Friday, March 7, 2008

ESTADO GASTA 240 MILHÕES DE EUROS COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS


Sónia Matos




Asma, bronquite, tuberculose, apneia do sono, cancro do pulmão e tabagismo são alguns dos temas que estarão em debate no 15º Congresso de Pneumologia do Norte que decorre no Hotel Porto Palácio, na cidade do Porto, até dia 8 de Março.




Os custos associados ao tabagismo constituem um dos temas centrais uma vez que é a principal causa de algumas das doenças debatidas no congresso. Os custos directos atribuídos ao tabagismo nos doentes respiratórios são de 203 milhões de Euros e de 40 milhões nos doentes internados. Dados recentes revelam que se nunca tivesse havido fumado, quase 90% dos casos de cancro de pulmão nos pulmões nos homens deixariam de existir. O custo do tabaco para a sociedade portuguesa tem vindo a revelar-se cada vez mais elevados, sendo o tabagismo responsável por 11,7% das mortes.



Em termos de terapêuticas e sua sustentabilidade, foram debatidos os custos associados a doenças como seja o cancro do pulmão. A contínua introdução de novas terapêuticas reflectem progresso científico e inovação que leva a que os custos dos fármacos para o tratamento do cancro ultrapasse os de outras patologias.



Um estudo realizado pelo ministério da saúde revela que medicamentos usados no tratamento de cancro, doenças auto-imunes e transplantes custaram, em 2005, mais de 14 milhões de euros por mês.



As novas terapêuticas, mais eficazes e menos agressivas para o doente são mais caras que as tradicionalmente utilizadas. No entanto, permitem um tempo maior de sobrevida ao doente e melhor qualidade de vida resultante da diminuição dos efeitos secundários originados pelos tratamentos. Estas e outras preocupações foram debatidas tendo em conta a relação custo / terapêutica.


Fonte: Multicom

Thursday, March 6, 2008

QUANDO A BEXIGA NÃO PÁRA

Andreia Pereira

A dificuldade em controlar a vontade súbita de urinar constitui um verdadeiro tormento diário para quem sofre de incontinência urinária. As visitas constantes à casa de banho e o medo de não chegar a tempo assolam o quotidiano de quem se depara com este problema. Porém, certos casos são passíveis de cura, através de uma cirurgia realizada em 10 minutos.




A incontinência urinária pode ser definida como a perda involuntária de urina. Apesar de não haver números concretos, estima-se que, em termos gerais, pelo menos 3 milhões de pessoas já terão sofrido, em algum momento da sua vida, pequenos derrames urinários. E por que razão isto acontece?




Segundo o Prof. Paulo Dinis, presidente da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia (APNUG), esta situação deve-se ao enfraquecimento do esfíncter: um mecanismo de contenção da urina. “Quando este músculo de retenção se encontra fragilizado, a pressão abdominal aumentada pode gerar perdas involuntárias de urina, em determinadas circunstâncias: fazer esforços, levantar pesos, tossir, subir escadas, espirrar. Esta é a típica situação de incontinência urinária de esforço.”



Existe, ainda, um outro fenómeno de incontinência urinária, que se designa por imperiosidade. Nesta situação, a bexiga (um músculo que alarga, quando está vazia, e encolhe quando está cheia) contrai-se involuntariamente. Um mero estímulo, como molhar as mãos, colocar a chave na porta ou em situações de stresse, pode provocar uma vontade súbita e repentina de urinar, sem que a pessoa tenha tempo de se deslocar à casa de banho.



Um estudo de 2005, realizado pela Spirituc, indica que, em Portugal, cerca de 650 mil pessoas sofrem deste problema, na sua grande maioria mulheres. Contudo, alguns doentes escondem esta preocupação, porque assumem que a incontinência é um problema relacionado com o avanço da idade. E, deste modo, não procuram ajuda clínica. “Calcula-se que apenas 10 a 15% dos doentes estão adequadamente tratados”, diz Paulo Dinis.





Implicações da IU




A Organização Mundial de Saúde (OMS), para além de definir a incontinência urinária como uma dificuldade em controlar as perdas involuntárias de urina, indica, ainda, que se trata de uma questão de higiene, com impacto pessoal e social. “A incontinência urinária subtrai qualidade de vida destes doentes, provocando algumas limitações laborais, sociais, no desempenho sexual e no bem-estar psicológico”, defende Paulo Dinis.



