Monday, October 6, 2008

CRIANÇAS RECLAMAM ACESSO A CIRURGIA




Ana Tomás



Mais de 100 crianças portuguesas com paralisia cerebral podem melhorar a sua qualidade de vida através de uma cirurgia para colocação de uma bomba de infusão de medicamento que pode reduzir a espasticidade, que se caracteriza por rigidez muscular que dificulta ou impossibilita o movimento, em especial dos membros inferiores e superiores. Estima-se que 80 entre cada 100 pacientes de paralisia cerebral têm espasticidade.





No entanto, ainda não existe um Hospital em Portugal que execute esta cirurgia em crianças com paralisia cerebral com menos de 16 anos, apesar do vasto número de crianças com indicação médica para serem sujeitas a esta terapia, alerta a Dra. Graça Andrada, presidente da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC).


As principais razões apontadas para ainda não se realizar esta cirurgia em Portugal são a inexistência de uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde preparados e motivados para aplicar esta técnica cirúrgica em crianças com paralisia cerebral, mas também a falta de verbas dos hospitais portugueses.




De acordo com o Dr. José Brás, neurocirurgião do Hospital dos Capuchos, "é preciso incentivar os hospitais pediátricos a criar condições que possibilitem o acesso a esta cirurgia. Apesar de ser um procedimento relativamente simples, não existem ainda, em Portugal, médicos familiarizados e com treino para aplicar a técnica em crianças."


A médica pediatra e especialista em reabilitação, Dra. Graça Andrada, sugere ainda que, "deveria haver nos principais hospitais do país com serviços de neuropediatria e neurocirurgia nas regiões de Lisboa, Porto e Coimbra, a possibilidade de realização de algumas cirurgias em cada ano às crianças com paralisia cerebral que possam beneficiar desta intervenção. Só assim será possível começar a analisar os benefícios para as crianças com paralisia cerebral."


"O número de cirurgias em cada ano não seria muito elevado pelo que a questão de falta de verbas não deverá ser um entrave. Estamos a negligenciar os cuidados às crianças com paralisia cerebral, no nosso país, em comparação com o que se passa noutros países da União Europeia e nos Estados Unidos" explica a Dra. Graça Andrada.


A cirurgia de tratamento da espasticidade consiste na colocação de uma pequena bomba de infusão de medicamento, implantada por baixo da pele do abdómen e que administra continuamente doses de medicação de forma precisa, de forma a permitir o controlo da espasticidade do doente, explica o Dr. José Brás, neurocirurgião do Hospital dos Capuchos.


Como o medicamento é administrado directamente no local onde este é necessário diminui a possibilidade de ocorrência de efeitos secundários como náuseas, vómitos, sonolência, confusão, problemas de memória e de atenção, e é muito mais eficaz do que a medicação oral.




O especialista médico adianta ainda que a bomba de infusão de medicamento implantada diminui a frequência dos espasmos, dor e fadiga, aumenta a mobilidade do doente e pode melhorar as suas funções e actividades diárias. Se for disponibilizada no momento certo, esta terapia pode reduzir as necessidades de cirurgias ortopédicas futuras.


De acordo com a Dra. Graça Andrada esta terapia permite que algumas crianças possam ter uma qualidade de vida melhor e, se for realizada entre os 6 a 12 anos, evita também as deformidades quando se tornam adultas. Desta forma, ao permitir o acesso a esta cirurgia, estaremos a prevenir complicações futuras que, para além do sofrimento humano, obrigam a custos superiores com medicação, cirurgias ortopédicas e reabilitação.


A espasticidade afecta, negativamente, os músculos e as articulações das extremidades, causando movimentos e posturas anormais e é especialmente prejudicial nas crianças em crescimento.



Os sintomas podem variar desde uma leve contracção até uma deformidade severa. A impossibilidade de controlar os músculos voluntários poderá aumentar o grau de dificuldade para realizar actividades diárias tais como vestir, comer, escovar os dentes ou os cabelos, e portanto, reduzir a funcionalidade e participação da criança, jovem e adulto com paralisia cerebral.


A paralisia cerebral caracteriza-se por uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento. Todos os anos surgem, aproximadamente, 200 a 250 novos casos de paralisia cerebral em Portugal.



Fonte: Hill & Knowlton

Friday, October 3, 2008

PEQUENOS GRANDES LUTADORES

Cada vez mais, mesmo os bebés mais prematuros conseguem sobreviver e com qualidade de vida mais elevada.

A prova disto é o que acontece actualmente na Unidade de Neonatologia do Hospital Central do Funchal (HCF). No ano passado, nasceram no HCF 348 bebés com menos de 37 semanas de gestação (13,5% do total de partos). 62 tiveram de ser internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) devido à prematuridade (dois deles nasceram com menos de 28 semanas e com peso inferior a um quilograma).

Já no primeiro semestre deste ano nasceram no HCF 190 bebés prematuros (15,8% do total de partos registados até à data). José Luís Nunes, médico pediatra e responsável pela Unidade de Neonatologia sublinha com satisfação que, este ano, e até ao momento, não se registou no HCF qualquer óbito num recém-nascido, de pré-termo ou de termo.

Se há algumas décadas, o limite da viabilidade era superior às 30 semanas de gestação, hoje já se coloca nas 24 semanas. É certo que, explica José Luís Nunes, quanto mais prematuro maior é o risco, até porque a grande prematuridade implica que os bebés têm menores "condições estruturais e orgânicas". Mas o cada vez maior e melhor conhecimento clínico, a melhoria nos equipamentos e tecnologias, os medicamentos mais eficazes como os corticóides pré-natais e o surfatante (para a maturação dos pulmões) têm permitido não só uma melhoria da "sobrevida, mas da qualidade de vida que é dada a estas crianças". Estes aliás serão alguns dos temas abordados hoje e amanhã numa reunião científica que terá lugar na biblioteca do HCF (vide destaque ao lado).

