Thursday, May 27, 2010

ENVELHECIMENTO: VERDADE OU CONSEQUÊNCIA?



Andreia Pereira
"O livro do antiaging - técnicas para rejuvenescer", da autoria do médico espanhol Javier Guëll, é um manual para quem pretende conservar a juventude por mais anos.


Os Alphaville, numa das suas baladas, diziam assim: "Forever young. I want to be forever young. Do you really want to live forever?" Com certeza muitos seres humanos levantariam a mão em sinal de resposta afirmativa. Afinal, viver é um confronto directo com a linha do tempo.

Mas poderá o ser humano interferir neste processo? Segundo a obra "O livro do antiaging - técnicas para rejuvenescer", com o carimbo da Esfera dos Livros, é possível atrasar o envelhecimento. Em conversa com o seu autor, Javier Guëll, cardiologista espanhol, percebemos os "truques" para abrandar a corrida contra o tempo.

Conforme afirma Javier Guëll, não existe uma "receita mágica" para retardar o envelhecimento. Contudo, fórmulas simples, reveladas ao longo de 14 capítulos desta obra, ajudam-nos a entender como travar o avanço da idade.

O cardiologista, alerta, no entanto, que não basta aumentar o número de anos. "É preciso viver com qualidade de vida." De há um século a esta parte, a esperança de vida quase duplicou: em 1900, a população mundial vivia até aos 49 anos. Actualmente, fruto dos progressos da ciência e da medicina, nos países desenvolvidos, as pessoas alcançam, em média, os 85 anos. Porém, o autor afirma que "ainda estamos longe do recorde de idades" atingido por Cruz Hernandes Rivas, uma mulher residente em El Salvador, que faleceu no ano passado com 128 anos.

Mas, afinal, o qual o papel da medicina antiaging quando se sabe, à partida partida, que ultrapassar os 100 anos pode ser um acto quase prometeico? "A medicina antiaging ocupa-se dos aspectos científicos, médicos, sociais, de conduta, relacionados com a longevidade e com uma boa qualidade de vida, à medida que os anos vão passando", esclarece o autor, aludindo a uma das passagens do seu livro.

Contudo, fica, ainda, uma dúvida: de que adianta aumentar o número de anos se podemos não resistir às fragilidades biológicas associadas ao envelhecimento? "É precisamente esse o plano de intervenção da medicina antiaging: investir na prevenção dos problemas, antes que estes apareçam com a idade.

Quanto mais nos desgastarmos, mais rápido é o processo de deterioração, pelo que nos devemos conservar por mais tempo. E é aqui que reside o grande desafio: alcançar as idades mais avançadas com melhores condições físicas e mentais."

Face ao avanço da idade, o autor aconselha uma postura activa perante a vida, sem cruzar os braços ao envelhecimento. "Existem registos de que as pessoas centenárias mantiveram um estado activo", corrobora. O "envelhecimento activo" é, aliás, uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). "Por outras palavras, a OMS promove o antiaging, ao apostar num estilo de vida na qual se integra uma nutrição adequada, exercício físico, uma sexualidade satisfatória e dormir bem", afirma Javier Güell no seu livro.


Fonte: Health & wellness

Tuesday, May 18, 2010

O exercício durante a gravidez

José Soares

O exercício tem vindo, ao longo dos tempos, a assumir um papel decisivo na adopção de estilos de vida saudáveis. Para além da alimentação, o exercício é um factor preponderante não só na prevenção de algumas doenças, com particular relevo para as patologias cardiovasculares, mas também como coadjuvante terapêutico.



A prática de actividade física durante agravidez é hoje um tema de inegável interesse e actualidade. Se atentarmos nas recomendações do prestigiado American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) ao longo dos últimos anos, percebemos que as posições se têm vindo a alterar gradualmente.


Num boletim técnico da ACOG de 1985 era claramente sugerido que a grávida não deveria realizar exercícios com uma frequência cardíaca acima dos 140 batimentos/minuto e não deveria realizar esforços intensos por períodos superiores a 15 minutos.


Alguns anos mais tarde, em 1995, a mesma organização estabelece claramente que não existem dados que permitam inferir que a grávida deverá limitar aintensidade do exercício, sob pena de aumentar o risco de efeitos adversos.


