Monday, October 20, 2008

DEPRESSÃO PÓS-PARTO


Depressão Pós-Parto



A gravidez e o pós-parto correspondem a períodos de alta vulnerabilidade para a mulher. São razões sobretudo biológicas ligadas às modificações endócrinas e às alterações do esquema corporal, mas também estão presentes razões psicológicas ligadas ao sentimento de maternidade e às experiências negativas de gravidezes anteriores.





Os quadros clínicos mais frequentes nestes períodos são as alterações depressivas de pequena intensidade (50-85% dos casos), muito embora as psicoses pós-parto, sendo raras (0,1-0,2%), constituem um quadro de grande emergência psiquiátrica.




Em termos psiquiátricos o pós-parto ou puerpério corresponde ao período que se estende desde o parto até aos 6 meses seguintes. Abarca portanto o pós-parto bem como parte do período de lactação.




As depressões que ocorrem neste período são em geral de dois tipos de gravidade: as ligeiras e as muito graves.




As primeiras, mais frequentes em mulheres primíparas, caracterizam-se por acentuado cansaço e falta de energia, choro fácil, sintomas corporais vagos e generalizados, pessimismo, dificuldade de concentração, insónias e tristeza acentuada, com flutuações do humor ao longo do dia e acompanhados por preocupações exageradas relacionadas com os cuidados com o filho. A este propósito convém referir a importância das manifestações da criança, já que funciona como um "emissor sintomático" das alterações psicológicas da mãe traduzidas na alteração da relação mãe-filho.




De entre as manifestações sintomáticas da criança, os quadros de tipo digestivo (que constituem nesta fase o meio preferencial de comunicação do recém-nascido com o mundo exterior), quer apresentando-se como rejeições alimentares, quer como aumento da ingestão de alimentos, com as consequentes deglutições maciças de ar, são um código de sintomas importante a descodificar, no sentido das alterações psicológicas maternas.




Apesar disso, estas depressões são normalmente benignas, ocorrem entre o 3º e o 6º dia do puerpério e por isso designam-se por síndroma do 3º dia e necessitam de tratamento psicológico e farmacológico adequado. Não apresentando uma ligação evidente com as alterações hormonais em curso, estão mais relacionadas com os acontecimentos de vida e com o stress social a que a mulher está sujeita, sendo por isso muito influenciadas por tratamentos psicológicos e por acções de pedagogia da saúde. Assumem grande importância pelas consequências sobre o desenvolvimento do recém-nascido, pelo que apesar de ligeiras devem merecer um especial cuidado.




As segundas, as depressões graves, são mais raras (1 a 2%), têm um curso dependente das alterações metabólicas que estão a ocorrer, constituindo verdadeiras psicoses puerperais que necessitam de internamento urgente. Este tipo de depressões ocorre, na grande maioria dos casos, durante o 1º mês após o parto. O sintoma saliente é a confusão mental, mas apresenta um conjunto de sinais precursores aos quais se deve prestar atenção (insónia grave, inquietação motora marcada, irritabilidade muito intensa, frequentes alternâncias do humor e profunda desmotivação). Uma complicação grave destes quadros clínicos é o grande risco de suicídio. Em casos raros existe também o risco de infanticídio.







Esta fase da vida da mulher está, de facto, associada a um grande número de admissões nos serviços de psiquiatria por quadros psicóticos de ocorrência durante o 1º mês após o parto. Se bem que as depressões bipolares façam parte deste leque de quadros psicóticos não constituem, contudo, a sua maioria. Esta, é constituída por outras situações psicóticas, a maior parte das vezes atípicas, que eclodem geralmente em mulheres com uma história de patologia psiquiátrica anterior ou até familiar.




Dados recentes da investigação indicam que estes estados não são de origem psicológica mas sim hormonal, tendo por isso alguns autores sugerido que o parto constitui o factor principal para explicar a maior incidência de estados depressivos no sexo feminino, apoiados em estudos que demonstraram que a incidência da depressão psicótica em mulheres sem filhos ser semelhante à dos homens. Independentemente dos argumentos po-derem ser contestados, o que é verdade é que estas depressões graves constituem quadros clínicos que ameaçam a vida da mulher e a do seu filho. Por isso, devem merecer um cuidado muito especial por parte dos familiares que têm obrigação de as reportar aos seus médicos assistentes.