O responsável refere também que apesar dos constrangimentos do espaço da própria unidade, "o sucesso que se tem sentido deve-se especialmente à coesão da equipa médica e de enfermagem".

Também os cuidados obstétricos têm a sua quota parte de responsabilidade na diminuição da mortalidade e morbilidade dos prematuros. "Neste momento a maioria das gravidezes na Região são vigiadas", explica José Luís Nunes. Uma das maiores razões para um parto pré-termo são as infecções maternas. Quando a gravidez é vigiada, as infecções são detectadas mais cedo e o risco de prematuridade passa a ser menor. "Ter uma gravidez vigiada é fundamental para prevenir a prematuridade", diz o médico que apela também a que quando uma grávida se sentir mal, com perdas de líquido ou sangue, deve procurar rapidamente apoio clínico.

E embora rejeite a ideia de que trabalhar numa UCIN não implica assistir a milagres quase diários ("hoje estamos mais rotinados e preparados", admite), José Luís Nunes deixa escapar um sorriso de satisfação quando revela ao DIÁRIO que estão actualmente internados na Unidade, e ambos bem, um bebé que nasceu com 840 gramas e outro com 742 gramas. Nenhum deles consegue porém bater o recorde de um bebé do sexo masculino que há cerca de dois anos nasceu com 26 semanas de gestação e apenas 495 gramas. Hoje é um menino perfeito, saudável e feliz. Uma vitória que quase poderia ser um milagre.

Um quilo e meio e 37 centímetros Aos 25 anos, mãe pela primeira vez, Paula Alexandra nunca pensou que o seu filho nasceria antes da data prevista. Bernardo deveria nascer na última semana de Agosto passado, mas no final de Maio, uma perda de líquido amniótico levou-a até ao Hospital. Quando lá chegou, o diagnóstico foi de uma ruptura da 'bolsa' e Paula Alexandra ficou logo internada. "Não fiz nada para que o Bernardo nascesse antes de tempo", afirma. "Aconteceu". Durante cerca de três semanas, as equipas médicas e de enfermagem conseguiram 'segurar' a gravidez, mas no dia 21 de Junho, o Bernardo decidiu que era a hora certa para nascer. "O parto não foi provocado. Foi ele que quis nascer," diz a mãe.

O parto foi normal e sem epidural mas o pior foi o de facto de mal ter visto o filho. "Logo que o Bernardo nasceu foi para a incubadora", recorda. Os médicos e enfermeiros explicaram que a mãe não poderia estar logo com o filho. Seriam necessárias seis horas, as suficientes para realizar todos os exames médicos e saber se o Bernardo estava realmente bem. "Para acalmar a ansiedade, trouxeram-me uma fotografia dele". No final da tarde, Paula Alexandra pode finalmente conhecer o seu filho. Já estava à espera que ele fosse pequenino. Os números já eram sabidos: 37 centímetros de comprimento e cerca de um quilo e meio de peso. O primeiro impacto foi o de ter medo de pegar no bebé ao colo, mas a emoção da maternidade falou mais alto do que qualquer receio.

Dois dias depois, Paula Alexandra teve alta hospitalar, mas o filho não pode sair com ela. Durante três semanas, a UCIN foi o 'lar' de Bernardo e não passou um dia em que mãe não o visitasse. A rotina era a de dar banho (inicialmente com apenas uma compressa húmida), alimentá-lo (primeiro com sonda, depois com o biberão), mudar fralda e, depois, pegar ao colo, deixá-lo dormir contra o peito... Ao fim de três semanas na UCIN e mais alguns dias no berçário normal, Bernardo foi com a mãe para casa.

Hoje, passados pouco mais de três meses, Paula Alexandra já mal se lembra de que o filho nasceu prematuro. "Se colocarmos o Bernardo ao lado de um bebé de termo certo e que tenha também agora três meses, notamos que ele é mais pequeno, mas em termos de desenvolvimento não se nota qualquer diferença", explica a mãe. "Ele faz tudo o que faz um bebé com três meses. Já ri, já come perfeitamente, brinca muito com as mãozinhas, dorme bem... É um bebé calmo, mal chora. Corre tudo às mil maravilhas", acrescenta com um sorriso.

E embora tenha um acompanhamento médico ligeiramente diferente de um bebé de termo, com as Consultas de Neonatologia no HCF e o acompanhamento mais especializado (ao nível da oftamologia, otorrinolaringologia e desenvolvimento), o facto de ter nascido dois meses antes da data prevista não faz de Bernardo um bebé diferente dos outros, apenas com mais 'garra'.

Reunião começa hoje

É já a partir das 9h30 de hoje que se inicia a reunião científica 'A Grande Prematuridade: da Viabilidade à Alta', um encontro organizado pela Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos (UCINP) do Hospital Central do Funchal e pela Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria e que decorre até amanhã na Biblioteca do Hospital Cruz de Carvalho.

Segundo José Luís Nunes, responsável pela UCINP, o objectivo destas jornadas é o de "abordar o problema do dia-a-dia da unidade que é também o dia-a-dia dos grandes prematuros".

