Friday, March 28, 2008

EXERCÍCIO NA DIABETES



Duarte Galvão

A American Diabetes Association redefiniu recentemente a diabetes mellitus como sendo um grupo de doenças metabólicas caracterizada por hiperglicémia que resulta de um défice na secreção de insulina, na acção da insulina, ou de ambos. Os termos tipo I e tipo II são, actualmente, de uso exclusivo para se referir insulino-dependência ou não insulino dependência, ou diabetes mellitus, respectivamente.



A diabetes mellitus é um factor de risco importante para as doenças cardíacas e é a principal causa de cegueira no adulto, amputação, insuficiência renal e a quarta principal causa de morte.


Os principais benefícios do exercício num indivíduo com diabetes mellitus tipo II são a melhoria do controlo glicémico e a perda de peso, assim como a melhoria de parâmetros de saúde cardiometabólica, auto-estima e sensibilidade à insulina.


Adicionalmente, os indivíduos que são fisicamente activos têm menor probabilidade de desenvolver diabetes mellitus tipo II, relativamente aos indivíduos sedentários.


As seguintes considerações devem assumir particular importância quando se prescreve exercício físico a indivíduos com diabetes mellitus:


• Devido ao maior risco de doença cardíaca, ir ao médico para avaliação e obtenção de um atestado.


• Monitorizar a glicose sanguínea regularmente, isto é, antes, durante e depois do exercício.


• Conhecer os sinais e sintomas de hipoglicémia, nomeadamente, tremores, nervosismo (ansiedade), sudação e cefaleias.


• Precauções ambientais durante condições extremas de calor ou frio. Ter cuidados próprios com os pés, devido à probabilidade de neuropatia periférica (disfunção do sistema nervoso). Se existir evidência de neuropatia, evitar actividades de alto-impacto.


• Ter atenção à frequência cardíaca, que, devido à neuropatia, pode não ser um indicador válido da intensidade do exercício.



• Equilibrar devidamente a ingestão de hidratos de carbono e medicação para evitar a hipoglicémia.



• Evitar praticar exercício se a glicose sanguínea exceder os 300mg/dl.



• Evitar praticar exercício durante o pico de actividade de insulina durante um período de uma hora após as injecções intramusculares e os exercícios realizados ao fim da tarde.



• Progredir gradualmente, principalmente com os indivíduos sedentários e/ou com excesso de peso.


• Se existir evidência de retinopatia (destruição das arteríolas retinianas com possível descolamento), ou de nefropatia (doença dos rins), evitar exercícios de elevada intensidade e de alto impacto.


• Enfatizar a responsabilidade pessoal no controlo da doença e a importância do controlo dos níveis de glicose sanguínea, sob supervisão médica.




As linhas orientadoras para a prescrição do exercício para indivíduos com diabetes tipo I enfatizam a regularidade, e para a diabetes tipo 2 dão maior relevância ao gasto calórico total, à glicose sanguínea e ao controlo de peso.




Principais recomendações



Frequência: Cinco a sete dias/semana. Sugere-se diariamente aos indivíduos com diabetes tipo 1 para optimizarem o seu controlo da glicose sanguínea.


Tempo (Duração): 20 a 60 minutos por sessão. Considere a possibilidade de duas sessões diárias mais curtas para maximizar o gasto calórico dos indivíduos com diabetes mellitus tipo II.



Intensidade:



Diabetes Tipo I, 40-85% VO2 Reserva ou
FC Reserva, 55 a 90% FC máxima


Diabetes Tipo II, 40-70% VO2 Reserva ou FC
Reserva, 55 a 80% FC máx., escala de Borg
11- 16



Tipo (Modalidade): exercício aeróbio complementado com treino de resistência muscular.





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

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