O dia-a-dia do doente “passa a ser gerido em função das idas à casa de banho”, acrescenta o urologista. E avança com um exemplo: “Imagine-se um gestor que sofre deste problema. A dada altura, se estiver numa reunião de trabalho, terá de abandonar a sala porque teve um episódio de imperiosidade, que pode conduzir à incontinência.”



As situações de imperiosidade podem ser, na perspectiva do presidente da APNUG, “altamente perturbadoras”, quando comparadas com a incontinência urinária de esforço. “Se a pessoa tosse ou espirra, é esperado que possa ter perdas de urina. No outro tipo de incontinência, devido à sua imprevisibilidade, nunca se sabe quando é o episódio poderá ocorrer.”



Deste modo, Paulo Dinis desmistifica esta doença e garante que “não se trata de uma fatalidade, até porque, na maior parte dos casos, tem tratamento”. No entanto, este problema continua a ser encarado como um tabu. “É preciso anular algumas ideias preconcebidas e explicar à população que existe solução para a incontinência urinária e, em determinadas situações, é até possível oferecer a cura. Se não forem encetadas medidas de controlo, esta patologia pode empurrar o doente para o isolamento e depressão”, ressalva o urologista.



Os doentes com incontinência por imperiosidade “tendem a defender-se dos ‘ataques surpresa’ da micção involuntária e, à custa de episódios inesperados, aumentam a frequências da micção, ou seja, passam a vida a correr para a casa de banho. Estes são os doentes, com frequência diurna e nocturna, que, na grande parte das vezes, têm de interromper o seu sono e levantarem-se para urinar.”





Cirurgia em 10 minutos



A primeira abordagem do tratamento da incontinência urinária, nos casos ligeiros e moderados “deve ser sempre através da fisioterapia, tentando o fortalecimento da musculatura pélvica”. Não se obtendo resultados com esta técnica de reabilitação, “existem possibilidades cirúrgicas, através das quais é permitido curar o doente”.



Esta cirurgia, como explica o urologista, não obriga a internamento, pelo que a pessoa pode obter alta no mesmo dia em que é sujeita a esta intervenção. A taxa de sucesso desta técnica cirúrgica “ronda os 85-90%, nas situações de incontinência urinária de esforço” (ver caixa). No caso da incontinência urinária por imperiosidade, “existem fármacos que garantem o controlo de 70 a 80% das situações deste tipo”, adianta o especialista. Estes medicamentos ajudam a reduzir a “excitabilidade do músculo da bexiga e evitam, assim, a contracção involuntária, que provoca as perdas de urina”.



A par destas soluções, há, ainda, a possibilidade de aplicar tratamentos intra-vesicais, que consistem na “aplicação de fármacos dentro da bexiga”. Este líquido injectável vai “acalmar a bexiga e permitir que o doente não tenha uma contracção vesical súbita, nas situações de incontinência por imperiosidade”. Nestes casos, é, ainda, possível “educar a bexiga”, através da micção temporizada. “O doente calcula a frequência e o período da micção. Se a pessoa indicar que consegue aguentar cerca de quatro horas, então, pedimos para proceda à micção meia hora antes.”





Diagnóstico da incontinência




O diagnóstico desta patologia faz-se por intermédio do historial clínico do doente. Para além disso, efectua-se um exame físico, que, “através da na realização de diferentes manobras, permite identificar o tipo de incontinência urinária”, refere Paulo Dinis. Os restantes exames clínicos englobam as análises gerais, as análises de urina e uma ecografia.





Como funciona a técnica TVT?




Cirurgia “simples”, realizada em ambulatório, com uma taxa de cura que se situa entre os 85 a 90%. Esta intervenção implica uma “incisão de um centímetro, na parede da vagina, por onde se coloca uma fita [rede feita de material sintético], por debaixo da uretra, que vai reforçar estas estruturas de contenção”. No entanto, ressalva Paulo Dinis, antes da cirurgia, a primeira opção clínica deve ser a fisioterapia, para fortalecimento dos músculos pélvicos.






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

TRIGÉMEAS PORTUGUESAS

87,6% DOS DOENTES PORTUGUESES COM EXCESSO DE PESO EM RISCO CARDIOVASCULAR, REFEREM NÃO TER ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL



Filipe Henriques





O Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), em parceria com Abbott Laboratórios Lda, realizou um estudo sobre a obesidade na população em risco cardiovascular que apresenta resultados alarmantes e que merecem uma reflexão sobre o modo de actuação junto desta população em risco.




