A altura dos homens portugueses está a aumentar cerca de um centímetro por década, prevendo-se que em 2010 a média seja ligeiramente superior a 1,73 metros. Ainda assim, dados de 2000 compilados num recente estudo antropológico mostram que os portugueses continuam a ser os mais baixos da Europa, com uma média de 1,72 metros.Os portugueses mais altos são de Lisboa e os mais baixos da Madeira, devido às condições de vida nestas regiões, mas a diferença entre grandes e pequenos tem diminuído nos últimos anos.
"É teoricamente possível dizer que os distritos mais desenvolvidos têm as pessoas mais altas", explica a antropóloga Cristina Padez, que comparou as alturas de homens com 18 anos inscritos no recrutamento militar entre 1904 e 2000. Há oito anos Lisboa e Braga eram os distritos com pessoas mais altas, com uma média de 172,79 centímetros e 172,67 centímetros, respectivamente. No fim da lista estavam a Madeira (170,67) e Castelo Branco, Coimbra e Leiria (171,31). A diferença entre os mais altos e os mais baixos diminuiu nos cem anos abrangidos pela análise.
Comparando os 20 distritos de Portugal, a diferença entre os homens mais altos e os mais baixos era de 2,29 centímetros em 2000, quando em 1904 era de 4,7.
Cristina Padez explica que o crescimento em altura está directamente relacionado com as condições de vida, nomeadamente a Nutrição + , assistência à doença ou grau de instrução, razão porque os mais altos são os dos grupos socio-económicos mais desenvolvidos.
A título de exemplo, os especialistas estabelecem uma relação entre o aumento do consumo de leite e o crescimento. Estudos no Japão concluíram que o consumo de leite nos jovens depois da segunda Guerra Mundial foi uma das mais importantes causas de aceleração do crescimento em altura.
Também em Portugal o consumo de produtos como leite, carne, açúcar e ovos aumentou entre as décadas de 60 e de 90 provocando um aumento do consumo de calorias de 2671 calorias por dia em 1960 para 3577 trinta anos mais tarde.
Oantropólogo António Piedade, professor da Universidade de Lisboa, relembra que os períodos de crise, como as guerras, em que os constrangimentos alimentares e de condições de saúde são grandes, condicionam o processo de crescimento.
Dentro do corpo humano, o que mais contribui para o fenómeno do aumento do tamanho são as pernas, uma vez que os ossos mais longos são os que estão mais sujeitos às pressões ambientais.
Fonte: JN