Ao longo do dia de hoje e de amanhã, os participantes na reunião científica irão usufruir de palestras "essencialmente práticas" e porque como estarão presentes vários médicos ligados às Unidades Neonatais dos principais hospitais do país, será uma oportunidade para que possa haver uma troca de experiências, entre os profissionais da Região e aqueles que vêm do exterior. Na reunião serão abordadas todas as fases de acompanhamento de um bebé pré-termo numa unidade hospitalar. As jornadas iniciar-se-ão deste modo com uma abordagem aos 'Problemas éticos no limite da viabilidade', seguindo-se o acompanhamento perinatal (antes do nascimento). Ainda durante a manhã, os especialistas vão falar sobre a temática da ventilação e das estratégias protectoras dos bebés pré-termo e, à tarde, será tempo para abordar a estabilização hemodinâmica e o suporte nutricional destas crianças, seguindo-se a apresentação de vários casos clínicos.

Amanhã, serão abordadas a conduta médica e cirúrgica no caso da enterocolite necrotizante e os factores prognósticos de sequelas neurosensoriais. A reunião não poderia terminar sem que se falasse sobre o seguimento após a alta hospitalar e a vigilância em ambulatório (intervenção precoce).

A sessão de abertura do evento está marcada para as 15 horas de hoje.
Fonte: DN

Wednesday, October 1, 2008

CIRURGIAS ADIADAS DEVIDO À GREVE








Algumas cirurgias do Hospital Central do Funchal tiveram de ser adiadas devido à greve nacional dos enfermeiros que, na Região, e segundo as contas do Sindicato, foi na ordem dos 85%. Uma percentagem que não está muito distante daquela que foi calculada pela Secretaria dos Assuntos Sociais para o Serviço de Saúde da Região, com 85,93% dos enfermeiros a aderirem à greve no Hospital Central do Funchal e 82,76 nos centros de saúde.



No entanto, a Secretaria inclui ainda a percentagem dos enfermeiros em greve no Centro de Segurança Social , 88,90%, e no Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM, 0,0%, conclui, pela soma das percentagem (do Centro de Segurança Social, do Instituto, do Hospital Central do Funchal e dos Centros de Saúde) e pela divisão por quatro, que 64,40% dos enfermeiros aderiram à greve.



Juan Carvalho, do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira + , considera que a greve foi "um sucesso". Além do Bloco operatório , onde a adesão foi, segundo o Sindicato, de 72%, as consultas externas foram outro dos serviços onde a greve mais se fez sentir, 87%, levando ao adiamento de algumas consultas. Houve ainda uma adesão de 100% em alguns centros de saúde, como os da Calheta, do Carmo, Santo António e de São Roque. Hugo Amaro, vogal do Conselho de Administração do Serviço de Saúde, reconhece que a adesão à greve foi "elevada". No entanto, refere que os serviços mínimos foram garantidos e lembra que por detrás da greve estão questões que "não têm a ver com a Região", mas com o Estatuto da Carreira e também com a contratação por recibos verdes, que, segundo disse, não existe na Madeira.




Sílvia Ornelas


Fonte: DN

DOR VERTEBRAL: DO DIAGNÓSTICO À TERAPÊUTICA



Dr. Armando Barbosa,


A dor vertebral é a principal causa de consultas médicas nas sociedades desenvolvidas, representando a maior causa de "baixas por doença".





Embora em alguns casos o diagnóstico da causa da dor seja mais ou menos evidente em muitos casos é difícil perceber a causa da dor apenas pelo exame físico e pelos exames que são pedidos (TAC, Ressonância, etc.).




Ultimamente têm-se desenvolvido técnicas que permitem um diagnóstico preciso e técnicas terapêuticas mais amigáveis para o doente por serem muito pouco invasivas. Como a Radiofrequência para as artroses da coluna que representam cerca de 40% das dores de origem vertebral.




A Ozonoterapia e Nucleoplastia para Hérnias Discais (nem todas tem indicação para este tipo de tratamentos). Estas técnicas permitem na generalidade uma alta cerca uma hora depois e a retoma da actividade profissional muito rapidamente.








A coluna cervical como causa de dores de cabeça




As cefaleias cervicais ou cervicogénicas têm origem na coluna vertebral cervical, quer sejam provocadas pelo golpe do chicote, frequente em acidentes de viação ou de trabalho em que exista um traumatismo desta região, podem ainda ser provocadas por neoplasias, hérnias discais ou artroses das articulações posteriores das vértebras.




Estima-se que cerca de 35% da população tenha tido este tipo de cefaleias e que cerca de 15% a tem de uma forma crónica.




Mesmo as cefaleias que se manifestam na zona dos olhos e região frontal podem ser manifestações referidas de patologia localizada na base do crânio e região superior cervical.




As primeiras três vértebras cervicais são responsáveis por 50% dos movimentos da cabeça e pescoço estando assim sujeitas a um constante stress, tendo ainda de suportar todo o peso da cabeça.








Tratamento - Radiofrequência uma nova esperança




O tratamento deste tipo de patologia sempre foi um desafio não havendo grandes alternativas terapêuticas para além da medicação. Recentemente surgiu uma nova técnica, a Radiofrequência que se tem revelado extremamente eficaz neste tipo de cefaleias.




A Radiofrequência é uma técnica com poucos riscos desde que seja efectuada por um médico experiente e consiste na aplicação de radiofrequência nas zonas a tratar de modo a "desactivar" o impulso que transmite a sensação de dor.




Se a causa de dor estiver localizada nos discos intervertebrais podemos em alguns casos utilizar uma técnica pouco invasiva como a nucleoplastia por radiofrequência ou caso isso não seja possível a cirurgia pode ser a única opção.




Existem outros tratamentos como as epidurais no caso de haver uma radiculopatia, uma dor que irradia para o membro superior, ou injecções locais no caso das contracturas musculares.




Apesar das novas técnicas continua a ser necessário para alguns doentes recorrer a fármacos os quais evoluíram muito nos últimos anos quer na sua acção terapêutica quer na redução dos efeitos secundários.