J. Marques Teixeira,

Professor da Universidade do Porto e Director do NeuroBios

Instituto de Neurociências, Diagnóstico e Reabilitação Integrada.





Fonte: Saúde em Revista

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Pacto pela Vida


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O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do Sistema Único de Saúde (SUS) pactuado entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, para alcançar maior eficiência e qualidade nas respostas do SUS. Para tal, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e da busca pela eqüidade social.

A implementação do Pacto pela Saúde se dá por meio da adesão de municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que é renovado anualmente e substitui os processos de habilitação (nas várias formas de gestão anteriormente vigentes), estabelecendo metas e compromissos para cada ente da federação. Entre as prioridades definidas estão a redução da mortalidade infantil e materna; o controle das doenças emergentes e endemias (como dengue e hanseníase); e a redução da mortalidade por câncer de colo de útero e da mama.

As transferência dos recursos federais para estados e municípios também foram modificadas pelo Pacto pela Saúde, passando a ser divididaes em apenas cinco grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS) e substituindo, assim, as mais de cem "caixinhas" que anteriormente eram utilizadas para essa finalidade.



A seguir estão disponíveis para download (em pdf) os sete volumes publicados dentro da coleção Pactos Pela Saúde.


Volume 1
Diretrizes Operacionais: Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão
Volume 2
Regulamento: Pactos pela Vida e de Gestão
Volume 3
Regionalização solidária e cooperativa: Orientações para sua implementação no SUS
Volume 4
Política Nacional de Atenção Básica
Volume 5
Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência à Saúde
Volume 6
Diretrizes para a Implantação de Complexos Reguladores
Volume 7
Política Nacional de Promoção da Saúde

Obs: Os 7 volumes estão em um arquivo compactado, em formato pdf - rar


Tuesday, October 14, 2008

CIRURGIA CORONÁRIA SEM CIRCULAÇÃO EXTRACORPORAL



Dr. Ângelo Lucas Nobre


A Doença Coronária é altamente prevalente na nossa população e é responsável pela maioria das mortes de causa cardíaca a par dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).
Manifesta-se pincipalmente de duas maneiras: angina de peito (angor) ou Enfarte Agudo do Miocárdio.





O seu tratamento passa por correcção dos factores de risco da aterosclerose (hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, obesidade, colesterol alto, sedentarismo), tratamento médico com antiagregantes plaquetários, vasodilatadores coronários e outros e depois por formas mais invasivas como a angipplastia coronária com ou sem "stents" e a cirurgia de revascularização do miocárdio ("By-Pass" Aorto-Coronário).




A cirurgia de revascularização do miocárdio, é a operação mais estudada da história da Medicina e a que mais vidas salvou depois da cirurgia da apendicite aguda.




Durante anos (desde os anos 70) que foi evoluindo em número de operações e em resultados, transformando-se numa intervenção cirúrgica com um risco relativamente baixo e com complicações e mortalidade também reduzidas.




Ficava como problema o facto de ser necessário o uso de circulação extracorporal (máquina coração-pulmão) para a sua realização e os inconvenientes a ela associados (hemorragia, complicações neurológicas, perturbações neurocognitivas, entre outras).




O aparecimento da cirurgia sem CEC (circulação extracorpora), vieram reduzir estas complicações, mantendo os bons resultados a curto e médio prazo.




A técnica é usada hoje na maioria dos Serviços de Cirurgia Cardiotorácica e permite reduzir a taxa de complicações e dar oportunidade de uma terapêutica cirúrgica a doentes de alto risco para a CEC.




Parece ainda que está associada a uma redução de custos de cerca de 20% e a uma mais rápida recuperação pós-operatória, especialmente das funções intelectuais.




Esta é uma nova técnica cirúrgica que em centros de elevada casuística veio melhorar o tratamento cirúrgico dos doentes com doença coronária, necessitando terapêutica cirúrgica.




O uso de artérias mamárias internas e radial (em alternativa a veias) e a tentativa de não usar a aorta como local de anastomose proximal (fonte de sangue para o "by-pass"), também reduziu a taxa de eventos neurológicos e vai melhorar a permeabilidade e duração das pontagens ("by-pass") a longo prazo.