Como problema de saúde pública que é, a obesidade deve ser encarada e abordada pelos profissionais de saúde de uma forma integrada. Apesar do relativo conhecimento e consciencialização que existe na população portuguesa para este problema, apenas 12,4% dos obesos em risco cardiovascular referem ter aconselhamento profissional. Destes, 47,9% são acompanhados pelo médico de clínica geral, 32,2% pelo nutricionista, 18,2% pelo farmacêutico, 14,1% por um endocrinologista e 2,4% recorre à ajuda de um psicólogo.



Estes são os dados mais relevantes do estudo, mas outros existem que merecem igual destaque e atenção por parte da comunidade médica, governamental e principalmente, por parte dos doentes que são os mais interessados no tratamento da doença que os aflige.



Um dado preocupante que se retira do estudo, após a análise dos resultados, é que a ajuda de um profissional de saúde surje num estado avançado da obesidade, pois 56,3% dos inquiridos são já considerados obesos. De facto, os doentes mais obesos foram os que mais referiram ter acompanhamento profissional (38,0% vs 7,8%). Este valor significa que os doentes deixam a obesidade prolongar-se, aumentando em muito o risco de complicações metabólicas.




Também as campanhas de prevenção e sensibilização não estão a ter a eficácia que se pretende pois apenas 24,3% dos inquiridos sabe o que significa IMC (Índice de Massa Corporal), e apenas 9,2% conhece o seu IMC.




No que diz respeito à relação entre a obesidade e outras comorbiliaddes, estudos anteriores verificaram que os homens obesos apresentam maior percentagem de hipertensão (53,3% vs 26,1%) e hipertrigliceridemia (23,4% vs 9%), que os homens não obesos. No que se refere ao sexo feminino, o mesmo estudo revela que as mulheres obesas têm mais hipertensão (43,7% vs 30,7%), diabetes (7,6% vs 2,7%), hipertrigliceridemia (27,1% vs 5%) e colesterol (15% vs 5,3%), que as mulheres com peso normal.



Também o tratamento foi abordado no estudo realizado pelo CEFAR e, mais uma vez, os resultados não são animadores. Para começar apenas 5,6% dos inquiridos revelou fazer alguma terapêutica para a obesidade, sendo que cerca de 70% refere que a mesma foi indicada por um profissional de saúde. Mais preocupante é o facto de, estudos anteriores já terem referido que apenas 44% dos médicos se consideram qualificados para tratar doentes obesos e 31% referirem que o tratamento da obesidade é desnecessário. A reduzida percentagem de doentes a fazerem terapêutica no estudo do CEFAR (27,9%), pode dever-se ao facto de, em Portugal, os medicamentos sujeitos a receita médica obrigatória não serem comparticipados pelo Estado.





Sobre o Estudo




O estudo foi realizado em 79 farmácias, em todo o território nacional, tendo sido inquiridos 980 doentes que se apresentaram nas farmácias com uma prescrição de um anti-hipertensor e/ou antidislipidémico e com o IMC igual ou superior a 25. A recolha de informação ocorreu entre os dias 14 a 19 de Maio de 2007.





Principais conclusões




- De acordo com as classes de IMC definidas pela OMS, 56,3% dos doentes são obesos (IMC≥30) e 43,7% tem excesso de peso;




- 75,4% dos doentes tem um risco muito aumentado de complicações metabólicas e 18,6% um risco aumentado;




- 24,3% dos doentes conhecia o significado de IMC e 9,2% conhecia o seu valor;



- 82,8% dos doentes mediam o peso, 34,1% raramente e 34,6% mensalmente;



- 87,6% dos doentes referiu não ter acompanhamento profissional no tratamento da sua doença. O acompanhamento por um profissional aumenta consoante a classe de IMC;



- 5,6% dos doentes referiu tomar qualquer produto para a obesidade.






Fonte: MediaHealth Portugal

CASO RARO DE TRIGÉMEOS

O QUE A TOSSE PODE ESCONDER




Cláudia Pinto




Aparece muitas vezes sem avisar e pode permanecer semanas seguidas sem pedir autorização. A tosse pode ser apenas um mecanismo de defesa do organismo ou pode transformar-se no principal sintoma de infecções, problemas respiratórios ou gástricos. Se tem tosse permanente durante mais de três semanas, não ignore este sinal e procure uma avaliação médica. A recomendação é da Dra. Olga Xavier, Médica de Medicina Geral e Familiar.




