Sunday, June 14, 2009

A NOVA GRIPE


Francisco George


O termo “pandemia”, como o próprio nome indica, refere-se a uma epidemia com expansão à escala pluricontinental.


Mesmo que os sinais actuais representem um processo de ignição de nova pandemia de gripe, não é possível comparar a situação inicialmente identificada no México e nos Estados Unidos da América com outras pandemias que aconteceram no passado.


O ano da constituição da Organização Mundial da Saúde, em 1948, sobrepõe-se, no tempo, ao estabelecimento de uma rede laboratorial que estuda a evolução da composição do vírus da gripe. Essa rede é constituída por laboratórios de virologia, altamente especializados, localizados nos dois hemisférios, designadamente em Atlanta, Tóquio, Londres e Melbourne. Estes laboratórios, apoiados pelo centro de veterinária em Memphis, e por uma rede de 90 centros nacionais que inclui o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, asseguram o acompanhamento da evolução da composição genética e antigénica deste vírus que circula, provavelmente desde sempre, alternadamente nos dois hemisférios durante os meses frios.


Cada alteração major da composição do vírus, pode corresponder à emergência de um novo subtipo, que poderá ser seguida de uma pandemia.

Estas epidemias de grande escala verificam-se tendencialmente a um ritmo variável de 2 a 3 por século. É verdade que as primeiras descrições remontam a 1580, apesar de só em 1933 ter sido estabelecida a origem infecciosa. O agente viral então identificado recebeu a designação de influenza, provavelmente em homenagem à antiga crença, apesar de errada, que eram
os astros a influenciar a ocorrência de epidemias de grande escala.


Estes elementos devem ser equacionados para compreender que os fenómenos epidemiológicos, no caso de gripe, não são, sublinhe-se, inesperados. Esta situação tem de ser socialmente aceite, para não gerar pânico. Faz por isso todo o sentido apelar à tranquilidade dos cidadãos.


Fonte: DGS

GRIPE A(H1N1) » INFORMAÇÃO PARA O PÚBLICO


1. O que é o novo vírus da Gripe A(H1N1)?



O vírus da Gripe A(H1N1) - que apareceu recentemente, é um novo subtipo de vírus que afecta os seres humanos. Este novo subtipo contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da Gripe e apresenta uma combinação nunca antes observada em todo o Mundo. Há evidência de que este novo subtipo é transmissível entre os seres humanos e a doença contraída tem atingido, no México, graus de severidade elevados, num número considerável de casos.



2. Quais os sintomas da infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)?
Os sintomas de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1) nos seres humanos são normalmente semelhantes aos provocados pela Gripe Sazonal:





Febre

Sintomas respiratórios (tosse, nariz entupido)

Dor de garganta

Possibilidade de ocorrência de outros sintomas:

Dores corporais ou musculares

Dor de cabeça

Arrepios

Fadiga

Vómitos ou diarreia (embora não sendo típicos na Gripe sazonal, têm sido verificados em alguns dos casos recentes de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1).

Em alguns casos, podem surgir complicações graves em pessoas saudáveis que tenham contraído a infecção.



3. Como ficam as pessoas infectadas com o vírus da Gripe A(H1N1)?

O método de transmissão do novo vírus da Gripe A(H1N1) é idêntico ao da Gripe Sazonal. O vírus espalha-se de pessoa para pessoa através de partículas em suspensão, quando uma pessoa fala, tosse ou espirra. Os contactos mais íntimos com uma pessoa infectada podem representar, por isso, uma situação de risco. O contágio pode também verificar-se indirectamente quando há contacto com gotículas ou outras secreções do nariz e da garganta de uma pessoa infectada - por exemplo, através do contacto com maçanetas das portas, superfícies de utilização pública, etc.. Uma pessoa saudável pode, inadvertidamente, contaminar as suas mãos e levá-las aos olhos, à boca ou ao nariz.



4. O vírus da Gripe A(H1N1) pode ser transmitido aos humanos mediante o consumo de carne de porco ou derivados?


Não. O vírus da Gripe A(H1N1) não é transmitido pela ingestão de carne de porco ou derivados devidamente confeccionados. Esta nova estirpe não foi, até à data, observada em animais, e não há indícios de que o vírus tenha entrado na cadeia de produção. Tanto a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, como o Centro Europeu de Controlo de Doenças desconhecem qualquer evidência científica que sugira a possibilidade de transmissão do vírus por consumo de carne de porco e derivados.


Na possibilidade de que venha a ser observada a presença do vírus na carne de porco, uma correcta confecção - a temperaturas internas superiores a 70ºC - irá eliminá-lo de forma eficaz, tal como acontece com os outros vírus e bactérias habituais. Recorda-se, no entanto que, independentemente dos gostos gastronómicos individuais, a carne de porco deve ser sempre consumida "bem passada". Recomenda-se, igualmente, que as mãos sejam lavadas abundante e periodicamente, bem como todos os utensílios de cozinha. Estas recomendações são, aliás, as habituais para uma higiene adequada na cozinha.




5. Existe alguma vacina contra o vírus da Gripe A(H1N1)?

De momento, não existe vacina que proteja os humanos do novo vírus da Gripe A(H1N1).


6. A vacina da Gripe Sazonal é eficaz contra o novo vírus da Gripe A(H1N1)?


Não há evidência científica, até ao momento, que confirme qualquer protecção conferida por parte da vacina da Gripe Sazonal.




