Sunday, April 4, 2010

exercício físico intenso e regular contra stress oxidativo


José Magalhães

O exercício físico tem sido considerado como um importante veículo de promoção de saúde. De facto, nos dias de hoje, o exercício físico é, não só, um importante factor de prevenção de uma série de doenças, como sejam as doenças cardiovasculares e a diabetes, como também um importante agente coadjuvante da terapêutica de um conjunto significativo de patologias, de que é exemplo a obesidade.

Curiosamente, de forma aparentemente paradoxal, a prática de exercício físico tem sido, igualmente, associada à produção acrescida de radicais livres (RL) no nosso organismo.

Radicais livres são moléculas produzidas no nosso organismo de forma fisiológica ou não fisiológica que apresentam elevada reactividade bioquímica. Assim sendo, quando produzidos em excesso, podem interagir e provocar danos importantes em diferentes macromoléculas celulares, como sejam lípidos, proteínas e ADN que, em última análise, podem resultar na disfunção ou perda de viabilidade celular.

De facto, apesar da sua fulcral importância para o organismo, por exemplo enquanto sinalizadores de tarefas indispensáveis à célula e moléculas intervenientes na protecção imunológica, são inúmeros os estudos que têm evidenciado a associação da produção excessiva de RL com a causa ou agravamento de um conjunto significativo de patologias, de que são exemplo as cataratas, a doença de Parkinson, a aterosclerose e alguns tumores.

Prática de exercício físico e stresse oxidativo

Face ao acréscimo da produção de RL induzido pelo exercício físico e à, eventual, incapacidade do organismo em os neutralizar, o organismo poderá experimentar uma condição aguda de stress oxidativo acrescido. Isto é, uma situação momentânea de agravamento significativo no desequilíbrio entre a produção de RL e a capacidade neutralizadora do nosso sistema antioxidante, ou seja, do conjunto de moléculas e compostos celulares que visam anular ou, pelo menos, diminuir a reactividade dos RL, reduzindo, assim, o seu impacto fisiológico nefasto. Importa referir que, mesmo em condições basais e fisiológicas, o nosso organismo "vive" uma situação permanente de stress oxidativo.

De facto, em qualquer circunstância da nossa vida, as nossas células têm uma taxa de
produção de RL que, embora controlada, é mais elevada do que a capacidade neutralizadora do sistema antioxidante. Os imperceptíveis danos celulares decorrentes desta produção excessiva de RL "dão voz" à associação que alguns investigadores estabelecem entre o fenómeno de envelhecimento e uma condição crónica de stress oxidativo moderado ao longo da nossa vida.

Relativamente ao exercício físico, existe um consenso generalizado quanto à existência de diferentes "fontes" de RL no nosso organismo. Porém, o exponencial incremento do consumo de oxigénio parece ser o factor mais preponderante para o acréscimo da produção de RL durante o exercício. Por esta razão, os RL são, vulgarmente, conhecidos como radicais livres de oxigénio. Neste contexto, a generalidade dos praticantes de exercício físico e os atletas, em particular, confrontam-se com um aparente paradoxo. Ou seja, apesar de todos os benefícios conhecidos, a prática de exercício físico constitui-se, efectivamente, como um factor indutor da produção acrescida de RL.

Contudo, não obstante este acréscimo, estudos no âmbito da bioquímica do exercício têm sugerido que os praticantes de exercício regular e intenso, como por exemplo os atletas, se apresentam numa situação privilegiada face ao acréscimo da produção de RL, decorrente da prática de exercício físico, relativamente aos praticantes de exercício não regular e aos sedentários.

Os benefícios da prática regular de exercício físico

Com efeito, tem sido demonstrado que, por adaptação fisiológica crónica decorrente dessa prática de exercício físico regular, parece existir uma diminuição da produção de RL e evidentes melhorias da capacidade antioxidante. Desta feita, aqueles que se exercitam regularmente, não só produzem menos RL como também estão melhor preparados para os neutralizar, diminuindo as condições celulares de stress oxidativo. Este facto, a par das virtudes antioxidantes de uma alimentação cuidada e adequada, justifica que, regra geral, para a grande maioria dos praticantes de exercício físico regular a suplementação de antioxidantes não seja imprescindível. Adicionalmente, a melhoria da capacidade antioxidante parece ser uma mais valia contra as, eventuais, condições exacerbadas de stress oxidativo que possam ser despoletadas no organismo por situações fisiopatológicas.

Assim sendo, no que diz respeito à relação entre o exercício físico e o stress oxidativo, o conselho só pode ser um: PRATIQUE EXERCÍCIO FÍSICO INTENSO DE FORMA REGULAR E SISTEMÁTICA

José Magalhães Gabinete de Biologia do Desporto, Faculdade de Desporto, Universidade do Porto




Fonte: Health & Wellness

COMO PREVENIR PROBLEMAS DE COLUNA


Rui Garganta

Como dificilmente temos as opções de deixar de trabalhar ou de arranjar profissões "mais saudáveis" ou compatíveis com eventuais problemas de coluna, é fundamental adoptar estratégias de prevenção e de compensação. Os grandes vilões da nossa coluna são os designados micro-traumatismos de repetição.