Podemos falar de tosse seca e produtiva, ou seja, com expectoração. “A tosse seca pode aparecer em determinadas alturas do ano, muito ligada às alergias ou a uma irritação provocada por alguma situação ou alérgeno”, afirma Olga Xavier. Surge assim como “um mecanismo de defesa do corpo para libertar algo que não é benéfico para o mesmo”. No entanto, a partir de determinado grau, “deixa de ser saudável e a tosse pode tornar-se crónica e necessitar de avaliação clínica”.




Quando deve procurar o médico




Para Olga Xavier, é imprescindível consultar o seu médico quando a tosse vier acompanhada de febre ou de dor no peito. “Este sintoma pode significar a existência de uma infecção que tem mesmo de ser analisada. Pode estar na origem de uma tuberculose, uma pneumonia ou uma inflamação da pleura. A tosse está na base de variadas patologias”. Se a sua queixa já tem mais de três semanas, não deixe de visitar o médico.



O que muitas pessoas não sabem é que actualmente, a tosse está relacionada com um problema gástrico. “Pode dar-se o refluxo do estômago para o esófago”.



Basta uma consulta para detectar os tipos mais simples de tosse. “É feita uma avaliação do paciente e receita-se o medicamento adequado para que o sintoma passe”. Por outro lado, “no caso de tosses mais complexas, podem ser necessários exames complementares de diagnóstico. O mais frequente é o raio-X ao pulmão. No entanto, se suspeitarmos de um problema digestivo, temos de confirmar com uma endoscopia”, explica a médica de Medicina Geral e Familiar.





Quando deve procurar o médico




Para Olga Xavier, é imprescindível consultar o seu médico quando a tosse vier acompanhada de febre ou de dor no peito. “Este sintoma pode significar a existência de uma infecção que tem mesmo de ser analisada. Pode estar na origem de uma tuberculose, uma pneumonia ou uma inflamação da pleura. A tosse está na base de variadas patologias”. Se a sua queixa já tem mais de três semanas, não deixe de visitar o médico.



O que muitas pessoas não sabem é que actualmente, a tosse está relacionada com um problema gástrico. “Pode dar-se o refluxo do estômago para o esófago”.



Basta uma consulta para detectar os tipos mais simples de tosse. “É feita uma avaliação do paciente e receita-se o medicamento adequado para que o sintoma passe”. Por outro lado, “no caso de tosses mais complexas, podem ser necessários exames complementares de diagnóstico. O mais frequente é o raio-X ao pulmão. No entanto, se suspeitarmos de um problema digestivo, temos de confirmar com uma endoscopia”, explica a médica de Medicina Geral e Familiar.



Um dos grandes problemas que a maioria dos médicos enfrenta actualmente é a auto-medicação. “Os pacientes não devem tomar xaropes ou outros medicamentos que já lhes tenham sido receitados ou que o vizinho aconselhou porque se sentiu bem”, adverte Olga Xavier. Se é fumador, não ignore a tosse, pensando que é natural e que existe apenas para libertar a expectoração resultante do tabaco. Os seus cuidados devem ser redobrados!






Fonte: Jornal do Centro de Saúde

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DOENTES DA PRÓSTATA NÃO DÁ TRÉGUAS: EM CRUZADA PELO TESTE AO PSA



Liliana Ferreira





Simples, rápido e indolor, o teste ao PSA é a resposta à indiferença e aos tabus com que os portugueses encaram a prevenção de eventuais problemas da próstata.






Por isso, a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDPróstata) alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e aconselha ao despiste através do método quantitativo de medição do PSA.





O cancro da próstata é a segunda causa de morte oncológica entre os homens na Europa e nos EUA e em Portugal a patologia é diagnosticada em um por cada dez homens com mais de 50 anos. Esta grave e silenciosa doença mata 1800 portugueses por ano.





António Pereira Pinto, presidente da APDPróstata, recomenda que “a partir dos 40 anos haja uma atenção redobrada para a detecção precoce de eventuais problemas da próstata. Nesta medida, o teste do PSA é um aliado ao rastreio da saúde da próstata, servindo de indicador de eventuais problemas”.