7. A infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1) pode ser tratada?


O novo vírus da Gripe é sensível aos antivirais oseltamivir e zanamivir.


8. Qual é a situação na Europa?


A situação na Europa está em rápida evolução. Para informações mais recentes, consultar o sítio da Direcção-Geral da Saúde, nomeadamente, o Microsite da Gripe.



9. Estamos perante uma nova pandemia de Gripe?


A Organização Mundial de Saúde elevou para a Fase 5 o grau de alerta quanto ao riscode pandemia. Isto significa que há um risco aumentado de que a pandemia possa acontecer, mas tal não significa, necessariamente, que venha a ocorrer.


É demasiado cedo para saber se a situação actual irá evoluir para uma pandemia. Uma pandemia de Gripe é caracterizada por uma epidemia à escala mundial, provocada por um novo vírus da Gripe que infecta uma grande parte da população desprotegida. No século XX, houve 3 pandemias de Gripe, em 1918, 1957 e 1968.


Na Europa, e particularmente em Portugal, nos anos recentes, foram desenvolvidos esforços consideráveis de preparação para uma pandemia e todos os Estados Membro da União Europeia têm Planos de Contigência Nacionais.


10. É seguro viajar para o México?

Nas declarações de 27 de Abril, a Directora-Geral da Organização Mundial da Saúde recomendou que não fossem restringidas as viagens internacionais, apesar de considerar prudente que as pessoas adiassem as viagens não-urgentes. Qualquer indivíduo que apresente sintomas após uma viagem internacional, deve contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24). Pessoas que tencionem viajar para áreas afectadas devem procurar informação junto da Linha Saúde 24 (808 24 24 24). Todos os viajantes deverão seguir as regras gerais de higiene descritas na resposta seguinte.




11. Que devo fazer para me proteger se tiver de viajar para o México?


Os viajantes devem seguir as precauções gerais de higiene relativamente a infecções respiratórias se viajarem para áreas onde foram detectados casos de infecção pelo novo vírus da Gripe, nomeadamente para o México. Estas regras gerais de higiene incluem:

Evite o contacto próximo com pessoas doentes. Por outro lado, se estiver doente, deverá manter a distância de pelo menos 1 m em relação aos outros, para evitar a propagação do vírus.

Sempre que possível, mantenha-se no domicílio. Evite multidões ou grandes aglomerados de pessoas.


Lave frequentemente as mãos com água e sabão;


Se tossir ou espirrar, proteja a boca e o nariz com um lenço de papel de utilização única ou use o antebraço e não as mãos, lavando-as com frequência;

Para se assoar, use lenços de papel de utilização única, meta-os num saco de plástico e coloque-o no lixo; lave as mãos com frequência.


12. Que precauções devo tomar se estiver a regressar do México?

Viajantes que regressem do México devem estar particularmente atentos ao seu estado de saúde; devem contactar de imediato a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), durante os 7 dias seguintes ao regresso, se experimentarem algum dos seguintes sintomas:


Febre (>38ºC) e um dos seguintes sintomas:


Sintomas respiratórios como tosse ou nariz entupido


Dor de garganta


Dores corporais ou musculares


Dor de cabeça


Fadiga

Vómitos ou diarreia


13. Que leituras sobre gripe em língua portuguesa são aconselhadas?

Introdução ao Estudo da Gripe
História da Gripe
Gripe em Lisboa: 1957 e 2008
Actividade Gripal em Portugal no Inverno de 2000/2001
Gripe: textos de Helena Rebelo de Andrade e Graça Freitas
Fonte: Direcção Geral da Saúde

MUSICAL PARA AJUDAR CRIANÇAS NO IPO

SAÚDE DA PELE


Dra. Marta A. Pereira



A pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre funções importantes muito para além da simples função estética.






É um importante órgão sensorial e de interacção com o meio ambiente, regula o controlo das perdas de água através da transpiração, tem funções de defesa contra infecções e capacidade de protecção contra agentes irritantes e radiação ultravioleta.





Recentemente, a suplementação oral com antioxidantes, nomeadamente os que contêm luteína e vitaminas C e E, tem demonstrado uma importante acção antienvelhecimento, devido aos seus benefícios na manutenção da tensão, brilho e espessura da pele.





A manutenção da saúde da pele passa também por uma rotina de cuidado diário que consiste no uso de um produto de limpeza, seguido de um hidratante.





Os produtos de limpeza, sob a forma de leite, creme, sabões ou gel, destinam-se a remover o sebo, as células superficiais de descamação, as bactérias, os fungos e a sujidade ambiental, deixando íntegra a barreira cutânea. Na face é comum complementar a sua acção com um tónico adstringente, de composição distinta consoante se destina a pele seca ou oleosa.





Os hidratantes são concebidos para minimizar a perda de água e promover a reparação da pele. Os hidratantes corporais, sob a forma de leite e creme, são indicados na secura cutânea, que geralmente se agrava com a idade e com o uso de produtos de limpeza demasiado agressivos. Em relação aos hidratantes faciais, a sua formulação deve ser adaptada à idade, ao tipo de pele (oleosa, seca, mista) e às necessidades específicas (rugas, flacidez).





