Investigadores norte-americanos desenvolveram um microchip que consegue isolar, enumerar e analisar células cancerígenas que se encontrem na circulação sanguínea, a partir de uma pequena amostra de sangue, anunciou a revista «Nature».
Segundo informa a publicação, “as células cancerígenas que se encontram na circulação sanguínea são provenientes de tumores sólidos e encontram-se neste fluxo numa escala de uma para mil milhões de células”, concretizando que, “devido à sua raridade, não tem sido, até agora, possível detectá-las para obter informações pertinentes.”
Neste sentido, a revista divulga que, uma equipa do Hospital Geral de Massachusetts (HGM), nos Estados Unidos, criou um novo dispositivo, denominado “CTC-chip”, destacando que, “tem potencial para ser uma valiosa ferramenta para monitorizar e guiar os tratamentos contra o cancro.”
Daniel Haber, director do Centro para o Cancro do HGM e co-autor do estudo publicado na revista «Nature», salientou que “a utilização de nanofluidos para encontrar estas células tão raras é algo de revolucionário, pois é a primeira aplicação desta tecnologia num grande e importante problema clínico.”
Ao ressalvar que, “apesar de ser necessário ainda muito trabalho”, o investigador frisou que esta abordagem “aumenta a possibilidade de se monitorizar a resposta dos tumores aos tratamentos de forma rápida e não invasiva”, explicando que “permite fazer mudanças caso o tratamento não esteja a resultar e tendo ainda potencial para fazer a detecção precoce da doença em pessoas com elevado risco de desenvolverem cancro.”
De acordo com um comunicado do HGM, “o dispositivo desenvolvido utiliza um chip coberto por 80 mil pontos microscópicos, cada um com um anticorpo capaz de atrair uma proteína existente na maior parte dos tumores sólidos. Estas são assim atraídas e aderem ao chip, tendo vários testes demonstrado que, mesmo células cancerígenas com baixos níveis da respectiva proteína, foram atraídas pelo chip.”
Os investigadores testaram a nova tecnologia em 68 pacientes com cinco tipos diferentes de cancro: pulmões, próstata, peito, pâncreas e colo-rectal. Ao todo, foram testadas 116 amostras de sangue, tendo o “CTC-chip” sido eficaz em 99 por cento dos casos.
Fonte: Farmácia