Mantendo, no entanto, a recomendação de serem evitados esforços exaustivos, em 2002, surge um documento oficial do ACOG com o título "Exercise during pregnancy and the postpartum period: ACOG Comitee Opinion 267". em que é claramente referido que, não havendo contra-indicações, a grávida deverá ser encorajada a realizar exercícios de média intensidade.


É a primeira vez que é recomendado formalmente que o exercício deverá fazer parte do estilo de vida da grávida. Tal como para qualquer outra pessoa, não havendo gravidez de risco, a grávida deverá seguir as normas orientadoras gerais do American College of Sports Medicine e do U.S. Center for Disease Control and Prevention.


Estas postulam que os adultos deverão realizar "30 minutos de exercício físicomoderado na maioria, senão na totalidade, dos dias da semana".


Apesar de não haver evidências que restrinjam o exercício físico nas grávidas, existem contra-indicações absolutas e relativas tal como se refere nas recomendações do American College of Obstetrics and Gynecology Comitee Opinion (para saber mais, www.acog.org).



Bem-estar na gravidez


Cerca de 90% das grávidas que praticam exercício, continuam a fazê-lo após o nascimento. Este facto é de extrema relevância, dado que o exercício durante a gravidez poderá ser um estímulo para a adopção de um estilo de vida activo com todas as consequências positivas que se conhecem da actividade física na saúde.


De uma forma geral, a grávida que faz exercício regularmente apresenta um sistema cardiovascular mais funcionante, uma menor prevalência de problemas musculoesqueléticos e, particularmente, uma menor incidência de lombalgias e dores pélvicas. Em termos psicológicos, estas mulheres, segundo alguns estudos, melhoram a auto-imagem, toleram melhor o stresse laboral e sofrem de menor instabilidade psicológica pós-parto.


Relativamente às recomendações práticas sobre o exercício para a grávida, salienta-se que para as futuras mães não habituadas a fazerem exercício, a caminhada, os alongamentos e as actividades holísticas do tipo ioga são altamente recomendáveis. De uma forma geral, as actividades que estão completamente contra-indicadas são o mergulho, as actividades em altitude, os exercícios com risco de queda e com risco de trauma abdominal.


O exercício durante a gravidez, salvo contra-indicações específicas, é altamente recomendável, contribuindo para a melhoria da auto-estima, do bem-estar e da saúde, tanto da mãe como da criança. Não esquecer que o exercício só deverá ser iniciado depois de consulta médica e o programa deverá ser sistematicamente ajustado à condição física da praticante, às suas condições clínicas e ao estado da gravidez.



Recomendações gerais para a prática de exercício na gravidez:


> Consulta médica prévia para determinar possíveis contra-indicações específicas;


> O exercício deverá ser imediatamente interrompido e consultado um médico, quando se registar qualquer uma destas situações: sangramento vaginal, dificuldades respiratórias durante e após o esforço, cefaleias, dor no peito, tonturas e/ou vertigens, fraqueza muscular, contracções uterinas, diminuição dos movimentos fetais, fluidos vaginais anormais.






10 RAZÕES PARA NÃO PARAR DE FAZER EXERCÍCIO!



José Soares
É já lugar comum referir as inúmeras vantagens do exercício físico. Para além de ter um papel decisivo na prevenção de inúmeras doenças, pode também assumir uma grande importância como agente terapêutico. A osteoporose, a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares são disso bom exemplo. Primeiro, ajuda a prevenir e, depois de instaladas, ajuda a tratar.



1 - Não tenho tempo para fazer 30 minutos de exercício.

ESTRATÉGIA: Faça o que puder. Cada passo conta. Se não puder 30 minutos, caminhe durante 10 minutos com passo alargado e vá aumentando gradualmente. Se não puder, suba e desça as escadas do prédio. O pior de tudo é ficar parado. Mexa-se!


2 - Fico muito cansado depois de sair do meu gabinete.

ESTRATÉGIA: Planeie algo activo para antes ou durante o dia do trabalho. Reduza o tempo do almoço e ande um pouco. Na maioria das vezes, o cansaço é intelectual. Fazer exercício liberta endorfinas que dão uma sensação de bem-estar e, não raras vezes, de euforia.