O presidente da APDPróstata acrescenta ainda que “o teste do PSA é simples e rápido de fazer, consistindo numa pequena picada no dedo que, em apenas quinze minutos, permite detectar os níveis de PSA – o antigénio específico da próstata que, acima de determinados valores, pode indicar possíveis problemas”.



“Esta forma de diagnóstico não inviabiliza a necessidade da consulta com um urologista e a realização de outros exames mais específicos. Contudo, o teste ao PSA permite que, de uma forma fácil, os portugueses estejam mais atentos à saúde da próstata”, conclui António Pereira Pinto.



Os sintomas revelam-se numa fase muito avançada, já quase sem hipótese de tratamento. Por esta razão, torna-se essencial informar que só mediante um diagnóstico atempado é possível tratar, rápida e eficazmente, esta grave doença.






Fonte: ADBDCommunicare, Consultores Associados

Tuesday, March 4, 2008

DOENÇA OBSTRUTIVA CRÓNICA É PREVENÍVEL E TRATÁVEL




Prof. António José Segorbe Luís





O objetivo principal do GOLD - uma iniciativa da OMS para a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) - é o de aumentar a conscientização entre os profissionais da área da saúde e o público em geral sobre a DPOC. As definições anteriores de DPOC centravam-se no “Enfisema” e na “Bronquite Crónica”. Estes conceitos não fazem, hoje em dia, parte da definição de DPOC, tal como é apresentada pelo GOLD.




A bronquite crónica é definida pela produção de muco e tosse por um período mínimo de três meses por ano, considerando dois anos consecutivos. Esta definição não reflecte o grande impacto da obstrução ao fluxo aéreo na morbilidade e mortalidade nos doentes com DPOC. Aproveitamos para lembrar que a tosse e a produção de muco podem preceder durante anos o desenvolvimento de limitação do fluxo aéreo. Por outro lado, há fumadores que desenvolvem obstrução brônquica significativa sem que refiram tosse crónica ou expectoração.



O conceito de enfisema é o de destruição das paredes bronquiolares (brônquios mais finos) e alveolares. A noção popular de enfisema é a de que se trata de uma patologia grave, incapacitante e mortal. Pois, na DPOC, a regra é “nem oito, nem oitenta”. Na verdade, nem a tosse “de fumador”, nem a produção habitual de expectoração são inocentes, dado precederem a obstrução brônquica, acompanhando-a no seu carácter progressivo. Depois, muitos doentes com DPOC têm uma componente enfisematosa variável, sem sofrer do estigma do enfisema fatal.




Daí não devermos criar uma imagem excessivamente negativa para a DPOC. A doença é prevenível e tratável. O carácter progressivo com que é conotada advem da contínua exposição aos irritantes tóxicos, com destaque para o fumo do tabaco. Está largamente comprovado que a cessação tabágica é a medida de maior benefício e maior eficácia no controlo da evolução da doença.



A espirometria é essencial para o diagnóstico de DPOC e informa do grau de gravidade da doença. Infelizmente, a acessibilidade à espirometria ainda é muito limitada nos Centros de Saúde. A Sociedade Portuguesa de Pneumologia, com o patrocínio da Pfizer e da Boerhinger, tem vindo a efectuar rastreios a fumadores com mais de 40 anos pelo país. Estamos muito próximo dos 5000 exames efectuados. Se é fumador e se deparar com uma carrinha PNEUMOBIL aproveite e faça o seu rastreio de DPOC.



Não esqueça: conheça a DPOC antes que a DPOC se dê a conhecer.





Prof. António José Segorbe Luís



Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia





Fonte: Jornal do Centro de Saúde

COMBATE À OBESIDADE

ENURESE NOCTURNA: QUANDO O CHICHI APARECE FORA DE HORAS

Cláudia Pinto



O problema é comum a várias famílias. Para muitas crianças, passa a ser um segredo bem guardado. Vergonha e inferioridade são sentimentos habituais. Por outro lado, os pais nem sempre sabem como lidar com a situação e punem os filhos que urinam fora de horas. Para lidar com a enurese nocturna, são conhecidas formas de tratamento eficazes. A ajuda dos pais é também essencial para a resolução do problema. Apoiar em vez de discriminar, incentivar em vez de punir, parecem ser truques essenciais.




Está atento aos sintomas do seu filho?






Os pais devem estar vigilantes aos sintomas urinários diurnos dos seus filhos, pois eles podem fornecer-lhe pistas importantes.