Como referimos num número anterior, a maioria das dores nas costas não é provocada por grandes esforços, mas aparece como consequência de atitudes posturais incorrectas ou esforços pequenos mas repetidos. Desta forma, os grandes vilões da nossa coluna são os designados micro-traumatismos de repetição.

Estes são provocados por situações repetidas, associadas à nossa profissão ou dia-a-dia, geradoras de traumatismos que, mesmo sendo pequenos, assumem uma enorme proporção quando realizados continuadamente ao longo dos dias, meses e anos.

Vamos apresentar um conjunto de cuidados a ter no local de trabalho que devem ser entendidos como propostas para uma "higiene regular".

Eles são importantes para todas as pessoas, mas essenciais para aqueles que sofrem e procuram evitar crises futuras.


Cuidados a ter para quem passa muito tempo de pé

Na posição de pé, parada, assumindo que as curvaturas da coluna estão no seu correcto alinhamento, a actividade muscular é quase nula. Neste caso, é o sistema nervoso que a assegura, através do tónus postural - uma força que se opõe ao efeito da gravidade. Os músculos, que nos permitem ficar na posição vertical, praticamente sem fazermos esforço, são designados de anti-gravíticos.

Embora económica, em termos de actividade muscular, a postura de pé não se consegue manter durante muito tempo, pois há músculos que ficam cansados, particularmente os da zona lombar.

A alternativa é procurar compensar, isto é, de tempos em tempos, sentar ou, preferencialmente, deitar um pouco, para relaxar a musculatura das costas e das pernas. Chama-se à atenção para a importância de quebrar a rotina, alterando o factor traumático repetitivo.


Postura de pé

Esta postura, quando prolongada, é bem mais exigente do que a posição de sentado.
Na posição de pé, o cansaço leva a que se procurem posturas assimétricas de compensação, que podem dar lugar a desequilíbrios de coluna. Assim é importante ter em conta o seguinte:

> Quando se trabalha sobre uma bancada ou uma mesa, a altura desta deve estar ligeiramente abaixo do cotovelo. Se estiver demasiado baixa, provoca dores lombares; se for muito alta, provoca dores nos ombros e/ou pescoço.

> Quem fica muito tempo de pé, para além dos problemas de coluna, tem grandes probabilidades de ficar com derrames e/ou varizes.

> Procure evitar rotações ou torções de coluna em tarefas como varrer, aspirar, ou passar a ferro. O movimento deve ser realizado com o corpo todo e não apenas à custa da rotação ou torção do tronco pois estas provocam um grande esforço da coluna lombar.

> Sempre que o trabalho exige uma postura estática, deve procurar ficar o menos parado(a) possível, alternando com uns passos, elevando o peso do corpo sobre as pontas dos pés ou fazendo movimentos de reforço e estiramento. As "bombas" que fazem o sangue elevar-se, isto é, responsáveis pelo retorno venoso, estão por baixo dos pés e na região dos gémeos, a barriga das pernas, e, por isso é importante solicitar estas regiões.

> Se tiver de ficar muito tempo de pé e parado procure, pelo menos de vez em quando, encostar-se a uma parede, ou algo semelhante, para descansar os músculos das costas.


> Uma atenção especial deve ser dada ao tipo de calçado que se usa. Se tem problemas de coluna, deve evitar utilizar sapatos de sola dura e, para a mulher, o salto não deve ter uma altura superior a 2 dedos.


Rui Garganta Professor universitário



Fonte: Health & Wellness

Sunday, March 28, 2010

HIPERACTIVIDADE



A hiperactividade é dominantemente uma perturbação da atenção e da concentração e pode manifestar-se em crianças, adolescentes e adultos. Não é ainda completamente conhecida a origem deste tipo de perturbação.

Vários autores e estudos apontam no sentido de ter uma origem neurobiológica; contudo ainda não é totalmente claro o papel da componente fisiológica. Há também autores que defendem a teoria que na base da perturbação de hiperactividade está uma perturbação de ansiedade e/ou emocional. A DSM-IV descreve a Perturbação de Deficit de Atenção com Hiperactividade como sendo uma perturbação caracterizada pela existência de comportamentos hiperactivos, associados a dificuldades elevadas ao nível da atenção e da concentração.

As pessoas com dificuldades em concentrarem a atenção nas tarefas que estão a realizar tendem a se dispersarem, cansarem e desinteressarem com muita facilidade. Muitas vezes são também impulsivos dado que têm dificuldade em manter a calma para poderem pensar sobre as suas acções.

Esta perturbação pode iniciar-se na infância precoce e a acompanhar o desenvolvimento da criança até à adolescência ou até à idade adulta. Esta perturbação pode comprometer seriamente o desenvolvimento cognitivo e emocional, assim como dificuldade a progressão no percurso escolar.


