergência que vão permitir diluir o trombo que impede a irrigação do cérebro. Castro Lopes que, ao longo de mais de duas décadas foi director de serviços no Hospital de S. João, no Porto, faz questão de distinguir o acidente vascular cerebral (ou trombose cerebral), que afecta a irrigação do cérebro e compromete as funções deste, das doenças vasculares periféricas (que afectam os membros e depois os órgãos vitais). As doenças vasculares cardíacas são as que, também pondo em causa a circulação, afectam o coração, provocando o enfarte. Explica ainda o professor Castro Lopes que entre 80 a 85% dos AVC se devem a falta de irrigação sanguínea, enquanto 15% a 20% são provocadas por hemorragias dentro do próprio cérebro, tornando-se mais brutais.




Assumindo-se como o decano dos médicos que se têm preocupado com o combate ao AVC em Portugal, Castro Lopes lembra princípios de precaução elementares controlar a Tensão arterial + , não Fumar + , controlar doenças de coração com potencial detonador como as arritmias, prevenir a Diabetes + e não ter vida sedentária.



Ainda assim, reconhece, pode haver factores familiares a influenciar a predisposição para a doença. Depois dela ocorrer, e dependendo muito da prontidão com que são prestados cuidados médicos, as sequelas podem marcar a vida dos doentes. Mesmo esta pode continuar ameaçada em 20% dos casos no mês seguinte. A recuperação nem sempre é total e os movimentos da perna ou braço podem ficar comprometidos. Na opinião de Castro Lopes, a Fisioterapia + deve começar muito cedo e deverá manter-se, ainda que o doente recupere movimentos.


Fonte: JN

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