A cirurgia coronária sem CEC constitui um avanço significativo no tratamento cirúrgico da Doença Coronária, mantendo os bons resultados da operação clássica e diminuindo os riscos associados à circulação extracorporal.





Dr. Ângelo Lucas Nobre,
Assistente Hospitalar Graduado de Cirurgia Cardiotorácica
Hospital de Santa Maria
Instituto Cardiovascular de Lisboa







Fonte: Saúde em Revista

BATALHA CONTRA O CANCRO DA MAMA



Andreia Pereira


O que têm em comum as histórias de Teresa Nunes e Amélia Aldeia? Estas duas mulheres travaram uma luta contra o cancro da mama durante meses a fio. Hoje, volvidos quase sete anos desde a confirmação do diagnóstico, ambas sentem-se vitoriosas por terem ganho esta batalha. Os testemunhos de coragem de quem nunca deixou de acreditar na vida depois do cancro.





Aos 39 anos, Amélia Aldeia foi surpreendida por um nódulo na mama direita. "De um momento para o outro, detectei algo de anormal, quando estava a tomar banho", diz. Como tinha uma consulta de rotina marcada, aproveitou a altura para expor as dúvidas à médica. Ao realizar a mamografia - uma das técnicas de detecção de anomalias no tecido mamário - foi-lhe dito que deveria "ser controlada anualmente". Mas, por descargo de consciência, decidiu levar os exames ao centro de saúde. A médica de família, depois de ver os resultados da mamografia, aconselhou-a a dirigir-se a uma consulta da mama, já que o nódulo apresentava uma dimensão de 3,5 cm.




No hospital de Santa Maria realizou uma nova mamografia e a suspeita de cancro começava a desenhar-se. Dias mais tarde, a biopsia confirma o diagnóstico: cancro da mama. Esta notícia, recebida no dia 6 de Dezembro de 2002, é acompanhada por uma outra informação por parte da médica: "Vai ter de fazer uma mastectomia, pois já tem nódulos na axila". Perante o choque do momento, Amélia Aldeia ficou "anestesiada". Mas, sem baixar as armas, decidiu seguir em frente e não esmoreceu.




"Eu aceitei a cirurgia, porque a única coisa que queria naquele momento era tirar o cancro dentro de mim, mesmo que, para isso, tivesse de extrair a mama." Amélia Aldeia sente que, apesar de tudo, teve "sorte", porque o cancro foi detectado a tempo. "Clinicamente", assegura a Dr.ª Ondina Campos, chefe de serviço de Ginecologia aposentada do Centro Hospitalar de Coimbra, "podem-se encontrar nódulos através da palpação, embora a mamografia, o exame de rastreio por excelência, seja aquele que nos permite detectar precocemente qualquer alteração".




"Está preconizado que as mulheres devem realizar mamografias periódicas a partir dos 40 anos de idade", acrescenta. Mas, caso haja factores de risco familiares, deve-se iniciar mais cedo, por volta dos 35 anos, com exames regulares de dois em dois anos." Para a especialista, a mamografia "é o método que garante um maior sucesso terapêutico", já que "a detecção precoce" é a palavra de ordem na luta contra o cancro.




A Prof.ª Maria João Cardoso, coordenadora do Grupo de Patologia Mamária do Hospital de S. João, no Porto, explica, ainda, que "a maior parte dos nódulos na mama não são malignos: mais de 80% têm uma origem benigna". Um nódulo "que não dói, duro e irregular é, mais provavelmente, maligno", refere. Embora a dor seja um sintoma em meio por cento dos tumores, Ondina Campos diz que, raramente, surge como primeiro sinal. "O mais frequente é o aparecimento de uma massa palpável (caroço) no peito". No entanto, ambas as especialistas são peremptórias em afirmar que, após suspeita ou alteração do tecido mamário, as mulheres não devem hesitar em procurar o médico assistente e, em caso de dúvida, um profissional com experiência nesta patologia.