Devemos estar atentos aos seguintes sinais/comportamentos de qualquer criança:

» Não prestar atenção suficiente aos pormenores ou cometer erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras actividades lúdicas.

» Ter dificuldade em manter a atenção em tarefas ou actividades.

» Parecer não ouvir quando se lhe dirigem directamente.

» Não seguir as instruções e não terminar os trabalhos escolares ou outras tarefas.
Ter dificuldade em organizar-se.

» Evitar as tarefas que requerem esforço mental persistente.

» Perder objectos necessários a tarefas ou actividades que terá de realizar.

» Distrair-se facilmente com estímulos irrelevantes.

» Esquecer-se com frequência de actividades quotidianas ou de algumas rotinas.

» Movimentar excessivamente as mãos e os pés e mover-se quando está sentado.

» Levantar-se na sala ou noutras situações em que se espera que esteja sentado.

» Correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo.

» Ter dificuldade para se dedicar tranquilamente a um jogo.

» Agir como se estivesse ligado a um motor.

» Falar em excesso.

» Precipitar as respostas antes que as perguntas tenham acabado.

» Ter dificuldade em esperar pela sua vez.

» Interromper ou interferir nas actividades dos outros (intrometer-se nas conversas ou nos jogos).

Devemos também ter em atenção que muitos destes sinais ou indicadores podem aparecer sem se tratar verdadeiramente de uma perturbação de hiperactividade.

Actualmente muitas crianças são educadas num clima afectuoso e descontraído e, nesse ambiente, nem sempre são devidamente orientadas a terem disciplina, persistência e capacidade de focalizar a atenção. A capacidade de concentração e a atenção podem e devem ser treinadas como qualquer outra competência cognitiva como, por exemplo, a as competências linguísticas, musicais e a memória.

Algumas crianças poderão apresentar os sinais acima descritos e não terem uma verdadeira perturbação de hiperactividade, mas necessitarem de um treino mais intenso e rigoroso para exercitarem estas capacidades.

A impulsividade acaba por ser o problema de maior gravidade associado à hiperactividade porque pode levar a criança a agir irreflectidamente podendo em risco inclusivamente a sua integridade física. A impulsividade tem manifestações a nível emocional e cognitivo. A falta de controlo emocional leva a criança a agir sem reflectir e sem avaliar as consequências dos seus actos, numa procura imediata e inconsequente da satisfação do seu desejo.

Por outro lado apresentam baixa tolerância à frustração, o que conduz a manifestações súbitas de irritabilidade quando chamados à atenção pelos comportamentos imprevisíveis. Como são crianças que se tornam complicadas na relação interpessoal, são muitas vezes alvos de criticas, ralhos, chamadas de atenção, castigos, etc. e isso reflecte-se negativamente na sua auto-estima; ficando muitas vezes com o sentimento subjectivo que ninguém gosta deles.

Considero que a Prevenção da hiperactividade deverá ser feita estimulando e treinando o mais precocemente possível a capacidade de atenção e focalização da atenção. Assim que os pais se apercebem que o filho tende a ser excessivamente agitado, ansioso, inquieto devem encontrar formas lúdicas de estimular a sua capacidade de atenção e concentração.

Podem também estimulá-los a praticar yoga, já existem em muitos sítios aulas de yoga para crianças muito pequenas. O yoga tem a vantagem de ajudar o autodomínio e a concentração. A existência de ritmos fixos é também vantajoso para ajudar as crianças com tendência para a hiperactividade a serem mais capazes de se auto-conterem, nomeadamente, horas fixas para ir para a cama, tomar as refeições, etc.

Quando a hiperactividade é já uma realidade devidamente diagnosticada, então é necessário compreender que a criança está num estado de agitação permanente e que o meio que a envolve terá que se ajustar a essa realidade. Os adultos devem manter a paciência e falarem sempre num tom de voz calmo e seguro. Se os adultos ficam irritados, gritam e ralham com grande tensão emocional, isso ainda destabiliza mais a criança deixando-a ainda mais agitada e descontrolada.


Fonte: Ktree - Knowledge Tree

Tuesday, March 16, 2010

Como posso diminuir a minha pressão arterial?

José Soares

Num contexto nacional marcado por uma elevada prevalência e incidência de doenças cardiovasculares, importa reforçar a ideia de que é indispensável manter os níveis de pressão arterial dentro dos limites normais e seguir um estilo de vida saudável. Saiba como pode consegui-lo.



Diminuindo o peso se tem um índice de massa corporal (IMC)* superior a 24, para o caso das mulheres, e 25 para o caso dos homens. Se for demasiado pesado coloca demasiado stress no seu sistemacardiovascular. Quando perde peso, a suapressão arterial também diminui.