Na prevenção do envelhecimento, aconselha-se o uso diário de um protector solar, de índice nunca inferior a 15. A partir dos 25 anos podem usar-se cremes de noite com ácidos na sua composição (Lascórbico, glicólico, alfa-hidroxiácidos) ou mesmo retinóides, como a tretinoína, com o objectivo de minorar pequenas rugas, manchas ou irregularidades da pele. Estes produtos devem, preferencialmente, ser aconselhados pelo seu dermatologista.





Na mulher, há três períodos da vida em que a pele experimenta grandes alterações: a gravidez, o pós-parto e a peri-menopausa.









Gravidez e pós-parto





Na gravidez observa-se um aumento da pigmentação da pele do rosto (cloasma - popularmente conhecido por "pano" ou "máscara gravídica"), dos mamilos, e dos genitais e um aumento generalizado do pêlo corporal. Pode também observar--se aparecimento de novos "sinais" ou escurecimento dos já existentes. Recomenda-se, por isso, o uso diário de um foto-protector elevado (índice 50+) em toda a pele exposta. No caso da alteração ou do aparecimento de novos "sinais", o esclarecimento do seu médico assistente ou do seu dermatologista é fundamental.





As estrias de distensão da pele são provavelmente o problema mais estigmatizante para a grávida. Durante a gestação aconselha-se a aplicação de hidratantes com extracto de centelha asiática ou ácido glicólico na sua composição, nas áreas de maior susceptibilidade - abdómen, coxas e nádegas.



Após o parto, podem realizar-se tratamentos complementares, como luz pulsada ou peelings. Também no pós-parto se podem realizar tratamentos das manchas da pele (com despigmentantes, LASER, peeling, dermabrasão) e da queda de cabelo que caracteristicamente se observa nesta altura, com suplementação oral adequada e produtos capilares específicos.









Peri-menopausa





Na peri-menopausa, as alterações cutâneas têm estreita relação com a diminuição de estrogénios: aumento das rugas, secura e atrofia cutânea (incluindo dos genitais), flacidez, diminuição da capacidade de cicatrização, "calores" e rubor facial. A suplementação com estrogénios pode reverter parcialmente estes efeitos, mas esta terapêutica deve ser discutida individualmente com o médico assistente ou o ginecologista, uma vez que não é isenta de riscos.





Actualmente, pode aconselhar-se a suplementação com fitoestrogénios (isoflavonas) em mulheres sem indicação para suplementos de estrogénios, uma vez que produzem benefícios sobreponíveis. Contudo, a sua segurança a longo prazo não é conhecida.





Em relação aos tratamentos dermatológicos, eles são diversificados e devem ser aconselhados de forma individualizada por um profissional da especialidade. Incluem o LASER vascular, o LASER fraccionado, a dermabrasão, os peelings químicos, a radiofrequência, a luz pulsada, as substâncias de preenchimento (como o ácido hialurónico) e a toxina botulínica (Botox®). A combinação acertada das diferentes técnicas é fundamental para o sucesso dos resultados.









Dra. Marta A. Pereira,
Dermatologista
Centro de Dermatologia Epidermis - Instituto CUF,
Serviço de Dermatologia, Hosp. de S. João, Porto.









Fonte: Saúde em Revista

Saturday, June 13, 2009

A LUZ APAGA-SE E ACENDE-SE O MEDO




Cláudia Pinto



É quando a luz se apaga que a criança "acende" o seu medo do escuro. Nunca deve menosprezar esta "mania" do seu filho. Não é fingimento. É mesmo algo que deve ser levado muito a sério, embora com bom-senso.






Os fantasmas, os bichos debaixo da cama, os monstros e os filmes de terror surgem com o aparecimento da escuridão. É nesta altura que os miúdos se transformam em autênticos "realizadores de filmes de terror" e começam a sofrer com este medo.





A pedopsiquiatra Ana Vasconcelos ajuda-o a perceber melhor este sentimento que surge "quando a criança fica sozinha consigo mesma".





O drama repete-se todas as noites. O Tiago tem seis anos e arranja todos os motivos para adiar a hora de ir para a cama. Nem as sucessivas chamadas de atenção da mãe são suficientes para o convencer.





Atrasa os trabalhos de casa, demora a jantar, leva muito tempo para escovar os dentes... Tudo serve de motivo para ir dormir cada vez mais tarde.





O Tiago, como tantas outras crianças, sofre de medo do escuro. "Todos nós, em determinada altura da nossa infância, tivemos medo do escuro ou pedimos aos nossos pais para deixar a luz do corredor ou do quarto acesa", afirma Ana Vasconcelos, pedopsiquiatra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica. O medo do escuro deve ser encarado com "bom-senso".





É normal que o seu filho se queixe desta inquietação. "A criança sente este medo quando fica sozinha consigo mesma. Isto significa que vai ficar só, sem a televisão a encher-lhe a cabeça de imagens".





As crianças que se sentem inquietas com a escuridão "são aquelas que mais filmes fazem na sua cabeça e que têm uma enorme imaginação visual". Quando a luz se apaga, o "aparelho psíquico das imagens que vêm do exterior é desocupado".





É nesta altura que as crianças "se vão ocupar com imagens que vêm do seu interior". Apesar da noite ser boa conselheira, pode também trazer à tona as preocupações do dia-a-dia.





Todos nós já passámos por momentos destes ou já sofremos terríveis insónias por estarmos demasiado ocupados com os nossos problemas. "Os nossos filmes interiores são, geralmente, muito angustiantes. Os miúdos transformam-se em autênticos realizadores de filmes de terror".