Amélia Aldeia, hoje com 46 anos, diz que o diagnóstico precoce lhe salvou a vida. Depois da luta contra o cancro, integrou o movimento Vencer e Viver, ajudando outras mulheres que, como ela, se virão a braços com um carcinoma da mama. Fala com conhecimento de causa, o que legitima os seus conselhos: "Façam a palpação antes e depois da menstruação, vão a consultas regulares e não guardem as mamografias dentro da gaveta."




...




ONDE PROCURAR AJUDA






Movimento Vencer e Viver
Funciona no Pavilhão da Liga Portuguesa contra o Cancro - Núcleo Regional do Sul
Tel.: 217 265 786
E-mail: vencerviver@dpp.pt





APAMCM: Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama
Av. Marechal Craveiro Lopes, nº 1 (Colégio das Doroteias), Lisboa
Tel.: 217 568 911; 217 585 648
E-mail: info@apamcm.org; mailto:estrutura.formacao@apamcm.org%22%3Eestrutura.formacao@apamcm.org





Fórum Europa Donna
Liga Portuguesa Contra o Cancro
Av. Columbano Bordalo Pinheiro, n.º57 F, Lisboa
Tel.: 217 221 810




Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Monday, October 13, 2008

OS BEBÉS TAMBÉM GOSTAM DE OUVIR MÚSICA

DERMATITE ATÓPICA AFECTA 10% DAS CRIANÇAS PORTUGUESAS



João Duarte



A dermatite atópica (DA) é uma doença crónica inflamatória da pele que atinge, maioritariamente, crianças e, em 80% dos casos, manifesta-se durante o primeiro ano de vida. Em Portugal, calcula-se que 10% das crianças sofram da doença. Apesar de ser mais recorrente nos grupos pediátricos, existem vários adultos diagnosticados.





A DA tem impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, na medida em que no tratamento devem ser consideradas uma série de variáveis gerais: utilizar apenas vestuário de algodão para evitar suar (o suor aumenta o prurido); lavar as roupas novas antes da primeira utilização (prevenir reacções irritativas); e evitar grandes exposições a ambiente com pó (efeito de secura e irritação).




É fundamental diagnosticar com rigor o tipo de DA que a pessoa apresenta e ajustar, não só ao fármaco mais indicado, mas também à formulação correcta, para garantir que os doentes recolhem todos os benefícios.




Assim, os produtos mais eficazes no tratamento da doença, como o glucocorticóide AMP (aceponato de metilprednisolona), devem estar disponíveis em vários tipos de formulações para melhor se adaptarem ao género de pele e localização das lesões cutâneas.




O AMP, além de apresentar uma vasta gama de formulações, necessita apenas de uma única aplicação diária para ser eficaz. Um estudo recente (Peserico A et al. Br J Dermatol 2008; 158:801-7) demonstrou que o creme de AMP, aplicado uma vez por dia, estabiliza eficazmente o agravamento da DA em 89% dos casos mais graves.




A localização das lesões varia consoante o grupo etário: as crianças pequenas apresentam mais na zona da cabeça, por vezes apenas atrás das orelhas e das superfícies extensoras dos membros, enquanto as crianças mais velhas e os adultos tendem a manifestar a doença nas superfícies de flexão (atrás dos joelhos e na frente dos cotovelos).




Os adolescentes são frequentemente atingidos nas pálpebras e na região peri-labial.






Fonte: Grupo Inforpress


Saturday, October 11, 2008

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO


Dr. Francisco Rolo


A incontinência no idoso é um problema frequente e muitas vezes negligenciado quer pela própria pessoa, por pensar tratar-se de uma inevitabilidade do avançar da idade, quer pelos profissionais de saúde ou familiares, que lidam diariamente com idosos e não estão sensibilizados para esta situação.





Atinge entre 15 a 30% da população ambulatória e 35 a 50% da população internada em instituições de saúde. A idade não é contudo o único factor que contribui para a incontinência. Mais de 50% dos idosos com mais de 80 anos são continentes.




Com a idade surgem naturalmente alterações que por si só não provocam incontinência mas podem predispor para ela. Podem ser tão simples como a diminuição da mobilidade, a qual, associada a uma dificuldade em retardar a micção - urgência miccional - relativamente frequente no idoso, impede que a pessoa se desloque até à casa de banho a tempo.




