Alexandre Fernandes, Nutricionista
O Verão é a estação do ano onde as pessoas prestam mais atenção ao seu corpo. Muitos seguem uma alimentação equilibrada, suam no ginásio com o objectivo principal de dar nas vistas quando vão para a praia. No entanto, grande parte destas pessoas acaba por se esquecer de ingerir as quantidades adequadas, de um elemento vital para nossa saúde: a água.
Os nutricionistas são habitualmente confrontados, nas consultas, com indivíduos que todos os dias de ma-nhã saem para ir trabalhar e ao regressarem a casa, ao final do dia ou à noite, dão conta que não beberam ao menos um copo de água durante todo dia.
Estas pessoas reconhecem que não têm tanta sede e, por isso acreditam que não existe nenhum problema se não beberem uma quantidade mínima de água durante o dia. O que essas pessoas não sabem é que a deficiência constante deste líquido, tão importante no nosso organismo, pode causar sérios problemas no futuro e pôr a nossa saúde em risco.
A maioria dos indivíduos não associa a água a uma boa alimentação, mas ela é, depois do oxigénio, a substância mais importante para a manutenção da vida. Durante os meses de Verão, quando a média da temperatura ultrapassa os 30ºC, as necessidades são ainda maiores e, todos nós devemos ficar atentos para repor a perdas de água que ocorrem nesses dias.
Elemento Vital
A água é a substância mais abundante do corpo humano, ou seja, é um componente essencial de todos os tecidos do organismo. Apesar de não conter nenhuma caloria ou macro-nutrientes, sem água o corpo humano só continuaria a funcionar por poucos dias. A perda de 20% de água corporal pode causar a morte e uma perda de apenas 10% causa distúrbios graves. Em temperaturas moderadas, os adultos podem viver aproximadamente 10 dias sem água; já as crianças vivem, em média, até 5 dias. Já sem alimento uma pessoa saudável pode sobreviver durante várias semanas.
A água desempenha um papel essencial em quase todas as funções do corpo humano. É utilizada para a digestão, para a absorção e para o transporte dos nutrientes; serve de meio aquoso para uma série de processos químicos; assume o papel de solvente para os resíduos do corpo e também os dilui para diminuir a sua toxicidade, assim como ajuda no processo de excreção dessas substâncias. Ajuda, ainda, a manter a temperatura do organismo estável. Além disso, a água proporciona uma camada protectora para as células e, sob a forma de líquido amniótico, protege o feto em desenvolvimento.
A água é necessária à formação de todos os tecidos do organismo proporcionando a base para o sangue e todas as secreções líquidas (lágrimas, saliva, sucos gástricos, etc), que lubrificam os diversos órgãos e articulações. Também mantém a pele macia e elástica.
Com o envelhecimento, o corpo começa a desidratar-se cada vez mais. Por exemplo, o corpo de um bebé recém-nascido compõe-se de 75 a 80% de água, contra apenas 50% no caso de um adulto como uma idade média entre os 60 e os 70 anos. Este processo de desidratação reflecte-se numa pele enrugada, num fluxo sanguíneo reduzido e articulações mais endurecidas.
Fonte: Saúde em Revista