O medo do escuro surge normalmente "quando a criança consegue fazer representações mentais com imagens", o que equivale ao primeiro ano e meio de idade. Não há uma idade específica para que este medo desapareça e até "é muito comum que o medo do escuro se prolongue durante a vida adulta.



É por isso normal que, muitos idosos prefiram estar acompanhados do som da televisão, mesmo que não estejam atentos à mesma".



"Terrores sem nome"





É frequente aparecerem crianças nas consultas da pedopsiquiatra Ana Vasconcelos com "terrores sem nome. Estes são os tipos de medo mais graves". Durante a noite, este sentimento é agudizado. "É antes de adormecer que vamos organizar os momentos mais complicados do dia, através das várias fases do sono que estão já muito bem caracterizadas".





Os miúdos que se queixam de medo do escuro acordam regularmente muito cansados, "tipicamente rabugentos" porque as suas fases do sono "estão extremamente diminuídas. O seu sono não é organizador mas desgastante". O terror nocturno não é o mesmo que o típico pesadelo.






"Este tipo de terrores surge quando a criança acorda completamente em pânico, não reconhece ninguém e fica numa situação em que está semiacordada e semiadormecida. O pesadelo é diferente pois é associado a imagens bem definidas". Este tipo de angústia vai fazer com que as crianças adiem cada vez mais a hora de ir dormir.





"São aqueles miúdos que se deitam muito tarde e que arranjam muitas coisas para fazer para adiar o momento em que têm de se deitar porque isso será muito angustiante para eles", diz-nos Ana Vasconcelos. Por outro lado, actualmente, são muitas as crianças que adormecem a ver televisão, como forma de "ocupar a sua mente com imagens".









Angústia da separação





É também quando a luz se apaga que as crianças se separam dos pais. Pela primeira vez, durante o dia, a criança fica entregue a si mesma. "A angústia da separação é normalíssima no ser humano. Surge quando a criança já reconhece na sua memória a mãe e, por algum motivo, ela lhe falta".



Ana Vasconcelos é da opinião que devem ser criados ritmos para que os filhos percebam que os pais estão temporariamente ausentes mas irão regressar ao fim da tarde.





"Os miúdos que desenvolvem medo do escuro, muitas vezes, são filhos de pais que têm ritmos de vida alucinantes e que não vão buscar as crianças à escola à mesma hora.





Não há rotina nem ritmos instalados". Tal facto pode ser simplesmente modificado se os pais se habituarem a telefonar para a escola a informar que irão chegar mais tarde.





"Esses miúdos vêem sempre os pais na mão do exterior. Se o pai ou a mãe telefonarem a avisar que vão chegar mais tarde, a criança fica logo muito mais tranquila", diz-nos a pedopsiquiatra. A angústia da separação pode surgir também na puberdade ou na adolescência.



Quando deve procurar um especialista?





O bom-senso é a palavra de ordem para lidar com estes casos. É normal que as crianças tenham medo do escuro. No entanto, a partir do momento "em que a criança fica nas mãos daquele medo e deixe de ser ela própria, os pais devem começar a preocupar-se".





Nos primeiros dias, "podem tentar adormecer a criança para que ela se sinta mais segura. Se passarem duas a três noites sem conseguirem com que durma no seu quarto, devem procurar a ajuda do pediatra para se aconselharem". Posteriormente, se o pediatra considerar que se justifica, a criança pode ser encaminhada para outro especialista.





Para Ana Vasconcelos, "também pode ajudar ter uma luz pequena de presença no quarto ou deixar a luz do corredor acesa". O essencial "é ajudar a criança a ultrapassar aquele momento de fragilidade sem a rigidez de alguns pais que ainda podem deixar a criança mais aflita". Tranquilidade recomenda-se.





Interessa saber "qual foi a situação do dia que despoletou este medo". Os pais não devem esquecer que "são eles os que melhor conhecem aquela criança", conclui Ana Vasconcelos.







Fonte: Jornal do Centro de Saúde

Wednesday, June 10, 2009

MALES DO CORAÇÃO




Quando o coração e as artérias são sujeitos a um esforço excessivo, está aberto o caminho a uma das várias doenças cardiovasculares: em comum têm os factores de risco.








É um estilo de vida pouco saudável que coloca as doenças cardiovasculares no topo das estatísticas de mortalidade no nosso país. A elas se devem cerca de 32 por cento dos óbitos, uma percentagem que é possível reduzir actuando sobre os factores de risco.







São factores partilhados pelas várias patologias que, a seguir, se apresentam nos seus contornos essenciais.











Aterosclerose - gordura nas paredes







É a acumulação de gordura, colesterol, cálcio e outras substâncias nas paredes artériais, formando a chamada "placa", mais concretamente sob o seu revestimento interno, que caracteriza a aterosclerose, doença que conduz ao estreitamento progressivo das arterias. E podem ser afectadas todas as artérias, das que alimentam o coração às que irrigam o cérebro e os demais órgãos vitais.







Embora a causa exacta da ateroesclerose não seja conhecida, parece que tudo se inicia com a lesão da parede interna das artérias, que leva à acumulação de plaquetas, iniciando-se um processo inflamatório com deposição das substâncias acima mencionadas, formando a "placa".







O processo de ateroesclerose vai estreitando progressivamente as artérias, levando à sua oclusão total ou pode haver desprendimento de uma placa de ateroesclerose que, levada pela circulação, vai obstruir uma artéria mais pequena, por onde já não consegue passar. Em consequência, os órgãos que essas artérias alimentam podem não receber sangue e oxigénio em quantidade suficiente.