Alimente-se de forma saudável, diminuindo a ingestão de gorduras totais, gordura saturada, colesterol e sal. Aumente a ingestão de frutas, legumes e produtos com baixo teor de gordura. Para além da gordura, o sal tem um papel decisivo na PA. Diminua o sal nos alimentos cozinhados e nunca coloque o saleiro na mesa. É uma forma de diminuirmos a sua utilização. Lembre-se que em Portugal uma das maiores fontes de sal é o pão. Escolha pão com reduzida quantidade deste aditivo. Retire gradualmente a quantidade de sal e verá que em muito pouco tempo está completamente habituado ao sabor.


Seja fisicamente activo. A inactividade é um factor de risco importante para as doenças cardiovasculares. O exercício realizado de forma regular permite diminuições ligeiras mas significativas da PA. O exercício é benéfico por 2 razões: por um lado, estão descritas diminuições da PA até 12-24h após a realização de uma actividade física, i.e., pelo menos durante esse tempo estamos mais protegidos do ponto de vista cardiovascular. Por outro lado, o exercício é uma excelente forma de perder peso. Perdendo peso, diminuímos a PA. É um efeito indirecto mas de grande significado clínico.


Diminua a ingestão de álcool. Não mais que uma bebida por dia. Para além do efeito directo na PA, o álcool é altamente calórico. Um grama de hidratos decarbono corresponde a 4 Kcal, de lípidos 9Kcal e de álcool 7 Kcal. Percebe-se assim que quando queremos perder peso, por vezes cometemos o erro de diminuirmos severamente os hidratos de carbono e não cortarmos naquilo que é verdadeiramente calórico: gorduras e álcool.


Tome a medicação prescrita. Está demonstrado que uma das maiores causas de desregulação da PA é a interrupção e alteração na toma da medicação. Se tem fármacos prescritos, faça disso um ritual. Nunca esquecer e nunca alterar sem indicação médica. Mesmo que lhe sugiram tratamentos alternativos, nunca deixe a medicação, substituindo por um chá ou por uma pílula milagrosa, sem antes avisar o seu médico.


Controle periodicamente a sua PA. Existem hoje no mercado medidores da PA para uso doméstico de grande fiabilidade. O acompanhamento constante das flutuações da sua PA constitui-se um factor decisivo na detecção precoce dehipertensão arterial.


Respeite estes princípios e diminua de forma sustentada e saudável a sua PA, melhorando a sua saúde e diminuindo o risco de acidente cardiovascular.





A postura corporal incorrecta provoca dores nas costas

Andreia Garcia

No âmbito da campanha Olhe pelas Suas Costas, a Associação para o Desenvolvimento da Ortopedia na Madeira aconselha algumas dicas posturais simples, de forma a prevenir as dores nas costas e as doenças que afectam a coluna que representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física e são uma das principais causas de ausência no trabalho em todo o mundo.



De acordo com o Dr. Mário Pereira, médicoortopedista, "o primeiro passo para aprevenção dos problemas da coluna vertebral nas pessoas que têm uma profissão que implique estar muito tempo sentado é manter a coluna bem apoiada, usando uma almofada lombar, apoio de pé ou elevando o monitor".


Um estudo recente elaborado pela empresa Spirituc - Investigação Aplicada indicou que para a maioria dos portugueses as dores nas costas provocam um mau estar geral(66,6 por cento), cansaço e fadiga (41,7 por cento) ou dores nos membros inferiores (20,6 por cento).
Na opinião dos inquiridos as dores nas costas devem-se principalmente ou a esforço excessivo (45,3 por cento) ou a má postura corporal (32,1 por cento).


A campanha Olhe pelas Suas Costas é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologiae da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPNC). Para mais informações consulte o website: www.olhepelassuascostas.com.


Faça o download do Folheto (Documento associado.pdf)



Ficha técnica: Para a realização deste estudo, a empresa Spirituc-Investigação Aplicada, responsável pela investigação, inquiriu uma amostra de 602 pessoas que revelaram sofrer de dores nas costas, com mais de 18 anos, de ambos os géneros, residentes em território continental. A amostra apresenta uma margem de erro de 4,0 por cento para um intervalo de confiança de 95 por cento.

Documento associado (.pdf)




Wednesday, March 3, 2010

QUEIMADURAS: MAIS DO QUE CALOR

As queimaduras acontecem com frequência e o calor não é o único culpado. Causas há muitas, mas o importante é saber como agir: quando a lesão é superficial há cuidados essenciais para ajudar a pele a regenerar.


Quando se fala em queimaduras o mais certo é pensar-se automaticamente em calor. E em pele. Mas o calor não é a principal causa de queimaduras e a pele não é o único órgão afectado. É que também a electricidade e substâncias químicas podem ser responsáveis por lesões dos tecidos, quer externos, quer internos.


A ingestão de um líquido muito quente ou de um produto de limpeza, por exemplo, pode causar queimaduras ao longo do sistema digestivo, nomeadamente no esófago e no estômago. E a inalação de fumos tóxicos, provenientes por exemplo de um incêndio, pode afectar os brônquios e os pulmões. Já a corrente eléctrica - causa dos chamados "choques" - deixa sobretudo marcas na pele e nos tecidos subcutâneos.