Enxaquecas ou não?



As dores de cabeça intensas e incapacitantes são quase sempre apelidadas de enxaquecas, o que não é verdade em grande parte dos casos, mais comuns são as cefaleias provocadas pela tensão exercida no pescoço e que também podem dar sintomas como náuseas, vómitos, sensação de palpitações na cabeça, latejamento, etc.




Mesmo os doentes com enxaquecas podem desenvolver cefaleias cervicogénicas devido à tensão que acumulam durante as crises na região cervical.




Este tipo de cefaleias é uma causa muito comum de cefaleias no nosso país devido à alta taxa de sinistralidade rodoviária e de acidentes de trabalho. Por ser uma doença muitas vezes invisível, os exames podem ser "normais", causa um duplo sofrimento, a dor e incapacidade que provoca e a incompreensão laboral, familiar e social, uma vez que esta doença afecta pessoas em idade activa que supostamente não deveriam estar doentes.








Dr. Armando Barbosa,
Director Clínico da Paincare, Clínicas de Dor

CANCRO GÁSTRICO É A QUARTA CAUSA DE MORTE NA EUROPA


Dr. Nuno Bonito


O cancro gástrico é uma das principais causas de morte no nosso país. Este carcinoma é mais frequente no sexo masculino e a sua incidência aumenta com a idade, sendo máxima entre os 65 e 74 anos. É a quarta causa de morte por cancro na Europa.





Dos principais factores de risco conhecidos do cancro gástrico destacam-se: infecção gástrica por Helicobacter pylori (Hp), gastrite atrófica crónica, anemia perniciosa, alimentação pobre em frutas e verduras, alimentação com alto teor de sal, ingestão de fumados ou conservas, metaplasia intestinal, pólipos adenomatosos gástricos, antecedentes familiares de cancro gástrico, tabagismo, doença de Menétrier (gastrite atrófica gigante) e polipose adenomatosa familiar.





Os sintomas são geralmente inespecíficos: emagrecimento, anorexia, dor abdominal, náuseas e vómitos e disfagia. Para a investigação deste tipo de tumores são importantes: história clínica, hemograma e bioquímica, endoscopia digestiva alta com biopsia, Rx tórax/TAC torácica, TAC Abdominal, eco-endoscopia alta em caso de doença não metastizada e laparoscopia opcional. Na mulher deverá ser efectuada TAC pélvico.




Existem várias classificações para este tipo de tumor: Classificação de Lauren (Intestinal e Difuso); Classificação de Ming (Expansivo e Infiltrativo); Classificação de F. Carneiro (Glandular, Sólido e Misto); Classificação da OMS (Tubular, Papilar, Mucinoso, Células isoladas em anel de sinete, Indiferenciado e Tipos especiais).




O Hp é uma bactéria que vive no muco e que cobre a mucosa do estômago humano. A infecção surge, geralmente, na infância, por transmissão oral-oral ou fecal-oral e está associada às baixas condições socioeconómicas. Depois de adquirida, a bactéria é capaz de infectar o hospedeiro durante toda a vida, sendo, portanto, a infecção crónica humana mais frequente em todo o mundo.




Os testes serológicos e a pesquisa de antigénio nas fezes são os métodos recomendados para pesquisa inicial. O teste respiratório é o recomendado para confirmar a eficácia do tratamento. O método endoscópico não é utilizado para diagnóstico de infecção na maioria das circunstâncias. Existe indicação comprovada para terapêutica de erradicação em doentes com antecedentes ou doença péptica activa (gástrica ou duodenal) e em doentes com antecedentes de linfoma gástrico tipo MALT ou com doença activa.




Existem formas hereditárias de cancro gástrico, de tipo difuso, e a sua penetrância está estimada entre 60% a 80%, sendo a maioria dos diagnósticos feitos aos 38 anos de idade. Já as mulheres apresentam risco aumentado para desenvolver cancro da mama.




O tratamento com intuito curativo do cancro gástrico apresenta-se dependente do estádio inicial do tumor. O objectivo primário é a sobrevivência e os secundários são o alívio dos sintomas, resposta tumoral e qualidade de vida. Várias são as opções de tratamento: cirurgia, quimioterapia, radioterapia e cuidados de suporte. Os cuidados a ter após a gastrectomia implicam: fraccionamento das refeições e evicção de hidratos de carbono e da perda de peso; a intolerância à lactose, o dumping precoce e tardio e a síndroma de malabsorção com esteatorreia podem surgir; é quase sempre necessário efectuar suplementos com Ferro e Vitamina B12.




O carcinoma gástrico continua a ser um dos grandes desafios para oncologistas e cirurgiões, no entanto, muito há a fazer no campo da prevenção/rastreio, sendo por isso cada vez mais importante a colaboração dos colegas de Medicina Geral e Familiar.






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Thursday, September 18, 2008

CIRURGIA DA MIOPIA: INDICAÇÕES



Dr. Fernando Vaz


A miopia é um erro refractivo que determina uma má acuidade visual para longe afectando cerca de 15% da população. Nos olhos com miopia a imagem dos objectos é focada à frente da retina, seja como resultado de um olho muito grande, seja pela curvatura anómala da córnea.





É o erro refractivo mais comum na criança e os objectos distantes ficam desfocados. Os sintomas mais comuns são cefaleias e dores oculares; nas crianças, a aproximação da TV e o semicerrar os dos olhos.




A miopia moderada, abaixo de seis dioptrias, é a mais frequente, sendo facilmente corrigível com óculos ou lentes de contacto. A miopia, severa, acima de 12 dioptrias, mal corrigida com óculos, associa-se a um maior risco de lesões degenerativas e descolamento da retina.