Com a idade perde-se também a destreza manual e o simples acto de desapertar os botões das calças pode tornar-se numa complicada e morosa tarefa. A bexiga do idoso perde algumas propriedades tornando-se frequentemente hiperactiva, isto é, obriga a micções mais frequentes, de pequeno volume e acompanhadas de urgência miccional.




Existem factores mais complicados como as alterações do estado mental, em que o grau de consciência se vai deteriorando, começando por poder causar uma falta de motivação até chegar à completa perda do controlo voluntário da micção.




Um factor importante, até porque pode ser contornado, é a acção de alguns medicamentos, nomeadamente os depressores do sistema nervoso central, como os ansiolíticos ou os indutores do sono, que podem logicamente tornar o idoso menos reactivo ao ponto de não se aperceber da vontade de urinar.




Com o avançar da idade são também muito frequentes, quer no homem como na mulher, as micções nocturnas. São várias as causas desta situação que designamos por noctúria.




Em condições normais os rins não produzem urina durante o sono graças à secreção de uma hormona (hormona anti-diurética), mas com a idade ou por interacção de algumas doenças como a obstrução causada pelo aumento da próstata, infecções urinárias, a insuficiência cardíaca, a diabetes, entre outras, esta situação altera-se e as pessoas idosas têm que se levantar 2 ou 3 vezes durante a noite.




Se tiverem tomado comprimidos para dormir têm mais dificuldade em despertar para urinar. Se tiverem dificuldades na mobilidade, na destreza manual, na visão, as perdas urinárias podem facilmente acontecer.




A incontinência acarreta, além de custos elevados, uma série de complicações de ordem psíquica. Leva a sentimentos de embaraço, ao auto isolamento porque têm receio que se note o cheiro da urina, ajuda a desencadear depressões e pode até constituir um motivo para a institucionalização. Provocam além disso irritação da pele e agravam as escaras de decúbito.







Existem outras causas capazes de produzir incontinência no idoso mas estas são em nosso entender as que devem ser do domínio público pois são passíveis de ser corrigidas com pequenas acções.




O tratamento desta situação implica pois uma cuidada avaliação de factores como os que foram referenciados. Podemos começar por medidas práticas que facilitem a acessibilidade do idoso.




Tentar motivá-lo para se mobilizar proporcionando facilidades em se levantar para ir à casa de banho ou colocando um urinol a seu lado. Tentar melhorar estados confusionais que podem estar ligados a medicação. Alguns sedativos têm acção muito prolongada e por um efeito de acumulação deprimem demais o estado de consciência do idoso, deixando-o demasiado sonolento ou mesmo confuso.




Por vezes tenta-se "aligeirar" a última refeição do dia só à custa de líquidos e ou fruta o que irá aumentar a necessidade de urinar durante a noite o que não é prático nem para o idoso nem para quem o assiste.




Por fim pode haver necessidade de recorrer às fraldas e à algaliação (sempre o último recurso).




São alguns exemplos que podem ajudar mas na maioria das situações é necessária apurar as causas com uma cuidada observação médica.








Dr. Francisco Rolo,

Presidente da Associação Portuguesa de Urologia e

Chefe de Serviço de Urologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra








Fonte: Saúde em Revista

ALERGIAS RESPIRATÓRIAS



Dr. Mário Morais de Almeida


Porque o "isso é uma alergia, isso passa", não chega e assim é que não passa. A s doenças alérgicas são muito frequentes, mas as ideias erradas sobre alergias são imensas.





"Tenho alergia. Estou sempre com o nariz tapado, não consigo dormir, acordo mais cansado do que quando me deitei e a falta de ar aflige-me muito. Tenho esperança que passe, embora isto já dure há 10 anos. E é cada vez mais grave".




Estes relatos são muito frequentes, intoleravelmente frequentes.




Ter alergias, é ter asma, é sofrer de rinite, asma e rinite, asma e eczema, é ser alérgico a medicamentos e a alimentos, é ter urticária, meses, anos, décadas. Em alguns casos é sentir todas estas situações. É ter a vida afectada. É deixar de ir, de fazer, de viver.

E é tão simples controlar a situação para a maioria dos alérgicos. Diagnosticar, prevenir, controlar.