3 - Não tenho equipamento adequado.

ESTRATÉGIA: Uns sapatos confortáveis, umas meias suaves e uma camisola de algodão ou simples t-shirt são suficientes. Não é necessário vestuário sofisticado! Para iniciar as suas aulas de ténis não precisa de um equipamento a rigor e uma raquete igual à do Roger Federer! Mais importante do que a forma é o conteúdo.


4 - Tenho vergonha de fazer actividades de grupo.

ESTRATÉGIA: Quase todos temos. Como diz o povo "quem tem vergonha passa mal". Ainda que nos sintamos desajeitados e descondicionados, lembremo-nos que todos já passaram por essa fase. Nunca aprenderemos, se não fizermos!


5 - Não quero ter dores musculares.

ESTRATÉGIA: Os exercícios não precisam ser exaustivos. Deverão começar de forma gradual e progressiva. Um conselho: nos primeiros dias, evite fazer descidas e realizar exercícios onde os membros suportam o peso contra a gravidade. As dores musculares retardadas (aquelas que sentimos no dia seguinte) são provocadas por exercícios demasiado intensos ou "excêntricos", ou seja, exercícios em que as extremidades se afastam. O que faz doer no dia seguinte não é levantar o peso, é baixá-lo! Por isso, nos primeiros dias, devemos, por exemplo, levantar o peso com um braço e baixá-lo com a ajuda do outro braço para diminuirmos o stress mecânico e, assim, as dores retardadas.
10 Razões para não parar de fazer exercício!
José Soares
É já lugar comum referir as inúmeras vantagens do exercício físico. Para além de ter um papel decisivo na prevenção de inúmeras doenças, pode também assumir uma grande importância como agente terapêutico. A osteoporose, a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares são disso bom exemplo. Primeiro, ajuda a prevenir e, depois de instaladas, ajuda a tratar.



1 - Não tenho tempo para fazer 30 minutos de exercício.

ESTRATÉGIA: Faça o que puder. Cada passo conta. Se não puder 30 minutos, caminhe durante 10 minutos com passo alargado e vá aumentando gradualmente. Se não puder, suba e desça as escadas do prédio. O pior de tudo é ficar parado. Mexa-se!


2 - Fico muito cansado depois de sair do meu gabinete.

ESTRATÉGIA: Planeie algo activo para antes ou durante o dia do trabalho. Reduza o tempo do almoço e ande um pouco. Na maioria das vezes, o cansaço é intelectual. Fazer exercício liberta endorfinas que dão uma sensação de bem-estar e, não raras vezes, de euforia.


3 - Não tenho equipamento adequado.

ESTRATÉGIA: Uns sapatos confortáveis, umas meias suaves e uma camisola de algodão ou simples t-shirt são suficientes. Não é necessário vestuário sofisticado! Para iniciar as suas aulas de ténis não precisa de um equipamento a rigor e uma raquete igual à do Roger Federer! Mais importante do que a forma é o conteúdo.


4 - Tenho vergonha de fazer actividades de grupo.

ESTRATÉGIA: Quase todos temos. Como diz o povo "quem tem vergonha passa mal". Ainda que nos sintamos desajeitados e descondicionados, lembremo-nos que todos já passaram por essa fase. Nunca aprenderemos, se não fizermos!


5 - Não quero ter dores musculares.

ESTRATÉGIA: Os exercícios não precisam ser exaustivos. Deverão começar de forma gradual e progressiva. Um conselho: nos primeiros dias, evite fazer descidas e realizar exercícios onde os membros suportam o peso contra a gravidade. As dores musculares retardadas (aquelas que sentimos no dia seguinte) são provocadas por exercícios demasiado intensos ou "excêntricos", ou seja, exercícios em que as extremidades se afastam. O que faz doer no dia seguinte não é levantar o peso, é baixá-lo! Por isso, nos primeiros dias, devemos, por exemplo, levantar o peso com um braço e baixá-lo com a ajuda do outro braço para diminuirmos o stress mecânico e, assim, as dores retardadas.

