Friday, April 11, 2008

PSORÍASE TEM FORTE IMPACTO PSICOLÓGICO E EMOCIONAL NOS DOENTES



Inês Lucena



Mostrar as mãos em público, mudar de roupa perto de colegas de balneário ou andar de calções e t-shirt são algumas das situações evitadas pelos doentes com psoríase no local de trabalho. Esta é uma das conclusões do primeiro estudo sociológico sobre a psoríase em Portugal, apresentado hoje pela PSOPortugal, Associação Portuguesa da Psoríase, na inauguração da sua sede em Lisboa.



O estudo foi desenvolvido pela Datamédica, em parceria com a PSOPortugal, e avaliou o impacto desta doença crónica de pele na vida de 150 doentes de psoríase.



De acordo com o estudo, para 76 por cento dos inquiridos, a psoríase tem efeitos psicológicos na sua vida, sendo que para 38 por cento o impacto é muito grande a este nível. As idas à praia e à piscina são as situações mais complicadas de exposição para os doentes, devido ao forte estigma que ainda existe em torno da doença.


Também a nível familiar, a psoríase tem impacto na vida dos doentes. Para 28 por cento dos inquiridos, a sua sexualidade é afectada pela doença e para 19 por cento a relação com familiares é igualmente influenciada.


No que toca ao absentismo laboral, a maioria dos doentes faltou até 20 dias por ano ao trabalho devido à psoríase.


De acordo com João Cunha, Presidente da PSOPortugal, “este estudo vem consubstanciar a mensagem que a associação tem transmitido ao longo dos anos: a psoríase tem um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, não só em termos físicos pelo seu aspecto e dor que provoca nos doentes, mas também na repercussão que tem a nível familiar, social, profissional, emocional e psicológica.”


E acrescenta: “É fundamental alertar a opinião pública para esta doença que, apesar de ser crónica e ter uma influência enorme na vida dos doentes, não é reconhecida como tal pelo SNS. Há casos de doentes que, devido à falta de comparticipação dos medicamentos, não são tratados porque não têm possibilidades financeiras para o fazer”.


O estudo agora apresentado refere ainda que na maioria dos casos (79%), a psoríase foi diagnosticada pelo dermatologista, tendo 19 por cento sido pelo médico de família. Entre os sintomas mais frequentes da doença, destacam-se a descamação (26,96%), a comichão (19,59%) e a vermelhidão (17,74%). Ainda cerca de 40 por cento dos inquiridos referem ter dor nas articulações provocada pela doença.


Entre as doenças associadas à psoríase destacam-se a diabetes (28% dos inquiridos) e o colesterol elevado (26%). A hipertensão arterial e a obesidade estão presentes igualmente presentes em 11 e 7 por cento dos inquiridos, respectivamente.


A maioria dos inquiridos (56%) considera ter alguma informação sobre as opções mais recentes de tratamento. De destacar que apenas 2 por cento assinalam não ter informação sobre a doença. Entre as principais fontes de informação, o dermatologista e a internet são indicados como os mais frequentes veículos de transmissão de informação.



Também hoje, a PSOPortugal inaugura oficialmente a sua sede em Lisboa, um espaço cedido pela Câmara Municipal de Lisboa e que ajudará todos aqueles que procuram o apoio da associação e que pretendem promover a melhoria da sua qualidade de vida.


A Associação Portuguesa da Psoríase foi formalmente constituída em Fevereiro de 2005 e tem como principais objectivos promover e dinamizar campanhas para alertar, despertar e sensibilizar a sociedade para a discriminação social e profissional de que são alvo os doentes de psoríase; mas que por outro lado luta também para que a psoríase seja reconhecida como doença crónica pelo SNS.




A Psoríase:


A psoríase é uma doença da pele bastante frequente que afecta de 1 a 3 por cento da população mundial (cerca de 190 milhões de pessoas). Em Portugal, estima-se que cerca de 250 mil pessoas sofram de psoríase.


É uma doença crónica, hiperproliferativa da pele e de etiologia desconhecida, mostrando uma grande variedade na severidade e na distribuição das lesões cutâneas.


Manifesta-se igualmente em homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos, mas pode surgir em qualquer fase da vida. A sua causa é desconhecida. Fenómenos emocionais são frequentemente relacionados com o seu surgimento ou o seu agravamento, provavelmente actuando como factores desencadeantes de uma predisposição genética para a doença. Cerca de 30 por cento das pessoas que têm psoríase apresentam história de antecedentes familiares.


De aspecto inestético e consequentemente incómodo nas zonas expostas, a psoríase pode também ter repercussões psicológicas nas pessoas atingidas no conjunto do corpo.


Para mais informações, visite http://www.psoportugal.com/






Fonte: Porter Novelli

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