Porque a asma e a rinite afectam uma enorme percentagem da população, porque são doenças de grande impacto social, responsáveis por elevados custos, causa frequente de absentismo laboral e escolar e diminuição da produtividade, por si só, e pelas suas complicações, condicionam recursos a urgências e a hospitalizações, sendo responsáveis por mortes preveníveis.








PORQUE É NECESSÁRIO DIAGNOSTICAR PARA TRATAR




Quer na criança, quer no adulto, a asma é pouco valorizada e a rinite ainda menos. "Não me vai dizer que a tosse e falta de ar que eu sinto todos os dias é asma? Nunca me tinham dito".




As alergias respiratórias surgem frequentemente na infância, embora possam manifestar-se em qualquer idade. É essencial reconhecer os sintomas, para um diagnóstico e tratamento correctos. Se abandonada a uma evolução não controlada, a asma pode levar a alterações das vias aéreas, e as crises podem ser graves e até fatais; se a rinite não é controlada, a asma pode surgir, ou se já se manifestou, é mais grave. Tape o seu nariz e espere alguns minutos - sinta o efeito, ou será que já o costuma sentir...








PORQUE O CONTROLO ESTÁ ACESSÍVEL




A asma e a rinite podem ser bem controladas. Controlo significa qualidade de vida, dormir bem, não se cansar, poder estudar, trabalhar, ter uma vida social normal, rir, fazer exercício, apostando-se num programa que possibilita tudo isto. É a sua vida, ou a do seu filho, que pode estar a ser muito afectada. E não o deve ser.




Participe no auto-controlo da doença. É importante alertar que são inflamações e que devem ser tratadas como tal, sendo necessário usar medicação preventiva, anti-inflamatória, e isto de uma de forma regular. Não tenha medo dos medicamentos, mas vigie o seu efeito. Os corticóides inalados, para o nariz ou para os brônquios, e os anti-Ieucotrienos, estão na primeira linha do tratamento da asma e da rinite; com os anti-histamínicos não sedativos resolvem-se a maioria dos sintomas de rinite e de conjuntivite.




Estamos na Primavera. Surgem ou agravam-se os espirros, a comichão no nariz e nos olhos, a obstrução nasal, o cansaço, a tosse e a falta de ar.




Não, outra vez não! É impensável que continue a passar mal. Existem maneiras de afastar os alergénios, existem medicamentos muito seguros e eficazes. Não dão sono, não alteram o apetite, dominam a alergia.




E "a alergia passa com a idade" está muito distante da realidade, mas saiba que existem vacinas anti-alérgicas que podem modificar o curso das alergias.





PORQUE DEVEMOS APOSTAR NA INFORMAÇÃO

Não se deixe controlar, tenha controlo sobre as alergias, informe-se e actue. Das várias estações da vida sinta apenas os efeitos positivos.





Dr. Mário Morais de Almeida,

Presidente da Sociedade Portuguesa

de Alergologia e Imunologia Clínica.








Fonte: Saúde em Revista

Friday, October 10, 2008

NOVO SITE PARA DOENTES COM PACEMAKERS



Catarina Monteiro


Está disponível o novo site da Associação Portuguesa de Portadores de Pacemaker e CDI's (APPPC), em http://www.apppc.pt/







No site da APPPC, pode encontrar conteúdos relacionados com a associação, as actividades desenvolvidas, curiosidades, e mais informações relacionadas com as arritmias e os dispositivos médicos utilizados para as tratar.




O pacemaker é um dispositivo implantável destinado a restabelecer o ritmo lento do coração. Implantar um pacemaker é uma cirurgia simples, que permite à maioria das pessoas, voltar ao seu estilo de vida prévio, com poucas ou nenhumas limitações. No entanto, estima-se que apenas 55% dos pacientes, que precisam de um dispositivo para arritmia, o recebem.




A Associação Portuguesa de Portadores de Pacemaker e CDI's é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, e tem como principais objectivos promover e divulgar informação sobre a utilização de pacemaker e CDI's, fomentar o convívio entre os utilizadores e portadores, bem como realizar acções de formação, esclarecimento e bem-estar social em prol dos portadores de pacemaker e CDI's.