6 - Tenho medo de me sentir hipoglicémico.
ESTRATÉGIA: Sendo saudável, faça exercício sempre acompanhado de uma bebida desportiva ou de uma barra energética. Uma banana antes de uma actividade física é um procedimento eficaz para prevenir ahipoglicemia. Se for diabético, consulte o seu médico e siga as recomendações para o exercício com diabéticos (veja, por exemplo, em diabetesforeningen.dk)


7 - Caminhar provoca-me dores nos joelhos.

ESTRATÉGIA: Normalmente as dores provocadas pela caminhada reflectem algum tipo de patologia ou insuficiente capacidade muscular para suportar o peso por (i) fraqueza muscular, (ii) desequilíbrio muscular - alguns músculos estão demasiado desenvolvidos relativamente a outros, (iii) excesso de massa adiposa e reduzida massa isenta de gordura. Para contrariarmos esta tendência, antes de iniciarmos um programa de marcha ou corrida, deveremos reforçar a musculatura dos membros inferiores e, caso seja necessário, diminuir o peso através de uma dieta adequada.


8 - Está muito frio.

ESTRATÉGIA: Frio, calor ou humidade são sempre desculpas para não fazermos nada. Em primeiro lugar, uma das razões para o aumento da incidência de infecções respiratórias no Inverno é não o frio, mas os ambientes fechados que são muito mais contaminantes. Habituemo-nos a andar ao ar livre. O que fariam os habitantes dos países nórdicos? Mesmo assim, se não suportarmos o frio ou o calor, os ginásios são uma solução. E em final de linha, vá ao centro comercial e ande!


9 - Tenho medo de ficar pior.

ESTRATÉGIA: Salvo condições muito especiais, pior do que o exercício é não fazer exercício. Antes de iniciar o seu programa consulte um médico. Mesmo que seja saudável, qualquer homem com mais de 45 anos ou mulher com mais de 55 anos, mesmo sem factor de risco, deverá consultar um médico antes de iniciar a actividade física.


10 - O exercício é aborrecido.

ESTRATÉGIA: Há múltiplas formas de fazer exercício. Encontre a que mais gosta ou a que menos detesta. Se não gosta de andar, ande de bicicleta, ou faça natação, ou vá para um ginásio e faça uma aula de grupo, ou faça ioga, ou, ou, ou... Há inúmeras formas de despender energia. Tantas quantas as desculpas para não fazer!





Fonte: Health & wellness

Wednesday, April 28, 2010

Resistência aos antibióticos: Um grave problema de saúde pública

Jaime Pina

Um antibiótico é uma substância natural ou sintética que tem a capacidade de inibir a multiplicação e destruir os microrganismos responsáveis pelas infecções. Falamos de resistência aos antibióticos quando estes perdem essa capacidade, ou seja, na sua presença os microrganismos não são destruídos, continuam a multiplicar-se e a agravar a infecção que estão a causar.



Que fenómenos estão na base da resistênciaaos antibióticos? Em primeiro lugar, há mecanismos naturais nos próprios microrganismos que, para sobreviverem, "aprendem" a resistir a estes fármacos. Mas este mecanismo, comum a todos os microrganismos, não é o mais importante.


Em segundo lugar estamos permanentemente a contactar, de forma inadvertida, com estes medicamentos porque eles são usados, muitas vezes sem controlo, na criação de gado, na piscicultura e em outros sectores da indústria alimentar. Ingerimos, sem saber, antibióticos contidos em muitos dos alimentos que comemos. E essa realidade é, também, um factor de indução de resistência.


Mas a principal causa está no uso indiscriminado, inadequado ou incorrecto dos antibióticos. A automedicação, a utilização de antibióticos em situações em que eles não estão indicados (constipações, resfriados, gripe ou outras viroses) ou a sua utilização incorrecta (não cumprimento da posologia diária ou do tempo total de tratamento) contam-se entre as principais causas deste fenómeno.


O problema está a crescer em todo o mundo, tornando ineficazes muitos tratamentos anti-infecciosos e obrigando à utilização de antibióticos alternativos, mais potentes, mas também mais caros e mais tóxicos.


Existem mesmo algumas bactérias (estafilococos) que se revelam resistentes a todos os antibióticos disponíveis, regressando-se, assim, relativamente às infecções por elas provocadas, à era pré-antibiótica em que as infecções ou curavam por si, ou o doente morria, o que nas infecções graves acontecia na maioria das vezes.