Certo é que as queimaduras são muito frequentes, acontecendo, muitas vezes, no ambiente doméstico - a água do banho demasiado quente, um recipiente com água a ferver que se entorna, fagulhas que se soltam da lareira, o ferro eléctrico que se esquece ligado, a porta do forno que não isola bem o calor, os alimentos (sobre)aquecidos no micro-ondas, um dedo de criança que toca numa tomada eléctrica desprotegida...

Os exemplos multiplicam-se no quotidiano: o risco existe sempre e os acidentes acontecem. Todavia, as queimaduras daí resultantes não são necessariamente graves. E a gravidade mede-se pelos sintomas e pela extensão e profundidade da lesão, sendo as queimaduras classificadas em três graus: nas de primeiro grau, a pele fica vermelha e dorida, muito sensível ao tacto e húmida ou inchada; a área queimada torna-se branca quando tocada mas não se formam bolhas.


São as menos graves, que se curam em cinco a sete dias. Quanto às de segundo grau, causam uma lesão mais profunda, formando-se bolhas com uma base avermelhada ou branca e contendo um líquido claro e espesso; a pele dói e é sensível ao tacto. Cura-se, por norma, em duas a três semanas. As mais graves são as de terceiro grau, podendo a superfície da queimadura ser branca e macia ou negra e calcinada. Formamse bolhas e a área queimada perde a sensibilidade ao tacto, pois as terminações nervosas foram destruídas.

Felizmente, a maioria das queimaduras que ocorrem no ambiente doméstico são superficiais - de primeiro grau ou de segundo grau ligeiro. Significa isto que podem ser tratadas com recurso aos primeiros socorros, conjunto de cuidados que se prestam de imediato no local do acidente e que envolvem, antes de mais, a limpeza da ferida.

E quando se trata de uma queimadura superficial o primeiro gesto é lavá-la: passar por água fria (não gelada e nunca usar gelo) durante cerca de 5 a 15 minutos. Tem como objectivo diminuir o calor na pele lesada e assim diminuir dor e edema.

Deve usar luvas, de modo a evitar o contacto directo com a pele ferida, e deve utilizar-se cada compressa uma única vez - deste modo previne-se o desenvolvimento de infecções, já que a pele queimada é uma pele exposta e vulnerável.

Deve secar a ferida, com a ajuda de compressas.

Pode ser aplicado um creme de aloé vera. A colocação de um penso é o último dos cuidados, tendo como objectivo manter a ferida limpa e longe de potenciais agentes infecciosos. Sendo ligeira deve ser deixada ao ar e limpa.

Estes são os primeiros socorros indicados em caso de queimaduras superficiais. Todavia, quando alesão é interna é conveniente uma ida a um serviço de saúde. O mesmo acontece quando envolve uma criança com menos de dois anos ou um idoso - são grupos vulneráveis que podem necessitar de cuidados específicos.

Ainda assim o melhor é sempre prevenir, o que em casa passa por alguns gestos básicos como proteger as tomadas eléctricas, desligar o ferro sempre que não se usa, manter os produtos químicos num armário fechado e inacessível para as crianças, medir a temperatura da água do banho e dos alimentos aquecidos (sobretudo quando se destinam aos mais pequenos), usar os bicos do fogão mais próximos da parede, proteger as lareiras.

Primeiros socorros na farmácia

Dada a sua acessibilidade e distribuição geográfica - há sempre uma farmácia de serviço onde quer que se encontre - as farmácias são espaços de saúde que podem contribuir para a avaliação de situações de emergência, incluindo a prestação das medidas iniciais de primeiros socorros e o correcto encaminhamento dos doentes.

A intervenção na farmácia pode ser feita por qualquer elemento da equipa desde que tenha recebido formação para o efeito ou por um enfermeiro. E essa intervenção tanto pode envolver uma vertente prática, de socorro em caso de emergência ou de aplicação de pensos e ligaduras numa situação de lesão, como ter uma vertente mais didáctica, de informação dos utentes e da população em geral sobre os sinais de emergência médica.

Este é mais um serviço que as farmácias portuguesas prestam à população, cumprindo aquele queé um dos seus princípios basilares - os cidadãos no centro dos cuidados. Informe-se junto da sua farmácia para saber se este serviço está disponível.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Wednesday, February 24, 2010

ÁCAROS DO PÓ DA CASA: OS GRANDES RESPONSÁVEIS PELAS DOENÇAS ALÉRGICAS



Jaime Pina

A alergia, entendida como uma resposta exagerada do organismo quando em contacto com determinadas substâncias, tem uma origem genética, mas é muito influenciada por factores ambientais, que o doente deve conhecer e cujo controlo constitui uma das etapas mais nobres do tratamento.

Qualquer substância que se inale pode provocar alergia num doente predisposto. Porém, os ácaros do pó da casa têm um papel preponderante, sendo os principais responsáveis pelas doenças alérgicas do aparelho respiratório: a rinite e a asma brônquica.


