Monday, November 24, 2008

DIABETES NÃO IMPEDE A PRÁTICA DE EXERCÍCIO



Dr. Rodrigo Ruivo


Face às alterações bruscas nos hábitos culturais e sociais, a alterações na dieta e à prática de estilos de vida menos saudáveis, tem-se verificado uma progressão da diabetes, constituindo-se actualmente como a quarta causa de morte nos países desenvolvidos.





Estima-se que, nos dias de hoje, cerca de 585 mil portugueses com diabetes (o correspondente a 7,8% da população portuguesa adulta) e que este número continuará a aumentar. A diabetes é uma doença crónica, caracterizada pelo aumento dos niveis de açúcar no sangue.




Podemos identificar a diabetes tipo I ou insulino-dependente, em que as células do pâncreas, produtoras de insulina, estão destruídas, o que obriga o doente a administrar insulina diariamente. Já a diabetes tipo II ocorre quando as células se tornam resistentes à insulina ou ainda durante a gravidez (a chamada diabetes gestacional).




A diabetes é uma doença indolor e, como tal, para se poder diagnosticar deve-se estar atento a determinados sintomas: urinar frequentemente e em grande quantidade (poliúria); sede intensa e constante (polidipsia); fome constante e dificil de saciar (polifagia), ou a sensação de boca seca.




Na presença de algum deste(s) sintoma(s), o diagnóstico pode ser depois confirmado através da medição da glucose no sangue em jejum ou após prova de tolerância oral à glucose. Considera-se que tem diabetes se o valor de glicémia (em jejum > 126 mg/ dL), confirmado em medições separadas, ou se, 2 horas após tomar 75 g de glicose, apresentar valores de glicémia > 200mg/dL.




Se este diagnóstico for tardio ou se não se conseguirem controlar valores de glicemia, a probabilidade de virem a ocorrer complicações numa série de orgãos aumenta. Estas complicações podem ser microvasculares (retinopatia, neuropatia ou nefropatia) ou macrovasculares (macroangiopatia, hipertensão arterial, enfarte do miocárdio ou AVC).




Urge então que a pessoa diabética adopte um estilo de vida saudável, com uma dieta alimentar cuidada e com prática de actividade física regular, para que consiga sempre manter os valores de glicose no sangue o mais próximo possível dos valores normais.




Para alcançar este objectivo, surge a prática de actividade física, que deve englobar uma componente de treino cardiovascular, 20-60 minutos por sessão, três a quatro sessões por semana, com intensidades de treino gradativamente superiores, uma componente de treino de força e uma componente de treino de flexibilidade, procurando manter uma boa capacidade de alongamento geral. Importa salientar que para os diabéticos de tipo II é importante que ocorra, na maior partes dos casos, uma perda de peso e, como tal, recomenda-se geralmente um dispêndio calórico semanal associado ao treino Diabetes não impede a prática de exercício
Dr. Rodrigo Ruivo


Face às alterações bruscas nos hábitos culturais e sociais, a alterações na dieta e à prática de

estilos de vida menos saudáveis, tem-se verificado uma progressão da diabetes, constituindo-se actualmente como a quarta causa de morte nos países desenvolvidos.





Estima-se que, nos dias de hoje, cerca de 585 mil portugueses com diabetes (o correspondente a 7,8% da população portuguesa adulta) e que este número continuará a aumentar. A diabetes é uma doença crónica, caracterizada pelo aumento dos niveis de açúcar no sangue.




Podemos identificar a diabetes tipo I ou insulino-dependente, em que as células do pâncreas, produtoras de insulina, estão destruídas, o que obriga o doente a administrar insulina diariamente. Já a diabetes tipo II ocorre quando as células se tornam resistentes à insulina ou ainda durante a gravidez (a chamada diabetes gestacional).




A diabetes é uma doença indolor e, como tal, para se poder diagnosticar deve-se estar atento a determinados sintomas: urinar frequentemente e em grande quantidade (poliúria); sede intensa e constante (polidipsia); fome constante e dificil de saciar (polifagia), ou a sensação de boca seca.




Na presença de algum deste(s) sintoma(s), o diagnóstico pode ser depois confirmado através da medição da glucose no sangue em jejum ou após prova de tolerância oral à glucose. Considera-se que tem diabetes se o valor de glicémia (em jejum > 126 mg/ dL), confirmado em medições separadas, ou se, 2 horas após tomar 75 g de glicose, apresentar valores de glicémia > 200mg/dL.




Se este diagnóstico for tardio ou se não se conseguirem controlar valores de glicemia, a probabilidade de virem a ocorrer complicações numa série de orgãos aumenta. Estas complicações podem ser microvasculares (retinopatia, neuropatia ou nefropatia) ou macrovasculares (macroangiopatia, hipertensão arterial, enfarte do miocárdio ou AVC).




Urge então que a pessoa diabética adopte um estilo de vida saudável, com uma dieta alimentar cuidada e com prática de actividade física regular, para que consiga sempre manter os valores de glicose no sangue o mais próximo possível dos valores normais.




Para alcançar este objectivo, surge a prática de actividade física, que deve englobar uma componente de treino cardiovascular, 20-60 minutos por sessão, três a quatro sessões por semana, com intensidades de treino gradativamente superiores, uma componente de treino de força e uma componente de treino de flexibilidade, procurando manter uma boa capacidade de alongamento geral. Importa salientar que para os diabéticos de tipo II é importante que ocorra, na maior partes dos casos, uma perda de peso e, como tal, recomenda-se geralmente um dispêndio calórico semanal associado ao treino de 2000 kcal.


Precauções e Cuidados Especiais




Os indivíduos com esta doença, em conjunto com os instrutores que os acompanham no exercício físico e outros profissionais de saúde, deverão ter especial atenção a alguns critérios de segurança, nomeadamente:




- Monitorizar a glicemia antes, durante e após o treino, evitando quaisquer possibilidades de hipoglicemia, pelo menos até que o sujeito conheça a sua resposta glicémica para determinado exercício físico;




- Importante conhecer sinais e sintomas de hipoglicémia (dor de cabeça, visão turva, confusão, etc)




- (para evitar hipoglicémia) Evitar injectar insulina nos locais que vão ser mais exercitados (preferir zona abdominal) e treinar durante o pico de actividade de insulina (para diabéticos tipo I)




- Ter disponível uma fonte de hidratos carbono de indíce glicémico elevado




- Evitar manobra de valsalva e exercícios em isometria, para não aumentar Pressão Arterial




-Em casos de neuropatia periférica tratar devidamente os pés (usar calçado adequado) e vigiar o estado dos pés (se tem feridas ou não por exemplo). Em caso de retinopatia o treino de força ou aeróbio de grande intensidade é contraindicado, pelo risco hemorragia vítrea ou descolamento da retina




- Manter hidratação adequada antes, durante e após o treino.





Dr. Rodrigo Ruivo
Dir. Centro Exercício Club Clinica das Conchas
Mestrando Exercício e Saúde na Faculdade de Motricidade Humana
Formador CEF - musculação e cardiofitness



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

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