Fonte: Hill & Knowlton

COMO ENFRENTAR A MENOPAUSA?



Andreia Pereira


Passar barreira dos 45 anos significa, para muitas mulheres, entrar numa nova fase das suas vidas: a menopausa. É o fim da idade fértil e o início de uma nova etapa, marcado por alterações corporais e psicológicas.





A entrada na menopausa abre um novo capítulo na vida das mulheres. Este novo ciclo, que surge entre os 45 e os 55 anos, encerra a idade fértil e enceta uma série de alterações físicas e psicológicas. "É a fase de cessação ovárica, em que deixa de haver produção de estrogénios", explica o Dr. Mário Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa.




A quebra da hormona feminina vai provocar uma cascata de alterações no organismo da mulher. E não só. Do ponto de vista psicológico, podem surgir sinais de "irritabilidade, nervosismo e modificações no humor", salienta o especialista. A par destes sintomas, a chegada da menopausa faz-se acompanhar de afrontamentos e de suores frios, paralelamente a secura vaginal e atrofia urogenital, que influenciam a redução da resposta sexual.




A sintomatologia, afirma, está intimamente ligado a fenómenos vaso-motores e outros ainda não totalmente conhecidos, em que se regista uma dilatação repentina, seguida de contracção, das veias e artérias. "Esta situação, devido aos efeitos que surte, pode provocar alterações no sono e até palpitações." Embora seja uma fase de passagem obrigatória para todas as mulheres, nem todas apresentam um quadro de sintomas muito vincado. "Em 25% dos casos a entrada na menopausa não manifesta praticamente quaisquer sintomas."








Estrogénios em baixa




Contrariamente ao que se possa julgar, a menopausa não surge de um dia para o outro. "Dois a cinco anos antes da última menstruação, vão havendo indícios. É a fase que se designa por peri-menopausa e que se caracteriza por irregularidades do ciclo menstrual, quer no número de dias, quer no espaço entre as menstruações", diz Mário Sousa. Mais tarde, com a cessação da actividade ovárica, vai-se registar uma diminuição de estrogénios circulantes. E as consequências desta quebra fazem-se notar no organismo.




"Com a entrada na menopausa, vai havendo uma perda de massa óssea mais acelerada, que se justifica pela carência de estrogénios: uma hormona que vai conferindo alguma protecção até essa data." Segundo o especialista, devido à baixa de estrogénios pode, então, existir um "risco maior de sofrer complicações cardiovasculares e de desenvolver osteoporose".


Atenuar os sintomas




Embora não haja cura para ultrapassar esta fase na vida da mulher, existe tratamento que alivia a sintomatologia. "Quando não existe contra-indicação, aconselha-se a terapêutica hormonal (TH)", fundamenta Mário Sousa. Embora existam outras alternativas, o especialista ressalva que esta é a "terapêutica de eleição" e aquela que "melhora, substancialmente, a qualidade de vida das mulheres".




Em termos simples, a TH "repõe os níveis de estrogénios no sangue, como se, no fundo, os ovários continuassem a produzir esta hormona". O organismo, com reposição dos níveis hormonais, "continua a funcionar como se estivesse preenchido com estrogénios". Com a implementação deste tratamento, "a sintomatologia vasomotora desaparece no prazo de duas a três semanas e os outros sintomas vão sendo atenuados num curto espaço de tempo".




Dado que a idade da reforma se atinge aos 65 anos, Mário Sousa recomenda a iniciação de um tratamento que permita às mulheres continuarem a trabalhar, sem os constrangimentos associados à menopausa. Para isso, "a terapêutica deverá ser iniciada o mais precocemente possível, entre os 50/59 anos, e sem limite de tempo". Contudo, a implementação do tratamento deve ser alvo de vigilância e "vigorar enquanto os benefícios forem superiores aos riscos", aponta.








Terapêutica hormonal em números




De acordo os dados disponíveis, em Portugal, cerca de 4% da população feminina utiliza a TH, contrariamente a França, onde 20% das mulheres já aderiram a esta solução para contrariar os sintomas da menopausa. "Somos o país da Europa com o índice mais baixo de adesão ao tratamento", resume Mário Sousa.








Fonte: Jornal do Centro de Saúde
 

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