O que são os ácaros do pó da casa?

Os ácaros do pó doméstico são aracnídeos microscópicos que se encontram nas nossas habitações, sobretudo no quarto de dormir e na cama; o seu principal alimento são as partículas resultantes da descamação natural da pele. Embora estejam presentes durante todo o ano, é nos meses de Primavera e Outono que existem as melhores condições de temperatura e de humidade para a sua reprodução. Casas húmidas, cheias, com animais e não ventiladas são o ambiente ideal para a multiplicação dos ácaros.

O quarto de dormir

Na alergia ao pó da casa há que ter um cuidado muito particular com o quarto de dormir, evitando-se superfícies que facilitem a sua acumulação. Assim, há que evitar carpetes, tapetes com pelo, cortinas de tecidos grossos, têxteis e bonecos de pano ou de peluche. Um pavimento lavável de linóleo, mosaico ou madeira envernizada reduz muito significativamente a quantidade de ácaros.

Quanto mais objectos existirem maior a quantidade de pó; por isso deve optar-se por uma decoração minimalista retirando do quarto todos os objectos não essenciais: brinquedos, discos, livros, entre outros. A criança pode e deve ler e brincar no seu quarto mas, se possível, os livros e os brinquedos devem ser guardados noutro local. De preferência seleccionar brinquedos que possam ser lavados, tarefa que deverá ser realizada semanalmente.

Deve ainda dar-se particular atenção à ventilação diária do quarto e à aspiração regular com um aspirador de elevada eficiência (por exemplo, aspirador com filtros HEPA ou de água), não esquecendo de aspirar o colchão.

A cama

Na cama, o colchão e as almofadas devem ser de fibras artificiais (evitar as penas, a lã, a sumaúma ou a palha), e há que evitar os cobertores de lã e os lençóis de flanela (preferir o edredão sintético e os lençóis de algodão).

Deve cobrir-se o colchão e a almofada com coberturas anti-ácaros e a roupa da cama, deve ser lavada uma vez por semana a 60ºC e se possível estendida ao sol (o sol elimina os ácaros). Também os cobertores eléctricos, ao diminuírem a humidade na cama, são, a longo prazo, uma boa arma na luta contra os ácaros.

Nos últimos anos têm-se desenvolvido produtos químicos acaricidas que, quando usados com regularidade (um a dois meses) no colchão e nos tapetes, diminuem a quantidade de ácaros neles existentes.

O vestuário

O vestuário deve ser tanto quanto possível de material sintético facilmente lavável, devendo evitar-se os tecidos que acumulam pó, como por exemplo a lã e outras peles naturais.

Quando a roupa permanece muito tempo armazenada deve ser arejada e limpa antes de ser de novo utilizada: é clássico o aparecimentos de crises de rinite e de asma nos doentes que manipulam roupas guardadas de uma época para outra.

Se for alérgico aos ácaros do pó da casa evite fazê-lo ou faça-o protegido com uma máscara.


Jaime Pina
Fundação Portuguesa do Pulmão
www.fundacaoportuguesadopulmao.org

Fonte: FARMÁCIA SAÚDE

SÍNDROME DE MUNCHAUSEN: DESESPERADOS POR ATENÇÃO


Sintomas falsos, doenças a fingir, feridas auto--infligidas - é assim que se comportam as pessoas que sofrem de síndrome de Munchausen, uma doença mental rara mas grave alimentada por uma necessidade desesperada de... atenção.

Imagine-se uma pessoa com um repertório de histórias verdadeiramente dramáticas acerca dos seus problemas de saúde mas que, apesar disso, apresenta sintomas muito vagos e inconsistentes ou que se agravam sem razão aparente.

Imagine-se uma pessoa que pressiona os médicos para se submeter aos exames mais rigorosos e aos procedimentos cirúrgicos mais arriscados ou que os pressiona para lhe prescreverem constantemente analgésicos e outros medicamentos, revelando grande conhecimento da terminologia médica. Uma pessoa que procura tratamento junto de diferentes profissionais e unidades de saúde, com frequentes hospitalizações mas poucas ou nenhumas visitas e que se mostra relutante quando os profissionais de saúde tentam falar com a família ou os amigos.

Essa pessoa pode sofrer de síndrome de Munchausen, uma doença mental rara mas grave reconhecida há séculos mas que permanece um mistério, difícil de diagnosticar e de tratar.

O quadro descrito enquadra os principais sintomas desta síndrome que pertence ao grupo de doenças inventadas ou auto-infligidas. E, na verdade, o que acontece é que os doentes fingem ou provocam doenças em si próprios, muitas vezes pondo a vida em perigo. Fazem-no movidos por uma profunda necessidade de atenção, alimentando essa fome emocional com estratégias que adiam, ou até evitam, que a falsa doença seja descoberta.


Não se trata de hipocondria, situação em que as pessoas acreditam mesmo que estão doentes, embora não o estejam.