Existe uma crescente procura da cirurgia da miopia e do astigmatismo que lhe está associado na maioria dos casos. Tal deve-se à busca por maior qualidade de vida, à segurança e aos bons resultados da cirurgia. Na cirurgia de miopia existem diferentes técnicas, sendo a escolha da mais adequada a cada paciente feita após um cuidado estudo pré-operatório. A cirurgia está indicada após os 18 anos de idade em pacientes com refracção estável há pelo menos 12 meses.




A primeira opção é o LASIK que, sendo uma cirurgia extraocular, permite uma rápida recuperação da visão. Realiza-se sob anestesia tópica (gotas), em cerca de 5 minutos (os lasers mais recentes corrigem cada dioptria em 4 segundos), tendo o paciente alta 30 minutos depois, e uma acuidade visual satisfatória às 24 horas após o procedimento. O pós-operatório não é doloroso, havendo, no entanto, picadelas e intolerância à luz nas primeiras horas.




Factores como a espessura e a curvatura da córnea e as dioptrias do olho do paciente podem levar o cirurgião a optar por outra técnica. O LASIK pode corrigir as dioptrias que quisermos. A questão é que as alterações induzidas na córnea torná-la-iam instável.




Acima de 8 dioptrias é difícil a correcção com o laser, estando indicado o implante de uma lente intra-ocular. Esta técnica é, igualmente, segura, e pode ser realizada, também, com o paciente acordado. Com a nova geração de lentes dobráveis, a recuperação da acuidade visual é ainda mais rápida do que acontece com o laser. No entanto, dada a sua maior complexidade e preço, reserva-se esta técnica para os casos em que o laser não é possível.


Abandonar os óculos




A cirurgia é bastante segura e a principal fonte de complicações é a má selecção. Cerca de 15% das pessoas que pretendem realizar a cirurgia por laser não a podem realizar.




É mandatório a realização de uma topografia de córnea que detecta alterações que contra-indicam a cirurgia. No implante de lente intra-ocular é obrigatório realizar um estudo da profundidade da câmara anterior (zona do olho onde a lente será colocada), para confirmar se temos espaço para implantar a lente com segurança, e um estudo endotelial, que será realizado anualmente, após o implante da lente. E em todos os casos deve ser avaliada a retina para comprovar que não existem lesões. Não seguir este procedimento significa correr riscos desnecessários. Assim, os pacientes interessados neste tipo de cirurgia devem procurar centros dotados com este tipo de equipamento.




Na maioria das profissões, o regresso à actividade pode ser quase imediato, com excepção de exposição a poeiras, vapores ou alguns produtos químicos. Em relação à actividade física, poderá ser retomada no dia seguinte no LASIK (a excepção é a piscina). Nas lentes fáquicas, a corrida pode ser feita no dia seguinte, mas devem ser evitados grandes esforços, nomeadamente levantamento de pesos, durante quatro semanas. Por razões óbvias, devem ser evitados desportos com elevado risco de contacto físico nos primeiros dias após a cirurgia.




A cirurgia de miopia, salvo excepções como a grande diferença de graduação entre os dois olhos, não se realiza por indicação médica. É sim uma solução oferecida a quem está saturado de óculos e/ou lentes de contacto, Por isso, não é o médico que recomenda a cirurgia, mas sim o paciente que tem de sentir essa motivação. Seja ela por razões profissionais, de práticas desportivas ou estéticas. A cirurgia proporciona melhor qualidade de vida ao libertar da necessidade de óculos e está indicada em todos os pacientes motivados para a cirurgia que a possam realizar.





Dr. Fernando Vaz
Coordenador da Secção de Cirurgia Implanto-refractiva da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO)



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

OS HOMENS TAMBÉM TÊM VARIZES




Maria Vassalo

O aparecimento de uma variz ocorre quando há um aumento irreversível do tamanho de uma veia. As dilatações que surgem em vasos muito pequenos são popularmente denominadas como "derrames" ou "raios". Podem aparecer em ambos os sexos, apesar dos homens terem um pouco mais de sorte que as mulheres, eles também sofrem com este problema, ao contrário do que muita gente pensa!

A principal causa para o aparecimento das varizes ou "derrames" é a predisposição genética, podendo esta ser agravada pelos hábitos de vida, como sejam, ficar muitas horas de pé ou sentado e os esforços muito intensos.

Habitualmente uma variz não desaparece por si mesma e, geralmente, tende a piorar ao longo do tempo. A evolução pode inclusivamente ultrapassar o problema meramente estético, vindo a causar sintomas como desconforto, sensação de peso e edema, até flebites e trombose em casos mais extremos.

Os homens tendem a deixar passar mais tempo, antes de procurar um especialista, o que leva a

que muitas vezes o problema se agrave mais do que nas mulheres.

A melhor solução, a prevenção

Recomenda-se assim que sinta algum desconforto nas pernas e note a dilatação de vasos procure um médico especialista.

Os principais tratamentos são o laser vasculight, a escleroterapia (injectável) e a cirurgia.

Destacamos o laser vasculight por ser um método muito simples e eficaz: inicia-se com a aplicação de um gel condutor frio sobre a pele, que potencia a penetração da luz e actua como agente protector. De seguida, dispara-se o laser sobre os vasos a tratar, a luz emitida actua apenas nos pigmentos de cor vermelha ou esverdeada, típica das lesões vasculares, sem afectar os tecidos circundantes. Com este método melhoram as lesões vasculares de cor vermelha, com 1 mm de diâmetro. As maiores e de cor azulada são tratadas com injecções (escleroterapia). Para terminar é aplicada uma pomada anti-inflamatória para diminuir qualquer possível irritação.