Não esqueça


• Tenha comportamentos de higiene que diminuam as infecções e, assim, a necessidade de tratamentos com antibióticos: lave frequentemente as mãos com água e sabão e cozinhe bem os alimentos.


• Use as vacinas disponíveis para evitar as infecções. Quanto menos infecções menos antibióticos.


• Não à auto-medicação. Nunca tome antibióticos por sua iniciativa. Os antibióticos só devem ser tomados quando forem prescritos pelo seu médico.


• Respeite a posologia que lhe foi aconselhada: tome o antibiótico às horas que lhe foram indicadas.


• Cumpra o prazo de tratamento que lhe foi prescrito: não pare o tratamento antes do tempo que lhe foi indicado, mesmo que já se sinta melhor.


• Se sentir algum tipo de intolerância ao antibiótico, deve avisar o seu médico e não interromper o tratamento por sua iniciativa.



Jaime Pina
Fundação Portuguesa do Pulmão





Wednesday, April 21, 2010

Osteoporose: Fragilidade feminina

Não é exclusiva das mulheres, mas a fragilidade óssea típica da osteoporose acontece mais nelas do que nos homens. Com risco de fracturas, para ambos os sexos e, sobretudo, à medida que a idade avança.



Uma em três mulheres sofre de osteoporose, um em oito homens também. Sempre com mais de 50 anos, porque esta doença do esqueleto é mais comum a partir da chamada meia-idade e mais ainda quando se ultrapassa a barreira dos 65. Nelas coincide com a menopausa.


O que está em causa é a diminuição da massa óssea, o que significa que os ossos ficam menos densos. Há também uma diminuição da qualidade, com os ossos a tornarem-se mais porosos. Tudo isto contribui para uma menorresistência e consequente aumento do risco de fracturas.


A fragilidade é mais acentuada em determinados ossos, nomeadamente nas vértebras dorsais e lombares (coluna), no rádio (braço) e no fémur (perna). São estes os ossos em que acontecem mais facilmente fracturas.


Além do sexo (feminino) e da idade (acima dos 65 anos), há outros factores de risco, com a osteoporose a ser mais comum entre as pessoas de raça caucasiana e asiática e entre quem possui antecedentes familiares de fractura. Nas mulheres, há outros elementos a considerar: é o caso da menopausa precoce, que aumenta a probabilidade de sofrer de osteoporose, é também o caso da existência de períodos de amenorreia prolongados (meses seguidos sem menstruação). As mulheres mais magras também são mais vulneráveis.


Independentemente do sexo, a fragilidade também existe quando se é forçado a imobilização prolongada (caso das pessoas acamadas), quando já se têm outras doenças ósseas, reumáticas ou das glândulas e ainda quando se utilizam em permanência medicamentos que provocam diminuição da massa óssea (como os corticoesteróides e os anticoagulantes).


O estilo de vida também conta e muito: uma dieta pobre em cálcio enfraquece os ossos, o mesmo sendo válido quando se leva uma vida sedentária, quando se fuma, quando se consome cafeína e bebidas alcoólicas com regularidade.


Este é o risco de ter osteoporose; já o risco de quedas, logo de fracturas, é acrescido em pessoas com dificuldades motoras ou sensoriais (problemas deaudição e visão, por exemplo) e em pessoas que fazem tratamento comantidepressivos e ansiolíticos (porque podem diminuir o estado de alerta). Mas como saber qual o estado de saúde dos ossos?


Existe uma técnica de diagnóstico precoce que permite medir a massa óssea - trata-se da osteodensitometria, cujo valor-padrão é o índice T. Assim, se for maior do que -1, isso corresponde a ossos saudáveis; entre -1 e -2,5 significa que existe osteopenia, ou seja, que já há fragilidade; e menor que -2,5 indica osteoporose. Com a mesma técnica, é possível avaliar o risco de fractura.