Quem sofre de Munchausen sabe que não está doente, mas quer estar. E o comportamento que desenvolvem é compulsivo, envolvendo-os numa espiral de idas ao médico, medicamentos, análises e hospitalizações.

Não se conhece a causa desta síndrome, mas estão identificados factores que podem contribuir para o seu desenvolvimento: trauma na infância, nomeadamente abuso emocional, físico ou sexual; baixo sentido de identidade ou de auto-estima; perda de uma pessoa próxima devido a doença ou abandono; desejo não concretizado de ser profissional de saúde; desordens de personalidade, entre outros.

O que se sabe é que estas pessoas têm necessidades emocionais tão profundas que arriscam a própria vida para serem consideradas doentes e tratadas como tal, recebendo assim a atenção de profissionais de saúde, amigos e familiares.

O que fazem é fingir sintomas ou exacerbar condições já existentes, por exemplo abrindo uma ferida em vias de cicatrização.

O que fazem também é manipular análises clínicas, por exemplo juntando sangue ou outra substância a amostras de urina. Quando medicadas, quer em ambulatório quer em internamento, são capazes de trocar medicamentos ou deixar de os tomar só para adiar a "cura".

E para ganharem o estatuto de doentes têm a capacidade de se envolver em discussões perfeitamente fundamentadas com os profissionais de saúde, argumentando e contra-argumentando com um inesperado conhecimento de causa.

São bastante plausíveis e, por estranho que possa parecer, não é fácil desmascarar estes falsos doentes. São convincentes ao ponto de iludirem médicos atrás de médicos. Daí que seja extremamente difícil diagnosticar esta síndrome.

Tal como é difícil tratá-la: afinal, as pessoas que dela sofrem querem ser vistas como doentes, pelo que resistem a procurar ou aceitar tratamento.

Crianças, vítimas por procuração

Nem sempre a necessidade desesperada de atenção é somatizada na própria pessoa: casos há em que é transferida, quase sempre para uma criança, com esta síndrome a converter-se numa grave forma de abuso infantil.

É a chamada síndrome de Munchausen por procuração: um cuidador, na esmagadora maioria das vezes a mãe, provoca deliberadamente problemas de saúde na criança ou convence outros de que a criança está muito doente, fingindo ou exagerando sintomas.

Como resultado desta atitude, os médicos acabam por pedir análises, receitar medicamentos e até hospitalizar a criança.

O abusador acaba por receber atenção dos profissionais de saúde que contactam com a criança. E, como se comporta de uma forma carinhosa, ninguém suspeita de que algo está errado. Além do mais, revela uma habilidade surpreendente para manipular médicos, pelo que a inconsistência dos sintomas e das histórias acaba por ser negligenciada.

Este comportamento do progenitor prolonga-se no tempo, envolvendo, por um lado, a fabricação dos sintomas (causando-os mesmo ou inventando-os) e, por outro, a manipulação do tratamento, de modo a adiar a "cura". A criança assim maltratada está permanentemente "doente".

E só "melhora" quando está separada do abusador. São muitas e profundas as consequências deste tipo de abuso infantil. Antes de mais, a criança é sujeita a exames médicos desnecessários, toma medicamentos desnecessários, é hospitalizada sem razão e, no extremo, submetida a cirurgias de que não precisa. Fisicamente, este é, pois, um processo muito invasivo e fonte de sofrimento.

Mas, quando a criança já tem idade para perceber o que se passa, os danos psicológicos são acentuados: ela pode sentir que apenas é amada quando está doente e, por isso, "alinhar" com o progenitor, ao ponto de se ferir a ela própria para continuar a receber atenção. É um ciclo perigoso, pois as crianças vítimas podem tornar-se adultos
abusadores.

A herança do barão

Esta síndrome recebeu o apelido Karl Friedrich Hieronymus von Munchausen, barão alemão que viveu no século 18 e que ficou para a história pelos seus relatos extraordinários. As fantásticas aventuras do barão terão envolvido viagens em bolas de canhão, idas à lua e uma incrível fuga de um pântano usando apenas...os próprios cabelos...

Os seus relatos serviram de base para a série "As aventuras do barão de Munchausen", publicadas em 1785. Dois séculos depois, deram origem a um filme com o mesmo nome, realizado por Terry Gillian e protagonizado por John Neville.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Monday, February 15, 2010

UMA LIÇÃO DE VIDA - QUERIDO ELIOT

Monday, February 8, 2010

HIPERTENSÃO ARTERIAL NAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES: DIAGNÓSTICO PRECOCE E ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL SÃO OS MELHORES ALIADOS DAS ARTÉRIAS

Daniela Gonçalves

A hipertensão arterial nas crianças e nos adolescentes deriva com frequência da adopção de um estilo de vida pouco saudável caracterizado por problemas de excesso de peso, obesidade e sedentarismo. Estes factores têm aumentado de forma substancial nestes grupos etários, contribuindo para o agravamento da prevalência da hipertensão arterial nas crianças e nos adolescentes. Mas a aposta na detecção precoce, num estilo de vida saudável e, quando necessário, na adopção da terapêutica pode desenhar um arco-íris na sua qualidade de vida.