É um método muito rápido e os resultados começam a ver-se logo depois da primeira sessão.


Efectividade e comodidade são os adjectivos que classificam este tratamento, ou seja, perfeitamente adaptado aos homens que têm pouco tempo livre para este tipo de coisas!

Recomendações

Evitar a exposição solar pelo tempo recomendado pelo médico, antes e depois de cada sessão. O tratamento não é indicado para pessoas com peles escuras, negras ou que tenham apanhado sol.

O tratamento tem justamente a vantagem de não interferir com o dia-a-dia do paciente que pode realizar as tarefas e actividades físicas normais do dia-a-dia.

As vantagens do vasculight:

• Os homens não necessitam de rapar os pêlos para fazer o tratamento.

• O tratamento é muito prático, cómodo e eficaz, apesar de variar de caso para caso, normalmente cinco sessões são suficientes para tratar o problema.

• É permitido logo depois de cada sessão retomar as actividades do dia-a-dia, ir ao ginásio ou praticar desporto.


Fonte: Corporación Dermoestética

Thursday, September 11, 2008

DOENÇAS DA PRÓSTATA AFECTAM OS HOMENS A PARTIR DOS 50 ANOS



Andreia Pereira


Segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU), 1/3 dos homens, acima dos 60 anos, apresentam sintomas de doenças da próstata. O diagnóstico precoce é, até ao momento, o único meio de colocar um travão ao avanço destas patologias.






Acontece, porém, que, por desleixo, muitos homens continuam a adiar uma visita regular ao médico. Para alertar para este problema, estão agendadas várias actividades, entre os dias 8 a 15 de Setembro, no âmbito da semana europeia das doenças da próstata.







Fruto do aumento da esperança de vida, uma grande percentagem dos homens, com mais de 65 anos, registam problemas de saúde associados à próstata. A situação mais frequente é a hipertrofia benigna da próstata (HBP), que se define pelo crescimento desta glândula.







Por razões que a ciência desconhece, "até ao momento, ainda não é possível explicar cabalmente este aumento do tamanho", diz o Dr. Francisco Rolo, presidente da Associação Portuguesa de Urologia (APU). Sabe-se, apenas, que este órgão, cuja forma é semelhante ao de uma castanha, "sofre alteração de tamanho em 60 a 70% dos homens, com idades compreendidas entre os 65 e os 70 anos".





Importa, no entanto, esclarecer que este crescimento nada tem a ver com o cancro da próstata: a situação mais grave. Segundo o presidente da APU, este problema, "circunscrito à próstata, implica uma perda de qualidade de vida, devido aos seus sintomas", nomeadamente do tracto urinário.





"A próstata envolve a uretra e, quando cresce, tem tendência para apertar a uretra, dificultando o fluxo de urina." Como resultado do compressão da uretra, "o jacto de urina começa a ficar mais curto, obrigando a uma micção mais frequente". Para tratar estas complicações da HBP, são administrados fármacos que diminuem o tónus muscular da próstata e que inibem a enzima que favorece o crescimento da glândula prostática.









Diagnóstico precoce facilita cura





Segundo Francisco Rolo, "há que contrariar a ideia de que só se deve procurar um médico quando se está doente", porque, depois de "os sintomas aparecerem, por vezes, já é tarde para actuar".





"Se for efectuado um diagnóstico precoce, antes da manifestação de sintomas de doença, o tratamento é mais eficaz, o que eleva as hipóteses de cura, concretamente no que se refere ao cancro da próstata." É por esta razão que está preconizada uma consulta anual, a partir dos 50 anos de idade.





Nos últimos anos, tem-se registado uma evolução positiva no tratamento das doenças da próstata, em resultado da capacidade de diagnóstico. O especialista defende que, hoje em dia, os meios de diagnóstico são muito mais avançados, não implicando exames complexos, nem dolorosos.





"Com uma ecografia ou análise de sangue já é possível detectar eventuais complicações", indica. Nas situações de HBP, a ecografia e o exame do toque rectal (apalpação da próstata) são métodos simples de detecção desta patologia. Já no caso do carcinoma, a realização da análise do antigénio específico da próstata, também conhecido como PSA, permite despistar grande parte das situações.




A doença prostática mais temida





De acordo com as estimativas, calcula-se que, anualmente, surjam cerca de quatro mil novos casos de cancro da próstata. Do total deste número, aponta-se para uma mortalidade de 1800 casos. "O carcinoma da próstata é um tumor bastante complexo e que nem sempre mata. Estes tumores evoluem de uma forma lenta, insidiosa e, durante muito tempo, não apresentam quaisquer sintomas", explica Francisco Rolo.





Embora se desconheçam as causas concretas implicadas com este carcinoma, sabe-se que a alimentação e o estilo de vida influem no aparecimento de cancro da próstata. "Suspeita-se que as doenças da próstata, na generalidade, estejam ligadas à obesidade, à diminuição da actividade física, e a uma alimentação pobre em vegetais e rica em gorduras animais."





Em estudos populacionais, verificou-se que, nos países com hábitos alimentares à base de hortícolas, a prevalência deste carcinoma é inferior. "Esta é uma prova aceite pela comunidade científica. Verificamos que em certas populações a prevalência deste carcinoma aumentou a partir do momento em que migrarem para países onde a dieta era profundamente baseada em gorduras animais e pobre em legumes", fundamenta o urologista.





No leque das causas do carcinoma, os factores familiares ou genéticos também determinam o aparecimento deste tumor na próstata. "Está provado que havendo antecedentes familiares, a prevalência está aumentada.