Este não é, porém, um exame que faça parte dos rastreios normais de saúde, pelo que não há uma maneira de sabermos, a cada altura, qual a resistência dos nossos ossos. Por isso, o melhor é apostar na prevenção, de modo a manter bons níveis de massa óssea: o que passa pela modificação de alguns factores de risco como os relacionados com a alimentação e o exercíciofísico. A actividade física ajuda à flexibilidade e resistência do esqueleto, completando os benefícios de uma dieta abundante em vitaminas (sobretudo a D) e minerais, nomeadamente cálcio: é sabido que o leite e derivados são dos melhores amigos dos ossos, mas os vegetais de folha verde (brócolos, espinafres, nabiças e agriões) também.


Também com objectivos preventivos, sobretudo em mulheres na menopausa ou quando já existe osteopenia, podem ser aconselhadas medidas farmacológicas como a terapêutica hormonal de substituição ou suplementos de cálcio evitamina D. Estes suplementos são, aliás, indicados em particular para pessoas mais idosas (que nem sempre se alimentam bem), institucionalizadas, com mobilidade reduzida ou com propensão para as quedas.


Ainda assim, mais vale prevenir. Porque quando os ossos são frágeis uma queda pode ser fonte de grande sofrimento e ter grande impacto na qualidade de vida.





Tendinite: Repetições dolorosas

São os movimentos repetitivos que causam a maioria das lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho, de que a tendinite é a mais conhecida.



Sob a designação de lesões músculo-esqueléticas associadas ao trabalho esconde-se um vasto conjunto de problemas que afecta tendões, nervos e articulações, causando um incómodo persistente que pode levar à incapacidade de movimentos.


Estas doenças são consideradas profissionais porque, a par do grande sofrimento pessoal, são responsáveis por elevado absentismo laboral e quebra de produtividade. Na sua origem estão factores ocupacionais, relacionados com o tipo de actividade desempenhado no local de trabalho.


Os movimentos repetitivos que requerem aplicação de força estão entre as principais causas destas lesões, a par das vibrações, das temperaturas extremas, da carga que os músculos têm de suportar e das posições inadequadas que o trabalhador adopta em consequência, por exemplo, da utilização das ferramentas e de equipamento mal desenhado que não se adapta ao corpo humano.


Há ainda outras causas, chamadas organizacionais: trabalhar horas em demasia e a um ritmo excessivo, trabalhar em linhas de montagem, sem pausas ou com pausas insuficientes para permitirem o repouso mínimo. O stress a que o trabalhador é sujeito, nomeadamente se for alvo de vigilância com câmaras de vídeo, também contribui para potenciar as lesões músculo-esqueléticas.


O risco também aumenta em pessoas com excesso de peso e com hábitos detabagismo e de consumo de bebidas alcoólicas: a obesidade porque sobrecarrega o esqueleto e o tabaco e o álcool porque danificam os nervos.


E a probabilidade aumenta em pessoas que acumulam vários factores de risco, ainda que a repetição de movimentos e a frequência dessa repetição estejam, de facto, intimamente relacionadas com estas lesões.


Não há um tratamento específico para estas condições, sendo geralmente a intervenção direccionada para o alívio da dor e a redução da incapacidade. O que há a fazer é prevenir, o que envolve a educação do doente para a adopção de posturas correctas mas também a sensibilização das empresas para a adaptação dos postos de trabalho e das ferramentas, de modo a que se adeqúem melhor às características do corpo humano, e para a implementação de mecanismos de compensação dos movimentos repetitivos e das vibrações. Sem essas medidas, as lesões músculo-esqueléticas vão continuar a ser determinantes nas ausências ao trabalho e nas reformas antecipadas pordoença ou incapacidade.






Sunday, April 18, 2010

Diabetes & menopausa: Um duplo desafio

Um duplo desafio é o que enfrentam as mulheres diabéticas na idade da menopausa: é que o desequilíbrio hormonal interfere com os níveis de açúcar no sangue, aumentando o risco de complicações. A boa notícia é que é possível gerir esse risco.



A menopausa constitui uma etapa importante na vida de uma mulher, ditando o momento em que ela deixa de poder ter filhos. Não acontece, porém, de um dia para o outro, sendo antes um processo que se prolonga por alguns anos. E que começa algures entre os 40 e os 50 anos.


É um processo lento associado à diminuição de produção das hormonas relacionadas com a gravidez - a progesterona e oestrogénio. Os ovários vão deixando de libertar óvulos mensalmente, pelo que as irregularidades menstruais dão o primeiro sinal da menopausa, que se considera instalada ao fim de um ano sem período.


