Tuesday, October 28, 2008

O LEITE NO COMBATE À OSTEOPOROSE



Os ossos passam por um processo de constante remodelação, ao longo de toda a vida. O equilíbrio entre a desmineralização (degradação do tecido ósseo velho) e remineralização (deposição de tecido ósseo novo) altera-se à medida que a idade avança, tendendo para um maior enfraquecimento. A nutricionista Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa (CNAM), Fernanda Cruz, ajuda-o a perceber de que forma o leite se assume como um forte aliado para ossos fortes e saudáveis, em todas as etapas da vida.





O que é o cálcio e quais as suas funções no organismo?




O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano. Mais de 90% do cálcio presente no nosso organismo encontra-se nos ossos e dentes; o restante encontra-se nas células e em circulação no sangue. Para além de fazer parte da estrutura dos ossos, o cálcio é necessário para a contracção muscular, transmissão nervosa e coagulação sanguínea. Se não ingerirmos cálcio em quantidades suficientes, o organismo recorre às reservas de cálcio nos ossos para a manutenção das suas funções.





Qual a importância do leite?




O leite é um alimento de elevada densidade nutricional, pois aporta uma grande variedade de nutrientes importantes para o bom funcionamento do nosso organismo. A sua composição nutricional distingue-se de todos os outros alimentos. Por isso, ao leite e seus derivados pertence uma fatia importante da Roda dos Alimentos: 18% da nossa alimentação diária. Vários estudos assinalam que a ingestão de leite e outros produtos lácteos aumenta a densidade nutricional e a qualidade da alimentação.





Como é composto o leite?




O leite é rico em proteínas de alto valor biológico, que nos oferecem todos os aminoácidos essenciais, em vitaminas A, B2 e B12. É, ainda, uma excelente fonte de minerais, como o cálcio, fósforo, potássio e zinco. O leite e produtos lácteos são os maiores fornecedores de cálcio na nossa alimentação, porque as porções habituais de consumo contêm elevado teor de cálcio, relativamente a outros alimentos (ex.: vegetais de folha verde escura, leguminosas, frutos secos) e, por outro lado, o cálcio proveniente dos alimentos lácteos é bem absorvido pelo nosso organismo.





Quais as razões que provocam a perda de massa óssea?




A perda de massa óssea está relacionada com vários factores. Entre os principais factores contam-se a idade, um estilo de vida sedentário e uma alimentação pobre em cálcio e vitamina D. A alimentação é um dos principais factores que influenciam o desenvolvimento de osteoporose. O consumo excessivo de álcool e cafeína são promotores do desequilíbrio a favor da perda de massa óssea, por isso, há que evitar exageros.





De que forma o cálcio ajuda a prevenir a osteoporose?




A ingestão de cálcio é um factor importante na formação de ossos saudáveis. O cálcio que o nosso corpo necessita só pode ser obtido através da alimentação. Se ingerimos cálcio suficiente, contribuímos para a remineralização dos ossos e, ao mesmo tempo, contrariamos a necessidade de gastar as reservas de cálcio dos ossos para outras funções no organismo.




O consumo de cálcio é importante durante toda a vida. Na infância e adolescência ajuda à construção de ossos fortes e contribui para atingir o pico máximo de massa óssea. Durante a idade adulta e nos mais velhos, o cálcio é importante para manter e reparar a massa óssea, contrariando a degradação excessiva ou acelerada. Mesmo nas pessoas que já têm uma densidade de massa óssea inferior ao normal, a ingestão de cálcio é importante para reparar os ossos e contribuir para travar ou abrandar a evolução da doença.






Qual o peso da alimentação na manutenção da saúde?




Actualmente, a nossa sociedade caracteriza-se pela falta de tempo e por uma alimentação que converge para a monotonia. Por esta razão, há espaço para a ocorrência de desequilíbrios nutricionais. Uma alimentação equilibrada que inclua alimentos especiais desenvolvidos para grupos específicos da população pode apresentar-se como uma ajuda importante para manter a saúde e bem-estar.




O leite apresenta um perfil de eleição para funcionar como veículo de enriquecimento da alimentação diária, porque é um alimento com elevado valor nutricional e com um lugar reconhecido no contexto de uma alimentação saudável.





Em termos de investigação, tem havido avanços no que diz respeito ao leite?




A investigação em torno do leite tem uma dimensão mundial e uma das vertentes recentes foca-se, essencialmente, na relação entre o consumo de leite e nutrientes que o constituem e os benefícios para a saúde que daí advêm. Estudos recentes demonstram uma associação entre o consumo de leite e produtos lácteos magros exercem um efeito protector relativamente a doenças cardiovasculares. Outros estudos comprovam efeitos benéficos do leite no controlo do peso corporal.




Entre os nutrientes lácteos, destaca-se o cálcio, com uma associação positiva na regulação da pressão arterial e aos tipos de gorduras, como os conjugados do ácido linoleico (CLA), com uma associação positiva ao nível da redução da massa gorda corporal, modulação do sistema imunitário, diabetes, dislipidemias e aterosclerose.








Como obter a vitamina D?




Existem, essencialmente, duas vias:




- Exposição solar: o nosso corpo é capaz de produzir vitamina D após exposição directa da pele ao sol;




- Alimentação: as maiores fontes alimentares de vitamina D são a gema de ovo, manteiga, fígado, peixes gordos (ex.: sardinha, salmão, atum). Para além destes, os alimentos fortificados em vitamina D constituem uma boa opção para aumentar a sua ingestão. Os leites especiais têm uma composição nutricional ajustada (por exemplo, através do enriquecimento em um ou mais nutrientes), de forma a adequar-se às diferentes necessidades específicas. Um exemplo é o leite enriquecido em cálcio e vitamina D, que ajuda a assegurar a ingestão diária de cálcio, sendo um aliado importante na protecção contra a osteoporose.








CNAM: uma década dedicada ao desenvolvimento de leites especiais




O Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa (CNAM) dedica-se ao desenvolvimento de leites especiais, que possam contribuir para melhorar a ingestão de nutrientes essenciais e o bem-estar dos Portugueses. O CNAM participa activamente no desenvolvimento destes tipos de leite, com o envolvimento de uma equipa multidisciplinar de várias áreas - desde a alimentação e saúde, até à engenharia e biotecnologia. Cada leite especial tem uma forte base científica, quer a nível da sua composição nutricional, quer a nível da aceitação e adequação ao consumidor português, o que, de alguma forma, fundamenta o seu sucesso.




Os leites especiais são destinados a todas as idades, desde crianças a adultos, respeitando estados fisiológicos particularmente exigentes como a gravidez ou a amamentação. Para além disso, também existem leites especiais para as exigências e especificidades de cada indivíduo, como por exemplo, leites especiais para intolerantes à lactose, leites especiais para ajudar a manter a saúde do coração, leites especiais que ajudam a regularizar o trânsito intestinal, entre outros.







Fonte: Jornal do Centro de Saúde

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