Associada à ocorrência de eventos ou complicações cardiovasculares, a hipertensão arterial consiste numa elevação da pressão arterial, ou seja, no aumento da pressão do sangue contra as paredes das artérias. A sua avaliação deve ter em consideração a análise de outros factores de risco cardiovascular, afirma a Dr.ª Maria João Lima, médica de Medicina Interna e coordenadora da consulta de hipertensão arterial, no Hospital de S. João.

Porque surge a hipertensão arterial?

Segundo a Dr.ª Maria João Lima, existem dois tipos de hipertensão arterial, que resultam de causas distintas. "Em situações raras, há uma causa perfeitamente identificada e uma relação de causalidade bem estabelecida. Contudo, a grande maioria dos casos não tem apenas uma causa - resulta da interacção de factores genéticos e factores ambientais relacionados com a adopção de estilos de vida pouco saudáveis, como sejam o excesso de peso, a inactividade física e o consumo de substâncias que favorecem o aparecimento da doença, como os alimentos com alto conteúdo de sal", explica.

Sintomas tímidos. É fundamental a vigilância da pressão arterial

A hipertensão arterial é, muitas vezes, assintomática, pelo que não apresenta sintomas ou manifestações nas crianças e nos adolescentes, à semelhança do que sucede no caso dos adultos. Daí a importância da medição regular dos valores de pressão arterial sempre que a criança e o adolescente se deslocam à sua consulta de medicina familiar ou pediátrica. A detecção precoce da hipertensão arterial nas crianças "evita que surjam complicações na infância e na idade adulta", salienta a Dr.ª Maria João Lima.

Dieta saudável e prática de exercício vs. hipertensão arterial

A adopção de medicação contra a hipertensão arterial não deve ser a primeira medida a ser sugerida pelo médico para tratar a maior parte das crianças e dos adolescentes com esta doença, afirma a Dr.ª Maria João Lima.

As principais apostas devem centrar-se na adopção de uma alimentação saudável, no combate à inactividade física e no incentivo à prática de exercício. "Há que combater o excesso de peso, de forma a atingir um peso adequado à altura. Até porque um dos principais problemas das crianças portuguesas é comerem muitos alimentos com muitas calorias, açúcar e sal, facto que contribui para o aumento de peso, originando também a hipertensão arterial." Mudanças nos hábitos de lazer das crianças surgem igualmente como factor de risco. Lembra que as crianças "não só deixaram de praticar exercício físico regularmente (saltar, correr, brincar ao ar livre) como passaram a estar perfeitamente inactivas, do ponto de vista físico, quando passam horas sentadas a ver televisão ou a jogar jogos electrónicos".

Sublinha que o sedentarismo é uma das práticas a abater, em nome de uma melhoria da saúde cardiovascular e geral das crianças. Acrescenta que a criação e manutenção de um estilo de vida saudável para toda a vida "é o mais importante no tratamento da hipertensão arterial em todos os grupos etários".

Reforça que à família compete ensinar as crianças a alimentarem-se bem e explicar as vantagens da adopção de uma alimentação saudável e da prática de exercício físico (caminhada, natação, entre outros) para a sua saúde. Os pediatras, médicos de família ou nutricionistas podem ajudar as crianças submetidas a um programa de controlo de peso e hipertensão arterial a ficarem mais motivadas.

Em que circunstâncias se prescreve a medicação?

Quando...

- A hipertensão arterial tem causas conhecidas

- Está associada a sintomas como cefaleia (dor de cabeça), vómitos, naúseas

- A hipertensão tem impacto noutros órgãos, principalmente no coração ou no rim

- Há diabetes em simultâneo com a hipertensão arterial

- Quando as medidas não farmacológicas não são suficientes para controlar a pressão arterial

Os nutricionistas devem conquistar os jovens

As crianças e os adolescentes deverão conversar de uma forma aberta com os seus nutricionistas. Estes não devem desvalorizar os conhecimentos que eles têm, mas antes tratá-los como pessoas autónomas e entender como funciona a sua mente, de forma a conquistá-los. "Se o jovem estiver conquistado, posso convencê-lo a seguir um regime alimentar saudável, embora pense sempre que é ele que comanda toda a situação", explica a Dr.ª Rosa Maria Santos, nutricionista no Hospital de S. João.

É possível ainda em criança ou em adolescente ter um enfarte ou AVC?
"São situações muito raras mas existem; as consequências mais frequentes ainda nos mais jovens relacionam-se com alterações sobretudo renais e/ou cardíacas, que, não sendo ainda tão graves, provocam alterações no desenvolvimento dos órgãos afectados e se manifestarão de forma mais grave no futuro", explica a Dr.ª Maria João Lima.


 

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