Há mulheres que vivem esta transição sem grandes incómodos, mas para muitas outras é uma fase difícil, com a instabilidade hormonal a produzir efeitos em todo o organismo, incluindo a nível psicológico e emocional. E, para as mulheres com diabetes, pode ser particularmente complicado.


Tudo porque as hormonas femininas interferem com uma outra hormona - ainsulina, envolvida na regulação dos níveis de açúcar no sangue (glicemia). O estrogénio e a progesterona afectam o modo como as células respondem à insulina, com as flutuações hormonais da menopausa a poderem causar quer um aumento da glicemia quer uma diminuição.


E são mudanças pouco previsíveis: é que quando baixa a quantidade de progesterona pode aumentar a sensibilidade à insulina e quando diminui o nível de estrogénios pode subir a resistência à insulina. Significa isto que pode haver um descontrolo, aumentando o risco de a mulher desenvolver complicações associadas à diabetes, de que a doença cardiovascular é uma das principais.


Com a menopausa é frequente haver um ganho de peso, o que pode influenciar a necessidade de insulina.


Abre-se, mais uma vez, a porta a um descontrolo do açúcar no sangue se não houver alteração da medicação e, naturalmente, uma adequada gestão dos quilos a mais.


Outra associação entre a menopausa e a diabetes provém do risco acrescido de infecções. Numa mulher diabética, níveis elevados de açúcar no sangue podem contribuir para o desenvolvimento de infecções urinárias e vaginais, probabilidade que aumenta na menopausa pois a descida de estrogénios diminui as defesas contra bactérias e fungos, facilitando o acesso aos aparelhosgenital e urinário.


Sensível à menopausa é igualmente o sono: os suores nocturnos e os afrontamentos dificultam com frequência uma noite bem dormida.


Ora a falta de sono dá origem a flutuações na glicemia, potenciando novamente um desequilíbrio que é necessário controlar.


Está nas suas mãos controlar o risco!


São problemas com que lida uma boa percentagem das mulheres diabéticas.
A prevalência da diabetes em mulheres na menopausa oscila entre os 4 e os 7 por cento, o que, no nosso país, significa que 100 mil a 140 mil dos cerca de dois milhões de mulheres em menopausa são também diabéticas.


São muitas e boas razões para controlar o risco associado a estas duas condições. Trata-se de um duplo desafio, mas é possível vencê-lo.


Desde logo, fazendo escolhas saudáveis: uma alimentação equilibrada e exercício físico regular. No que respeita à alimentação, os doentes com diabetes já seguem um plano com algumas restrições, ao nível do açúcar mas também das gorduras. O mesmo plano é útil no controlo dos sintomas da menopausa.


Quanto ao exercício físico, tem benefícios a muitos níveis: ajuda ao controlo do peso ao promover o gasto de energia (logo a queima de gordura); aumenta acirculação, fortalece o sistema circulatório, contribui para baixar a pressãoarterial e para manter os níveis de colesterol dentro do normal; fortalece os ossos, prevenindo a osteoporose. Além disso, ajuda a libertar o stress e melhora o humor.


Neste plano de gestão da diabetes e menopausa, é ainda fundamental manter os valores de glicemia dentro dos parâmetros considerados normais para cada mulher. O que passa, em primeiro lugar, por conhecer esses valores: há, pois, que medir a glicemia com mais regularidade quando se está na menopausa, mantendo um diário dos valores registados para a eventualidade de ser necessário ajustar a terapêutica.


E quando os sintomas próprios da menopausa causam demasiado desconforto a abordagem pode envolver a chamada terapia de substituição hormonal. Trata-se de uma terapia que envolve a toma de hormonas sintéticas, de modo a atenuar as consequências de uma menor produção de estrogénio e progesterona. É uma opção que ainda gera polémica, que cada mulher deve discutir com o seu médico.


O que é certo é que gerir a diabetes na idade da menopausa coloca alguns problemas acrescidos às mulheres, sendo que é possível superálos com um compromisso com um estilo de vida saudável.


Fonte: Farmácia Saúde - ANF
 

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