A criança refere dor ao urinar? Tem de urinar com muita frequência e em pequenas quantidades de cada vez? Urina muito de cada vez e parece estar sempre cheio de sede e bebe exageradamente? Nota alguma anomalia no jacto urinário ou o seu filho parece ter que fazer força para iniciar a micção?




Estes são alguns dos sinais que podem indicar uma causa orgânica subjacente à enurese, explica João Luís Barreira, acrescentando: “Há uma associação frequente entre a obstipação e a enurese e nalguns casos ao tratar a obstipação resolve-se o problema da enurese. Por fim, em relação ao sono propriamente dito, é frequente os pais considerarem que estas crianças têm o sono particularmente pesado. Em alguns casos, as crianças ressonam muito durante a noite e têm apneias obstrutivas durante o sono e isso parece estar associada à libertação de uma hormona que aumenta a produção nocturna de urina, o que leva a ter enurese.



Por vezes, estas crianças são operadas às amígdalas e adenóides e a enurese resolve, ou pelo menos, melhora significativamente”, explica o pediatra.




Todas as crianças com este problema devem, em primeiro lugar, ser levadas ao seu médico para uma avaliação e orientação individualizada.





Alerta aos pais




É fundamental que os pais não culpabilizem os seus filhos nem contribuam para este sentimento de inferioridade. “Por vezes, a atitude dos pais e familiares contribui para a manutenção da enurese.



Os comportamentos e comentários que frequentemente surgem na sequência destes episódios podem dificultar a criança a ultrapassar o problema”, chama à atenção a Dra. Miriam Gonçalves, neuropsicóloga clínica, especializada em enurese nocturna. Recomenda-se, portanto, acompanhamento médico em todo este processo. “As crianças descrevem sentimentos como irritados, rabugentos, envergonhados e confusos”.




Os próprios pais tendem a “evitar falar do assunto com outras pessoas. Falar sem vergonha e encarar a enurese nocturna como um problema que hoje em dia tem fácil solução, é o primeiro passo para a resolução do mesmo e para um tratamento eficaz”, aconselha Miriam Gonçalves.



A punição e a ameaça são, por outro lado, “as piores estratégias que se poderão adoptar, uma vez que a criança já sofre o suficiente por não conseguir evitar a enurese. Evite ainda o recurso ao uso da fralda, por muito que lhe custe ter de lavar e estender sistematicamente os lençóis”.



As crianças costumam guardar este segredo “a sete chaves” com medo de discriminação por parte dos seus amigos e familiares porque “pensam que só eles é que ainda fazem chichi na cama. Mas a realidade é que, por exemplo, numa turma de 30 alunos da primária, cinco escondem este segredo”, explica a neuropsicóloga.





Dicas para lidar melhor com a enurese




Incentivar a criança – “Utilizando por exemplo o calendário das noites secas. É um reforço positivo importante, já que auxilia a manter a criança focada no tratamento e permite que verifique quantitativamente o seu progresso rumo à cama seca”, explica Miriam Gonçalves.



Motivar a criança a cuidar da sua higiene pessoal, tomando banho, para evitar o desagradável odor a urina, que o poderá “denunciar” entre os colegas na escola.



Fazer com que a criança faça “exercícios” da bexiga, tentando fazer um intervalo cada vez maior entre a vontade e a ida à casa-de-banho, bem como ensiná-la a controlar o jacto urinário, aprendendo a interrompê-lo.



Sempre que ocorrer um “episódio molhado” deverá pedir-lhe para mudar a roupa da cama e o pijama e colocá-los na máquina de lavar. Esta é uma forma de a criança se ir mentalizando para o facto de que este é um problema seu e que, por isso, terá de se esforçar para vencê-lo.



Permita que a criança não desenvolva sentimentos de culpa, demonstrando-lhe que a enurese é uma situação frequente e que atinge outras crianças.



Elogiar e recompensar a criança sempre que não fizer chichi na cama.





Destaques





“Não será então de estranhar se estas crianças se recusarem a participar em alguns passeios de escola, acampamentos ou dormirem em casa de amigos e familiares”




“Permita que a criança não desenvolva sentimentos de culpa, demonstrando-lhe que a enurese é uma situação frequente e que atinge outras crianças”






Fonte: Jornal do Centro de Saúde
 

saude-se Copyright © 2012 -- Powered by Blogger