Tratando-se de familiares directos, está preconizada a realização do PSA aos 45 anos. Na restante camada da população masculina, em que esta situação não se verifique, aconselhamos o rastreio anual a partir dos 50 anos."









Detecção precoce é fundamental





O cancro da próstata evolui silenciosamente e, normalmente, os sintomas só se manifestam numa fase tardia. "Só depois de estar metastizado pelos gânglios linfático e pelos ossos é que os sinais de doença se manifestam". Prevenir e detectar precocemente são, neste caso, as palavras de ordem. Isto porque, numa fase mais tardia, já não existe possibilidade de cura, contrariamente ao que acontece nos estádios iniciais da doença, em que o tumor se encontra localizado.





Apesar de não traçar um diagnóstico exacto, a análise do PSA "é um marcador que alerta para a possibilidade ou probabilidade de existir uma suspeita, nomeadamente quando os valores estão acima de 3,5/4". "Servimo-nos desta análise para seleccionar os casos em que se deve fazer a biopsia da próstata", conclui Francisco Rolo.





Contudo, se houver uma detecção precoce, as hipóteses de cura "são de quase cem por cento, para as situações de tumor localizado", diz o especialista. E adianta que, "antes de se programar o tratamento, o médico terá de confirmar se a doença se encontra localizada". O que se consegue através da "palpação da próstata, da ecografia, da biopsia e de outros exames."





Em situações de doença localizada, existem dois procedimentos: a cirurgia e a radioterapia

externa ou interna. Esta última, também designada por braquiterapia, consiste na colocação de "sementes" radioactivas dentro da próstata, de modo a eliminar as células cancerígenas.






Os tratamentos hormonais, por outro lado, são utilizados em casos de tumores metastizados. Esta terapêutica, "ao inibir a produção de testosterona pelo organismo, contribui para a regressão do tumor, que necessita desta hormona para se propagar".




Fonte: Jornal do centro de saúde

Friday, September 5, 2008

CIRURGIA LAPAROSCÓPICA EM ONCOLOGIA



Dr. António José Ribeiro



Do grego laparo, abdómen, e scopia, examinar, a cirurgia laparoscópica representa uma nova abordagem minimamente invasiva no tratamento cirúrgico de múltiplas patologias abdominais sob anestesia geral.





A cirurgia laparoscópica ou vídeo-cirurgia, consiste na realização de cirurgias através de pequenos orifícios na pele por onde se introduz uma câmara de vídeo com iluminação por fibra óptica (laparoscópio), ligada a um ou mais monitores de televisão.




Por outros pequenos orifícios na pele, são introduzidos tubos rígidos (trocars) - "portas" em português - que permitem a utilização de instrumentos cirúrgicos para a execução das cirurgias com controlo visual indirecto (através do monitor). O espaço de trabalho é criado com recurso a insuflação da cavidade abdominal com dióxido de carbono (CO2).




Actualmente a laparoscopia é o método de eleição para o tratamento das doenças benignas da vesícula biliar. Na doença oncológica a sua aplicação tem sido mais cautelosa. Foram necessários estudos com recuo suficiente que demonstraram resultados equivalentes aos da cirurgia "aberta".




O tratamento da doença oncológica pressupõe que antes seja feito um correcto estadiamento. Isto é, saber se a doença está localizada ao órgão e aos gânglios que drenam esse órgão, ou se está disseminada por outros órgãos distantes (fígado, peritoneu, pulmão etc.) - metástases.




Esta avaliação é feita habitualmente por TAC ou RMN (ressonância magnética nuclear), mas no caso de metástases no peritoneu (membrana que reveste interiormente as paredes do abdómen e recobre os órgãos nele contidos), não têm grande sensibilidade.




Aqui, a laparoscopia de estadiamento poderá ter um importante papel antes do tratamento definitivo, como no cancro gástrico e cancro do pâncreas, para evitar cirurgias desnecessárias ou para diagnóstico através de biópsia ou citologia de modo a permitir um tratamento mais adequado.








Na cirurgia com intenção curativa




Uma ressecção oncológica pressupõe a remoção completa do tumor e gânglios de drenagem com margens cirúrgicas adequadas. Na cirurgia laparoscópica estes princípios devem ser seguidos escrupulosamente.




A cirurgia colorectal laparoscópica beneficiou de recentes avanços no material disponível não só no que diz respeito às máquinas de sutura automática mas também em relação a material que permite uma dissecção exangue e laqueações vasculares sem recurso a fios e tesouras (dissectores ultrassónicos e tecnologia diatérmica avançada - Ultracision® e LigaSure® respectivamente).



Foram desenvolvidos dispositivos que permitem por uma pequena incisão de 8-10 cm introduzir a mão do cirurgião, sem haver perda de pressão do CO2, para poder facilitar diversos procedimentos.




Frequentemente em vez de utilizar uma técnica exclusivamente laparoscópica, executa-se uma colectomia assistida por laparoscopia, isto é, a colectomia é feita por laparoscopia mas a remoção da peça operatória faz-se por uma pequena incisão abdominal que permite efectuar fora da cavidade abdominal parte ou a totalidade da anastomose intestinal (restabelecimento da continuidade intestinal). A peça operatória é removida com recurso a um saco de plástico apropriado, para evitar o contacto do tumor com a incisão abdominal.




O tratamento laparoscópico do cancro do recto é tecnicamente mais difícil devido ao pequeno espaço de trabalho - a cavidade pélvica - especialmente no homem por ter uma bacia mais estreita, e pela necessidade de identificar e preservar estruturas retroperitoneais tais como os nervos hipogástricos que controlam a função sexual e a urinária.