O primeiro sinal da doença pode ser uma dor no peito ou cãibras nas pernas, precisamente por falta de irrigação adequada e de oxigénio. Os sintomas desenvolvem-se gradualmente mas também podem surgir de repente se houver obstrução súbita de uma artéria.











Enfarte - músculo em risco







É o verdadeiro "ataque cardíaco", termo que é usado para descrever as várias doenças cardiovasculares mas que, de facto, corresponde ao enfarte de miocárdio. Ocorre quando a obstrução de uma artéria restringe gravemente ou interrompe mesmo o fornecimento de sangue ao coração: se essa interrupção se prolongar mais do que alguns minutos há destruição do tecido e músculo cardíaco por falta de oxigénio - é o enfarte do miocárdio.







O sintoma mais típico é dor no meio do peito, estendendo-se às costas e ao braço esquerdo. É uma dor intensa, prolongada e que não se acalma com repouso. A ela se podem juntar uma sensação de desfalecimento e um forte martelar do coração. Os batimentos irregulares podem interferir gravemente com a capacidade de bombeamento do coração, provocando paragem cardíaca.






Num em cada cinco doentes, o enfarte é silencioso, com sintomas ligeiros ou mesmo nenhum sintoma, sendo apenas detectado posteriormente. Contudo, um enfarte é uma emergência médica, com muitas mortes a ocorrerem nas primeiras três a quatro horas.





AVC - células sem oxigénio







Quando o sangue é bloqueado no seu caminho ao longo de uma das artérias cerebrais, há um menor afluxo de oxigénio ao cérebro e o resultado é a destruição ou morte de células - é o que acontece num acidente vascular cerebral ou AVC.







Um AVC pode ser também causado pelo rompimento de uma artéria cerebral - o sangue espalha-se ou acumula-se no cérebro, danificando as células. De uma forma ou de outra, tudo acontece subitamente e com efeitos imediatos.







Uma distorção lateral da boca (a chamada "boca ao lado") é o sintoma mais característico de um AVC.







Outros são fraqueza ou adormecimento, com formigueiro, ou paralisia de um membro ou lado do corpo, dificuldade de movimentação, tonturas ou perda de coordenação e equilíbrio, dificuldade na fala e na compreensão, e dor de cabeça súbita, que pode ser acompanhada de vómitos, rigidez do pescoço, dor facial (na cara) e alterações de consciência. Isto porque o cérebro controla funções corporais específicas, dos movimentos aos processos mentais.











Prevenir é possível







Na origem das doenças cardiovasculares estão muitos factores de risco modificáveis, o que significa que é possível preveni-las.







Assim:


• Deixe de fumar;


• Faça uma alimentação saudável, privilegiando os legumes, as frutas e os cereais integrais e reduzindo o sal, as gorduras e os açúcares;


• Pratique exercício físico com regularidade;


• Controle a sua pressão arterial e o nível de gorduras e açúcar no sangue;


• Vigie o peso.










Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

HÉRNIAS INGUINAIS: PONTO FRACO




É aproveitando um ponto fraco na parede abdominal que se formam as hérnias inguinais. Dor nas virilhas é o principal sintoma deste problema de saúde que é quase exclusivo dos homens.





É nos homens que as hérnias inguinais surgem com mais frequência, numa proporção de dez para um em relação às mulheres. E a explicação para esta diferença remonta à própria gestação.





Nos fetos masculinos os testículos formam-se no interior do abdómen, após o que se deslocam ao longo do canal inguinal até ao escroto, o saco que os envolve. Pouco depois do nascimento, este canal fecha-se quase por completo, deixando apenas espaço suficiente para o cordão espermático - a estrutura que contém os vasos deferentes através dos quais circula o esperma. É uma abertura mínima, assim se impedindo que os testículos possam regressar ao abdómen. Por vezes, contudo, o canal inguinal não fecha adequadamente, deixando uma área vulnerável. É nesse ponto fraco que surgem as hérnias.





E acontecem quando o tecido mole, geralmente uma parte do intestino, ou gordura atravessam esse ponto, devido ao aumento da pressão no interior do abdómen, dando origem a uma bolsa saliente no baixo abdómen, junto às virilhas. Do simples desconforto à dor intensa, os sintomas da hérnia inguinal agravam-se quando é exercida maior pressão no abdómen. Pode ser a força exercida para levantar um objecto pesado, o excesso de peso, o simples gesto de se inclinar ou o esforço associado à expulsão das fezes ou à micção. Até um acesso de tosse ou uma crise de espirros podem deixar os músculos abdominais mais vulneráveis.



São dois os tipos de hérnia inguinal.





A congénita, ou indirecta, que está relacionada com o desenvolvimento intra-uterino, e a directa, associada ao desgaste natural dos tecidos e músculos abdominais ao longo da vida adulta. Ambas

afectam sobretudo os homens, ainda que também possam ocorrer nas mulheres. A gravidez - devido à pressão exercida sobre o abdómen - é o momento mais crítico para o sexo feminino.





Ser do sexo masculino é, por assim dizer, um factor de risco, mas há outros: ter antecedentes familiares ou pessoais, sofrer de doenças como a fibrose quística, ter nascido prematuro e manter uma ocupação profissional que exija longos períodos de pé ou esforço físico intenso. O excesso de peso e a gravidez também têm influência, o mesmo acontecendo com a tosse e a prisão de ventre crónicas.









