Compensar o riscoTeve ontem lugar a primeira reunião entre a secretaria regional dos Assuntos Sociais e o Sindicato dos Enfermeiros da Madeira + , após a suspenção da portaria que retirava aos enfermeiros o subsídio de fixação à periferia e que levantou alguma polémica entre a classe, já que este apoio mantinha-se para os médicos.O encontro negocial não chegou a durar trinta minutos, mas, à saída, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, Juan Carvalho + , estava satisfeito por ter havido «por parte da secretaria uma sensibilidade bastante grande para discutir com o sindicato esta matéria».
É que, quando a portaria 6/2008 foi publicada a 23 de Janeiro, o sindicato manifestou o seu desagrado por não ter sido ouvido, tendo pedido uma reunião com o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos + , que ontem veio a concretizar-se. Entretanto, o Governo suspendeu a portaria, argumentando que esta visava apenas uma classe profissional, «decisão essa extremamente positiva e dá-nos espaço para amadurecermos esta questão», considera Juan Carvalho.
Aquele líder sindical reconhece que o subsídio de fixação à periferia «já não faz muito sentido», por isso agora começou a ser discutido «um incentivo para compensar o risco que os enfermeiros correm na prestação de cuidados na área de Cuidados de Saúde Primários e é nesta perspectiva que temos que discutir esta nova concepção do subsídio».
O apoio à fixação nas zonas rurais deu frutos. Todavia, passados 30 anos, a realidade da rede viária é outra, por isso agora há que discutir «a essência da prestação de cuidados de enfermagem nos centros de saúde, conjugando isto com aquilo que é a reforma que a Secretaria quer fazer dos Cuidados de Saúde Primários, juntamente com os Cuidados Continuados», explicou Juan Carvalho.
Nos próximos dias, a Secretaria dos Assuntos Sociais vai nomear o grupo de trabalho, que será constituido por vários grupos profissionais da área da Saúde, que irá trabalhar a proposta do Governo e do Sindicato. Os enfermeiros aguardam agora uma resposta da secretaria para iniciar assim o processo negocial por causa do subsídio de fixação que abrangia cerca de 500 profissionais que exercem funções nos centros de saúde dos concelhos rurais.
Fonte: JM