Das vantagens salienta-se um mais rápido restabelecimento do trânsito intestinal, menos dor, menos complicações e uma alta mais precoce. Como desvantagem sublinha-se a necessidade de mais tempo operatório dependendo sobretudo da experiência do cirurgião. É uma técnica que requer muito treino com uma longa curva de aprendizagem.





"Actualmente a laparoscopia é o método de eleição para o tratamento das doenças benignas da vesícula biliar"




"No tratamento da doença oncológica, este método possibilita a despistagem de metástases no peritoneu, isto é, permite saber se a doença está localizada apenas no órgão e nos gânglios que drenam esse órgão, ou se está disseminada por outros órgãos distantes"








Dr. António José Ribeiro
Secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Oncologia



Fonte: Jornal do Centro de Saúde

PORTUGUESES ESTÃO MAL INFORMADOS SOBRE OS LINFOMAS



Ana Tomás



No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Linfoma, que se celebra no próximo dia 15 de Setembro, a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), com o apoio da Roche Farmacêutica, acaba de apresentar um estudo que revela que apenas 5.1 por cento dos portugueses que já ouviram falar de linfomas se considera bem informado sobre esta doença.





O estudo revela ainda que a grande maioria dos portugueses (62.9 por cento), não conhece ninguém que tenha sido afectado pela doença, 88.8 por cento não consegue especificar nenhum tipo de linfoma em particular e 45.8 por cento é incapaz de nomear qualquer tratamento.




No entanto, apenas 9.8 por cento admite que já procurou mais informação sobre os linfomas, nomeadamente sobre as possibilidades de cura (43.2 por cento), tipos de tratamento disponíveis (36.4 por cento), a sua duração (25 por cento), e grau de agressividade do cancro (22.7 por cento). Por outro lado, apenas 13.6 por cento dos portugueses refere ter conhecimento da existência dos linfomas por intermédio dos profissionais e instituições de saúde.




De acordo com o Dr. Herlander Marques, vice-presidente da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas "existe de facto um preocupante desconhecimento sobre o que são os linfomas, principalmente porque as pessoas não sabem que um linfoma é um cancro. Se tivesse essa noção acredito que procurariam mais informação e tomariam mais precauções".




Embora mais esclarecida, também a população portuguesa já diagnosticada com linfoma demonstra um desconhecimento face à doença já que apenas 23.5 por cento considera estar bem informada e apenas 31.3 por cento considera ter um conhecimento muito satisfatório sobre os tratamentos existentes. Contudo, a grande maioria deste grupo da população já ouviu falar de linfomas de Hodgkin (70.4 por cento) e de linfomas não Hodgkin (43.6 por cento), os principais tipos de linfoma.




Os doentes com linfoma têm por hábito procurar informações sobre a doença (65.4 por cento) principalmente na internet (81.2 por cento) ou nas revistas (60.7 por cento). No entanto, 39.1 por cento desconhece a existência de associações de apoio a doentes.




As principais questões que os doentes com linfoma colocam aos seus médicos relacionam-se com a possibilidade de cura (77.1 por cento), a gravidade da doença (76.5 por cento), e as opções de tratamento (74.3 por cento).




Por outro lado, os doentes declaram gostar de envolvidos em todas decisões sobre os seus tratamentos (60.3 por cento) e optam por recorrer ao seu médico oncologista/hematologista para a adquirir (52 por cento).




O linfoma é um tumor maligno que resulta do crescimento anormal de células do sistema linfático e é considerado a quinta causa de morte relacionada com cancro nos homens e a sexta causa de morte relacionada com cancro nas mulheres.


"O diagnóstico da doença por vezes torna-se difícil, porque os sintomas podem ser confundidos com outras patologias. Os mais frequentes são cansaço, febre e gânglios aumentados desvalorizados por alguns doentes. Quando não são tratados adequadamente, alguns tipos de linfoma podem ser fatais em seis meses", alerta o vice-presidente da APLL e responsável de Hematologia do Hospital S. Marcos, em Braga.




Este estudo foi efectuado pela Spirituc-Investigação Aplicada a indivíduos residentes em Portugal continental, de ambos os géneros, com idade superior a 18 anos. O processo de recolha de informação foi efectuado telefonicamente junto da população conhecedora de linfomas (uma amostra de 448 pessoas) e presencialmente junto da população com diagnóstico de linfomas (uma amostra de 179 pessoas).








Pedalar Contra o Linfoma




A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), em parceria com a Roche, anunciam o arranque da iniciativa Pedalar contra o Linfoma, uma corrida de bicicleta que terá lugar no próximo dia 13 de Setembro, pelas 10:30, no Parque da Cidade, no Porto.




Esta passeio de bicicleta, que visa sensibilizar a população para este tipo de cancro e que antecipa o Dia Mundial do Linfoma (que se assinala a 15 de Setembro), conta com a presença de Cândido Barbosa, personalidade de destaque no ciclismo nacional, que apadrinha oficialmente esta iniciativa e irá conduzir o pelotão solidário ao longo das ruas da cidade invicta.




As primeiras 500 inscrições, no valor de 20 euros, terão direito a bicicleta, capacete, uma t-shirt desenhada pelo estilista João Rolo (que também irá pedalar contra o linfoma) e um kit lanche. Os interessados em "pedalar contra o linfoma" podem inscrever-se no fim-de-semana de 6/7 de Setembro nos quiosques do evento colocados na Av. Brasil, no Porto, ou através do número 964.461.458.




Os participantes que desejarem levar a sua própria bicicleta, poderão fazer a inscrição por 5 euros, tendo direito a receber a t-shirt e o kit lanche. Todos os fundos recolhidos na corrida revertem para a Associação Portuguesa das Leucemias e Linfomas.



Fonte: Hill & Knowlton
 

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