Antes que estrangule





As hérnias inguinais não são perigosas em si próprias, mas podem complicar-se e pôr mesmo a vida em perigo. A maioria alarga com o passar do tempo, pressionando os tecidos circundantes e estendendo-se para o escroto, aí causando inchaço e dor.





O maior risco acontece quando uma parcela do intestino fica presa no ponto fraco da parede abdominal - é a chamada hérnia encarcerada, fonte de dor intensa, náuseas, vómitos e incapacidade de expulsar as fezes. Quando há bloqueio da passagem de sangue para a porção do intestino que ficou presa fala-se em hérnia estrangulada, condição que pode conduzir à morte dos tecidos. Dor súbita que se agrava em pouco tempo, febre e batimentos cardíacos acelerados são sintomas deste estrangulamento, constituindo uma situação de emergência médica.





É o que acontece no extremo se a hérnia não for reparada. A cirurgia é a solução para aliviar o desconforto e a dor e prevenir complicações, podendo realizar-se pela via mais tradicional - aberta - ou através de laparoscopia, menos invasiva. A decisão é tomada em função das particularidades de cada caso.





De uma forma ou de outra, já muito se evoluiu e a reparação cirúrgica de uma hérnia inguinal já não implica longas hospitalizações, sendo a recuperação mais fácil e mais rápida.









Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Sunday, June 7, 2009

FEBRE TIFÓIDE: UMA BACTÉRIA VIRULENTA




É bastante virulenta a bactéria causadora da febre tifóide, doença endémica em muitos destinos turísticos. Aí todo o cuidado é pouco para não se ser infectado. E antes de partir o melhor é prevenir, vacinando.




Nos países industrializados é rara, mas no mundo em desenvolvimento constitui um grave problema de saúde pública, muito por via do deficiente saneamento básico. A ausência destas infra-estruturas, aliada a precários hábitos de higiene, potencia a proliferação da bactéria causadora da febre tifóide – a salmonella typhi.



É por via fecal-oral que esta bactéria penetra no organismo. Numa pessoa infectada, ela é expelida através das fezes e, por vezes, da urina. Se essa pessoa não lavar rigorosamente as mãos após cada ida à casa-de-banho e se, de seguida, manusear alimentos a consumir por outras pessoas está aberta a porta ao contágio. O mesmo acontece se se beber água que não tenha sido
desinfectada – o que, quando a rede de abastecimento público e de esgotos é deficiente, é fácil: basta engolir umas gotas de água do duche para se correr riscos...



Não é de imediato que a infecção se manifesta, podendo passar uma a três semanas até que os sintomas surjam. Excepto nas crianças, que algumas vezes ficam doentes subitamente, os sintomas desenvolvem-se gradualmente.



Uma febre elevada, a rondar os 39 ou 40ºC, é o primeiro, acompanhada de dores de cabeça, fadiga e fraqueza, dores abdominais e garganta irritada. Diarreia (mais nas crianças) ou prisão de ventre (sobretudo nos adultos) também são frequentes. Pela segunda semana, pode aparecer irritação cutânea temporária, com pequenos pontos rosados a marcar a região inferior do tórax, na transição para o abdómen.



Se a doença não for tratada nesta fase, agrava-se. A febre permanece elevada, a prisão de ventre e a diarreia tornam-se mais severas. Há uma clara perda de peso, com distensão visível do abdómen.



Se continuar a não haver tratamento, outros sintomas surgem: o doente começa a delirar, permanecendo prostrado, num estado de exaustão com os olhos semi-fechados. É nesta fase que há risco de complicações.







Tratar para não complicar



A mais séria é a hemorragia intestinal, denunciada por uma súbita quebra na pressão arterial e pela presença de sangue nas fezes. Por vezes, ocorre perfuração do intestino, o que faz com que o seu conteúdo se espalhe pela cavidade abdominal causando sintomas como dor abdominal, náuseas, vómitos e podendo desencadear uma infecção do sangue.



É uma situação que requer intervenção de urgência.




Mas há outras complicações da febre tifóide não tratada embora menos comuns, como por exemplo: inflamação do músculo cardíaco, pneumonia, pancreatite, infecções renais ou da bexiga e infecções da coluna vertebral.



Sem tratamento, pode não se sobreviver à doença, mas com tratamento a maioria das pessoas recupera. Há, no entanto, algumas que, mesmo depois de tratadas, continuam a alojar a bactéria no seu organismo, nomeadamente na bexiga ou nos intestinos. São portadores crónicos da febre tifóide, o que significa que podem infectar outras pessoas apesar de não terem sintomas.



É com antibióticos – esta é uma doença bacteriana – que se trata a febre tifóide, sendo fundamental seguir o tratamento até ao fim, conforme as indicações médicas, sob pena de perder eficácia e de a doença regressar, exigindo depois um medicamento mais forte.



Paralelamente, convém ingerir bastantes líquidos, de modo a compensar a perda de fluidos causada pela febre e pela diarreia. É também importante que o doente se alimente com regularidade.



Dado o risco, o melhor é prevenir. O que passa pela informação: se está a pensar viajar para um país em África, na Ásia ou na América Latina informe-se sobre a prevalência da febre tifóide. Se for o caso, aconselhe-se sobre a vantagem de se vacinar. E, uma vez no destino, não descure os cuidados que permitem manter a salmonella typhi à distância.







Bactérias à distância



Contrair febre tifóide é relativamente fácil dada a sua principal via de contágio: é que basta ingerir água ou alimentos contaminados...



Esta facilidade faz com que seja fundamental a prevenção, tanto mais que as vacinas existentes não oferecem protecção total.



Sempre que viajar para um destino em que a doença seja endémica lembre-se que há gestos simples mas vitais. Assim:
• Lave as mãos com frequência, sobretudo depois de usar a casa-de--banho e antes de preparar
alimentos ou comer;
• Beba apenas água engarrafada, fervida ou desinfectada; a água com gás é preferível;
• Prefira bebidas gaseificadas, mas não beba directamente da garrafa ou da lata: limpe bem antes de despejar num copo;
• Use gelo apenas se tiver a certeza de que é feito com água engarrafada ou purificada;
• Evite alimentos crus, nomeadamente vegetais: é que podem ter sido lavados com água contaminada; descasque a fruta;
• Os alimentos cozinhados devem ser comidos ainda quentes;
• Resista às bebidas e alimentos oferecidos pelos vendedores ambulantes;
• Use água engarrafada para lavar os dentes e procure não engolir água do duche.



A prevenção tem sempre dois sentidos, o que significa que se está a recuperar de febre tifóide também deve adoptar alguns cuidados para não infectar outras pessoas.



Assim:
• Lave as mãos com frequência;
• Evite manusear alimentos destinados a outras pessoas;
• Mantenha os seus objectos de uso pessoal separados dos demais.







Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF

Thursday, June 4, 2009

"SAÚDE EM MOVIMENTO" - INFORMAR E ACONSELHAR SOBRE A DISFUNÇÃO ERÉCTIL





Pelo segundo ano a iniciativa "Saúde em Movimento" ruma à Europa tendo como ponto de partida várias cidades portuguesas. Depois de Lisboa e Aveiro terem recebido nos passados dias a Unidade Móvel Saúde em Movimento, chegou a vez do Porto. Nos dias 4 e 5 de Junho, entre as 8h00 e as 19h00, na Praça dos Leões, uma equipa de profissionais de saúde composta por psicólogos e enfermeiros vai continuar a informar e aconselhar quem procura soluções para problemas relacionados com a Disfunção Eréctil, Diabetes e Hipertensão.








O roteiro nacional termina no Porto, de onde a Unidade Móvel parte para a Holanda, Polónia, Roménia e Espanha.





O êxito da iniciativa "Saúde em Movimento", que teve início em Portugal há seis anos, estende-se pelo segundo ano consecutivo a outras cidades europeias. Em Portugal e por todo o Velho Continente, a unidade Móvel será um espaço de informação e esclarecimento. Informar e elucidar a população sobre a disfunção eréctil, as suas causas e quebrar alguns dos tabus que lhe estão associados são os principais objectivos desta iniciativa.







«Em Portugal estima-se em cerca de meio milhão os Homens que sofrem de Disfunção Eréctil. Desses, apenas 10% a 20% estão diagnosticados e cerca 10% estão em tratamento, o que significa que há pelo menos, 450 mil que ainda sofrem em silêncio», explica Jorge Rocha Mendes, médico urologista e Presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia.







Jorge Rocha Mendes acrescenta ainda, «A disfunção eréctil é hoje em dia encarada como um sinal de alerta de uma possível doença cardiovascular, e deve ser encarada como tal. Para além disso, a DE pode ter graves repercussões na qualidade de vida do homem e do próprio casal. Muitas vezes, as pessoas não sabem como fazer para iniciar o tratamento. Estas iniciativas de sensibilização são muito importantes na medida em que são fundamentais para alertar e sensibilizar os casais e mostrar-lhe que há tratamentos disponíveis», acrescenta.







A Unidade Móvel de Apoio e Aconselhamento termina o roteiro nacional no Porto, nos dias 4 e 5 de Junho, na Praça Parada Leitão, de onde parte para a Holanda. Além fronteiras a Unidade Móvel de Apoio e Aconselhamento estará presente na Holanda entre os dias 9 e 16 de Junho seguindo-se a Polónia, nos dias 19 e 23 de Junho. A Roménia recebe esta iniciativa durante cinco dias, entre 26 e 30 de Junho antes de encerrar o seu percurso pela Europa, na vizinha Espanha onde a Unidade Móvel de Apoio e Aconselhamento estará de 6 a 10 de Julho.







"Saúde em Movimento" é uma iniciativa de sensibilização e informação sobre disfunção eréctil que a nível europeu é apoiada pela Lilly e em Portugal é promovida pela Sociedade Portuguesa de Andrologia (SPA).







Para mais informações pode ainda consultar o www.vivebem.com, www.amardenovo.com ou http://www.spandrologia.pt/.






A Disfunção Eréctil (DE) é definida como a incapacidade em atingir ou manter uma erecção suficiente para manter uma relação sexual. Estima-se que aproximadamente 189 milhões de homens em todo o mundo sofrem de DE. Especialistas acreditam que cerca de 80 a 90% dos casos de DE estão relacionados com situações clínicas como a hipertensão, a diabetes, a hiperlipidémia e o tabagismo, podendo ainda estar associada a outros factores como lesões neurológicas (prostatectomia e utilização de fármacos. Os restantes 10 a 20% estão associados a factores psicossociais. Em Portugal a disfunção eréctil é uma patologia com alta prevalência, que afecta aproximadamente 500 mil homens.










Fonte: MultiCom

Monday, June 1, 2009

CONJUNTIVITE: COMO CORTINAS FECHADAS






É assim que ficam os olhos com conjuntivite: as pálpebras colam, como se fossem cortinas. E os cantos são inundados por lágrimas. A culpa tanto pode ser de vírus como de bactérias ou ainda das alergias sazonais.






Se ao acordar tiver dificuldade em abrir as pálpebras, se for incomodado por uma sensação de areia nos olhos e se eles se apresentarem vermelhos e lacrimejantes, o mais provável é ser uma conjuntivite.





Trata-se de uma inflamação ou infecção da conjuntiva, a membrana transparente que cobre parte do olho e que é sensível a vírus e bactérias, mas também a substâncias como o cloro e o aparentemente inofensivo pólen das flores, entre outros alergénios.





Quando em contacto com qualquer um destes potenciais agressores, a conjuntiva pode ficar inflamada, apresentando-se vermelha, causando comichão e aumentando a produção de lágrimas.





A estes sinais podem juntar-se uma maior sensibilidade à luz, visão nublada e a produção de muco, mais ou menos espesso. Estes são sintomas partilhados pelas diversas formas de conjuntivite, inflamação ou infecção, que não escolhe idades. E que nos recém-nascidos pode ter como causas a imaturidade do canal lacrimal ou uma doença sexualmente transmissível contraída durante o parto.





Neste caso particular, designado como oftalmia neonatal, o que acontece é que, estando a mãe infectada com clamídia ou gonorreia, o bebé entra em contacto com essas bactérias, desenvolvendo uma forma grave de conjuntivite.









Tratar para não contagiar





Com esta excepção, a conjuntivite normalmente não tem consequências severas, mas requer uma intervenção precoce dado o seu elevado grau de contagiosidade, se a causa for infecciosa. Significa isso que, perante os primeiros sintomas oculares, há que procurar o médico, de modo a identificar a origem. Um dos elementos que ajuda a fazer essa distinção é a descarga que se

liberta dos olhos: mais aquosa e esbranquiçada quando a causa é viral, mais espessa e amarelada ou esverdeada quando é bacteriana.





O tratamento depende, pois, da causa. A conjuntivite bacteriana trata-se com recurso a antibióticos, sob a forma de uma pomada ou gotas. No caso da viral, que não beneficia destes medicamentos, há que deixar o vírus seguir o seu curso, atenuando s sintomas com a ajuda de um colírio (não antibiótico), das chamadas "lágrimas artificiais" ou simplesmente de soro fisiológico.





Quando a causa é alérgica, as melhorias ocorrem com a toma de anti-histamínicos. Já no que respeita à exposição a substâncias irritantes, o alívio é conseguido através da lavagem dos olhos com água morna, devendo-se evitar o contacto com a causa (não frequentando a piscina durante algum tempo, por exemplo).





Em relação à oftalmia neonatal, requer a administração preventiva de antibiótico, o mais cedo possível após o nascimento, já que a visão pode ser afectada. Quando a conjuntivite é recorrente num recém-nascido, pode significar que o canal lacrimal não está completamente aberto: o pediatra avalia a situação e, se não houver desobstrução espontânea, pode remeter para a intervenção especializada de um oftalmologista.



O grande problema associado à conjuntivite infecciosa, é que se trata de uma doença altamente contagiosa. Uma pessoa infectada pode contagiar outras durante uma a duas semanas após os primeiros sintomas, o que explica que a conjuntivite se espalhe nas creches e infantários e que uma criança doente deva ficar em casa até não haver risco de contágio.





As mãos são o principal veículo da infecção, o mesmo acontecendo com a partilha de objectos pessoais, da toalha à almofada, das lentes de contacto aos colírios, passando pelos cosméticos. Daí que a prevenção passe pelo uso individual destes objectos e por uma boa higiene das mãos, evitando levá-las aos olhos.









Creches de risco





As creches e os infantários são locais de risco no que toca à conjuntivite. E isto porque são locais de grande concentração de crianças, que têm mais dificuldade em evitar os gestos que facilitam o contágio.





É que as crianças brincam muito próximas uma das outras, o contacto físico é uma constante e a partilha de brinquedos e outros objectos uma prática natural. Além disso, levam com frequência as mãos aos olhos, esfregando-os (o que não admira, pois a conjuntivite causa muita comichão).





Quando a infecção está localizada num olho facilmente passa para o outro. E com a mesma facilidade passa para os olhos de um ou mais companheiros de brincadeiras. Daí a importância de a criança ficar em casa até estar completamente livre de infecção.









Colírios, modo de uso





O tratamento da conjuntivite passa, quase sempre, pela aplicação de pomadas ou beneficiando também dos colírios e do soro fisiológico. São de aplicação simples, mas, em nome da prevenção, importa adoptar alguns cuidados:





• Lavar bem as mãos, antes de aplicar;





• Deixar cair uma gota na zona afectada e apenas uma de cada vez;





• Fechar os olhos por dois minutos para que o produto se espalhe;






• Não tocar no olho com os dedos ou com o aplicador do frasco ou da bisnaga do medicamento;





• Lavar as mãos após cada aplicação;





• Manter as embalagens bem fechadas e ao abrigo da luz;





• Não guardar o medicamento uma vez findo o tratamento.












Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF
 

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